terça-feira, 22 de junho de 2021

padre pereira direção

 

Dirección Padre Pereira    V.- Dirección de las almas perfectas        .        : Asunto del examen privado de las almas perfectas-.        . II. - Diferentes edades        "1. Dirección infantil.        X        2. Dirección de adolescentes        3. Dirección de doncellas        4. Administración de estudiantes.        ^ $ 5. Manejo de adultos.  6. Alta dirección        yo II. - Diferentes estados.        4        1a Junta de Casados  P Dirección de Licenciados        PAGAR,  147  156  r58        167-        167        168 ^:        1787        175        177        166: yo        Lj  matar        ? y "  r PATE) Lys        178 4        179.  180  182  183        184. 3        186: 33  188º -        "190        195  198  199  213        223        225.        225  233  236  242        243 .-  244        245  247        245.        7  y        Sale de  4        4  >        t        a Permite ^; à> E E o E  Para d - ÍNDICE ... E - CLNTOE        I        ES NA i        PAGO        d "Dirección de los sacerdotes .. w vm w co o        en 250  de la Dirección de las Hermanas. . . . . . .,        TP "258        y nosotros        EVONE:  ^ $ t Pal CA hielo. fh         Apéndice - Gestión de vocaciones. . . : pie el. 264        Capítulo IV: - Dirección Mística. caminar desde x «y RE, E hasta 272        : Nociones generales. ... wea sa del MM  4 Diagnóstico de unión mística E 4.4 sa P RB d 396.  p Dirección de almas místicas. . . . . . . . - 282        es        * Epflogo dd Mt ss O uie, t. r 288        : Resumen didáctico del aseetismo. . . . . *. . 289        ERU UST uH  * "TuS 2 Pn        4, = s  D -        Tp Ni) no  Eos 1º a        SIERRA        sos NM a L RS  UN        ^ e        BEAS Air Domen        ALGUNAS PALABRAS        ^        «A menudo se escucha la denuncia de que son muy  poco los directores de las almas ”, dijo uno de ellos últimamente.  El obispo belga, hablando con su clero, se reunió en ejercicios  espiritual...     Esta brecha es, de hecho, de la ruina, para el  almas e para a Igreja. Como explicá-la, havendo tão  bons e zelosos sacerdotes?... Foi-nos dada a resposta  pelo director dum Seminário, nestas palavras : «é que,  na verdade, nào há um (ivrinho verdadeiramente prático  que possam manusear os sacerdotes, que se dedicam à  direcção das almas... Por isso, um livro desta natu-  reza, é preciso ainda compô-lo».     Foi por êsse motivo, leitor, que lançamos mãos à  obra..., pois, efectivamente, trabalho desta ordem, é  coisa nova. E' certo que existem obras importantes  sôbre ascetismo e mística, mas, por isso mesmo que são  grandes tratados, teem o grave inconveniente de trazerem  a doutrina de mistura com tantas dissertações, que só  por muito estudo poderá O padre encontrar as regras  práticas da direcção. Daí, nem sequer a tentativa de  folhear tais livros, tanto mais, que os sacerdotes, que  teem almas a dirigir, estão, de ordinário, sobrecarrega-  dos por outras responsabilidades, próprias do seu minis-  tério. |     ..Em geral, o padre de hoje, de vida essencialmente  activa, em contacto contínuo com as almas, não tem  tempo para compulsar os grandes volumes, nem para se  deixar absorver em estudos profundos.     Donde se vê a necessidade do presente manual, que,        4 ALGUMAS PALAVRAS        encerrando em resumo, a essencial doutrina da direcção  espiritual, representa para o sacerdote, estudo feito e  economia de tempo. Digne-se Deus abençoar os nossos  esforços, para glória sua e bem das almas — Até aqui,  o autor. Que direi eu aos meus colegas portugueses?  Também são para nós, Reverendíssimos Senhores, duma  actualidade pasmosa as palavras do autor. Sim, há  entre nós, com efeito, a mesma lacuna: não temos em  português um livrinho, que, resumindo dum modo claro,  a principal doutrina da dificílima arte da direcção das  almas, — ars artium regimen animarum, — facilite ao Di-  rector espiritual, aliás pio e dela corfhecedor especulativo  pelo estudo dos bons tratados, uma sciéncia prática e  adaptável, dos caminhos que segue o Espírito de Deus  na santificação das almas. Porque, é de notar, trêssas  mentos se conjugam ordinàriamente 7  virtude e da perfeição: Deus com a j                 sempre, da intervenção oiee a orientação externa  dêste esfórgo por um guia competente e autêntico. E'  certo que o guia principal é Deus. Mas como conhecer  a sua vontade, o seu influxo, as luzes que infunde, se o  espírito das trevas também sugere, e a inteligência  humana, devido à sua fraqueza e às paixões, é tão abnó-  xia a preconceitos e a ilusões? Tem, portanto, o guia  espiritual de descortinar claramente a acção divina, de  desmascarar os manejos do demónio e de prevenir à na-  tureza contra as más tendências, por uma direcção escla-  recida, prudente e segura. E’ êle, por assim dizer, que,  como representante de Deus, seu ministro e vigário, as-  sume o comando da graça e da vontade humana contra  o demónio e a natureza corrompida,     I? um general que dirige a batalha .mais árdua e  mais prolongada (a vida inteira), em que é êle quási o  único responsável e cujo desenlace final será um justo,  um Santo, na terra e depois no céu, ou um prescito eter-  namente no inferno.     A falta de direcção leva a alma, aliás cheia de boa        ALGUMAS PALAVRAS ss        vontade e talvez de óptimas disposições para à virtude,  a uma piedade, como vêmos, piegas, enfezada, miópe e  ridícula, que mais não é do que a ficção da piedade,  pois que fundada num labor méramente humano. O que  não admira: os efeitos são da natureza da causa, a qual,  no caso, -são os preconceitos, as ilusões, a vontade pró-  pria, o egoísmo, etc., isto é, a natureza humana, domina-  da nào pela graga, mas, pelas tendéncias más e pelas  falsas sugestóes. | |     Ao passo que a alma bem dirigida começa a viver  vida sobrenatural e divina; desprende-se da terra e de  “Si mesma, porque mais do que a criatura a captiva O  Criador, bem supremo, vence, em conseqüéncia, as pai-  xões perversas, vê o seu nada e humilha-se, só sente boa,  santa e inefável a vontade santíssima de Deus, e, quanto  mais confunde o seu querer, sentir e aspirar com o bene-  plácito divino, tanto mais se une com Ele, tanto mais O  ama e goza, tonto mais se santifica e adquire a evolução  perene do seu ser.     Para isso, é evidente, deve o Director sêr homem  “de Deus, nó sentido estrito e absoluto da palavra, e  conhecedor consumado dos trâmites e caminhos que o  Senhor usa seguir com os que criou para O conhecer,  amar e servir nesta vida e finalmente possuir perene-  mente na eternidade. Eis para coadjuvar em tão rude,  “como nobre emprêsa, o presente volume. Seja êle de  eficaz auxílio aos meus colegas no sacerdócio e benefi-  ciem tantas almas, sedentas de luz e de formação inte-  rior, que teem direito incontestável aos nossos esforços e  ao impulso vigoroso duma direcção sábia, prudente, firme  e caritativa. |        Belinho, 19 de março de 1925.        Pe A. A. PEREIRA.        ^". TRATADO DA;DIRECÇÃO  a CAPÍTULO DE INTRODUÇÃO        NOÇÕES PRELIMINARES  “Consiste a direcção espiritual na acção do Con-  fessor, posta à disposição das almas, para as ajudar a  encontrar seguramente o caminho que as há-de conduzir        à santidade a que Deus as chama, enveredando por êle  e prosseguindo, através de todás as dificuldades.        . *. E" de dois modos a direcção espiritual ; I," pas-  toral, quando proporciona a certa categoria de almas. os  meios gerais para se santificar e chegar à Salvação; e.  tal.é a direcção do Sumô Pontífice em tóda a Igreja, a  do. bispo' na. diocese, a do pároco na fréguesia e a do:  Superior na comunidade religiosa; e : | |     . .2.— Direcção de consciência, que tem por obje-  cto cada alma em particular, ajudando-a a triunfar das  dificuldades pessoais e a prosseguir pelas vias especiais,  «que a hão-de levar para Deus. | =  = v À direcção de' consciência subdivide-se em: a)  Ascética, que conduz para ‘Deus as almas pelas vias  comuns ou ordinárias da graça, e b) Mística, que as.  ‘conduz pelas vias extraordinárias: a contemplação infu-  sa, Os êxtases, as revelações, visões, etc. is 91        DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA        CAPÍTULO PRIMEIRO :        Da Direcção, em geral        | — NECESSIDADE DA DIRECÇÃO        1.º —Será realmente necessária a direcção espiritual?  — Como vimos, é dupla esta direcção: pastoral e dire-  cção de consciência. A primeira é evidentemente neces-  “sária; basta a simples leitura do Evangelho para nos  . persuadir que ela é da essência do Cristianismo. Gover-  ' nar todas as nações, foi missão de que Jesus-Cristo in-  “cumbiu os seus Apóstolos, sob a direcção Suprema de  : Pedro: «ide, ensinai todas as nações .. e ensinai-lhes a  observar tudo quanto vos hei mandado». — «Simão filho  - de João, tu amas-me?... apascenta os meus cordeiros...  apascenta as minhas ovelhas». |  E diz S. Páulo que o Espírito-Santo constituiu os  bispos para regerem o povo de Deus.  4 Quanto à direcção de consciência, é certo que não  : vem expressamente declarada- no Evangelho a sua neces-  sidade, mas é fácil vê-la insinuada na Instituição do Sa-  “ cramento da Penitência. | :  | A confissão dos pecados qual a instituiu Jesus-Cris-  “to e a Igreja pratica, comporta evidentemente os ele-  "mentos duma verdadeira direcção de consciência.  Demais, esta necessidade é reconhecida pela Igreja,  . que impõe a cada Comunidade religiosa um confessor        8 | DIRECÇÃO DE: / CONSCIENCIA        NIR, ao qual se apreselitam regularmente os seus  membros, para patentearem © estado da sua consciência.  e receberem as devidas advertências.     2º — A necessidade da és ia tal como a Igreja  a pratica tem o seu (andamento ;        A) — Na Escritura Sagrada.        ,/ à) Vae soli, quia cum corruet, non habet sublevan-  “tem se (Eccli. iv, 9) onde o Espírito-Santo estigmatisa o  “isolamento espiritual da alma, que entregue a si mesma,  e sem auxílio, nào tem um guia que a levante, quando  caír, e encaminhe para o céu a sua marcha.        b) Cum viro sancto assiduus esto, quemcumque  cognoveris observantem timorem Dei, cujus anima est se-  cundum animam tuam, et qui, cum titubaveris in tenebris,  condolébit tibi (Eccl. xvii, 35).     Quem é éste homem santo, com quem deves sér  assíduo e que te susterá quando tropeçares, senão O  guia, o director espiritual? Mandando-te procurá-lo, .  ensina-te o Espírito-Santo, que deves seguir o caminho,  do temor de Deus, mediante a direcção espiritual.        c) Domine, quid me vis facere? Et Dominus ad  eum: surge, et ingredere civitatem, et ibi tibi dicetur  quid tibi oporteat facere (Act. 1x, 7)        -Chamado miraculosamente à conversão: pelo próprio  Jesus, S. Páulo pede no mesmo: instante instruções sôbre.  o que lhe cumpre fazer. O Sálvador nào lhas subminis-.  tra, mas envia-o para a cidade, onde um homem lhe dirá  o que há-de fazer. [Exemplo êste bem claro, que mostra  o desígnio da Providência em:não governar 'os homens  directamente por Si, mas por outros homens. Tal é a  interpretação óbvia e o sentir unânime da tradição cristã;  de sorte que se tornou tão clássico o exemplo de S. Páulo,        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO pe 9 |        que, não só não póde ser esquêcido o iniciador do  grande Apóstolo nas vias da vida espiritual, (Ananias)  mas o seu nome será sempre dos primeiros na lista dos  -grandes e santos directores de almas.        sB)— No ensino da Tradição.  a) Dourores DOS PRIMEIROS SÉCULOS.        - S. Basilio (Serm. de abd.) diz que é preciso todo o  empênho para encontrar «o homem que há-de sêr  o guia seguro em todos os segredos da vida espiri-  tual». |     S. Jerónimo (Ep. 1v) recomenda a Rústico que nào  confie nas luzes da própria razão e que não entre sem  mestre numa verêda, que lhe é desconhecida e na qual  se póde extraviar ruinosamente.     S. Gregório (Livro dos Diálogos): «é preciso um  guia nos caminhos espirituais, ne dum se quisque simili-  ter -Spiritu-Sancto impletum praesumit, discipulus hominis  «esse despiciat et magister erroris fiat».        -b) Douronrs DA Ioane MÉDIA.        S. Bernardo (serm. 77 in Cant): «oúvi-me, 6 vós  todos que ousais trilhar o caminho (da virtude) sem mes-  “tre ou guia, porque dais a mão a um sedutor, se a reti-  rais ao conselheiro da vossa alma»? (3     Gerson (De dist. ver. revel. sig. 2): «o orgulhoso,-  que quer sér guia de si mesmo, nào precisa do demónio  “para ser tentado; é para si um demónio tentador».        c) Nos Tempos MoDERNOS.        . "Citemos apenas S. Francisco de Sales (V. Devota):  «quereis entrar a valer nos caminhos da devoção, pro-  curai um homem de bem, que vos guie e conduza.     \ E' a maior das advertências».        : |  IO DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        c) — Na razão.        O homem enfermo submete-se às prescrições do mé-  dico, para recuperar a saúde; o gnorante procura um  mestre douto para se instruir; o viandante segue con-  fado o guia que lhe indica o caminho. E no caminho  de Deus e da perfeição cristã, cheio de escolhos, de en-  ganos, de preconceitos e falsas sugestões, quanto mais  “preciso não é um médico, mestre e guia, para curar as  enfermidades da alma, dissipar'as trevas da inteligência  e conduzir a passos firmes na via da virtude!     Porque, a necessidades idênticas na vida temporal e  na vida sobrenatural aii HEN certamente remédios  análogos.     Deus, com efeito, imprimiu em suas obras um refle-  xo tão admirável e perfeito da harmonia sublime, que  caracterisa a sua natureza, que a razão nos leva a admi-  tir paralelismo manifesto na ordem sobrenatural, quanto  mais admirável e sublime! E’ pois, na ordem da graça;  necessário para a alma ésse médico, mestre e guia, — o  director espiritual.        3.º — Extensão desta necessidade. :        A) — E” necessária, em geral, a todos os que tendem.  fara a perfeigáo, como se deduz das razóes apresentadas.  Ora, todos os cristãos são chamados à perfeição, segundo  a palavra de Jesus: «estote perfecti, sicut et Pater vester  coelestis perfectus est.» Além disso, os Religiosos em  virtude da frofissão religiosa teem obrigação de tender  para ela mais particularmente; logo, é necessária a  todos e especialmente a estes últimos.        s—E' ordinãriamente necessária para aqueles  que já estão em estado de perfeição, como os bispos        e os sacerdotes. Esta asserção funda se:        a) Na Sacrana Escritura? «lae qui sapientes        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO y II        "estis in „oculis vestris, et coram vobismetipsis prudentes»  (Is. v, 21). «Nolite esse prudentes apud vosmetipsos»  (Rom. xit, 16).        Portanto; por mais versado que seja na sciência dos  Santos, não póde o homem confiar plenamente em si,  isto é, nas luzes da própria razão, como aqui nos adverte  o “Lire t        fex  E        b) Na DOUTRINA DOS DOUTORES DA IGREJA.        Santo Agostinho escreve a Auxílio: Fisne pron-  to eu, velho como sou, a ouvir os conselhos dum jóven  bispo, eù bispo há tantos anos! disposto a aceitar as  “advertências dum colega, que nem sequer um ano tem  de episcopado !».     E. S., Joáo Crisóstomo: «Não vos iludais, cuidando  bastar-vos a vós mesmos! Deus já nos formou por tal  modo que continuamente temos precisão uns dos outros;  “leva-nos a prudência a recorrer a outrem, pois muitas  vezes acontece, — e o exemplo de Moisés obedecendo  . aos conselhos de Jetro é disso prova evidente, — que  nem mesmo o sábio vê sempre o que cumpre fazer, ao  passo que um menos culto o póde vêr claramente».     .*e Santo. Tomás (1:1. IQ a. 3): «é preciso que até o  -sábio receba lições sôbre certos pontos, pois no que diz  respeito à prudência, ninguém se póde bastar a si intei-  ramente».        c) Na Razão.        fólico Por mais experimentado que seja, quantas  ; vezes não póde o homem formar juíso seguro, sôbre o -  - qual assente, sem errar, o seu modo de proceder |     ' "4 -O amor próprio e as paixões fazem ordinàriamente  pender para o êrro a balança da verdade, de fórma a  mais uma vez se confirmar o axiôma: «ninguém é juiz  em causa própria».        12. DIRECÇÃO: DE ICONSCIENCIA        | 6) — Por mais alto que sbjà o gráu de santidade ax  que:chegou um homem,icasiões há comtudo na vida  presente, em que as dificüldades são de tal ordem, que  . Se torna indispensávél um. guia caridoso e experimena  "tadó; tais os casos de aridez espiritual, tentações, escrü-  pulos, etc. WE | ?  “-“c— Mas, a direcção é particularmente necessária  &os-sacerdótes, directores de almas. "  .a)' Diz. S. Boaventura: & Aqueles que teem a seu  cargo almas para dirigir, levem para procederem cóm  “prudência submeter-se por-$ua vez, à direcção'de outrem:  pará mim nem o Sumo Pontífice póde eximir-se a esta  obrigação».  l b) E uma verdade do bom senso. ^ i  i. «E! evidente que quantó mãiores forem. as responsa-:   bilidades,.tanto maior é:a;necedsidade dé'luz e conselho.  r :. 5Um passo errado na direcção. duma alma .póde levár .  “a funestas consegiiências e:proóduzir no rebanho a: nós >  confiado dolorosa repercussão. ;E, além disso, um .pas- :  tor com o dever do bom exemplo, tem particularmente -<   necessidade duma boa direcção; de fórma: a` reálizat em *  sia palavra de S. Páulo: «Jorma: gregis ex animos.. -Ë        4.º — Rigor desta necessidade |        Não póde afirmar-se, que sêja tão necessária a dire- `  èção de consciência, que sem ela se.torne impossível em. -  tódos..os casos, chegar à perfeição. Tôda a regra tem. -     excepção. Com efeito:     ..; a}. Póde acontecer, por exemplo, que uma alma;  ardendo em desejos de perfeição; nào encontre guia que  a conduza eficazmente. pelo: caminho da: virtude. :Se  comtudo se conservar animada de sentimentos de: humil-        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO I3        dade e generosidade, e lançar mão dos meios ao seu        alcance para se orientar prudentemente no caminho do -        céu (meditação, exâme de consciência, abertura de alma        em confissão) Deus recompensará a sua boa vontade        com graças extraordinárias, que virão suprir a acção do  Director.        | 5) — Deus póde fazer excepção nas leis “ordinárias  . da sua Providência e acudir directamente pela acção do  Espírito-Santo às necessidades da alma. E' o que diz  S... Gregório: há almas que de tal fórma sentem dentro  de si as luzes e lições do Espírito-Santo, que embora        lhes falte exteriormente conselho dum guia humano, ou-        vem perfeitamente a voz íntima daquele que se tornou  seu Mestre» (Dial. I, 1).        yi        5° —A direcção será necessária á salvação?        . Já vimos que de ordinário, não é possível avançar  . prudentemente no caminho da perfeição sem direcção  espiritual, ^ Vamos mais longe e afirmamos que há-de  ~ haver muitos condenados no inferno, que se teriam sal-        vet mti        nemo        vado se tivessem encontrado nesta vida um hábil dire-        `= ctor. Logo, a certos pecadores é necessária para se sal-  4 Varem, a direcção de consciência. à        |1— OBJECTO DA DIRECÇÃO        ; I.^-— Purificar, robustecer e aperfeiçoar a alma que   caminha para Deus, lançar mão de tudo quanto contri-  . bua para conseguir éste desideratum, eis a alta mis-  - são, O nobre munus do director espiritual. Há, com        efeito, três estádios a percorrer no caminho que leva ao -        s céu: no primeiro a alma /ava-se, purga-se de todas as  . impurezas e restos do pecado, despoja-se de tóda a izcor-  -Fecção; no segundo, veste-se com os adornos da virtude  € no terceiro une-se no tálamo mais santo ao celeste  ^ Espóso, à “espera da união perfeita no céu. A direcção        m  e        I4 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA | P        apodera-se do homem desde os:seus primeiros passos e  só o deixa, ao fazê-lo transpôr a entrada da sala nupcial;  fiscalisa tódas as particularidades da vida da alma e re-  gula cuidadosamente todos os preparativos para a união  eterna.        2.º — Deve o director, para poder guiar com pru-     dência o seu discípulo, conhecer perfeitamente — as suas  necessidades e além disso contar com os seus recursos:  a) Saberá — auscultar habilmente o interior da alma,  afim-de lhe conhecer as misérias espirituais, — traçar-lhe  um plano de vida interior, com que se purifique, — im-  pôr-lhe regras e prescrições, —e observar se põe em  prátiçasos seus conselhos. | -  Tx. Jrta-lhe conhecer não só as faltas cometidas,  mas ainda as imperfeições, enfermidades espirituais e  perigos de ordem moral. ó— Deve conhecer também  os recursos de que a alma póde dispôr, para os  reger com o seu critério de mestre, utilisando-os  para a santificação da mesma, para o bem da Religião e  da Igreja. Estes recursos espirituais compreendem, apti-  dóes, atrativos para o bem, hábitos bons já contraídos e  socorros exteriores, que facilitam a virtude.        [11-ºFREQUÊNCIA DA DIRECÇÃO                 A freqüéncia da direcção depende das necessidades  da alma e do meio em que se exerce,     Manda a prudência que praticamente se observe  esta regra: 1.º (Conceder quanto seja necessário ou  sériamente útil; 2.º Cortar quanto seja inconveniente  ou não contenha utilidade real.     Inconvenientes desta ordem, que variam consoante  O meio em que se vive, são, o dar nas vistas e causar  desconfianças; os zêlos ou ciúmes; o perigo de afeições  humanas; as perdas de tempo, ètc. Transcrevo a êste  respeito um capítulo do meu livro «Ze secret des confes-  sions ferventes»: |        dy        M        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO I5  Confissão quotidiana        A). Para os pecadores: Se tiveres a desgraça de  caír em pecado mortal; confessa-te quanto antes. E' éste        | o meio instituído por Jesus-Cristo para perdoar o pecado        grave, que proíbe o acesso à Mesa-Santa, nos torna inca-  pazes de todo o mérito e nos coloca em estado de con-  denação. Se, portanto, no princípio da tua conversão  é tal a tua fraqueza e a sujeição aos máus hábitos, que,  não obstante resoluções e esforços, é raro nào caíres  quotidianamente em faltas graves, não receies confessar-        -te todos os dias até que chegues a triunfar completa-  mente do mal.        B). Para as almas piedosas.-— a) Em regra, nào  deve admitir-se. Para muitas.almas, mulheres sobretudo,  a confissão assim frequente apresentaria inconvenientes        tan serios que difícilmente superarían las ventajas        esperando. A menudo favorecería la triste enfermedad  de escrúpulos, redoblaría el peligro de la rutina, daría lugar a  Omito la sospecha y la crítica, sin la debida compensación;  al final sería un exceso de trabajo para el confesor  inaguantable.        b) - Por excepción, se puede permitir la confesión.  vida diaria a las almas a quienes Dios llamó esta práctica  por un atractivo especial, debidamente reconocido,     Quizá sea el único caso en el que la  ejemplo de ciertos santos, como leemos de S. Carlos Bor-        'Romeo. De lo contrario, el Director debe ser excesivo.        mente difícil de reconocer tal vocación,  particularmente de mujeres o personas, deseosas de  consuelos humanos, de piedad más rutinaria que  sincero, tímido o escrupuloso.        confesión semanal        Es la regla general para las personas piadosas, y un  |        16 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA        «El alma eucarística acoge con agrado esta práctica,  más de lo que la Iglesia lo aprueba, otorgándolo para beneficiar a todos  las indulgencias plenarias, que requieren confesión; OMS  Acostúmbrese a confesarse cada ocho días. Práctica  muy recomendable, además, para la juventud, porque en este  cuadrado de la vida con mayor urgencia es necesario rendir cuentas con frecuencia  del estado del alma, así como la mayor necesidad de        luces y dirección asidua, para llegar a una caja fuerte  formación de conciencia.        Confesión quincenal        Hay diócesis, por ejemplo Namur, que  concede la Santa Sede para la confesión quincenal, en relación con  de las indulgencias, el privilegio del que disfruta la gente,  que van a confesarse cada ocho días. la gracia es muy  precioso y de gran beneficio para las almas, que sin  estar en comuna todos o casi todos los dias, no te sientas  Necesito confesarme todas las semanas.        Confesión mensual.        Hay almas eucarísticas que no pueden confesar  ellos mismos: más a menudo sin serios: incómodos, contentos  con la confesión mensual. entonces que vida carismática  y la confesión periódica, sin embargo, no son infrecuentes.  compatible con el espíritu de la Iglesia, que también concede  a las almas que comulgan a diario o casi a diario para  facilidad de beneficiarse sin confesión de las indulgencias, que el  exigir. *     Personas con efecto de conciencia formada o ya  experimentado en la vida espiritual puede tomar una vida.  de ferviente, confesando sólo mez-a-mez.     Y donde la tarea de los confesores sea mayor, tener  esta caridad a las personas piadosas, que no necesitan  consejo especial, no obstante procederá con la  dadeira piedade, e ao mesmo tempo darão lugar aos pe-  cadores ou a almas necessitadas.        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO. . ^ I7        Igual conselho para aqueles que, não possam confes-  Sar-se com mais freqüéncia quando os deveres de estado,  ou a má vôntade da família o não permitam. Saibam,  sem deixar a comunhão, fazer o sacrifício da confissão        Pd        que lhes não é necessária. É  IV— 0 PADRE E A DIRECÇÃO DAS ALMAS        E? certo que podem encontrar-se fóra do sacerdócio,     | pessõas competentes para dirigir outras no caminho da  perfeição, e isto mais em particular nas comunidades re-  ligiosas. |  ! Comtudo é preciso reconhecer que é o Padre  “especialmente destinado pela Providência para função tão  safa e delicada. Daí a obrigação no sacerdote de se  tornar apto para tão alto ministério e de se aplicar a  .exercé-lo com o mais ardente zélo. Vejamos em que se  “Funda esta: doctrina: | |        I. En la Escritura: «Labia sacerdotis custodient  scientiam, et legem requirent. ex ore ejus, chia Angelus  `Domini exercituum est (Malach. 1); texto que nos enseña  «Ser el sacerdote enviado por Dios y su intérprete; de tu  -los labios deben desprender un torrente de ciencia santa-  .de su boca y de su boca los fieles tienen derecho a escuchar la ley  'yina y los secretos de la vida espiritual. En una palabra,  .los fieles tienen derecho a ser dirigidos por ellos en el  camino de la perfección.     (D        * Razones teológicas: a). el evangelio reprende al  procedimiento de los que atrapan los talentos, en cambio  “De hacerlos fructificar. Ahora, en su formación, el sacerdote  “Adquiere talentos preciosos que. le permite conducir -  “Efectivamente almas en el camino de la perfección:  "ción en virtud durante el tiempo de sus estudios y el     larga iniciación en todas las ciencias sagradas, proporciona  “Cientos de sus talentos y habilidades, con los que busca las ovejas  - “gran pasto. Por tanto, quien es digno no es desaprobado.        La        I8 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA     COMO l  ción del sacerdote que niega los talentos adquiridos;  cuando solo exigen una guía para progresar.  en la vida perfecta. |        a) - Ministro privilegiado del Señor, el sacerdote debe  arde con el deseo de buscar su gloria. bueno esta bien  que un alma perfecta podría dar más gloria a Dios que  que muchos cristianos imperfectos o pecadores; por con-  a continuación, el sacerdote según el Corazón de Dios, sin  olvídate de las demás obligaciones de tu munus sacerdotal,  necesariamente experimentará en su fervor un  gran necesidad de ayudar a las almas a elevarse  más alto grado de perfección. Por tanto, es un deber que le impone.  pone su amor ardiente por Dios.        c) — Cooperador de Deus na obra da salvação dos  homens, deve o padre aproveitar com empénho tóda a  ocasião de fazer bem às almas. Ora, no cumprimento  dos deveres do seu santo ministério e em particular no  tribunal da Peniténcia, encontra-se muitas vezes em con-  tacto com almas, que só esperam o auxílio duma boa  direcção para se encherem de virtudes e merecimentos.  Seria bem repreensível, se nào se prestasse a outorgar-  -lhes tão eminente serviço.        Como tornar-se apto o sacerdote psra dirigir as  almas. Deve primeiro adquirir as qualidades que dis-  tinguem um bom Director. Quer S. Francisco de Sales  que êle seja cheio de caridade, de sciência e de prudên-  cia (Vida dev.-p. I, cap. vr).        Santa Tereza enumera quatro qualidades, que o P.  Poulain, inspirado na doutrina da Santa, exprimiu assim :  1.º) — Seja judicioso, isto é, dotado de, espírito sólido  (Vida, cap. xi). 2.º — Seja piedoso; sendo homem de  oração e procurando primeiro a própria santificação ;  tenha portanto um conhecimento prático e pessoal da  vida espiritual ao menos para os casos mais comuns;        4^        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO : I9        daí lhe advirá certa aptidão para conduzir o» outros        < (ibid). Mas o melhor seria ter éle experimentado tam-        bém os estados místicos. i     33) Sia douto, conhecendo bem a teologia, em  particular-a teologia ascética, porque desta fórma ser-lhe-  -hão familiares as regras fundamentais da direcção (ib.).  Não quer a Santa padres de medíocre sciência, a quem  tudo assusta e cuja ignorância-a ela tanto danificou  (Cast. 5, 1). Quando .o confessor é piedoso e de bons  costumes é preferível não ter sciência nenhuma a pos-  suir uma sciência mediocre, porque nesse caso descon-        fiará das próprias luzes e tomará conselho com homem  de saber (Vid. Cap. v).        4.º) + A quarta qualidade que Santa Tereza exige  do Director, quando conduz as almas nas provações dos  estados místicos é a bondade. «Il certo que póde sub-  meter a alma a grandes sacrifícios, para que chegue a  triunfar dos seus defeitos, mas isso não impede que lhe  testemunhe interêsse e confianga e a console quando so-  fre... (Cap. xxur, 40).     «Sabe-se pela regra do discernimento dos espíritos  qual é o género de acção própria do bom e do máu  espírito; um consola e fortifica, o outro desvanece, per-  turba e abate. O Director, consócio do Anjo da Guarda,  deve regular por êste e não pelo adversário a sua acção;  é também o auxiliar do Espírito-Santo, cuja influência  .. consoladora tão bem descreve a prosa «Veni Sancte Spi-  — ritus», |     S. Carlos Borromeu diz por sua Vez: «Ita sancte  vivere studeat, ut poenitentes, non verbis solum, sed  exemplis quoque ad virtutum christianarum officia erudire  possit; neque ejus dicta a factis ullo modo dissentiant:  quanto enim magis omni virtute praecipueque charitate  paterna, zeloque salutis animarum ipse praecellentior erit,.  tanto aptius erit instrumentum bonitatis Dei (Inst. poen.        20 re vd : Fi DE | CONSCIENCIA *  2 act” p. 1v). Opus. èst" Sat ib tum scientiam. atque erudi- :  ` lionem, tum prudentiani studeat sibi, quantum potest .  ` pa (Ibid.). ^        “ Escolhos a evitar na Tr das almas        | sirna S, Calos Borromeu são: «à vanglória, a  cubiça, a curiosidade, e as -afeições humanas», a que : se  póde acrescentar a zélotipia.: o        : — Vanglória. Sie KEAR em certos padres.     PA cujo empénho e preocupação é ter grande  A clientela, ..; ambicionam até a reputação de «mangas     largas», de homens do mundo, de directores fáceis, có-  modos, passageiros! Até onde chega e até onde leva a  vaidade e a falta de a sacerdotal !        2.º — Cubiça. — No. intento de «levarem a água ao  seu moínho» ou de obterem recursos para os seus em-  preendimentos, ou ainda para atraírem a si liberalidades,     , de que disfrutaráo com certo:góso, descem miserâvelmen-.  te:a lisonjas e condescendências, que de fórma alguma     “se podem coadunar com a sã teologia; nem com o yer- -  .dadeiro zêlo... A estes, a: tão grande necêdade, que  diria o Apóstolo S. Páulo?! :        3.?— Curiosidade. — Póde levar a indiscrições, tor-        na odiosa a direcção e é origem de grandes perigos.  Quem o duvida? 3 2        . 4^ — Afeicóes humanas. Lima não tremer diante  dêste pensamentb PU A  Prender a si, à sua pessóa, almas que o padre devia  iate para Deus... cavar-lhes um abismo em vez de  as salvar, oh! insânia sem igual | «De tóda a conversa-  ção inútil, diz S. Vicente de Páulo, a mais perigosa é a  que o penitente houver com, o confessor; os bons con-  fessores só vêem os seus penitentes no confessionário $ `        NECESSIDADE DA DIRECÇÃO ^ | ^ ET        “desde que há familiaridade, perdém a graça e o talento  -para promoverem uma boa direcção». Faz-nos Santo  "Agostinho uma grave recomendação para nos conservar-  -mos de sobreaviso contra as afeições humanas e para  “nos prevenirmos contra seus perigos : T |     i «Amor spiritualis generat affectuosum, - affectuosus   ebsequibsum, obsequiosus familiarem, familiaris carnalem».        | 5.º — Zelotipia. — Como é ridículo o proceder de  “certos confessores ciosos, que visivelmente querem bri-  Jhar e até rivalizar pelo número e qualidade de seus peni-  tentes, e ao mesmo tempo empregam tôda a sorte de  expedientes para roubarem a clientela a outros confesso- '  res...; “e consideram grande triunfo terem o confessio-  nário sitiado por grande cópia de penitentesl... oh!  quanto os Santos temiam os sucessos que êles ambicio-  -nam e que acarretam tão pesadas responsabilidades |  Quem poderá calcular o grave detrimento que advém  para as almas de tão puéris e indecorosas contendas |        .. A quem são particularmente necessárias as qualida-  . des de bom Director?        “Aos Directores das comunidades religiosas.  As almas consagradas a Deus pela profissão religio- -  “sa estão mais particularmente obrigadas a tender para a  perfeição. ?     css Ora, algumas há entre estas, a quem Deus chama  . por vias extraordinárias à santidade, almas de eleição,  = que teem o direito a socorros exteriores que as façam  corresponder ao chamamento divino. E como a legisla-.  . ção canónica, pelo facto mesmo delas precisarem de dire-  cção séria e bem atenta, lhes restringe a liberdade na  escolha do Confessor, seria traír os direitos dessas almas  e os. de Deus, assumir o encargo de confessor ordinário  ou extraordinário, sem primeiro adquirir as qualidades  necessárias para tão nobre ministério. Eis como a êste  respeito se exprime Mgr. Lelong (Le bon Pasteur, Conf.        i25 7 67 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        I3): «Por isso, Senhores, o'vossso primeiro dever rela-  tivo ao ministério da confissão das religiosas, é formar  dele uma idéia elevada e tê-lo na mais alta estima, de  fórma que não ouseis ingerir-vos levianamente e sem  preparação neste munus sacerdotal. A vossa fé e zêlo  vos hão-de mostrar que os caminhos da vida religiosa,  cimos sublimes da perfeição, não são vias ordinárias, e:  que para conduzir por êles os outros seguramente, não  bastam guias inesperientes. . De sorte que sómente os.  que possam exclamar como o Anjo a Tobias: mov: et  omnia itinera ejus frequenter. ambulavi (Tob. v, 8)—  estes caminhos eu os conheço e muitas vezes os hei per-.  corrido» — poderão tomar sôbre si tão pesado encargo.        V— QUALIDADES DA BOA DIRECÇÃO        Deve ser: esclarecida, prudente, firme, caritativa e  diversificada, consoante as necessidades de cada alma.        1.º — Esclarecida; pois que for o Espírito-Santo  quem traçou o caminho que conduz à justificação e à  santidade, não póde o guia oficial da. viagem ser inspira-  do senão por Ele, como ninguém póde fugir às suas indi-  "cagóes, sem se perder. De nada vale, portanto, o que  pomposamente apelidam de «teologia do coração e do  bom senso ..» q  E’ nos livros sagrados, nos ensinamentos da Igreja,  na doutrina dos Santos, nos manuais autorisados da teo  logia, que se deve haurir essa sciência fecunda, sólida e  abundante, que será base segura nas decisões a dar, nos  conselhos, juísos e advertências. Sem esta formação inte-  lectual, acumulada à fôrça do estudo da teologia e dos  bons autores, ficará sempre o guia espiritual com a inte-'  ligéncia mais ou menos toldada de trevas, e a direcção  “não será, nem douta, nem esclarecida, verificando-se tris-  temente a palavra do Salvador: «Coecus autem si coeco  ducatum praestet, ambo in foveam cadunt» (Math. xv, 14)  E então, quantas hesitações, incoerências, decisões        +  QUALIDADES DA BOA DIRECÇÃO 23        arrojadas, conselhos arbitrários e quantas almas extravia-  das ou imobilisadas, por falta de direcção esclarecida |        2.º — Prudente. E’ a prudência uma sabedoria so-  brenatural, que leva o homem de Deus a discernir o jus-  to termo e a encontrar os meios mais aptos, as combina-  ções mais acertadas, para a santificação de cada alma. A  direcção prudente — a) evita a pressa imoderada, a atra-  palhação, a precipitação e as intenções reservadas ; b) re-  corre de contínuo às luzes da sciência e experiência, con-  tando antes de tudo com o auxílio da graça; vale-se com  habilidade dos socorros sobrenaturais e recursos naturais;  ao mesmo tempo, a sua grande fôrça é a oração e a mor-  tificação..., a reflexão e o estudo..., com o empênho  de descobrir e pôr em acção tôdas as energias que a za-  tureza e a graça proporcionam a cada alma.     Postas e realizadas estas condições, e aplicados êstes  elementos, terá o director garantia inegável de bom êxi-  to; mas falte uma ou outra e a sua obra ficará mais ou  menos comprometida: se falta a oração, póde Deus não  abençoar; faltando o jZ/uew, aliás a mortificação, a natu-  reza, falha de disciplina e sem freio, permite que trevas  densas anuviem o espírito e obscureçam o juíso; se a  sciência e a reflexão é que faltam, não há luz, nem clari-  dade no caminho a seguir; se ao penitente se não pres-  tam os indipensáveis socorros espirituais, ei-lo dentro,  em pouco, frio, tíbio, desalentado; ponha-se finalmente  de parte a natureza e seus recursos, e eis que se enfada  e paralisa o espírito, porque, como observa um piedoso  autor, «muitas almas ficam sempre as mesmas na pieda-  de, porque certos directores, aliás pios e cheios de zêlo,  se limitam pura e simplesmente a combater nelas a natu-  reza, em vez, de pensarem com ardor em a sobrenaturali-  Zar».  Asfixiar, pois, a natureza ou suprimi- -la, é nào só  érro, mas ofensa a obra de Deus; reprimir nela o mal e  cultivá-la no que tem de bom, é concorrer para a sua  glória e para a santificação da alma.     E de notar que para isso, importa estudar com cui-        24 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        dado, o temperamento, © NN as often dominantes  e até a educação primeira de cada penitente. (Concorda  perfeitamente esta doutrina: com o que ensina o Doutor  da Piedade, S. Francisco de Sales: «não quer (o santo)  que o Director de consciência derrube, esmague ou des-  trua a natureza, antes a estude e purifique, levando-a   pélos ensinamentos da fé até o sobrenatural; porque  Deus assenta sôbre as aptidões de cada um, o princípio e        d.base da santificação pessoal» (Método da Direcção de  | S. Fr. co de Sales).        3.º — Firme. — Dizem os Livros Santos que a divi-  na Sabedoria prossegue com fórça desde o princípio até  ao fim a realização da sua obra: «attingens a fin? usque  ad finem fortiter»; eis o modêlo do Director de almas:  seja forte, porque tem de sêr constante, afim-de paten-  tear incessantemente à alma a meta a alcançar e de a  impulsionar por um caminho, por vezes, emaranhado de  precipícios e dificuldades. Se assim não fôr, verá o seu  discípulo acobardar-se a: cada instante perante os obstá-  culos; se hesita e teme, perderá o equilíbrio e ficará sem  fôrças em face dos desalentos e passos titubiantes daque-  les que não só devia conservar adentro do bom caminho,  como impelir para maior perfeição. E’ indispensável sêr  firme... Calmo, mas ao mesmo tempo forte, deve qgue-.  rer enérgica, tenazmente o progresso do penitente; nào  obstante decepções e contrariedades, cumpre reavigorar  de contínuo, impulsionar resolutamente, e se tanto fôr  mistér, à imitação dos Ambrósios e Franciscos de Sales,  com um vigor todo apostólico, desanuviar os olhos dos  cégos... corrigir com veemência os imprudentes e frou-  xos... estimular sem condescendência as almas de alta  têmpera, «que Deus chama a elevada piedade e às quais:  “não desculpa faltas voluntariamente cometidas».        |^. 4.0 — Caritativa. — Com fórca e suavidade no em-  prêgo dos meios e prossecução do fim, procede diz a  Escritura, a divina Sabedoria, «disponens omnia suaviter»,        QUALIDADES DA BOA DIRECÇÃO | 25        donde vemos que a firmeza bem entendida deve reves-  tir-se de doçura e suavidade. Com a sua encantadora sim-  plicidade adverte-nos S. Francisto de Sales que é muito  mais fácil apanhar môscas com uma colhér de mel, do  que com um tonel de vinagre, por isso, O grande segrê-  do que êste Santo possuia em atraír a si as almas para  as conduzir a Deus, tinha o fundamento na sua inesgotá-  vel bondade, porque para insinuar a devoção, procurava  primeiro torná-la amável. Ora, esta bondade que arreba-  ta os. corações é tóda paciência, afeição, dignidade, abne-  gação e dedicação; desagrada-lhe tudo o que fôr excesso,  pelo que só se abriga na alma pacífica, serêna e tran-  quila; desvia instintivamente para o lado tôda a paixão,  que venha a viciar ou deturpar o coração; igualmente  distante da familiaridade que rebaixa e da rigidez que  repele, desconhece o rigor implacável e a indulgência  comprometedora... detesta, ora a severidade extrema,  ora a sensibilidade mesquinha e ridícula... trata com  deferência, mas conserva dignidade... sabe e intei-  ramente, mas sem nunca descomedir-se... inspira res-  peito e desperta confiança... torna-se agradável, não  pelo refinado egoísmo, que tenta conquistar afeições e  reconhecimento, mas porque o seu objectivo é tornar  suave um jugo que pesa e dilacera...; nunca despede a  alma que teve de escalpelizar com amarga censura, sem  primeiro verter no seu coração um bálsamo consolador  de incitamento e suave tranquilidade,        5.º — Diversificada. — Embora seja “sempre a mes-  ma nas linhas essenciais, deve a direcção ser variada e  até acomodada, consoante as diferentes espécies de pes-  sôas a que se refere:        1.º — Pecadores, almas tíbias, almas piedosas e al-  mas perfeitas,        2.º — Crianças, jóvens, estudantes, adultos e velhos.        3.º — Casados, celibatários, religiosos e sacerdotes.        26 j boosec y DE CONSCIENCIA  4.º — Pessôds de consciência recta.e pessÓas de con-  sciéncia pisse j     o 5º — Pessóas que ingressaram nos estados místicos,  e outras.     ; Nos capítulos subsequentes nos ocuparemos em par-  ticular destas diferentes classes de pessõas no que toca a  direcção espiritual. Por agora, transcrevemos, a propósito,  oque nos diz, em conformidade de idéias, S. Gregório,  papa : «Neque. enim. una eadem cunctis exhortatio con-  gruit, quia nos cunctos pat morum qualitas adstringit ;  saepe namque aliis prosunt... et medicamentum quod  hunc morbum imminuit, E virus jungit; et panis,  qui, vitam fortium roborat, parvulorum necat. Aliter  namque admonendi sunt viri, aliter foeminae, quia illis  gravia, istis vero injungenda. sunt leviora. Aliter juvenes,  atque aliter senes, quia illos.plerumque severitas admoni-  tionis ad profectum dirigit, istos vero ad meliora opera  deprecatio blanda componit. Aliter inopes, atque aliter  ocupletes;; illis namque offérre consolationis solatium  contra tribulationem, istis vero inferre metum contra ela-  tionem debemus». «Aliter laetos, atque aliter tristes; lae-  tis videlicet inferenda sunt Zristia quae sequuntur ex  supplicio, tristibus vero > inferenda laeta quae promittun-  tur ex regno».     «Aliter subjecti, atque. aliter praelati, illos ne subje-  ctio conterat, istos ne locus superior extollat; illi ne mi-  nus quae jubentur impleant, isti ne plus aequo jubeant  quãe compleantur; illi ut humiliter subjaceant, isti ut  temperanter praesint». «Aliter sapientes, atque aliter he-  betes; illi admonendi sunt ut sciant amittere quae sci-  unt, isti, ut, appetant scire quae nesciunt.     . Aliter impudentes, atque aliter verecundi; illos  namque ab impudentiae vitio increpatio dura compescit,  istos autem plerumque ad melius exhortatio modesta  componit».     . Aliter impatientes, atque aliter patientes; illi dum,  reponere spiritum negligunt, per multa, etiam: quae non        QUALIDADES DA BOA DIRECÇÃO 27        appetunt, iniquitatum abrupta, rapiuntur, quia mentem  impellit furor quo non trahit desiderium. Isti studeant  diligere quos sibi necesse est tólerare, ne si patientiam  dilectio non sequatur, in deteriorem odii culpam vitiis  ostensa vertatur».     Aliter benevoli atque aliter invidi: dicendum est  benevolis ut cum proximorum facta, conspiciunt, ad suum  cor redeant, ne bona laudent et agere recusent...  . Admonendi sunt invidi, ut perpendant quantae coecitatis  sunt, qui aliena exaltatione contabescunt; quantae infe-  licitatis, qui melioratione proximi deteriores sunt».     Aliter humiles atque aliter elati... Audiant humiles  quam sint aeterna quae appetunt, quam transitória quae  contemnunt.     Audiant elati quam sint transitoria quae ambiunt,  quam aeterna quae perdunt».        CAPÍTULO SEGUNDO  “Código fundamental da Direcção de Consciência        I—- DISPOSIÇÕES GERAIS QUE IMPORTA CONSE-  GUIR DOS PENITENTES .        São quatro: — Sinceridade perteita, plein de .  oração, — generosidade, — e docilidade.  . Se faltar uma ou outra destas qualidades, verá o  confessor frustrado o seu zélo e constatará com mágua.  que trabalhou”em terreno estéril. . |        Sinceridade Deren        1.º — Porque é necessária ? —  | a) porque faltando ela voluntariamente, arrasta  muito naturalmente para o tremendo crimé de sacrilégio;  ora êste é o maior dos obstáculos à vida da graça, pois  coffverte em veneno os dois principais remédios das mi-  sérias humanas, a Penitência e a Eucaristia; por isso  mesmo, torna totalmente improfícua a direcção espiritual.        " E     ../ 5) — Em assuntos menos graves, mas atinentes à di-  recção, a falta de sinceridade induz a êrro mais ou me-  nos grave o guia espiritual, e daí procedem muitas vezes,  “as decisões erróneas, desacertadas e até nocivas. Diz a  êste respeito S. Francisco de Sales: abri com sincerida-  de e fidelidade o vosso coração (ao Director), manifestai-        DISPOSIÇÕES GERAIS 29        -ihe claramente o bem e o mal, sem disfarce, nem dissi-  mulação; desta arté será o bem examinado mais cuida-  “dosamente, o mal corrigido e prontamente reparado;  tereis conforto nas aflições e moderação nas consolações  (V. devota, 1, 4).        “2.º — Sua extensão. —        a) Sob pena de sacrilégio, (é doutrina da Igreja) é  obrigado o penitente a declarar em confissão — à parte  “o caso de obstáculos invencíveis, extrínsecos ao Sacra-  mento — todos os pecados mortais, certamente: cometidos,  que, após sério exâme, acuse a consciência, com indica-  ção para cada falta, do número de vezes, exacto quanto  possível, da éspécie e circunstâncias que a mudem.        b) Além disso, das mencionadas palavras do Dou-  tor da piedade se conclui que o penitente deve levar o  director espiritual ao conhecimento de tôdas as suas dis-  posições interiores, como sejam faltas principais, dificul-  dades, tentações, inclinações, esforços, éxitos e revézes,  emfim todo o movimento da sua vida interior.        3.0 — Como conhecer a falta de sinceridade.        Se Deus concede, por vezes, aos Santos o dom de  lêr no. íntimo dos corações, aos sacerdotes de vida inte-  rior não recusa as graças de estado, necessárias para O  desempênho cabal do seu ministério e até no que respei-  ta ao caso presente, o dom de discernir as consciências.     Demais, a prática contínua de lidar com as almas,  confere ao director sagáz e experimentado, tal como  acontece aos já idosos cultores da medicina, dados bas-  tantes para um diagnóstico fácil e seguro.     Emfim, aos jóvens directores de almas apresentamos  alguns sinais, mais ou menos certos, da nào sinceridade  do penitente; é caso para supór reticências culpáveis-— |  a) quando pessóas de vida evidentemente pouco fervorosa        i .        30 DIRECÇÃO DÉ, CONSCIENCIA j        se? "apresentam na vok ialo. com enfado manifesto,  para só acusarem uma 'óu outra falta, de ordinário, insi-  gnificantes; 4) quando, sem piedade verdadeira, teem  quási sempre a mesma fórmula de acusação, ainda que  enredadas em sérias dificuldades interiores; fazem as  declarações muito ao dé leve, truncando-as até,.e tudo  resumem numa recitação maquinal, sem nunca necessita-  rem um conselho ou elucidarem uma dúvida”, <) quan-.  do pessõas, exteriormente exemplares, se absteem, num  meio onde é notável a freqüéncia dos sacramentos, de os  procurar com assiduidade, podendo fazê-lo sem dificulda-  de; d) quando pessõas, aliás pouco timoratas, se apre-  sentam contra o costume inquietas e sobressaltadas e afi-  nal apenas proferem as banalidades usuais das outras  confissões; e) da mesma fórma aquelas que sem serem  escrupulosas, se perturbam - ey confundem, ao ouvirem  falar com calor sôbre as verdádes eternas, novíssimos,  sacrilégios — ou ainda, em casos idênticos, simulam não  ouvir o pregador; f) também as que, longe de passa-  rem pela provação das sccuras espirituais, manifestam  pronunciado tédio pela oração e actos de piedade; g)  finalmente, quando pessóas na 'aparência piedosas e cons-  tantes por carácter, se mostram, ao contrário, versáteis  na escolha de confessor, ou preferem quási sempre con-  fessor desconhecido. |        — Que cumpre fazer para conseguir a since-  ridade em e        a        Deve o director: a) conquistar a confiança dò pe-  nitente por um porte digno e reservado, bondade pater-  nal, discreção sem limites e inflamada piedade; b) faci-  : Wlar-lhes as comunicações custosas, evitando ao ouvi-las  espanto, admiração ou descontentamento; mostre, pelo  contrário, bondade tanto maior, quanto mais custosa fôr  a confidência particularmente tendo a seus pés almas  tímidas, pusilânimes...     Chegue mesmo a felicitar discretamente o penitente        | DISPOSIÇÕES GERAIS 21  por sinceridade. tão louvável, e a significar-lhe mais esti-  ma e simpatia; c) ao mesmo tempo, fará por conseguir  a abertura plena do coração, mediante perguntas bem  “escolhidas e bem postas;     | Quantas vezes ficará gurpreendido por revelações  inesperadas, se souber interrogar com arte e propósito!     Se assim não fizer, se apenas se contentar com as  acusações que espontâneamente lhe fizerem, sobretudo  tratando com almas pouco comunicativas ou que vivam  em meios isolados, colherá muito frívolos resultados, bem  como pobre e estéril será o seu trabalho. Cumpre por-  tanto, indagar minuciosamente, porque há pessóas, que,  parecendo aliás mui sinceras, apenas levantam — em ma- `  téria de castidade particularmente — a ponta do véu, que  encobre as suas misérias, e não vào mais adiante, se o  confessor lhes não estende a mão para as desvendar com-  pletamente...     Será ignoráncia?... dificuldade de expressão?...  falsa vergonha ?.     As causas pódem ser muitas, mas o certo é que o  facto se dá freqüentemente; d) recorrerá á oração e  mortificação, para que Deus lhes conceda a graça da  humildad y fuerte coraje para triunfar sobre el miedo vano y  vana repugnancia que experimentan al confesarse.        espíritu de oración  1º - Es necesario para todas las almas.        Dado que Dios es el principio de toda vida espiritual,  nadie podía caminar hacia Él, ni avanzar en la persecución.  característica sin Su competencia, es decir, sin la ayuda de la gracia.  Ahora bien, es una ley general de la Providencia que la gracia solo se otorga.  se le da a quien lo pide con insistencia, “gui petit, accipit”.  Exhortar, por tanto, y llevar a las almas a la práctica de la oración,  es provocar la intervención de Dios y garantizar la primera  condición de progreso: «cuánto magis Pater llevar da-  bit spiritum bonum petentibus se '. del alma que descuida        Fn.        32 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA     a: oración por el contrario, no hay nada que esperar, para mejor  que son sus cualidades y disposiciones naturales:  «Sine me nihil potestis facere». Verdad fundamental, que  San Alfonso lo resume en estas palabras: «lo que ahora salva-  -S €, lo que no reza, se pierde ».        2º - ¿Qué es el espíritu de oración?     El espíritu de oración es un estado del alma que  está dispuesto a volverse a Dios fácilmente para obtener su  ayuda. O     El que tiene el espíritu de oración, se parece al <  niño, que ante el peligro o la necesidad  urgente, levanta afligir los brazos a los tuyos. madre mendigando  refugio y búsqueda de refugio.     Pero, como dice Nuestro Señor, el espíritu de  oración en muchas palabras: «oraciones nolite mul-  tum loqui, etnia sicut: putante, quod en multiloquio suo  exaudiantur (Matemáticas vi, 7). Sin embargo, tenemos que hacer la se-        Siguiente        `~ Nota: Si por ahora insistimos en que el  La oración debe ser breve, aunque frecuente, no es que conste  testemos à oração prolongada valor ou importância, pois  esta mortifica mais as nossas faculdades, favorece o reco-  lhimento interior, tranquiliza a alma e dispóe-na para o  espírito de oração: e por isso que nos desprende das  coisas da terra pela união mais íntima com Deus, consti-  tui uma homenagem mais digna, excelente e completa  para com a divindade..;; nào se póde todavia impór  indistintamente a tódas as almas, por nào ser essencial à  vida perfeita.     Qual é o Director — que Sobrecarrega com  práticas de piedade indistintamente os penitentes, sem  atender que, ora vai de encontro ao cumprimento dos  deveres do seu estado, ora os precipita por excesso de -  fadiga, no aborrecimento e tédio: espiritual? E’ êrro la- .  mentável exigir muito nos começos da vida espiritual,        DISPOSIÇÕES GERAIS 33        porque os longos exercícios de piedade, por reclamarem  grande esfôrço, levam ao desalento e farão, talvez, aban-  donar uma piedade muito bem encetada.        3.º -— Expedientes para conseguir o espirito de  oração.        a) Instruir o penitente sôbre a necessidade da gra-  ça e a importância da oração.     Estes dois prificípios teológicos são o éco das pala-  vras do Salvador: «Sem mim nada podeis fazer» ; — «O  que pede, recebe, o que procura, encontra, e ao que bate  abrir-st-há»; verdades que é preciso persuadir a cada  alma e relembrar muitas vezes, porque, transformadas em  convicções, dão impulso e estimulam a recorrer continua-  mente a Deus.        b) — Sugerir invocações breves, fáceis, que lembrem  à alma as suas misérias e resumam as suas necessidades.     Temos no Evangelho grande cópia de tais invoca-  ções, e, nos livros de piedade, boa resênha de orações  jaculatórias: «Senhor, tende piedade de mim ! Senhor,  se quizerdes, podeis curar-me... Senhor, aquele que  amais, está enfermo... etc. etc. i     c)— Levar pouco-a-pouco o penitente ao emprêgo fre-  qüente destas jaculatórias: Primeiro, fidelidade às ora-  ções tradicionais: oração da manhã, da noite, antes e  depois das refeições... ; se não a fórmula completa des-  . tas orações, ao menos um Padre-Nosso muito bem reza-  do, um sinal da cruz com fé ardente e piedade, etc.; de-  pois, a intervalos, durante o dia, tódas as horas .. meias  horas. . quartos de hora... etc, e particularmente  nas tentações e contrariedades, a prática das jaculatórias.        d)— Actos externos de piedade, fáceis de praticar:  Colocar a mão sôbre o peito como prova de amor de  Deus,... erguer rapidamente os olhos ao céu,... bei-        34 | DIRECÇÃO DE-CONSCIENCIA ^        jar o crucifixo,. « . olhar pata. êle contemplativamente,... es        saúdar uma imágem' piedosa... descobrir-se diante duúma-        igreja, duma cruz, etc... Tudo- sta reavigora os sentimen:        tos interiores, prende à atenção, facilita a oração e, reas"        gindo sôbre o interior, “alicerça firmemente o espírito de  oração. E’ de notar que, nestes exercícios, a singularis  dade e a afetação devem banir-se implacávelmente.  é     e) — Cercar-se di ambiente impregnado de siela:        objectos piedosos, imágens;... no quarto, no: trabalho,        nos livros... que lembrém saudáveis pensamentos e  transportem para Deus. |        O — Interroga 4 0 > penitente silibra: os «esforços que        tem feito e os resultados que tem colhido no. exercício .        das práticas aqui enumeradas e acostumá-lo a declarar-se  a êsse respeito. :        / Generósidade ,        — Importância.        e        | Na obra da antai e —ÀMÓ dá Deus o pris /  meiro passo, esperando depois a nossa cooperação. Cada:  graça que nos concede, exige, sem falta,,o nosso. concur- -  so, de sorte que a acção de Deus € a nossa teem de sêr  inseparáveis e marchar conjuntamente, para que seja ao  mesmo tempo sobrenatural e meritória a prática da pie-:        - dade.        Ora esta correspondência da nossa . parte, exige. e.        fôrço e portanto .generosidade.        Lá diz o autor da Imitação de Cristo: «tanto maior ;  será o progresso espiritual, quanto maior violência vos |         fizerdes a vós mesmos».        Póde o Director ser sábio e santo, se a alma é pre-                guiçosa e indolente, nunca obterá resultado; se, ao con-.        trário, é pronta a todos os | sacrifícios, progride, admiràvel--        mente,        DISPOSIÇÕES GERAIS l 35  º — Como conseguir esta virtude?        Cumpre: a) — Activar fortemente a vontade, por  motivos que a comovam e arrastem, isto é, criar nela con-  vicções profundas, despertando os sentimentos nobres  “que em gérmen possui o coração. Além dos motivos ge-  rais que levam a praticar o bem e a cuidar com empê-  nho na santificação, persuadir os motivos especiais, que  levam ao exercício de tal ou tal virtude, à observância de  tal ou tal dever.: Os nobres sentimentos do belo, da  dignidade, do amor, por um lado, —e sanções ou peni-  tências habilmente escolhidas, tal leitura, meditação da  Paixão de Jesus, etc., por outro, -- conjugando razões. e  sentimentos, levarão a alma a considerações e estímulos  fortíssimos para a virtude. Se a isto acrescem calorosas  exortações do Confessor, incendem-se de comoção e de  fôrça o coração e a inteligência, e a alma é arrojada para  as resoluções mais sinceras e magnânimas.     Renovando êste processo por motivos diferentes e        variados, mais arreigado se tornará o espírito de genero-  „sidade. !        b) — Despertar de contínuo no penitente a actividade  espiritual por resoluções precisas, práticas e apropriadas,  consoante as suas fôrças e género de vida... e inquirir  de cada vez àcérca dos esforços realizados...; assim        exercita e habitua a vontade e torna prestes a generosi-  dade.        c) — Secundar com palavras de incitamento o esfôr-  ço do penitente; um elogio discreto dá nervos à alma.  A natureza humana já de per si necessita de ser reani-  mada pela aprovação; por isso quantas vezes virão a  caír no abatimento e inércia, as almas, se de tempos a  tempos o confessor as não retempera com testemunhos  de satisfação | Cuidado, entretanto, com o amor próprio  e com as afeições naturais ! Por isso julgamos mais pru-  dente e útil convidar a alma a dar efusivas graças ao Se-        ^        de 6 DIRECÇÃO: DE CONSCIENCIA        cá - pelos êxitos alcadçádos e gragas obtidas. e mesmo  lhe como penitência: sacramental exercícios de re-  ento e acção de graças.        | Docilidade        E necessária, porque sem ela é inútil e baldado  todo o esfôrço do confessor. . De que vale estudar bem o  interior da alma, sondar as suas necessidades, mostrar-  -]he claramente o seu estado, fazer-lhe as precisas adver-  téncias, traçar-lhe consciencioso plano de vida, se, por  falta de docilidade, ela fica aom as suas idéias e senti-  mentos e seguindo a própria vontade?:.. E 'contu-  do o que acontece a tantas almas que passam por piedo-  sas! Se nào estão em conflito declarado com o contes-  sor, teem a habilidade e astúcia de o arrastar ao seu  modo de vêr e ardilosamente lhe ditam a decisão a  tomar... Infelizesl nunca lhes será aplicável a palavra  da Escritura: «Vir obediens Toguetur vi victorias».     Para conseguir esta virtude é preciso: 1.º) — Per-  suadir da necessidade primordial da obediéncia, arreigan-  do. no espírito esta „convicção : só ei obediência se  pode alcançar o céu. - as .     2.) — facilitar a sua aquisição, c conquistando a sim-  patia do penitente por uma bondade tóda paternal e de-  dicação sem limites. > "     3.º) — Não fazer imposições excessivas: o superior  que T lc os limites do mando, nunca terá autorida-  de rea].     7 4.º) — Quando haja de impór um scele. pesado,  sind a alma com palavras mais ardentes para senti-  mentos dignos e magnânimos. (        RON        2a God  ^        5.) — Não esquecer nunca que o mai com fir-        f P3 i        VIDA SOBRENATURAL 37        meza e suavidade opera sôbre a vontade saudável suges-  tão e infunde no espírito uma fôrça misteriosa, cujo efei-  to é a mais humildé submissão.        II — PRINCÍPIOS GERAIS QUE REGEM A VIDA  n SOBRENATURAL s     Deve conhecê-los o confessor, porque são faróis lu-  minosíssimos, que projectam raios abundantes sôbre as  tortuosas vias da vida espiritual. Sem estes princípios, e  portanto sem orientação, seria facílimo perder-se no la-  . birinto assaz complicado, das leis que regulam a direcção  das almas. Importa, pois, estudá-los :        1.º— Princípio primeiro: A lei primordial da vida  interior é a «contormidade perfeita, absoluta, quanto  possível, com a vontade de Deus».     - As leis que observa a vontade divina com relação  às criaturas, são as que devem regular a nossa atitude  para com elas. é '        a) — Quando Deus manda, prescrevendo ou proscre-  “vendo o uso de tal criatura, urge obedecer invariavel-  mente; é uma obrigação, que pésa sôbre a nossa liber-  “dade: grave, se da violação resulta rompimento absolu-  to de relações com Ele, Zeve, se apenas as arrefece.        b) — Quando Deus aconselha, é convenientíssimo  obedecer aos seus desejos, porque Lhe procuramos gló-  ria, fazendo-o, e adquirimos perfeição e merecimento. ,        c) — Se, por excepção, quer por intervenção directa  da sua Sabedoria, quer, como mais vezes acontece, pelo  curso natural das causas segundas — cujo exercício regu-  la soberanamertte — Deus nos coloca em situações inevitá-     x veis, ső temos a curvar-nos respeitosamente perante as  suas determinações, paternais e sapientíssimas.     Em resumo, é indispensável a conformidade absoluta.        38 DIRECÇÃO DE: CONSCIENCIA        com a vontade de Deus, tanto na acção (mandamentos e  conselhos), como no sofrimento, as duas asas potentes,  que num vôo ininterrupto nos transportam ao céu.        Demonstração. — A propriedade essencial e primá-  ria da vida, é apoderar-se do Ser que anima e conduzi-lo,  de degráu em degráu, à perfeição de que é susceptível.  Na vida espiritual é função principal elevar o homem  até à expansão plena do seu.ser, na glorificação do seu  Creador. Glória divina e perfeição humana, eis O' seu  termo:' glória divina, fim principal e necessário «omnia  propter semetipsum operatusgest Deus» — perfeição efe-  licidade humana, fim subordinado e anexô livremente: ao  primeiro por uma união indissolúvel, graças às admirá-  veis disposições da divina vontade, Mas, para o ser inte-  ligente, o que é glorificar a Deus, senão mergulhar-se na  sua essência infinita, fazer dela o centro da própria vida  — e das perfeições divinas o: termo* de tôdas as aspira-  ções e esforços... Conhecefestas perfeições, admirá-las,  deliciar-se nelas, desejá-las e rotura com o auxílio 'da  graça; reproduzi-las em nós, até que a glória.eterna nos  confirme na sua posse plena, tal é o esfôrço supremo  duma vida sàbiamente ordenada! Tôdas as outras cria-  turas, cada qual na sua.eslera, devem ao mesmo tempo  associar-se ao homem, na aquisição final dêste bem su-  premo | x  E qual é a medida desta comparticipação das cria-.  turas?, S6 a divina Sabédoria a póde determinar, e, de-  terminada, ao homem só cumpre tomá-la como regra de  vida, o que equivale-a repetir: tôda a vida espiritual se  funda no princípio da conformidade absoluta com a von-  tade de Deus... Elevar-se para: Deus, com intermitén-  cias, é sinal de vida espiritual débil e remissa; mergu-  lhar-se, perder-se, abismar-se decididamente nas divinas  perfeições, eis, na sua essência, a vida” sobrenatural e  perfeita !        2.º — Função primária da actividade espiritual.        VIDA SOBRENATURAL 39  E' dupla esta função e portanto duplo o        Principio segundo: a) Fazer das criaturas uso  prudente, servindo-nos delas segundo as indicações divi-  nas e émquanto, aproximando-nos de Deus, contribuem  para o complemento sobrenatural do nosso ser ;        = &) imprimir progressivamente às faculdades  morais: a devida preparação, para que se prestem,        "sem obstáculo, á acção da alma, no uso das criaturas,        VIE        ^em ordem a Deus.        Comparação. — Para compreensão palpável e con-  creta desta teoria, imaginemos a nossa alma a construir,  sob a vigilância de Deus, a escada pela qual quer subir  ao céu; os degráus vai-os colocando um por um, à mes  dida que sóbe, mas, um aqui outro acolá, vê colocá-los.        “o próprio Deus, — e estes são os acontecimentos e con-        trariedades que a Providência envia — ; +a alma aceita-  -os, sobe por êles; vai a colocar os que faltam até ao  fim e escolhe-os dentre as criaturas, preferindo umas e  regeitando outras, conforme as indicações que a graça  inspira.        - 3º — Disposição fundamental da vida espiritual.        « Principio terceiro: Æ’ basilar ma vida espiritual  a indiferença com respeito às criaturas.        Trata-se evidentemente da indiferença antecedente,  isto é, que precede as inspirações da graça, porque ces-  sa imediatamente, logo que Deus convida a vontade a  pronunciar-se por tal ou tal objecto. Dotada de tão san-        ta disposição, a alma parece esquecer-se das inclinações        da sua natureza e recusa inspirar-se nos encantos das  cousas criadas.     . Emquanto Deus lhé não significa a sua vontade e  não indica as criaturas destinadas a seu uso, olha-as :a        IU E 35  x 4 *        40 DIR ECÇÃO p WADE        tódas por igual: riqueza “ou “pobreza, a alegria ou dôr,  glória ou abjecção, não se pronuncia para um lado, nem  para.o outro, deixa a:selecção ünicamente ao Golleradó  Senhor, em cujas mãos se abandona filialmente. !     Razão. — No plano geral:da Providência, cada cria-  tura. tem no mundo, utilidade:própria e função peculiar;  a cada uma marcou à divina Sabedoria o seu lugar, coor-  denando-as entre si, consoante as necessidades e aptidões  recíprocas e segundo as exigências do próprio fim. Des-  locar uma dêsse lugar é lançar a' desordem no plano da  - Providência e frustrar a obra de Deus.     E' evidente que nào “pertence ao homem corrigir as.  divinas disposições, como seria loucura*da sua parte  querer auferir delas uma utilidade que Deus lhes não ou-  torgou. Não deve, portanto, alimentar prefeténcias, isto  é, cumpre tornar-se indiferente a tôdas.     . Estes princípios expõe-no-los Santo Inácio admirà-  velmente: o homem foi criado para conhecer, amar e  “servir a Deus; tal é oJseu fim, e, reälizatido-o; tem. o  ceu “assegurado. 2"     - Os outros seres, colücidos em volta do homem, são:  os meios para O conhecer, amar e servir, de sorte que  .deve utilizar-se deles, emquanto favorecem, e abster-se,  “quando estorvam a prossecução dêsse fim. Daí em nós,  a indiferença mais completa pelas criaturas: doença ou  saúde, riqueza ou pobreza, vida prolongada ou breve,  honra ou humilhação, tanto nos vale, porque o objectivo  é só um: considerar as:coisas criadas unicamente como  meios para o fim último. ,        | I1 — MEIOS S GERAIS* QUE COADJUVAM 0 PRO-  GRESSO ESPIRITUAL        São tudo aquilo que secunda a alma na sua acção e  esfórgo para se elevar até Deus, procurando-Lhe maior  glória, pela conformidade com o seu beneplácito. Co-  muns, mais ou menos, a todos os estádios da vida sobre-  natural, há-os de duas Categorias: 1.º — uns, que activam .        FUGA DAS OCASIÕES 41        e impulsionam os dois agentes íntimos da santificação, —     a graça e a vontade, —a saber: os sacramentos, os exer-  cícios de piedade e o ambiente favorável; 2. 9 — outros  que desembaraçam dos obstáculos, que podem estorvar a  actividade espiritual, e são: a fuga das ocasiões, a luta  contra as tentações, a mortificação, à repulsa das ilusões  e preconceitos e finalmente a paciência nas tribulações .  Comecémos por estes últimos.        €-        VR |.—FUGA DAS OCASIÕES        A.— Da ocasião em geral        Ocasião de pecado é tôda a pessÓa ou coisa, que,  por qualquer fórma nos leva a ofender a Deus. E' pró-  Xima, quando atrasta para o mal com tal violência que  só com muita dificuldade e, portanto, em circunstâncias  raras, se póde superar; doutra sorte a ocasião é remota.        I." — Motivos que tem o Confessor para combater  as ocasiões de pecado : a) —o primeiro apresenta-o o  Evangelho : «et si oculus tuus scandalizat te, erue eum  et projice abs te...> — Quando a própria Bondade pro-  feriu tão severas palavras, poderá o ministro de Deus        “tergiversar e deitar-se em comprometedora inércia?...        b) — O confessor é o pai espiritual das almas, que        - Ihe estão confiadas, de sorte que deve procurar-lhes todo        to  .-        o bem, com o desvelo duma mãe, cheia de ternura e de-  dicação para com seus filhos; ora, todos sabem quanto  as mães são solícitas e pressurosts em prevenir os peri-  gos que possam ameaçar a prôle: intrépidas em os com-  bater, hábeis em os desviar. Eis o modêlo que deve imi-        «tar o pai espiritual: mal o perigo apareça, seja solícito        en derrotarlo; de lo contrario, será comparable a la madre que,  acaso, dejar al bebé en manos del niño  nefasto, que lo envenena, el arma cruel que lo hiere o) el        brasero devorador, que podría encenderlo.        42 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA     2o - De los penitentes-con motivo de: pecado T  'Q) —Para remediar el mal, es: debo saberlo; por  esto por serias razones | suponer al penitente en  En la próxima ocasión, es importante investigar detenidamente, hasta  si: adquirir certeza: a) si de hecho, concluye para la gravi-  idoneidad de la ocasión y advierte que debido a las pasiones y pre.  conceptos, el penitente los disimula o los ignora, declara        "Investigue inmediatamente el eru porque sería un crimen dejarlo  en tu inconsciencia;        c) - Bajo pena de negarle la absolución, obligarle a  retirarse de la próxima ocasión, si es posible; como es indis-.  posición seria, que irrita la absolución, permanece  en peligro inminente de ofender a Dios.     +     d) - Si el penitente no pudiera, sin serios inconvenientes,  que llegue la ocasión, es necesario emunificarla fuertemente  obligándolo a emplear los medios necesarios y eficaces.  ''> zes contra influencias peligrosas, a fin de evitar sin-     “Pre caída mortal, porque Dios no fallará con gracia para        que hacen todo lo posible. -.        (0 4) - En cuanto a ocasiones menos graves, estimular la  dispuesto a evitarlos tanto como sea posible; apelar a su ge-  generosidad, mostrándole lo noble y digno que es y la  al mismo tiempo, un acto de respeto y veneración por el  Dios, evita todo lo que pueda ofenderte.     Es un acto de celo, de hecho, ayudar en peligro  el alma, con todos los medios para salvarla.     © Que un teólogo, hablando de la elasticidad de los principios  cípios para mitigar certas “obrigações, forneça ao Confes-  sor Opiniões seguras para, em casos perplexos, absolver-  tranquilamente, . admite-se e até é digno de lou-  vor .. |     Mas, valer-se de tais opinióes para delis na inércia e.  “expostas ao perigo, as álmas' que tem o dever de salvar,  é compreender muito mal a sua obrigação.        + “  4        FUGA DAS OCASIÕES 43        B. — Da ocasião em especial  i; Daneas e bailes        1.º — Danca é uma combinação mais ou menos con  picada e engenhosa de passos e movimentos, executados  segundo regras bem definidas. Neste sentido constitui  uma arte, assim como a música, a poesia, a pintura, etc.     Explica-se pelo instinto da nossa natureza, que nos  leva a manifestar exteriormente por tôdas as fórmas, as  impressões fortes da alma — e revela-se esta tendência  particularmente nas pessõas muito impressionáveis, nas  quais a imaginação suplanta de ordinário a razão. Póde  significar alegria e póde ser um exercício de gimnástica:  entre os Antigos, e em particular entre os Hebréus che-  ..gou;mesmo a constituir uma prática do culto.        2.º —-Por sua parte, os bailes são formados pela  reünido de muitas bessóas que dançam. Ha-os de várias.  espécies: batles de família, bailes públicos, bailes de más-  caras, bailes de cerimónia, bailes de quermesse, bailados,  etc. | s        Motivos que tem o Ditector para retirar os peniten-  tes dos bailes ;        1.º — Certos bailes são inteiramente proibidos, por-  que constâmide danças ilícitas.        Tais, em nossos dias, grande número de danças,  porque exigem movimentos e gestos, que a Moral apon-  ta como ocasião próxima de'prazeres lascivos. Pois, se  Santo Afonso taxa de pecado mortal um apérto de mão     "demorado, o que não diremos dos abraços, tactos e con-  ; tactos de tôda a espécie, que exibem as danças moder-  nas? Quem poderá afirmar que não são dé molde a  - excitar vivamente as paixões, mórmente entre pessõas  “que se amam loucamente ou naquelas que são frágeis        44 | DIRECÇÃO “DE CÓNSCIENCIA P P  A        sob o ponto de vista ‘da cástidade?" São. movimentos e.  atitudes, que despertam tôda a sorte de pensamentos im-  puros, desejos, imaginações e impressões, que são oca-        siáo eminente de pj jdo e a negação completa da virtu-  de da castidade. Due fe a                 2º— Outros bailes, ainda : que não admitam danças  em: si condenáveis ou proíbidas, fazem-se acompanhar”  por tal concurso de circunstâncias funestas e capciosas,  que: se não podem potni i sem motivo grave e sólida  garantia.     São dêste género os qué. actualmente se realizam  entré nós sob o nome de quermesse.     Outrora, quando as dariças não permitiam “uma        aproximação tão imediata dos dois sexos, e se exibiam” :        de dia, em presença de pessÓas respeitáveis ou honestís- .  simas, não admira que houvesse indulgência a seu res-  peito; mas, hoje, os bailes populares admitem uma 270-  miscuidade revoltante, são o chamariz de paixões'impu-  dentes, ávidas de se saciarem e tomam ainda o carácter  de sessões nocturnas. Ali tudo conspira contra a virtude;  com a entrada livre, seja para quem fôr, hão-de forçosa-  mente aparecer grupos e indivíduos, cuja licenciosidade  desenfreada, menosprezando as leis da modéstia e do re-  cato, espalhará finalmente por tóda a assembleia uma:  atmosfera de imoralidade e torpeza.     Osculos e abraços, meneios e desenvolturas, não só     *equívocos, mas indecorosos, expressões ambíguas ou tor-  pes, eis pábulo eficacíssimo para a expansão plena de  todos os vícios.     E que dizer, —— de tudo isto, das retiradas  oportunas ou fitícias e da' conivência da própria noite?  Num ambiente sufocante, devido 4 muita lotação, é fácil  umj pretexto para saír a respirar um ar mais fresco, a  tomar uma merenda ou qualquer bebida, e, àparte do  público, na solidão e nas trevas, nada póde conter o im-  peto dos apetites desregrados..     A música em acordes. voluptuosos e as bebidas em        *        FUGA DAS OCASIÕES ! 45        excesso, longe de atenuarem o perigo, antés excitam  mais os sentidos, inflamam as paixões, entorpeçam a con-  sciência e confundem a razão.     = Juíso éste rigoroso, é certo, mas que a experiência  “obriga a formar e que ainda deve sêr reforçado de seve-  ridade para sos bailes das alcovas e tabernas. Nem mes-  mo os bailes de cerimónia são isentos de censura; con-  cedendo embora que deles sejam banidas danças imodes-  tas e que a qualidade das pessóas que assistem seja ga-  raritia para as leis do decôro, o espírito mundano que aí  se respira, os trajes demasiado livres, quási pagãos, im-  primem aos divertimentos um tal colorido de sensuali-  dade, que é impossível nào melindrar a mais delicada  das virtudes.        3.º — Emfim, supondo que, lechando os olhos aos  tristes dados da experiéncia, e concedendo à pobre natu-  reza humana a elevação de virtude, que de facto perdeu  pela queda original, encontramos princípios teológi-  cos para julgar sem rigor e tranquilizar a consciência dos  apaixonados pelas danças, deveria o confessor digno  abster-se de aplicar com alarde tais principios; - longe  dele o intuito de conciliar por éste meío a estima e os  favores dos mundanos e adquirir a reputação (às vezes  tão desejada |) de homem do seu tempo.     Cioso antes da glória de Deus e bem das almas, não  exponha os penitentes -ao perigo das danças; e se  muitas vezes o. apodarem de intransigente e exagerado,  console-se por ter consigo honrosa companhia: «das  danças e bailes, escrevia S. Francisco de Sales, só digo  o que dos cogumelos dizem os médicos: os melhores  não prestam».     E, de facto, abstraindo já dos escolhos que nesses  divertimentos encôntra a pureza, quantos obstáculos a  uma vida sinceramente cristã] o luxo imoderado, a dis-  sipação contínua, a sobreexcitação da imaginação e dos  sentidos, a ância louca de prazer e daí o'tédio pelas coi-  sas sérias e sás, como podem conciliar-se com a vida de        E        46 ` DIRECÇÃO DE“ CONSCIENCIA        piedade e recolhimento, com as emoções tão puras e sud-  ves da alma em união com: Deus?! Não! Deus não  póde abrigar-se em corações habituados às sensações  mundanas, .predispostos a tôdas as seduções e prazeres  dos sentidos ! | à =     Corolário: Resume Mgr. Gravez os princípios que  acabâmos de expôr nos seguintês termos: «Cum choreae  nunquam sint ab omni periculo immunes, syuneri suo  deesset Confessarius, qui suos. poenitentes? quibusvis  choreis avertere mon satageret. Si monitis €. hortationi-  bus non obtemperent, attendat tum ad periculum perso-  nale sui poenitentis, tum ad rationes quae eum ad assis-  tendum choreis impellunt. Si periculum sit grave et pro-  ximum omnino severe agat; hoc autem periculum sem-  per adest in choreis ilis quae. apud cauponas in locis  angustis, intermixtis pravis colloquiis et compotationibus,  extra parentum praesentiam, per totam fere noctem pere  trahuntur, ac proinde qui hujusmodi choreas frequentant  a sacramentis sunt repellendi: si autem periculum pro-  ximum absit, rationesque habeant assistendi, eas rationes  perpendat, et si graves sint cum iis mitius agat, simul  suppeditans media quibus periculum remotum fiat. Coe-  terum satis liquet non esse absolvendos qui assistunt  choreis graviter inhonestis, sicut nec eos qui choreis  larvatis assistere velient, nisi id fieret ex voluntate paren-  tum, in domo privata ubi omnia honeste peragi suppo-  nuntur, quod quidem contingere potest».                    +        . Como procederá o confessor para retirar os pe-  nitentes das dancas. . | :        Deve: — 1.º) Inspirar-lhes primeiro que tudo grande  “estima, verdadeiro amor, pela incomparável virtude da  pureza, e ao mesmo tempo grande horror, horror instin-  tivo, por tudo que a possa macular.        2.º — Persuadir-lhes que entrem em associações pie-  dosas, cujos estatutos proíbam as danças.        * w        FUGA DAS OCASIÕES. 47        3.º) — Fazer-lhes vêr e compreender os perigos a que  se expõem e as graves responsabilidades em que incor-  rem por motivo do escândalo, dado ou recebido.     l     4.0) — Mediante calorosas exortações, comentar-lhes  com firmezap ardor e suavidade os seguintes pensamen-  tos: «não sejas freqüente com a mulher bailadeira, pa-  ra que: não pereças pela fôrça dos seus encantos (Eccli.        DRA)?        «Nas danças está a cegueira dos E a perdição  das mulheres, a tristeza dos Anjos e o regosijo dos de-   mónios (S. Efrem)».        «Que se aprende nas danças e que se vê nelas?...  ficará virgem a vossa intenção... mas os olhos, os ouvi-  dos, a bôca, não ficam ilesos! (S. Cipriano)».     À     «Melhor seria nos domingos trabalhar, cavar a terra,     amarrar à charrua, do que dançar .. (S. Agostinho,        in ps. 91)».        *        2. Companhias        Quais: companhias se devem proibir aos peni-  tentes ?-        Tôdas aquelas, cujo convívio (conversações e exém-  plos) mp da virtude e arrasta para o vício.        15)— Há pessõas cuja companhia constitui um peri-  go para a virtude da pureza.     Este perigo existe: a) nas reünies, cujo objectivo é  o prazer de se encontrarem juntas pessóas de ambos os  . sexos; ainda que justificadas pelos motivos mais hones-  tos, não podem permitir-se senão com a máxima pre-  caução; 4) nos seróes, em que entram pessõas viciosas  ou frívolas; são funestíssimos, sobretudo quando fre-        A NT        gr  N  AM        + da  S        48 NECESSIDADE. DA DIRECÇÃO k  qüentes e sem vigilância rigorosa ; c) nos namoros, que  devem ser banidos implacâvelmente, quando não tenham  em vista um casamento próximo; e neste caso, urge cer-  cá-los de tóda a vigilância e limitá-los ao tempo indispen-  sável. Preserve o confessór indefessamente déstes perigos  as almas que se lhe dirijam. "        2.º) — Há também pessóas, cujo convívio é um  rigo para a fé e sentimentos religiosos: a) aquelas  censuram por todos os modos os padres, lançam mão fj  tudo para os desacreditar ou roubar-lhes a influência.  que interpretam à má parte as suas acções, empenhan-  do-se em fazer caír sôbre êles suspeitas odiosas, desvir-  tuando as suas palavras e intenções, ou emfim, falando  com complacência dos seus "desvarios, verdadeiros ou  supostos; é evidente que tais pessÓas desacreditam a fé  e a piedade, porque o padre concretiza a religião ;                 b) — igualmente os que falam com desprêzo dos  sacramentos, da oração, da instrução religiosa, das insti-  tuições eclesiásticas. ,., que procuram cobrir de ridículo  os que frequentam os sacramentos, as cerimónias da  » igreja, a devoção e as pessóas que a praticam.        3.º) — Finalmente são más companhias as pessÓas  que atacam acintosamente quem cumpre com exactidão  o seu dever, quem exerce a caridade e quem se esmera  por viver vida regradà e hogesta? assim, criticam de  todos, censuram tudo, indispõem. contra os superiores  e... só falam de divertimentos, frivolidades etamizades  suspeitas. Importa evitar a convivência daninha de tais  pessóas.        ^        3 x  ^— Para acautelar os penitentes contra as  más companhias, apresentamos para sua consideração,  os seguintes pensamentos: .  a) — Femina ignis, vir stuppa, diabolus flabellum        ati.        FUGA DAS OCASIÕES 49        (Hieron.) — Sermo cum mulieribus sit rarus, brevis et        austerus. Ex earum consuetudine vel fumus, vel famma  sequitur (S. Ign.) — Qui tetigerit picem, inquinabitur ab  ea (Eccl, xmn, 1) — Recedite, exite, exite; pollutum no-  lite tangere, exite de medio ejus (Liu, I1).     £     6) — Recedite a tabernaculis hominum impiorum, et  nolite tangere quae ad eos pertinent, ne involvamini a  péccatis eorum (Num, xvi, 26).  ^ . Fili mi, si te lactaverint peccatores, ne acquiescas  eis... ne ambules cum eis, prohibe pedem tuum a semi-  tis eorum; pedes enim illorum ad malum currunt (Prov.  1n: 16; 15)     , Sumuntur a conversantibus mores et ut quaedam  in condactos corporis vitia transeunt, ita animus vitia sua  proximis tradit (Seneca).     Nemo vitiosus non aliquod nobis vitium aut com-  mendat, aut imprimit aut allinit (Seneca).     Amicus stultorum similis efficitur (Prov xim, 20).  Beatus vir qui non abiit in concilio impiorum, et in via  peccatorum non stetit, et in cathedra pestilentiae non  sedit (Ps. 1).     3. Leituras        São proibidas tódas as publicações, cuja leitura pro-  duz a dissipação, enerva a disciplina, contagia os bons  costumes e enfraquece a crença religiosa.        Portanto: 1.º — Sem permissão expressa da Igreja,  católico algum, sob pêna de pecado grave, pode lêr os  livros catalogados no Judez.        e  2.º — Sem zazão grave, ninguêm pode lêr as publi-  cações que por qualquer forma atacam ou amesquinham  a fé e a moral católica. «São de três espécies, diz Mgr.  Heylen na pastoral da quaresma de 1905, êstes escritos:  uns mentem, outros corrompem e outros entorpecem, e mui-  tas vezes produzem os três efeitos juntamente”        Ú T? E RS x: do) falo PE]  50 DIRECÇÃO DE CÔNSCIENCIA . T us x^  + RG        “o        3.º — E' tambêm prudente evitar o mais que se pos-.  sa, os que tendem a semear discórdias, a desconsiderar a .  autoridade, a justificar abusos e a desvairar os ânimos.        4.º) — Quanto a romances honestos, é indispensável.  dissuadir da sua leitura quantos se propõem uma vida  verdadeiramente crista,        4. Vestuário '     É o vestuário objecto particular da solicitude do Di-  rector éspiritual, porque o cuidado excessivo no vestir  tempor efeito mais ou menos próximo: perverter a ino-  cência, insidiar à castidade, alimentar a vaidade, compro-  meter a saúde, consumir recdfsos preciosos que deviam  utilizar-se para o bem e malbaratar em futilidades o tem-  po, que o cristão devia empregar dignamente.     E', por isso, origem de muitas faltas graves e óbice 4º  a uma vida de fé e piedade:  ,     Princípios: 1. E’ pecado grave trazer vestidos, que  deixam a descoberto o peito e outras partes notáveis do  «corpo que o decóro manda subtrair aos olhares dos simi-  lhantes.. |        2. E' pecado grave introduzir nos costumes dum **  país ou duma localidade decotes muito pronunciados,  estranhos ou escandalosos. MEE        3. E' igualmente falta grave usar processos de ves-  tir que prejudiquem gravemente a saúde.        © >+ ' l  4. E' pecado pelo menos venial trazer a descoberto  partes menos notáveis do corpo, que a razão e a decên-  cia obrigam a esconder.  5. E' pecado venial ainda a”gfectação nos vestidos,        iu        m        FUGA DAS OCASIÕES . SI        os arrebiques, o exagéro nos adornos, em desproporção  com os haveres de cada um.        6. E' pelo menos óbice grande à perfeição, o cui-  dado excessivo com o vestir, a prontidào e solicitude em  seguir as modas e tudo quanto é excesso e preocupação  com o adórno do corpo.        1.º) — Especificando: São repreensíveis e condená-  veis todos os modos de vestir, de molde a fomentar as  paixões sensuais, já patenteando membros que num país  cristão é uso cobrir, já manifestando, veladamente que  seja, logares, que no corpo, a mesma natureza convida a  esconder; igualmente dignos de reprovação são os que  constrángem em demasia 'ós membros, martirizando o cor-  po e impedindo o seu desenvolvimento — ou sacrificam  os interésses do pudor e do recato aos da elegância e da  “vaidade.     O que persuadem as seguintes razões :        E' grave desordem desviar uma criatura do destino  para que foi criada, frustrar o seu fim principal e subor-  dinar éste ao fim acidental; ora, os vestidos teem:        a) — Como fim principal e primário o resguardo do  corpo, para subtrair ao sentido da vista tudo o que possa  melindrar o pudor, já por despertar inutilmente pensa-  mentos perigosos, já por provocar movimentos sensuais ;        b) — Como fim principal secundário precaver o cor-  po contra as intempéries ou acidentes, que só com o ves-  tido se evitam. e p     c) — O fim acidental é ornamentar o corpo, de sor-  te a torná-lo agradável à vista, satisfazendo ao mesmo  tempo ao gósto do belo e contribuindo, num objectivo de `  caridade, para a sociabilidade entre os homens. |        Obstar, portanto, a qualquer dêstes fins; ou pertur-        &        ? b ' si  52: ` DÍRECÇÃO DE: CONSCIENCIA        bar a sua ordem e relação, é desmando mais ou menos  grave, a que não pode ficar estranho o Director espi-  ritual. | : |     2.0) — Desenvolvendo: Após a queda original tor-        nou-se para o homem uma necessidade o uso do vestuário.        a) — Primeiro que tudo precisa êste de se precaver  contra tôda a sorte de intempéries: frio, calor, chuva,  vento, neve, etc. |     . Emquanto por um lado Deus protegeu contra os  “elementos os irracionais, dando a uns uma lã espessa,  a outros aquécida plumagem, guarnecendo a estes com  pele quási impermeável, àqueles com pélos abundantes,  não concedeu ao homem indumento natural de éspécie  alguma, mas, é sabido, concedeu a inteligéncia para que  por si mesmo procure os meios de resistir às inclemên-  cias das estações, proporcionando-se vestidos que logrem  ésse objectivo.. |        à) — Mas não é tudo; porque o homem. veste-se,  mais para se libertar dos ímpetos das paixões, do que  para agasalhar o corpo. | : e     No paraíso terreal, só depois da desobediéncia for-  mal.às ordens de Deus, é que os nossos primeiros pais  ficaram surpreendidos pelo estado de nudez em que vi-  viam; envergonharam-se, recearam e sentiram então a  'necessidade imperiosa de se cobrirem. Na sua confusão,  começaram de coser umas às outras fôlhas de figueira        para ocultarem o que, desde aquele momento, era obje-        .cto de vergonha e humilhação. Foi desde ésse dia para  o homem umaslei o vestir-se. | e        E porquê? porque à conseqüéncia do pecado foi        imediata: logo sentiram as tendências desordenadas e        * depravadas dos sentidos a ofuscar- e superar a razão, ao  "passo que até aquela hora tódas as potências inferiores  “foram submissas e-reconheceram a soberania do &spírito..     Mais. ainda :” Deus, prevendo à culpa original, não        "        FUGA DAS OCASIÕES | 53        quiz que fôssem frustrados os seus intentos, pois vê-se  claramente que fôra desígnio seu que todo o corpo do  homem andasse coberto. Nesse intuito, com efeito, sem  comprometer as funções da vida individual, reüniu num  ponto do corpo, chamado rosto, todos os orgãos destina-  dos a pôr o homem em comunicação com o mundo exte-  rior: os olhos, os ouvidos, o olfato, o gôsto e a língua,  como a indicar que tudo o mais devia ficar coberto, até  a própria cabeça, que Ele mesmo se incumbiu de re-  vestir !     Sim | o rosto faz excepção à lei, porque é aquilo  ,que no homem é menos animal: sôbre a fisionomia re-  vela-se a inteligência, nobre apanágio da natureza huma-  na e espelha-se a alma em relâmpagos de luz, de beleza  e de vida, como imagem “que é do próprio Deus |     Fazem ainda excepção as mãos, dóceis instrumentos  da inteligência e executoras hábeis dos Gècretoa da von-  tade.     Passando alêm dêstes limites, ouso o homem  às intenções do Criador e transgride as leis inefáveis da  honestidade. <     Ah! mas quanto em nossos dias estão postergados  os direitos desta bela virtude !     Tresloucadas por um secreto desejo de atrair aten-  ções criminosas e de criar em volta do ídolo da carne,  uma atmosfera de simpatias indecorosas, ou, quando me-  nos, dominadas por uma insaciável vaidade, que as faz  escravas de modas crueis e escandalosas, — quantas pes-  soas aparecem em público com trajes de tal ordem, que  - antes os deveriamos taxar de roupas de dormir do que  admitir como vestes de pessoas dignas e que se prezam !  Com efeito, acentuam-se por tal forma os. decotes e, em  marcha para a supressão completa dos vestidos, usam-se  uns tecidos tão finos e transparentes, a deixar entrever a  epiderme, formas e contornos dos membros, que bem  podemos dizer que é a equivalência da nudez.     Exibições desta ordem, lançadas como engôdo aos  instintos voluptuosos da humanidade, que se deprava,        84 “DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        avilta, prostitue e brutaliza, são a negação declarada dos  bons costumes, do senso moral, da própria razão e um  desafio infame cuspido contra as austeras tradições do  Cristianismo e contra o Deus que reduziu a cinzas e  transformou em fétido charco as cidades de Sodoma e  Gomorra | "E        — Que fará o cihfeluor em presença de peni-  tentes desvairados pelas modas ?  PN  | A. — Quanto ao luxo no vestir: 2 atrair a atenção  do penitente para o quadro lastimoso de tantos infelizes,  que nem sequer possuem o necessário para viver, jazen-  do por isso sem arrimó na mais atribulada miséria — ou  pata o espectáculo doloroso de tantas igréjas pobres,  . cuja penúria condiz tão mal com a Magestade do grande  “Rei, que habita no Tabernáculo ! |  6) — Mostrar-lhes que a modéstia é o mais belo or- `  namento e que os vestidos por mais ricos A sejam,  nada acrescentam ao que somos.  c) — Fazer-lhes meditar, as seguintes “Passagens da  Escritura e dos Santos Padres:     ! In vestitu ne glorieris unquam (Eccli. 9). Vil, mu-   lieres orare in habitu ornato, : ‘cum verecundia et sobrieta- ,.  te ornantes se et non in tortis crinibus, aut auro, aut  margaritis, vel veste pretiosa (Tim. 2). Habentes alimen-     ta et quibus tegamur, his contenti simus (1 Tim. 6).  | Quam excusationem habebis quando Dominus te   accusabit de margaritis istis et pauperes if fame perditos  “in medium aget (Chris. Hom. 21 ad pop.) ^  Quod ornari te putas quod putas comi, impugnatio .  est: ista divini apenas praevaricatio veritatis (Ambros. de  hab. virg.).  Serica et purpura et tincturarum fucus, decótem  habent, sed non praebent (Bern. ep. 113 ad Soph.)  Quod nascitur, opus Dei est; ergo quod E ap À  ! diaboli negocium est (Tert. de culta mulier.). | i        x        FUGA DAS OCASIÕES 55        B. — Quanto aos decotes: a) Inspirar horror ao gra-  ve escândalo daqueles que usam vestidos imodestos: lan-  cam óleo sôbre o fogo das paixões e facilitam ao demó-  nio a sua obra de perversão; tudo isto por um pequeni-  no e mesquinho interêsse de vaidade |     b) — Aconselhar a leitura das vidas dos Santos, que  até nas situações mais elevadas, deram exemplos tão  belos de modéstia e recato! ^     c) — Ás pessóas cultas, expor os princípios acima        & desenvolvidos àcérca do fim providencial dos vestidos.        SE:        d) — Convidá-los a meditar os seguintes pensamen-  tos dos Santos:     » «Spernat bombicum telas, vestimenta paret quibus  pellatur frigus, non quibus vestita nudentur (Hieron. Ep.  ad Laetam). .     Si vir vel mulier se ornaverit et vultus hominum ad  Se provocaverit, etsi nullum inde sequatur damnum, ju-  dicium tamen patietur, quia venenum attulit, si fuisset  qui biberet (Acerm. Ep. ad Nepat.).     Vestium curiositas deformitatis mentium ac morum  indicium est (Bern. 3-De consid.).     «At corporis cultu innumera fiunt mala, arrogantia  quae: «intus nascitur, despectus proximi, fastus spiritus,  animae corruptio voluptatum illicitarum comes (Chris.  Hom. in Gen.).     Vis ornare faciem? non margaritis orna, sed modes-  tia et honestate (Chris. Hom. 21 ad pop. Antioch.).  "        .*s. Espectáculos e teatros        "s "a fes objecto da solicitude do Confessor, por-        que: d) os teatros e cinematógrafos constituem geral-  mente, em nossos dias, ocasião próxima de pecado,—) e     o “hábito de frequentar os que não são repreensíveis,  produz os inconvenientes que apontamos ao falar dos  romances.        * Au        Ug pj o^ i i  4 í P ^" ie T d ;  / "T PR » "        Or . DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        2.º — Máximas para meditar:        É        a) - Pensamientos de los Santos Padres:        Avertamus oculos nostros a vanitatibus theatrorum,  ne quod oculus viderit, animus concupiscat (Ambr. en  PD. 118).     Quae pudica fortasse ad spectaculum matrona pro  ceserat, de spectaculo revertitur impudica (Cypr. ep. ad.  Donat.).        En su spectaculis, depósitos verecundia, audacior allí- ^        quería encajar ad crimina; discit facere dum consuescit videre.  - Illicita sunt ista christianis fidelibus, tum vana quum  pernicioso. Avocandus est animus ab istis; habet  christianus spectacula meliora si velit Cept)        l *  b) - Declaraciones de autores dramáticos:, *        . ~ ka  «Le insto a que no espere.  cifras; no ganarás nada si lo haces. y perderás        mucho (Chateaubr.). La  La madre prudente no va al teatro, ni se lleva a su hija  el tuyo (A. Dumas). ^ w        Hace temblar el pensamiento de los hieis.        *        senta o scenário em FLrangd... Atesto e confirmo o.        espanto dos leitores: os morticínios dos gladiadores não  eram tão bárbaros; corria o sangue, é certo, mas não  se conspurcava a imaginação com crimes quegazem arri-  piar (J. A | 5        *        [LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES o        Ej  Tentação é a excitação para o mal, produzida pela        acção singular ou conjunta, dos trés inimigos da alma :  mundo, diabo e carne.        E #  1.º — Antes do pecado Grita, o homem não: y podia  ser instigado para o mal senão por uma causa inteligen-  »  *        Y Ld        + À LI        LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES 57        te e externa, pois que adentro do seu composto tudo era     - ordem, subordinando-se perfeitamente às potências supe-  riores as inferiores, só impelidas para o seu objecto sen-  sível pelo beneplácito da vontade, por sua vez, obediente     “aos ditames da razão e da fé. Depois do pecado, tão  nobre equilíbrio, que imprimia à natureza humana admi-  rável elevação, foi quebrado irreparávelmente. No ínti-  mo das nossas faculdades corrompidas, deram então voz  de revolta tendências cegas, rompendo com a razão, para  seguirem apenas os instintos depravados; daí o princípio  da contínfia agitação, que se chama concupiscência.     Não tendo em presença o seu objecto, pode ser que  tais inclinações pareçam mortas... mas de facto só     “estão amortecidas, porque, se, por imprudência, o mesmo  se lhes depara em frente, depressa se excitam e irrom-  pem com ímpeto para êle, com fascinação tanto maior,  quanto mais seductor o apresentarem os sentidos.     E neste caso agente da tentação o mundo.     Porém, o mais importuno e temível é o demónio;  inteligência privilegiada e secundada pela experiência de  dezenas de 'séculos, empossa-se dos outros dois inimigos  e, manejando-os com habilidade e astúcia, prossegue  *afoutafhente na sua acção nefasta e maldita de inimigo  de Deus e do homem. |     2.0 — Porque são objecto da Direcção as tenta-     ções. |        E dever. do confessor, arredar ou, se possível fôr, fa-  zer enveredar para o bem, tudo o que constitua uma ameaça  para o adiantamento espiritual do penitente; ora as ten-  tações podem ser um grande: mal, se nào forem comba-  tidas, refreadas e subjugadas, ou um grande bem, quando  após a luta, se colhem os louros da victória; portanto,  na ofensiva e defensiva, é ao Director que compete co-.  mandar as fórgas da alma.     , g  1º —A noção de tentação denuncia os perigos, a        dat        58 DIRECÇÃO “DE CONSCIENCIA        sua evolução natural inostfà OS 5 estragos. Eis a génese,  da tentação, quando não é reprimida: a) parece. pri-^  meiro a zdeia do mal e forma na fantasia uma imagem  vivíssima do objecto que a consciência reprova, a con-  vidar e seduzir o apetite; é a-sugestão; logo depois, se,  prendendo- se a éste quadro encantador, a atenção exa-  mina estática os atrativos e por fim se com praz e delicia  voluntáriamente, temos o mau pensamento consentido. —  à) Em seguida; desperta-se no coração uma ância de go-  zar com todo o prazef, mais de perto e em tóda a reali-  dade, o objecto fantasiado ; e eis, se a vontade'admite, o  mau desejo consentido. — c) Este vai-se precisandb mais,  Č; detendo- -se nas circunstâncias que lhe podem dar .gózo,  gera o propósito de praticar o mal. i  d) — Cada vez mais decidido, por novos aspectos,  que vai descortinando, êste propósito põe a alma em  . vias de execução e consuma-se por fim a depravação da  vontade, pelo primeiro acto externo praticado. e) — Per-  pretado êste, outros se seguem de perto, porque a lem-  brança do mal, longe de se apagar, mais se aviva e redo-  bra as tentações; repetidos assim, sem cônta, nem me-  dida, temos o hábito mau: f)-— E a afeição às satisfa-  ções recrudesce e radica-se tenaz o hábito, que:gera ©  vício e obstina-se o ânimo em não se converter |        2.º — Repelida, ao contrário, e vencida, a tentação  acarreta à alma prèciosas vantagens, e é essa a razão por  que Deus a permite e'deixa a -Satanás certa liberdade de  acção. o     Eis, nos desígnios da Providência, quais os bons re-  sultados das tentações: .a) reanimar o nosso amor para  com Deus, visto serem ocasião de o significare de o exer-  cer; b) aumentar em nós a cópia de merecimentos e a  recompensa final; c) arreigar na alma a virtude da  humildade, a desconfiança de nós mesmos, a vigilância e  o espírito de oração; d) Inclinar-nos à piedade, com  as'misérias do próximo. a        $        LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES 59        3.º — Atitude do penitente e do Confessor em pre-  sença das tentações.        a A. — Antes da tentação: a) Não se expor a elas     voluntáriamente sem razão suficiente: Deus não louva  a imprudência, nem a presunção — «vigilate ut non in-  tretis in tentationem» (Math. xxvi, 40).     b) — Não as desejar, porque seria temeridade, (S.  Francisco de Sales, Vida devota, rtt, cap. 37); e diz Jesus  Cristo no Evangelho: «spiritus promptus est, caro autem  infirma». ^c) pedir a Deus que não nos deixe cair em  tentação, e empregar os meios que Ele estabeleceu, em  particular os Sacramentos, para lhes resistir e para as  vencer «orate ut non intretis in tentationem».     ^ d) — Esperar a tentação com firmeza e sem inquie-  tação; a perturbação seria falta de confiança em Deus e  poria em risco a resistência; nada tão precioso como a  serenidade e -o sangue frio no momento do perigo :  «acostumai o vosso coração a defrontar-se corajosamente  com as tentações e a resistir-lhes» (Vida Devota).        B. — Na hora da tentação: Combater com tática: a)  “Das tentações, umas são como cães que ladram e não  mordem; são importunas, molestam rudemente, mas ven-  cem-se particularmente com o desprêzo: «alter tentator  non vincitur njsi contemnitur (Aug. serm. 4 Verb. Dom.)  .  6j— Outras mais graves e perigosas, são como as  serpentes venenosas que para alcangar a présa, primeiro  a encantam e fascinam. Cohtra estas urge empregar a  maior vigilância: se, não obstante todos os esforços,  não é possível dissipá-las, cumpre fugir prontamente,  transportando a alma para terreno impropício às investi-  das do tentador: volver o espírito para pensamentos de  piedade e de fé, afim de neutralizar as sugestões más,  por exemplo, para o Sagrado Coração de Jesus, nas afei-  ções desordenadas do coração -— para o pensamento da  morte, nas tentações impuras, etc.     Se ainda assim a tentação perdura, importa imitar a        q mu        Wr VES , "4 Ws i yk yo % E  i k 4 ty        60 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        criancinha quando se vê em-perigo, isto é, clamar por.  socorro, endereçando ao céu preces ardentes, invocações '  humildes e fervorosas; — encher-se ao mesmo tempo de  coragem, reanimando energias e reiterando resoluções:        «Meu Deus, antes morrer mil vezes, do que uma só Vos*  ofender»!     c. — Depois da tentação: a) Se triunfou, alegre-  -se santamente com o Anjo da Guarda e dê graças a  Deus pelos auxílios, que dispensou; 4) Se consentiu  hunfilhe-se, cobre ânimo e confiança, levante-se quanto  antes por uma confissão bem feita — ou ao' menos por  nm acto de contrição sincero — e, imponha a si mesmo  uma reparação; c) na dúvida, não se detenha a exami-  nar; se habitualmente tem horror ao pecado e triunfa,  tranquilize-se ; se ao contrário, costuma consentir, deve-  rá presumir-se culpado.        +        4.º — Direcção das almas tentadas.        a) — Descubram estas primeiro que tudo as tenta-  ções 'ao Confessor, pois quando a doença acomete, con-  sulta-se o médico. Este acto de humildade, presérva de'  muitas imprudências, bem +como previne contra muitas  ciladas do tentador. ;     b) — Examine o Confessor atentamente, com tacto e  prudência, a natureza e a origem das tentações e bem.  assim as disposições do penitente em face delas, porque  pará ser racional o tratamento duma doença, deve‘ re-  montar à causa.     c) — Desperte e estimule as almas indolentes, temerá-  rias ou pusilánimes. A     Induite vos armaturam Dei, ut possitis .stare adver-  sus insidias diaboli (Eph. vm, I1).     Sobrii estote et vigilate quia adversarius véster dia-  bolus, tanquam leo rugiens, circuit quaerens quém devo-  ret: cui resistite fortes in fide (I Petr. v, 8).        LUTA CONTRA AS TENTAÇÕES E        Pino] maxitie oppugnamur cum nos oppugnari non  credimus (Hier. Ep. ad Heliod.)  Dum parvus est hostis, elide, et nequitia elidatur in        semine (id.) +        Ne quis ultro tentationibus se offerre audeat (Chris.  Hom. 13).     Si tentationi non*festine resistitur, eadem, qua nutri-  tur mora roboratur (Greg. xxi, Mor.) j     Bellum grave, quia occultum, quia' cum fortiore  (Cassiod.)— Diabolus blanditur ut fallat, arridet ut noceat,  allicit ut occidat (Cypr. De Hab. virg.).     d; — Réanime e fortaleça as timoratas e apreste- as  para novos êxitos. * o     — Fidelis est Deus qui non patietur vos tentari su-  pra id quod potestis, sed faciet etiam cum tentatione pro-  ventum (I Cor. x, I3) — Omnia possum in eo qui me  confortat (Philip. 1v, 13) — Beatus vir qui suffert tentatio-  nem, quoniam cum probatus fuerit, accipiet coronam vi-  tae, quam repromisit Deus diligentibus se (Jac. 1, 12).     .— Omne gaudium existimate, fratres mei, cum in  tentationes varias incideritis (Jac. 1, 2). — Novit Dominus  pios de tentatione eripere (u Petr. 11, 9). — Sub tali rege,        nempe Christo, militas, et de victoria dubitas? (Caesar.        Arel. — Hom. 19).-— Nullum: certius argumentum quod  daemones victi sint a nobis, quam si nos acerrime oppu-  gnant (Joan. Clim.).— Ipse Christus luctatur in nobis, ipse  congreditur, ipse in certamine agonis' nostri, et coronat  pariter et coronatur (Cypr. Ep. 9). — Ad mensuram per-  mittitur tentare diabolus (Aug. ps. 59). — Vita nostra  in hac peregrinatione, non potest esse sine tentatione,  quia profectus noster fit per tentationem, nec sibi quis-  quam innotescit nisi tentatus, nec potest coronari nisi  vicerit, nec vincere nisi certaverit, nec potest certare nisi  inimicum et tentationes habuerit (Aug. ps. 6). — Deus  hortatur üt pugnes, adjuvat ut vincas, certantem spectat,  deficienfém sublevat, et vincentem coronat (Aug. in ps. 32).  — Non extorquet daemon a nobis consensum, sed petit ;     suadere enim et sollicitare potest, cogere omnino non po-        * corrompida.        »        t        Pa x gt T A i  & D. t .2- 3 + AA t        62 : DIRECÇÃO DE CÓNSCIENCIA        test (Aug. Lib. 50). — Quam debilis est hostis qui non  vincit nisi volentem! (Bernafd. Serm. 39).        [1] — MORTIFICAÇÃO»        Consiste a mortificação em combater, afastar ou des  truir, as obras e as inclinações viciosas da nossa natureza        a        Tem, portanto, por objecto :        ° 1.º — As faltas e imperfeições, para as deplorar pri-  meiro e reparar em seguida. por uma justa compensação,  restituindo a Deus, já pelo sofrimento voluntário, já pela  privação de gôzo permitido (mortificação por obras), a  glória de que O privaram. A     |. 2.0.— Os defeitos, para corrigir e extirpar, quanto  possível (mortificação dos defeitos).        3.º — As inclinações más, para as reprimir, mode-  rando a violência, atenuando o ardor e atalhando os ex-  travios. (Mortificação das paixões). Rs     +     4.º — Os sentidos externos, retirando deles; o que     possa conspirar contra a virtude ou alimentar as paixões.        (mortificação dos sentidos). :  Demonstração : |  , uw.  ^r ià        Pela etimologia” da palavra, mortificar significa dar a  morte e portanto neste caso, dar a morte a tudo o que        ' em nós se oponha à glória de Deus “e à realização do        ^        nosso fim último. Ora, são obstáculos à glória ,externa  de Deus:     1.? — As obras ou acções, contrárias à vontade divi-  na: 4) o pecado, que transgride a lei do Senhor, 6) as  imperfeições, que se lhe opõem a desejos formais, pois,     a        MORTIFICAÇÃO à; 63        já vimos acima, Deus não pode ser glorificado sem a        ' conformidade plena com o seu beneplácito.        $  ?— As inclinações e hábitos maus, que nos colo-  cam em perigo constante de sacrificar a glória de Deus  as satisfações da vida presente.     E' verdade que tódas as nossas inclinações teem a  sua origem no próprio Deus, que lhes marcou funções  peculiares. Reguladas, subordinadas à vontade, que era  dotada de rectidão perfeita, no estado de justiça original,  não podiam por. si mesmas transportar-se a excessos ptoi-  bidos; mas, destruida esta harmonia pelo pecado, acabou  a subordinação, nasceu a revolta, e eis que um instinto  cego as precipita loucamente para o seu objecto, que al-  cançado, fruem sôfréga, impetuosamente. E cresce esta  veemência terrivelmente, quando concessões condenáveis.  converteram estas más tendências em hábitos ou defeitos.        e        Necessidade da mortificação: E        A  1.º — Foi Jesus-Cristo quem proclamou a sua neces-  sidade fundamental, para todo aquele que queira segui-lO:  «si quis-vult venire post me, abneget semetipsum et tol-  lat crucem suam quotidie et sequatur me». Ora, seguir  a. Jesus-Cristo, abnegar-se a si mesmo, levar cada dia a  sua cruz, O que é senão a mortificação, no sentido, que a        “definimos? | às,        ,:2:º — São tão grandes os benefícios, provenientes da  mortificação, que seria grave encargo*de consciência pri-  var deles os dirigidos. Eis muito breve a sua enumera-  ção: a) desviar de nós o pecado e as imperfeições, que,  opondo-se respectivamente às ordens formais de Deus e  aos seus desejos, a mortificação evita, impedindo que as.  nossas inclinações atinjam o objecto das ou simples-  mente reprovado.     6) Dar satisfação à justiça divina, restabelecendo  o equilíbrio transtornado pela transgressão da lei; está a        4d        | (E723 PERSA  64 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA | L^  compensação em que, sendo o pecado a usurpação de. !  prazeres proibidos, é a .moftificação, a privação de praze-  res permitidos «ad praeteritorum peccátorum vindictam .  et castigationem».     c) Consolidar e desenvolver as virtudes, que bene-  ficiam por cada vitória alcangada.     d) Activar o fervor e por isso mesmo multiplicar os.  merecimentos; o esfôrço contra as tendências deprava- |  das necessita continuamente de impulso e quem o dá é  a caridade: «nutrimentum caritatis est diminutio, cupi-  ditatis». *     e) Garantir a perseverança, porque sópeia as pai-  xões e torna inofensivas as más inclinações: «ad novae  vitae custodiam et infirmitatis medicamentum», '     f) Tornar-nos similhantes a Jesus-Cristo, cuja vida  toi de renúncia e abnegação: «semper mortificationem  Jesu in corpore nostro circumferentes» (II Cor. 1v, 1o).     £) Afugentar o demónia e vencê-lo, nas tentações:  «hoc genus daemoniorbm,. .» (Math. xvi, 20).        Principios :        I.? — A mortificação: tem,por fim domar a natureza,  sanando e aperfeiçoando, e nào destruí-la. Não deve,  pois, o confessor prescrever, nem permitir mortificações  que enfraqueçam , notàvelmente o organismo; as que  mutilam a natureZà, arruínam a saúde, atrofiam as facul-  dades e a integridade do corpo ou impossibilitam o cum-  primento dos próprios deveres, estào neste caso. Pa     . Assim, salvo 6 caso de vocação especial de” Deus,  deve proibir j jejuns rigorosos, prolongados ou muito repe-  tidos, austeridades e macerações, a capricho e sem dis-  cernimento.     2.'— A mortificação deve marchar do principal para  o acessório, conquistando terreno progressivamente. An-  tes das penitências supererogatórias, cumpre mpura as        MORTIFICAÇÃO 65        que impõe a Providência, as leis da Igreja, as obri-  gações gerais da vida cristã e os deveres do próprio  estado.        3.º — Deve acomodar-se às fórgas, necessidades espi-  rituais, género de vida e temperamento de cada peni-  intentar.        a) „Es evidente que las mortificaciones son necesarias  de obligación, pero debe ser moderado con prudencia  de supererogación, sobre todo, en los principios de  espiritual, cuando el alma se inflama de fervor ardiente.  sensible, es capaz de excesos peligrosos. Si en este periodo  el confesor no interviene eficazmente, el alma puede trans-  con un celo intempestivo de proponer un plan de  vida, perenne de austeridades y demasiadas, que no pueden  "actuar más tarde, cuando el primer  fervor y los primeros consuelos, llegando luego a caer  muy fácilmente en el desaliento y la tibieza, para encontrar  asequible.        b) No imponga un gran ejemplar de mortificaciones excesivas.  pererogatorio, sin antes desearlos; en vez de  efecto que desea, tendría desmayos, aburrimiento,  actual y melancólica.        lc) Evite aquellos que fuercen una fuerte tensión mental y  gran esfuerzo de las facultades, porque cansan el alma  y privarla de la paz que caracteriza a la verdadera virtud.  uno.        d) Contra dos obstáculos en particular, el vazg / ó-  ria y singularidad, cumple, en las mortificaciones del cuerpo-  rals, prevenir al penitente; y en los que tienen pre-huevo.  lastimar a los que son de naturaleza para combatir el defecto doméstico.  nantie, comenzando por lo más fácil, deténgase poco y ahorre  co llegar a los más costosos.        66 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA        "Cómo disponer al penitente para la mortificación:        1.0 - Hacerle comprender la importancia y  sidad de la mortificación cristiana.        2 ° - Haz que esta virtud sea amable con él con el ejemplo.  del Salvador y de los santos: «las palabras mueven, el  ejemplos arrastrar ». |        3º - Proponer una intención para cada mortificación.  nueva y apropiada, por ejemplo, hoy, para pedir tal gracia,  mañana, en memoria de tal sufrimiento del Salvador,  para, para expiar tal falta, etc.        4.0 - Interpretar y exponer para su consideración, estos y  otras palabras de la Escritura y los santos:        «Vae qui saturati estis! vae vobis qui ridetis nunc!  (Luc.vi, 25). Debitofes sumus non carni ut secundum  "carnem vivamus; si enim secundum carnem vixeritis,  moriemini; si autem spiritu facta carnis mortificaveritis,  vivetis (Rom. vur, 13). - Castigo corpus meum et in ser-  vitutem redigo, ne forte cum aliis praedicaverim, ipse res  probus eficiar (I Cor. 1v, 27). - Siempre mortificación  Jesu in corpore nostro circumferentes, ut et vita Jesus  manifestetur in corporibus nostris (II Cor, 1v, 10). - Jue  Christi sunt carnem suam crucifixerunt cum vitiis et con-  cupiscentiis suis (Gal. v, 24). - Recipiente mortificado- -  tra quae sunt super terram (Coloss, itr, 5). - Charissimi,  obsecro tú tamquam advenas et peregrinos, abstinere  a carnalibus desideriis, quae militant adversus ani-  mam (I Petr. 11, 11). |     Adimpleo es quae desunt passionum Christi in carne  mea (Colosenses I, 24). - Jura ea fortitudo vocatur, cuando  inusual seipsum vincit, nullis illecebris emollitur  atque flectitur (Ambr. I, off. 40). - Habeft sancti. venir  hoc proprium, ut quo semper ab illicitis far sint, a se  plerumque etiam licita abscindant (Greg. 1v. Dial.). - Co-        ENSAYOS 67        v        gitandum summopere est ut qui se illicita meminitcom  señorita, quibusdam etiam licitis studeat abstinere (Greg.  en Evangel.). - Non vis a Deo castigari, nec in hac, nec in  alter vita? sis judex tui ipsius; la razón te exige,  reprehende et correcte (Chris. en 1 Cor.). - Justorum para-  titudo est carnem vincere, propris voluptatibus contraire,  deletionem vitae prdesentis extinguere, hujusmodi as-  pear pro aeterno praemio amare (Greg. vu. Moral. 8). -     Si temetipsum perfecte viceris, coetera facilius somete  Bis; perfecta victoria est, de semetipso triumphare (Imit.        IH, 33). - y  IV - JUICIOS (tribulaciones)  A.— De la libertad condicional en general '        Ordalía es todo tipo de sufrimiento, que el Pro-  La clarividencia nos envía a soltar la tierra y levantar  alquitrán al cielo. | cima"        =        1o - Además de las sanciones y obras que impongamos  - mortificar nuestra naturaleza (mortificación cristiana), ja  muchos otros que inevitablemente nos alcanzan, a través de  varios, con repercusiones en todo nuestro ser.     Tales son los inconvenientes de cada día, algunos corporales,  golpeado por privaciones, accidentes, enfermedades, dolencias;  morais outros: temores, angústias, tédios, sobressaltos,  humilhações, tristezas, 'abatimentos, etc., emfim, um cor-  tejo interminável de contratempos e misérias.  ,     - Causas de tudo isto são as contrariedades, os reve-  zes; a pobreza, o luto, o abandôno, as securas e aridez  espirituais, os escrúpulos, as misérias humanas, a obses-  são e possessão diabólicas.        2º — E quem desencadeia tantos flagelos sobre a  pobre humanidade? E', em última análise, a mão de  . Deus. Se não fôsse o pecado, o homem nunca teria que  sofrer. No paraíso terreal era impassível, imortal, rei da  criação, nem o inferno podia nada contra êle, porque a        68 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA  . :     justiça original era garantia de tão preciosas imunida-  des... Mas, veio o pecado, e Deus, como já havia preve-  nido, retira essa lei preservativa, É parece que desde logo  começaram todas as criaturas de armarem-se contra o ho-  mem. Réus do pecado, Adão e Eva e sua posteridade,  ficarão á mercê da fórça bruta e cega da matéria e das  energias conscientes do mundo daf inteligências. A água,  o fogo, o tempo, as feras, obedecendo ás leis inflexíveis  da sua natureza, a perversidade humana ou diabólica, en-  tregando ao instinto as rédeas da liberdade, serão terrí-  veis agentes a percorrer o mundo para o 4nundarem de  sangue.e de lágrimas. E por cima de todo éste éspectá-  culo horrendo, onde*gemem, sem tréguas, legióes de víc-  timas, vê-se á luz da fé, pairar magestosamente a Justiça  de Deus, ora decretando os golpes a dar, e — muitas ve-  zes, cômo a custar-lhe ferir por si mesma — confiando a  outrem a sua execução, ora, deixando entrar nesta arena  das suas, Vinganças, mãos criminosas e crueis, pronta a  logo as despedaçar, após as ter empregado...; quer fe-  rfr sem contudo condescender com o punhal que dá o  golpe... quer ferir, não pelo prazer de vêr sofrer, mas  pela felicidade que tem em realizar a cura.. tal como  a mãe que vê o médico dilacerar as carnes inocentes de seu `  filho, animosà, com a esperança de o ver recobrar a saúde,        3.º — Razões por que déve o director valer ás  almas nas tribulações. ha  a  a. — Bem aproveitadas, as tribulações proporcio-  mam! grandes vantagens: a) gurificam: o grande valor  do sofrimento, consiste em reparar o pecado, «o Senhor  ao que ama castiga, e depois compraz-se como um pai em  seu filho (Prov. wu, I2). N  “b) Convertem: «vendo-se na tribulação, dar-se-hão  pressa em voltar a mim; vinde, dirão, e tornemo-nos  para o Senhor» (Os. vi, 1). ' r |  Com efeito, a tribulação faz very á criatura o seu  nada e impotência, e ao mesmo berti e Du e confes-  » $        PROVAÇÕES 69  sar a omnipotência e justiça de Deus: «castigaste-me,  Senhor, e eu, qual indómito novilho, aprendi» (Jerem.  xix. 19).     ^c) Santificam e consolidam na virtude: aos que so-  frerem nesta vida, Deus aperfeiçoará, fortificará e conso-  lidará» 1 Petr. v, 10).     E na verdade, o desapégo das criaturas desembara-  ..ca-nos o caminho dos obstáculos ao nosso adiantamento.  d) Enriguecem-nos para a outra vida: .«bemaventu-  = rado o homem que sofre a tribulação, porque depois da  prova, receberá a corôa da vida, que Deus prometeu aos  que O amam» (Tiag. 1, 12). — «O que nesta vida é leve  . momento de tribulação,-será no céu üm pêso eterno de gid-  ria» (u Cor. Iv, 17).     e) São-fonte de consolações inefáveis, que dilatam  a alma: «Astou cheio de consolação e superabundo te ale-  gria em todas as nossas tribulações» (x Cor. vm, 4). —  Bendito seja Deus, que nos consola em todas as nossas  tribulações» (S. Paulo).     B. — Desprezadas, causam as tribulações tal quanti-  dade de faltas, que desorganizam inteiramente o maqui-  nismo da yida espiritual: «queixas contra a Providéncia,  talvez blasfêmias, angústias, , desânimos, desespêros, ciü-  mes, inganças, etc.        4.º — Direcção rãs tribulações:        e  A. — Não pedir a tribulação: «Sem inspiração  particular do Espírito de Deus, que só muito raras -  zes é concedida antes do quinto grau da piedade, € |  sempre presunção e perigo pedir a Deus a  (Tissot, v. Int.).  (  ` B. — Valer-se das'caute/as e meios ordinários, que a  “prudência indica, para evitar certos sofrimentos ou tribu-  lagóes: «devo, com efeito, preservar a alma e o “corpo,  se eu puso óc lesões funestas, obrigação que não só a        70 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA     ^ j  natureza impõe, como tambem io dever de cuidar da  saúde “espiritual ou corporal; - por isso devo evitar certos  sofrimentos, que não sendo um perigo, são, entretanto,  obstáculo real ao meu viver natural ou sobrenatural.        c. — Aceitar, como vindas da mão de Deus, as tri-  bulações inevitáveis, aceitação que comporta vários graus:  a) aceitação paciente e resignada: Deus é que manda,  ah! aceito! inclino-me em profundo abatimento diante  “das suas impenetráveis determinações | Seja feita a sua  vontade bendita | | :     b)— Aceitação filial e reconhecida: «é um pai, mais  terno que a mais tefna das mães, Aquele que'me envia  estas amarguras! lango-me com confianga,nos seus bra-  cos amorosíssimos, porque Ele só quer a minha felici-  dade;"se fere, é para meu bem (quos amo arguo et cas-  tigo), por isso, repito com Job: sit nomen Domini bene-  dictum l .     c) — Aceitação amorosa e com júbilo: sofrer é ser  sémelhante a Jesus; como não amar a Cruz, que Jesus  abraçou com tanto amor? oh! sim! eu digo com Santo  André: «O bona Crux, diu desiderata et jamsconcupis-  centi animo praeparata; securus et gaudens venio ad te,  ita et tu exultans suscipeas, me, discipulum Ejus qui pe-  . pendit in te! (Brev. Rom .).        5.^— Para que sejam bem aceites as tribula-  ções, faça o Director — a) lembrar e compreender as  vantagens acima enumeradas; b) persuada que as muitas  tribulações são prova tanto maior do muito amor de Deus  para comnosco: «entre amigos, a prova ültima da amizade  é o sacrifício em situação custosa ou crítica,4levado até  ao heroismo, se necessário fôr; ora, quantas vads o amor  verdadeiro obriga a prestar um serviço, que fere, que  punge, mas que é necessário! é forte, mas é amigo ver-  dadeiro o que o presta. Dizer amabilidades, dar prazer,  não custa! mas dizer verdades amargas, anunciar uma  nova funesta, aflictiva, pedir um sacrifício martirizante a        *        IH PROVAÇÕES 71        um amigo, porque é amigo e para seu bem, eis uma força  que só a verdadeira amizade pode outorgar |» (Tissot, v.  V. Tat: 8). s:     * c) — Faga.compreender que nada mais sensato do  que langar-se nas mãos de Deus e abandonar-se confiante  á sua misericórdia, como um filho que se entrega aos  cuidados ternissimos de sua màe. Nào sabemos nada do  que nos convem ou é funesto, porque a nossa inteligência -  o não alcança, mas Deus sabe tudo! Como nào nos en-   tregarmos com alegria à sua solicitude !     d) — Meditar os seguintes pensamentos:        «Cufi ipsorum in tribulatione, eripiam eum et glori-  Ficabo eum, (Ps-90) - Et nos ergo non ulciscamur pro  su quae patimur, sed reputantes peccatis nostris minora  este flagelo Domini quibus servi corripimur, ad enmienda-  ; tionem et non ad perditionem nostram evenisse creda-  mus (Judith, vine, 26). .     Amén, amen dico vobis, quia plorabitis vos, mundus  autem gaudebit, vos autem contristabimini: sed tristitia '  vestra vertetur en gaudium (Joan. xvt, 13). - Por multas  tribulationes oportet us intrare in regnum Dei (Act.  xiv, 21) .— Tribulatio patientiam operatur, patientia autem  probationem, probatio vero spem (Rom. v, 4) .— Yo existo  quod non sint condignae passiones hujus temporis, ad fu-  turam gloriam quae revelabitur in nobis (Rom. vm, 18).  - El dominó corripimur ut non cum hoc world damne-  mur (1 Cor. xr, 32). - Mihi absit gloriari nisi en cruce  Domini nostri Jesu Christi (Galat. VI, 14). - Omne gau-  dium existimate, fratres mei, cum en varias tentaciones  incideritis, scientes quod probatio vestrae fidei patientiam  operatur. (Jac. 1, 2). - Quien diligit Dominus castigat,  flagellat autem omnem filium que recipit (Heb. xiii, 6).  - Quia acceptus eras Deo, necesse fuit ut tentatio pro  baret te (Tob. xir, 13): - Communicantes Christi passio-  nibus gaudete, ut in revelatione ejus gaudeatis exultantes  (I Petr. 1v, 13). - Non te sine flagello spera futurum nisi     forte cogitas exhoeredari: flagellat omnem filium que        A "" + Li        72 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA        envase ¿Es ne omnem? ubi te volebas abscondere? mnem        et nullus exceptus; nullus sine flagello erit. Quid, eres tu        . #: * - es t * R  omnem? Vis audit; quien omnem? "Ethiam Unicus sine        peccato, non tamen sine flagello (ayudas de agosto: 32). - *        Intelligat homo medicum esse Deum'-et tribulatio-  ni medicamentum esse ad: salutem, non poenam ad        condenación. Subfármaco positus, ureris, secaris,.  llantos. Sin auditoría medicus ad voluntatem, sed audif ad        sanitatem (agosto: ps. 21). - No invenit locum sapientia  ubi non est patientia (Agosto Serm. 4-de VA).     Sine ferro et flamma martyres esse poscimus, si pa  tientiam in animo veraciter conservemus (Greg. Dial. x).  - Cuando Deus dat alicii ut mortuos suscitet, fffinus dat  quam cum dat donum patiendi. Pro miraculis enim de  bitor sum Deo, pro patientia debitorem habeo Christum  (Chris 4Ep.Phil). - Si quis mihi daret totum coelum,  aut Pauli catenam, ego illam praeferrem (Id.-Ep. Eph.).        B.— De la libertad condicional en particular        I.- Sequedad espiritual        Aridez espiritual é o estado da alma, que a-pesar-        -de todos os esforços, não pode, no momento da oração ex-  citar em si pensamentos piedosos, nem afectos de devoção:  | 1.º — No estado normal, a alma, posta em presença     de Deus e contemplando as suas perfeições, encontra o  alimento superabundante que reclama a inteligência, se-  quiosa de verdade e imediatamente do coração brotam  afectos de inefável amor; experimenta um bem-estar in-  comparável, ao sentir-se na posse do Bem supremo; por-  que, apesar da depravação original, o homem conserva  em si o instinto da Divindade, e conhece-se, na origem e  no destino, propínquo de Deus, causa primária e fim úl-  timo. Mas quantas causas são óbice a esta união e a esta  posse! O pecado e mais ainda o vício, comprimem e  quebram os nossos transportes para Deus! intercep-        E »  d. us        e e        ` PROVAÇÕES 73        tam-se, qual barreira insuperável, entre o nosso coração  e a Divindade; «animalis homo non férepii ca quae sunt  spiritus Dei». x.     Depois, asdoença, a debilidade fisica, o cansaço, uma  digestão custosa, podem mais ou menos paralizar a acti-.  vidade do espírito e tornar a oração laboriosa e árida.  Enumeremos ainda preocupações, que prendem, negócios,  que absorvem, e /evzandades e dissipações, que impedem  as faculdades de mobilizar forças, com que a alma se  aplique às cousas de Deus.     Emfim, quem não compreende que Deus pode, por  modo de > próvação, subtrair-se as pesquizas da aima,  ocultar-sé"de seus olharês e deixá-la assim na mais de-  plorável impossibilidade de orar, na mais angustiosa e in-  RETAS aridez?!        d.        9 — Atitude da alma provada pela aridez.        a. — Deve reagir contra êsse estado de alma, que é  doentio, e, porque oferece perigos, exige cuidados: frias, "  frouxas, indiferentes as relações da alma com Deus, não  irá ela procurar nas criaturas a felicidade que n'Ele agora  não encontra? Faltando-lhe na oração e meditação, o calor  que dulcifica e o bálsamo vivificante das doçuras espiri-  tuais a contrabalançar a influência das paixões, não cor-  rerá ela risco de seguir antes estas e de cair na mais de- .  plorável tibieza? Importa, pois, reagir fortemente : a) in-  vestigue com a ajuda do Director as causas désse resfria-  mento para com Deus e supríma-as quanto possível; 4)  empregue todos os meios para se entregar devidamente  á oração: recolhimento, preparação cuidada, método au-  torizado; c) peça a Deus instantemente, não já as con-  solações sensíveis; mas o gósto pelos exercícios de pie-  dade, e a facilidade em os praticar; desta espécie tem a  Liturgia da igreja muitas orações.        — Aceitar com ánimo forte a provação e aprovei-  tar dela, até que Deus a dissipe.        Bs ec Se MS P  74 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA  | Vos: LN |  Será de grande benefício para a alma, se, reagindo, `  como dissemos, a aproveita -para se humilhar, e sofrer, `  perseverando não*obstante, em ser fiel aos exercícios de        piedade. | = è        3.º — Direċção da alma nesta provação.  . a) . Estimulá-la a reagir. generosamente, (empregan-  do os meios) contra a aridéz espiritual. |        «Qui declinat aures suas ne. audiat legem, oratio  ejus erit execrabilis (Prov. xxvnr, 9). — Iniquitates vestrae  diviserunt inter vos et Deum vestrum, et pecêita vestra  absconderunt faciem ejus a vobis, ne exaudiret (Is. LIX, 2).  — Ante orationem praepara animam tuam et noli esse  quasi homo qui tentat Deum (Eccli xvur, 23).— Humilium  et mansuetorum semper tibi placuit deprecatio (Judith. ..  ix, I6). — Scitote quoniam exaudiet Dominus preces ves-  tras si manentes perseveraveritis in jejuniis et in oratio-     nibus in conspectu Domini (Judith, iv, 12). RO        b) Animar e alentar as que mostram esfôrço e boa  vontade"nesta provação; lembre-lhes o exemplo dos  . Santos, que, como Santa Teresa, passaram pelas mesmas  tribulações; recorde-lhes que lutando e sofrendo, adqui-  - rêemimerecimentos e obterão graças especiais, que hão-de  “suprir as considerações suaves e profundas.        " E  | c) Formá-las no costume de levantar muitas. vezes |  ao dia o pensamento e o coração a Deus.        E Ee        Xe 2, — Eserúpulos  TN ; ^ | | *  O éserüpulo é um temor infundado e aflictivo de pe-  car ou de ter pecado (Poulain, gráces d'oraison). "3  Alma escrupulosa é aquela que, sob frívolo funda-        mento, que reputa sólido, tem por ilícito o que de facto        + p w:  1 " ^n:                PROVAÇÕES  a        I  wa          1%        não é; e daí uma anciedade contínua e a convicção de  “pecar "Hed e gravernente..        , I. — O temor fundado de pecar revela uma cons-  ciéncia | timorata e por conseguinte uma alma delicada no  serviço de Deus. Tais pessoas, porque são almas de elei-  ção, qe temem as mais pequenas faltas, quanta injustiça  não ha em as invectivar de escrupulosas| é sentenciá-las  sumáriamente para as expor ao desprézo e ao ridículo |     * — Se o receio só é fundado” insuficientemente, e sem        ^        sobressalto, é antes errónea e nào escrupulosa, a .cons-  ciência. |     As apreensões vãs que tiranizam o escrupuloso, po-  dem ter por objecto toda a moral ou parte dela. Assim,  ha pessoas escrupulosas em matéria de justiça, por exem-  plo, e laxas em matéria de castidade. Mas o terreno  mais propício para escrúpulos é quasi sempre o que diz  respeito a intenções e a disposições interiores: «não decla-  rei bem os pecados... não tenho contrição perfeita... de-  certo fui causa de tal maledicência... prejudiquei, pare-  ce-me, o próximo, por falta de cuidado.. quiçá, fui causa  daquela tentação, porque fui imprudente... consenti, por  certo, naquele pensamento desonesto... distrai-me, talvez  voluntariamente, durante a missa... etc.». À tendência  para os escrúpulos pode provir, ora dum temperamento  melancólico e tímido, ora duma imaginação tão viva e  impressionável, que falseie a razão; já da educação muito  oprimida ou convivência com pessoas escrupulosas, já de  direcção espiritual mal orientada, ou do desejo excessivo  de obter a certeza no que respeita á salvação.     «Admitem os médicos que o escrüpulo invéteràdo  tem fundamento no organismo; é por isso que os escru-  pulosos habituaisgestão sujeitos a toda a sorte dei; cMEUTO-  ses: nervosismo, neurastenia, etc. e entram assim ha ca-  tegoria dos doentes que chamam «fóbicós», isto é, que  tem, .um temor instintivo, errado, desarrasoado e obsti-        nado, por mais que se tente curá-los» (Poulain, Gr.  d'oraison).        A ie  ^        76 “DIRECÇÃO Di Gowscrewcia EA E Op  a * LOK  Ha ainda à notar que bém o demónio pode. in-  tervir como causa principal do escrüpulo, e quando tanto  não seja, empenha-se em o conservarte intensificar, para .  cansar à alma e conduzí-li por fim ao tédio espiritual e  ao desespéro.        2.º — Impõe-se como necessária a “cura*desta .  doença porque a) o escrüpulo é um 2770 e o êrro não  pode levar a Deus, Verdade Suma; 4) porque é origem  de perturbação e angiüstià ; ora diz o Espírito Santo:  «non ifj commotione Dominus».     c) Criando o escrüpulo raizes inveteradas, torna- se,  pode-se dizer, nào. só incurável, mas tambem a'causa da  maior ruina espiritual: estiola a piedade, invade com  distracções a oração, extingue o recolhimento, paralisa a  confiança, enfastia dos sacramentos. ^     Pode, demais, arrastar ás piores conseqüéncias: can-  sada aalma por tão incomportável martírio, desespera  da salvação, volta-se para as satisfações dos sentidos e-  não raro procura no suicídio o términus de tanto sofrer !     d) Tambem sôbre a saúde e o carácter têem os s-  crüpulos funestíssima repercussão, fazendo das suas: vícfi-  mas séres ridículos e ineptos, insuportáveis, mesquinhos  exincapazes até de cumprirem os deveres do próprie  estado. . |     E     3." — Direcção das almas eserupulosas.        Jd A5 .     A. — Quando na alma se revelam sintômas manifes-  tos desta doença, cumpre estudá-la com empenho até  diagnóstico seguro. E’ ou não escrupulosa ? se é, se ha  certeza, ém que se funda a doença? quais as causas e  “sobretudo” qual é a causa principal? «té que ponto já  criou raízes? Só depois dêste estudo é que poderá for-  mular os princípios e estabelecer + os remédios para ` a  cura., . à E        — Arme-se então de paciência, caridade e zéle        PROVAÇÕES* . 77  5 . l     para prescrever os meios necessários e aplicá-los com  . bondade e firmeza inflexível.        c.— Em tarefa tão momentosa e difícil, condição  necessária e fundamental é a obediência cega às determi-  nações do Confessor. Para conseguir esta docilidade € in-  .dispensável primeiro convencer bem o penitente da sua  necessidade e de quanto é seguro ,o caminho da obediên-  cia. Repita-lhe e persuada aquélas palavras de Jesus:  «0 que vos ouve, a Mim ouve» e estas de S. Bernardo:  «Devemos, no que não é declaradamente contra Deus, es-  cutar como a Deus mesmo, aqueles que na terra são seus mi-  nistros». -Convença-se, repetimos, custe o que custar, de  que o 2£:2c0 caminho seguro, para chegar ao céu, é o da  obediência e de que nunca Deus qualificará de delicto, as  faltas que a alma, cheia de boa vontade, cometer por  efeito: de submissão dócil e perfeita. E’ esta uma ver-  dade tão fundamental e indiscutível, que se o escrupuloso  se obstinar afincadamente no seu modo de ver, não resta  recurso algum para o salvar, — àparte um milagre da graça,  "- terá o Confessor simplesmente que resignar-se e de-  sesperar por completo de realizar a cura!        D, — A este remédio geral e TE devem  seguir-se outros particulares, consoante as necessidades  especiais. de cada alma. Combater primeiro e directa-  mente a causa principal dos escrúpulos: se esta é o tem-  peramento ou disposição doentia do organismo, obri-  gue-se O penitente a tratar devidamente da saúde; se é  o demónio o principal agente, oponha-se-lhe a humil-  dade, a pureza de coração e a oração assidua; se são  os preconceitos ou ideias erróneas e falsas, instrüa-se  e formem-se-lhe ideias novas, de harmonia com a ver-  dade. Fá-de exigir tambem, indispensdvelmente uma  fidelidade inviolável ds seguintes regras: a) não acusar  nunça as faltas duvidosas, nem as tentações sôbre a ma-  téria do escrúpulo. Não falar nunca, na confissão, dus  pensamentos, desejos e intenções que falsamente julgam        -        a RR À "i  "W “ e Y Mans 4  ^ ' x ` *  p:  B        78 «DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA `        criminosas e que são contínuamente-o martírio dessas  almas atribuladas. | |     b) nunca permitir que geral ou parcialmente retor-  mem as confissões passadas, a não ser que haja absoluta  certeza de haver faltado a precisa integridade ou a con-  trição. ! |  c) Nas decisões seja firme o confessor e“firme o pe-  nitente; deixe éste as dúvidas, as perplexidades, não va-  cile um instante; remova;a irresolugào, formando a-cons-  ciência unicamente pelas “palavras do confessor; ás pró-  prias jideias, lembranças, apreensões, nào dé o menor  crédito, antes as despreze decididamente como érro que  sáo e mentira.     d) Práticamente, o escrupuloso deve considerar  como insignificante e para desprezar, toda a dúvida que  não pode garantir com Juramento.        : 3. — Possessão e Obsessão        E' certo que o demónio pode, por permissão de  . Deus, exercer influência e dirigir ataques contra o .ho-  mem, produzindo nos sentidos externos ou internos, ofe-  rações e impressões, anómalas, dolorosas ou aflictivas.  -Radicalmente perverso e maligno, lança mão de quanto        "possa contrariar a glória de Deus e a felicidade do  : “homem. Mg  | Antes de Jesus Cristo, que lhe arrebatou o império,  conquistado pelo pecado original, era grande o seu pode-  rio, acerba a sua tirania. Hoje visa o seu empenho a  atormentar a alma antes do que o corpo, acorrentando-a,  se pudér, com as cadeias do pecado, mas o ódio insaciá-  = vel que tem à humanidade leva-o a lançar mão de todos  os meios e, se Ihe fór dado, descarregar tambem sóbre o     córpo os mais pesados golpes.  | Basta que Deus afrouxe as rédeas por um instante     para êle se precipitar sôbre a víctima e fazê-la sofrer du-     ramente. |        A opressão e vexame terrível que, com a inaldade é”        PROVAÇÕES /9        “astúcia que o caracterizam, pode exercer sôbre o homem,        são para êle ocasião feliz de saciar toda a raiva, de ma-  nifestar poderio e autoridade e de prosseguir na obra        . nefanda de perder as almas. Frequentes outrora, como        vêmos pelo Evangelho, os seus ataques e vexames contra  a humanidade, que calcava despótico, quási único senhor,  tornou-se dêminuta entre cristãos a sua influência, desde  que o Homem-Deus o venceu, triunfando da morte e do  inferno, sôbre o Calvário. |     ^ Quando a sua acção se exerce unicamente, ainda  que com violência, sôbre o córpo e faculdades sensitivas,  chama-se obsessáo.     De sorte que neste caso, apodera-se, contra a von-  tade do paciente, dos membros, (língua, mãos, etc.) para  o obrigar, ora a palavras, gestos e actos escandalosos e  desonestos, ora a não realizar coisas e acções, que lhe  desagradam ; agora, exerce pressão rígida sôbre os senti-  dos e seus órgãos: visões estupendas, pavorosas, que  apresenta á imaginação e á vista,— blasfêmias, obscenidades  e alaridos ensurdecedores, aos ouvidos, —- fétidos irrespi-  ráveis, nauseabundos, ao olfato; logo, morde, bate, fere  cruelmente ou provoca doenças extraordinárias, que até  por vezes enredam sériamente a medicina. — Outras ve-  zes invade tão profundamente o corpo, que parece incar-  nado néle; por tal forma parece fazer as vezes da alma,  que a priva do domínio das suas faculdades e lhe faz per-,  der o conhecimento e toda a actividade intelectual, fi-  cando de todo o exercício, movimento e acção êle o único  autor. Eis neste caso a possessão.     Porque permite Deus ataques desta natureza a cria-  turas suas e ás vezes a almas justas?     "Podemos indicar quatro razões: a) para nos inspirar  horror ao demónio com provas palpáveis da sua. malva-        dez; — 5) para nos fazer temer o pecado mortal; quando  é tão grande a tirania que êle exerce sôbre o corpo,        coarctado e açamado, que não fará á alma, que se lhe        “entrega voluntáriamente pelo pecado? c) para nos fazer        temer o inferno: os vexames que faz sofrer aos possessos        80 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        são pálida imagem apenas do que fará sofrer aos répro-  bos. d) para nos exercitar nas virtudes da paciência e  mortificação e nos purificar das imperfeições.        Direcção das almas vexadas pelo demónio.        a) ramine com cuidado se de facto ha possessão  ou obsessão. Para isso use de toda a circunspecção e  deponha de si qualquer preconceito: não acredite fácil-  mente na vexação diabólica, bem como a não regeite  à priori. Na dúvida, recorra a médicos entendidos e a  teólogos doutos e experimentados...     Apresenta o Ritual vários sinais para averiguar da  intervenção diabólica: «falar correntemente e compreer-  der uma língua que nunca se aprendeu; revelar coisas  ocultas ou longínquas, cujo conhecimento não pode ser  obtido por meios naturais; dar' provas de fôrça extraor-  dinária, inexplicável naturalmente, etc.».        b) Purifique, por sua parte, o penitente a conscién-  cia pela contrição e estado de graça, de sorte a tornar  insuportável em si a permanência do demónio e ao  mesmo tempo conseguir de Deus o termo da provação.     c) Sujeite-se a tratamento médico e sanitário, de  molde a tambem o organismo reagir contra a acção dia-  bólica.        d) Recorra ao jejum e á oração, segundo a reco-  mendação do Salvador: hoc genus.. ; aproxime-se santa-  mente da comunhão e use dos Sacramentais que a Igreja  instituiu para reprimir a acção dus demónios.        e) Pode empregar tambem os exorcismos, contanto  que observe rigorosamente as normas da. Igreja a êsse  respeito. Emfim, lance mão de todos os meios que con-  corram para diminuir ou suprimir tão terrível provação.        PROVAÇÕES 81  4. — Perseguição dos homens        Consiste esta provação em que as pessoas virtuosas,  as mais perfeitas sobretudo, estão muitas vezes expostas  a tôda a sorte de contradições : desprêzos, calúnias, injus-  tiças e até vexames — já por parte dos infieis, descrentes  ou herejes, — já por parte dos maus cristãos e mesmo  dos cristãos perfeitos e fervorosos: «et omnes qui pie vo-  lunt vivere in Christo Fesu persecutionem patientur».     Nào admira que as pessoas piedosas, por praticarem  a virtude, sejam perseguidas pelos maus e por pessoas  mal intencionadas «nolite mirari si odit vos mundus» —  mas o que é á primeira vista surpreendente é que te-  nham a sofrer imenso e sobretudo, por parte das que de-  viam ser o seu arrimo e sustentáculo ría vida de piedade.     E' que Deus permite muitas vezes a ilusão sobre  pessoas de elevada santidade, cuja virtude um certo con-  curso de circunstâncias desfavoráveis faz eclipsar ou igno-  rar; exemplos desta ordem temos com frequência nas vi-  das dos Santos e nos processos de canonisação. Eis o  que diz o Cardial Lauroea no opúsculo 6.º sobre a Ora-  ção: «Deus permite por vezes que homens inocentes e  bons sejam mortificados e punidos pelos seus superiores  hierárquicos, mal informados. Era-me fácil citar exem-  plos, môrmente entre os Regulares.     Encontram-se com frequência nos mosteiros, homens  “que, por Ódio, inveja, ciúme e até por zêlo, mas zélo que  não é segundo a razão, perseguem sem tréguas e a-pesar-  -da sua Yirtude, um ou outro confrade, sem culpa, nem  delito. - Mas, não ha dúvida que é com o vinho melhor e  mais delicado que se prepara o vinagre mais excelente».     «Outra provação, diz o P. Poulain, que*à primeira  vista parece insignificante, mas que por tempo enerva e  desalenta, é a convivência com uma pessoa 777z/dve/, que  pör mais que se faça, tem sempre que dizer, que replicar  e censurar. à  : Da sua boca nào sai nunca uma palavra de aprova-  ção. Terá entre os estranhos reputação de bondade e        ' | 6        *        ib        82 | DIRECÇÃO DE! CONSCIENCIA o. A Nn i y        c        X        Ee  doçura, porque se desfaz em atenções e obséquios quando: ;  precisa ou teme; fóra disso é insuportável; porque seus, .  nervos, quais pilhas elétricas, estão sempre acumulados e  prestes a descarregar. E’ impossível com tais pessoas  tratar Seja o que for, com serenidade. Não se mà  ninguem, nem ouse dizer-lhes que foram mal informada:  ou que deram ordens equívocas e contraditórias; a tét  pestade que logo se levanta é de tal ordem, a edita  tão extrema, que dir-se-ia um vulcão em crepitante e  activa erupção. Só elas é que teem razão, é que sabem,  é que julgam certo. E’ evidente que tal proceder' en-  volve falta grave contra a caridade e é um verdadeiro  flagelo para os subordinados.     As víctimas desta tribulação cumpre ao Director tra-  tá-las com bondade, inspirar-lhes,espírito de fé, grandeza .  de ânimo e paciência. Vejam N. S. Jesus Cato e tantos  Santos, como tiveram que sofrer! Temos ainda que tão  grande contrariedade é ocastão excelente para a formação  sólida na virtude, e é fonte de merecimentos, pelo exer-  cício da humildade, paciência e caridade; demais, Deus  concederá por isso muitas graças e até graças extraor-        dinárias.  V— DAS ILUSÕES        Fla ilusão quando se vê como existente o que não.  existe ou diferente do que existe.     No sentido moral, a inteligência é víctima de ilusão,  „quando não apreende o objecto do conhecimento se-  - gundo a luz da verdade, mas sob um falso brilho que a  transvia na directriz da vida. Tratamos aqui tão sómente  das ilusões que teem repercussão na vida espiritual,        e e i  1.3 — Origem das ilusões,        Proveem: a) Da fraqueza da nossa razão. +     A nossa inteligência sentiu minguar-lhe a potência  perceptiva e compreensiva, após o golpe com que a feriu  o pecado original.        A        DAS ILUSÕES 83     "P |     Ficou limitado a horisontes mais restrictos o alcance  da sua visão e a eficiência da sua energia afrouxa, can-  'sa-se rapidamente com o esfôrço. Cativa da imaginação,  perde-se fácilmente na arena em que labuta e é por isso  marcado com o sinete da caducidade o fruto do seu labor.  e b) -- Do influxo das paixões.  7?" No íntimo do nosso coração, quantas tendências de-  sordenadas, que obscurecem o espírito! Sob o seu im-  pulso, por vezes terrível, a atenção vagueia por longe  dos princípios sãos e arreda-se das considerações, scinti-  lantes de luz e de verdade; desvia-se dos raios do sol  que a ofuscam e fixa-se numa semi-obscuridade, quási tre-  vas, onde abundam e medram máximas e preconceitos,  que legitimam quanto nos apetece. E dentre as paixões  assim a conspirar contra a razão, surge com mais influên-  cia, ora o “amor, ora o orgulho, que alucinam e cegam  por modo sempre crescente: «amor facit insanire».     c) — Da influéncia do mero.     E'-nos impossível por assim dizer, escapar na vida à  acção fascinadora do mundo: são máximas erróneas,  princípios falsos, que invadem todo o nosso ser; é o ar  que respiramos, todo saturado do seu espírito, bem como  o que nele vemos e ouvimos; de sorte que infiltra-se em  nós por tal modo o veneno do êrro, que o pensar dos  mundanos é o nosso pensar, o seu querer o nosso querer.     Que forte, fortíssima reacção não é precisa para nos  libertarmos de tal espírito !                 2.º — Principais ilusões; seus remédios.        «O terreno das ilusões, diz Mgr. Gay, é tão vasto  como a obra da criação. Tudo nos pode-iludir; a nossa  alma, posta em relação com uma criatura qualquer, pode  sempre considerá-la sob um aspecto que não tem; não  ha nada que ferindo-nos, não possa produzir ' impressões  inexactas. Comtudo na vida espiritual, as principais illu-  sões dizem respeito, a Deus, ao próximo, e a nós mesmos.  Eis a divisão que nêste estudo adoptamos. ^        EG RR O        YE DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA  Ilusões a respeito de Deus        Examinemos as que: influem mais directamente sô-  bre a nossa vida moral. '        “Conceito errado sôbre as perfeições divinas.        1.0 — Fazemos falsa ideia da Bondade divina,  quando, desnaturando ó conceito déste atributo, a po- `  "mos em contradição com a Sabedoria, como que tor-  . nando Deus cumplice nos nossos desmandos.     Para compreendermos bem o que é esta ilúsão,  importa que façamos uma ideia clara da, bondade, atri-  buto de Deus. Infinita nã sua natureza, é limitada nas  suas manifestações e efeitos comè relação ás criaturas; li-     mite éste traçado — pela essência das coisas, cuja exígua  , capacidade não pode esgotar a, fecundidade do amor infi-  ` nito, — pelas disposições da Sabedoria eterna, que distri-  | bui seus dons por medida muito variada, —e pela acção  «da liberdade humana, que obriga por vezes a Justiça e a  Sabedoria, a restringir e até suprimir a expansão da libe-  .ralidade divina. Assim, vémo-la quedar-se às 'portas do  Inferno e despeitar-se, por assim dizer, já nesta vida 'con-  tra os que seguem mau caminho, ameaçando abandoná- |  -los à sua impenitência. Portanto, para longe a,ideia de  que Deus, por exigência da sua misericórdia, tenha de  salvar necessáriamente aqueles que, por livre vontade,  «abusaram da sua graça. |  “mx Se fôsse lei ordinária operar Deus um milagre na  hora extrema de cada um, para converter os obstinados  “e abrir-lhes como que à força as portas do céu, a Liber- |  dade humana, tranquilizada por êsse desfecho derradeiro,  se daría casi fatalmente a todos los desórdenes, en-        gushing-s = en todas las pr-sres de la tierra con la nersuasión  dé todavía disfrutar de un di: codas C (acaíso.  OMS. ¿No ves que tal concepción de la bondad d vna, no        de Dios un juego en manos de la criatura, compromete:        LAS ILUSIONES 85        +  en        “Toda la idea de Sabiduría y Justicia y precipita la        - ¿mem en la más estúpida presunción?        Color , . 4        oL E 'hacen falso concepto' de la Justicia divina,  darle un rigor tan excesivo que no deja campo        : a piedad. Si Dios se ve obligado a castigar  "Sm. Severidad, post mortem, aquellos que en este mundo:        de ninguna manera querían dejarse caer en las ataduras de  su amor, se esfuerza, antes que en la tierra, en el  salvar, por mucho que lo resistan: sufrirlos con        | enemistad y ante el menor indicio de arrepentimiento, se abre        ; Los brazos de su misericordia. Si es así, no entiendes        “Da justicia divina, no es de extrañar que el alma caiga        ».  44  Iba a "m        en el abatimiento, el desánimo, los escrúpulos y finalmente  en la tibieza y la desesperación, más lúgubre.        - Y        ilusiones sobre nosotros        . Pueden tener como objeto: nuestro estado de conciencia.  cia, - el grado de santidad que hemos alcanzado - nuestro  luces sobre la espiritualidad, y nuestras aptitudes y destino.     1º - Ilusiones sobre nuestro estado de conciencia.  Cuántas almas, creyéndose seguras, viven, de hecho, adorando  muy peligrosamente medido! , Y esa seguridad que  les importa "poseer acerca de la salvación, no se basa en la  testimonio de una conciencia recta, sobrenaturalmente  encendida, pero en una ceguera incomprensible e irreflexiva.  ligereza tomada. Creen que no tienen nada que reprocharse a sí mismos.  porque endurecidas pela indiferença e tibieza, já nào ou-  ,  vem a voz íntima da consciência, nem o grito lancinante. `:  do remorso; e se a si mesmas não podem ocultar algu-  mas faltas, muito bem sabem imputar a responsabilidade  delas às pessoas e circunstâncias que as rodeiam e ate-  vaca-lhes assim por tal modo a malícia, que “dam.  Lic mais + nguieta --a; on cntão depositar. conf.  inabaidve simples .5solvi.. - sacramental cessas :  sem se lembrarem: que não sendo fecundada po: um:        TE D o1]  86 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA ^  nerosa contrição, é mais que temerária tão plena con-  fianga. Bastam duas palavras dos Livros Santos para dis-  sipar esta ilusão: «com temor e tremor operai a vossa sal-  vação». .; «ninguem sabe se é digno de amor ou de ódio».  a        2.º — Ilusões àcerca do rau de santidade. — -;        Dominado e fascinado; pelas impressões -das cousas  do mundo exterior, julga muitas vezes o homem pelas  aparências e longe da realidade.     Da virtude podemos sem “duvida, ter sinais certos,  mesmo pela experiência dos sentidos, mas ha indícios de     ^. virtude muito equívocos, nos quais o amor próprio cons-  trui uma certeza que eles não podem dar!        A) Consolações sensíveis.     Não ha pessoa piedosa, por pouco espiritual que  seja, que não tenha experimentado em certos dias na re-  gião sensível da alma, uma suavidade particular, um  bem-estar incomparável, fruto da intimidade com Deus  na oração. Nestas horas deliciosíssimas, em que a felici-  dade em conversar com Deus é tanta, tanta a facilidade  em cumprir as obrigações e tanto o entusiasmo pela vir-.     ^ tude, como é facil a alma iludir-se a si mesma e julgar-se  perfeita! E quantos inconvenientes em ceder' a éste ins-.  tinto! porque tais doçuras são para a vanglória alimento  subtil e para o orgulho complacéncia egoísta e falaz, pelo  ."Que se tornam um grande perigo para a alma impru-  * dente e desprevenida. |  Ynofensivas que fossem para a humildade, preciso  era ainda nào se equivocar acérca.do seu verdadeiro fim,  "Podem ser prémio, é certo, de elevada virtude, mas o  mais das vezes são concedidas.como estímulo às almas  principiantes e imperfeitas. Pofque, a mais subida piè-  dade pode ser aestituida de tais coas 3 "mer. na  mais angustiosa desolação. Não consu..c.. a santidade,  nem indicam o' grau de perfeição; mais ainda, podem.  não provir de Deus, mas derivar de fontes puramente na*        Am : ^ ' > f  ` y j  ` 2 s , G  t -        b        DAS ILUSÕES 87        turais, como o'temperamento e a saúde e até, para en-  rêdo da alma, as pode excitar falazmente o aiii da  Salvação.     Depois disto, que fará o Confessor em presença  duma alma toda deliciada por consolações sensíveis? —  T a) — Veja primeiro quais os efeitos dessas consola-  “ções; se com elas se torna mais humilde, mortificada,  obediente e fiel aos seus deveres, dê graças a Deus, por-  que são benefício e orvalho do céu. — 2) Se tais efeitos  se não verificam, cuide em os conseguir, rebatendo o  amor próprio e o apêgo desordenado a essas doçuras; a  ânsia, com efeito, por tais delícias, leva a alma a procu-  rá-las, sequiosa, para se satisfazer, até com sacrifício dos  próprios deveres: não é amor de Deus, é amor de si  mesma. — c) induza o penitente a aceitar reconhecido tais  “benefícios e a aproveitá-los para se santificar e radicar  melhor em si os bons hábitos e virtudes.        B) Exercícios e obras de piedade.     E” laborar em érro crasso, confundir com a piedade  as práticas externas de devoção. lZscolhidas judiciosa-  mente, bem combinadas e cumpridas, é certo que podem  ser uma poderosa alavanca para nos transportarem a  uma vida altamente fervorosa, mas em suma, são apenas  meios, instrumentos, que por muitos motivos se podem  malograr no seu resultado. Seria êrro portanto ver nelas  garantia de santidade. Quantas pessoas, sobrecarregadas  com inúmeras práticas de piedade, estão longe de seren .  modelo e objecto de edificação para o próximo |. i     Têem em muita conta as muitas orações, medita-  : ções, leituras, esta ou aquela devoção, tantos outros  exercícios, e em conta nenhuma ou insignificante a prática  da paciência, da humildade, da caridade e da fidelidade  aos deveres de estado. O gue lhes dá a ilusão - pie-  “ade 4 . regularidade farisaica que usam nas suas o0v7-     ções, «= para é = são vis. De tais diz 5. Paco 5  ciem quidem pie. is haventes, virtutem amem  gantes». Obste o director com tacto prucente        ` a ww 4 x  "dc RS n. x  €i MS e  "        l : fac 5  88 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA        prichos e, quanto a devoções, obrigue a atender mais à  qualidade do que à quantidade; fiquem no seu lugar de  meies ou instrumentos e nunca se antecipem ao dever e  à verdadeira virtude; dest'arte tirar-se-há delas o devido .  fruto, bem como já não serão objecto de vaidade e de.  exteriorismo.     c)— Peniténcias corporais. Podem tambem, tal como  as devoções, ser inspiradas pelo orgulho ou por um sen-  timento secreto de vaidade, mas usadas com prudência,  serão fortes auxiliares da virtude, sem constituirem con-  tudo prova infalível de santidade. Hà pessoas que se en-  tregam com resolução e boa vontade ás macerações cor-  porais, sem pensarem sériamente: em mortificar as pai-  x0es, quando é certo que as austeridades déste género  não devem ter outro fim. Depois, admiradas de si mes-  mas pela crueza que houveram em crucificar a carne, já  se cuidam mais ou menos émulas dos Santos, quando a  triste verdade é que rivalizam com os fariseus, que Jesus  flagelou tão impiedosamente. — (Para os remédios destas  ilusões, veja-se o que fica dito a respeito da mortifi-  cação).'t—        D) — Retumbância das nossas bóas obras.     Deixámo-nos, é um facto, ofuscar fácilmente pelo  brilho das boas obras, que o zélo, a actividade e o nosso  cargo nos levaram a empreender e realizar; e é tão fácil,  quando os nossos trabalhos são coroados de éxito, quando  vemos diante de nós frutos abundantes de zêlo, crermos  ter prestado a Deus grande serviço e julgarmo-nos com  direitos adquiridos para com Ele, quási seus crédorês |  Um prêgador que arraste, após si as multidões, ávidas de  O ouvir, um pároco qu | consiga entre as suas ovelhas  prodígios de renovameúto e fervor, um autor piedoso  que espalhe com profusão a sã doutrina, um favorecido  da fortuna que derrame nas mãos dos pobres' copiosas |  esmolas... eis tantos a quem clamam: «que boa recom-  pensa tereis um dia no céu!» E como é fácil cair e acre-        e        DAS ILUSÕES 99        ditari... Contudo Deus nào avalia o merecimento pelo  resultado, que sem a sua ajuda seria nulo. Aquele que  lê nos corações não se deixa iludir pelas aparências. No  dia último, diz o Senhor que desconhecerá até daqueles  que em seu nome operavam milagres e expulsavam de-  mónios! Cuidado pois, e vigilância, porque é fácil aqui  osaccesso da ilusão! Aos penitentes, pbrtanto, ofuscados  pelos esplendores dos seus trabalhos recomende bem e  convença o Confessor de que tão belos resultados são  obra apenas da mão de Deus, que usa para isso ser-  vir-se dos mais débeis instrumentos! e quantas vezes  êxitos inesperados, conversões, graças extraordinárias,  são efeito das orações, penitências e jejuns de almas es-  condidas e santas, que só Deus conhece, pois mais con-  sidera a intenção pura, recta e humilde, do que o es-  trondo e brilho das acções realizadas !        E) — A boa estima que mos tributam pessoas vir-  tuosas.     Quando constatamos qué os outros descortinam e  até admiram em nós alguns reflexos de virtude ou que  pretendem talvez ver-nos com vislumbres 'de santidade,  é natural não resistirmos à tentação de nos crermos per-  feitos, porque, bajulado o nosso orgulho, resvalamos sem  custo para aquilo que nos lisongeia; e... de nós para  nós pensamos que se não estamos muito acima do co-  mum, como é que nos testemunham tanta admiração?...  sem repararmos que tais louvores ou louvaminhas, são  exagêro e pura lisonja, prodigalizados até com hipocrisia  e mentira —e que os homens julgam pelas aparências,     «quantas vezes enganadoras! Estão muito expostos a esta  ilusão todos aqueles que são revestidos de autoridade,  porque, acolhidos em toda a parte com respeito e vene-  ração, escutados e ouvidos com aplauso em todas as suas  palavras, incensados ora com a admiração, ora com a     ““adulação, .naturalmente se persuadem que tais encómios     correspondem à verdade.  ` A êstes advirta o Director que não são os homens        /                    00” |  DIRECCA DE CONSCIENCIA |     | qué teem competência pára dos TRE imastão somente  Deus, que lé no íntimo: dos corações; onde descobre  “misérias e. deficiências, que. os homens: não. podem ‘desi ..  “cortinar..., que, segundo a palavra dum Santo: Padre,  aquele que está investido em autoridade, tambem há-de  „ter. juizo mais rigoroso. .: e que importa pouco agradar  aos homens, se não somos verdadeiros discípulos de Je?  . sus Cristo. |        Fr) — A falta de difituldaidesna virtude.        Ha pessoas que, salvaguardadas desde muito tempo        ' où- desde a infâncias e alêm “disso dotadas dum natural        frio e calmo, cercadas tambem. por camaradagem pací-  fica, retiradas de convívio: impertinente, num meio insus-  ceptível de ciúmes e emulações, desconhecem, parece, as  tentações formidáveis que acometem tão rijamente outras  almas; são puras, humildes, modestas, simples, parecem  confirmadas na virtude.     E se já tiveram dificuldádes nào as teem agora, ou  porque mudaram as circunstâncias ou porque um aconte.,  cimento súbito as feriu profundamente e revolucionou  ideias e sentimentos. De sorte que se creem completa-  mente mudadas e a verdade é que são ainda as mesmas,  porque se as inclinações e maus hábitos doutrora se não  manifestam, estão latentes e só esperam oportunidade  pará despertarem com violência mais terrível. E' fre-  quente esta ilusão em alunos de colégios, seminários,  “pensionatos e em almas que triunfaram de grave tribula-  ção ou terminaram exercícios espirituais com fervor ex-  traordinário e decidido propósito. Nestes casos é impres-  cindível a intervenção do confessor; aliás, o amor ptó-  prio, as resoluções arrojadas, os propósitos imprudentes,  a presunção temerária de vocação que se não tem, serão  outros tantos escolhos. que terão como efeito o aumento  crescente desta ilusão, até derrocada tanto maior quanto  maior tiver sido o sônho utópico dc an        ^        = c) — Vida exteriormente reguiai .        DAS ILUSÕES | OI        /Temperamentos ha que por tal forma se acomodam  a uma regra, norma ou habituação de vida, que por  tempo a natureza parece ter desaparecido, tal é a influén-  cia que um viver sempre igual neles imprime. Vivem  tais pessoas como que automáticamente, sob o influxo  do hábito adquirido, com vida, por isso, exteriormente  perteita e edificante. Mas para diante de Deus será real  essa perfeição? essa regularidade não será toda ou quási  toda maquinal, isentando a alma de esfôrço para a vir-  tude e dum viver todo fervor?... O hábito ou rotina é  o grande inimigo da santidade. Confessar- se, comungar,  recitar muitas oragóes..., só por efeito duma fidelidade  meramente mecânica, que valor e que merecimento po-  dem ter?        3. º Ilusões acêrca dos nossos conhecimentos  em espiritualidade.        As pessõas muito lidas e versadas na sciência da  vida espiritual crêem sem custo que nada lhes aproveita  a- leitura, o estudo ou a meditação, respeitantes a êsse  assunto, que para elas supõem esgotado.     E' êrro tão grave êste pensar que o autor do livro  «Pratique progressive de la confession» diz com insistén-  cia : «reparemos bem; o que opera em nós e nos move  não é o que sabemos, mas 9 que se nos patenteia , e sen-  - timos; ora O que já aprendemos e estudamos. não realiza  essa condição, porque é um conhecimento adormecido e  latente; será uma ideia exacta, cheia de verdade, mas  sêca, árida, ás escuras, sem relêvo, que avive e sem mi-  nücias que despertem. A verdade só, abstracta, não fere;  o modo, a feição com que é apreendida, é que toca, é  que sensibilisa. Contudo, ainda estas modalidades, retidas  na memória e não renovadas, dentro em pouco voltam        por sua vez ao estado de laten:es, deixando če estimula:  enriquecer a nossa perce 2pc3o, pois é um priu  que toda a vida tem de ter continuamen:^ re        "entar para O noto coração; vive, trat        | Poe: P  92 ' . DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA A     t É  não queda um instante, renova, estendé a sua influência  vital até às mais pequeninas ramificações dos tecidos;  tudo é renovação e recomposição. Tambem a garantia  da nossa actividade espiritual se encontra 7205 sãos pensa-  mentos, que se transformam em sentimentos e depois em  fórca. Mas, onde haurir os pensamentos salutares e be-  néficos? quem os'renovará de contínuo deante da inteli-  gência? — a palavra de Deus lida ou ouvida, os livros de  piedade, os sermões, as conversações com pessoas vir-  tuosas... Aos que dizem: «nào gosto de ler, prefiro  meditar, porque me sinto melhor» respondo: está bem,  pois nêsse caso a vossa vida de renovamento está asse-  gurada. E se os pensamentos forem sempre os mesmos,  que importa? é com as mesmas iguarias que nos alimén-  tamos cada dia. Um perigo existe contudo para estas  pessoas, cujas ideias são em geral diferentes das dos ou-  “tros, e vem a ser a singularidade, que pode, ora trans-  viar, ora acanhar o modo de ver, sendo bom recomen-  dar-lhes variedade na forma da verdade e dos senti-        mentos».        $        4.º — Ilusões acêrca das rossas aptidões e des-  tino sobrenatural.        Ouçamos Mgr. Gay (Instr. à l'usage des personnes  consacrées à Dieu): Consiste esta ilusào em violentar a  graca divina, crendo-se, sem exame, sem provação e  apoio de conselheiro prudente, chamado a uma santidade  eminente. à  ' Ha uma ambição muito legítima que impele para o  porto da salvação a barquinha da nossa vida interior,  mas ha tambem a ambição temerária que a faz sossobrar  nos recifes da travessia. Não é sómente na ordem da  investigação que nos diz o Espírito Santo: «não procu-  res coisas mais altas do que tu, nem especules o que  supera as tuas fôrças (Eccli. ur, 22). «Até na sabedoria  deve haver sobriedade» (Rom. vir, 3); mas, é, com cer-  teza, agradar a Deus, dizer com David: «Senhor, nào se        ,        == "b  | eap i!  é  .  $        Ker o        DAS ILUSÕES | 93        exaltou o meu coração, nem tão pouco procurei marchar  por caminhos maravilhosos e superiores à minha capaci-  dade (Ps. xxx, 1). E para que o divino Mestre nos  diga: «amice, ascende superius» — vámo-nos por nossa  livre vontade sentar no último lugar.     Tenho tambem a fazer uma recomendação: é que  não devemos lêr indistintamente as vidas dos Santos.  São tão belas as suas virtudes, que correremos risco de  ' ceder à tentação de os querer imitar e seguir por vias  . tào elevadas como êles». t     “O mesmo, me parece, se pode dizer dos livros que  versam alta espiritualidade, porque almas com menos  equilíbrio, podem estontear-se com tais doutrinas e che-  gar a um tal estado de exaltação, qne as desoriente e até  cubra de ridículo.        Ilusões a respeito das creaturas        As principais a tratar aqui; dizem respeito — ao  meio em que se vive, — às amizades e antipatias — e à  direcgào espiritual de cada um.        I.? — Meio em que se vive.        Nada mais cómodo do que atribuir ao que nos cerca  as nossas faltas e defeitos. E quantas pessoas cuidam  desculpar-se assim da vida imperfeita que levam!     Persuadem-se, de si para si, que se tivessem outra  convivência, outra morada, outro emprégo ou vocação,  que, se ocupassem lugares como os que brilham e edifi-  cam, tambem elas teriam virtude e piedade, tambem elas  operariam na sua vida uma maravilhosa transformação.  Não são elas que são falhas de disposições, mas sim, di-  zem, as circunstâncias e o ambiente, que as não ajuda.  «Ora é uma grave ilusão atribuir a nossa imperfeição a  causas independentes de nós. Deus quer a nossa per-  feição e proporcióna-nos sempre os meios; pensar dou-  tra forma é negar a sua Sabedoria e Providência... Não        4        94 DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA        é com outras pessoas e em outros lugares, que encontra-  remos a piedade, se a não encontramos já agora onde  “Deus nos colocou». (De la ferv. à la perfection). ;     ^ Recordem as palavras do Apostolo: «todas as cou-  sas se transtornam em bem para aqueles que amam  a Deus». |     Aproveitem-se da situação em que as colocou a Pro-     vidência, em vez de se lastimarem e suspirarem por ou-  tro viver; “aceitem como da mão de Deus as circunstân-  .cias em que se encontram e começarão sem demora a  progredir numa vida de renovação e de fervor.        2.º — Amizades.        “No dizer da Escritura, o amigo fiel é um tesouro  inestimável e o que o encontrou possui um remédio pre-  .cioso de vida e imortalidade, uma proteção à sombra da  qual pode descansar. (Eccli. vt, I4). — «S6 assíduo em  acompanhar com varão santo, quando reconheceres que  observa o temor do Senhor (id. XXXVI, 15). Em dois  escolhos é contudo fácil tropeçar: a) — Cativado pela  “afeição, o coração humano sente uma necessidade irresis-  tível de justificar o amor e à admiração pela pessoa,.  objecto de seus anseios. E' o que significamos quando  dizemos que o homem julga principalmente pelo coração.  Quem não vê o perigo desta ilusão? porque, ainda os  melhores amigos, teem muitos e muitos defeitos, que, se  não atendermos bem, tomaremos por virtude, tal é a ma-  -gia que em nós produz a afeição. — x) — Alêm disso, é  fácil tomar por afeição verdadeira o que é apenas a sua  ficção, porque para as deliberações do coração só a inte-  ligéncia tem voz consultiva; Os sentidos e a imaginação  não esperam, quiçá antecedem o coração. Eis porque  muitas vezes assenta a amizade sôbre alicerces frágeis e  perigosos e torna-se antes grave escolho para a vida per-  feita, Vamo: então aos princípios. Três coisas requer à  boa amizade: a) que se radique na virtude, porque do  motivo que a inspira lhe advem quasi sempre à morali-        DAS ILUSÕES , Q8        dade.-- Amar pelas tendéncias que despertam para pra-  zeres ilícitos, é amizade falsa e perniciosa; amar pela  beleza, formosura, qualidades físicas excepcionais, magia  do exterior e da convivência, é frivolidade perigosíssima ;  amar pelo talento ou bom caracter, 6 amizade honesta ;  porém, amar pela virtude, é a verdadeira e santa ami-  zade. o     b) — que encaminhe para a virtude, porque deve  procurar comunicação recíproca dos bens, em que se  funda; como pode verdejar a planta que se arrancou do  solo? Assim a afeigào, virtuosa no seu princípio, dege-  nera, se nào é exercida adentro da esfera da virtude. —  c) — que seja regrada pela virtude. Por melhor que se  suponha a afeição, logo que inquieta e perturba, torna-se  suspeita e repreensível; emquanto que a sá amizade  pode electrizar a alma e o coração, mas deixa-os numa  atmosfera calma e serena. i        3.0 — Antipatias.        Ha pessoas antipáticas, — ora naturalmente, em ra-  zão do carácter, maneiras, e porque nelas tudo nos repu-  gna como instintivamente — ora, porque nos ofende-  ram, contrariaram ou lesaram ; quanto às primeiras, de-  vemos fazer-nos violência e amá-las, tanto mais que  importa sermos justos para com elas; as segundas não  as podemos excluir do benefício da nossa amizade. Mas  que arte e habilidade para nos iludirmos neste parti-  cular! nào temos coragem para triunfar da nossa repu-  gnância e persuadimo-nos que temos ao nosso lado a  razão: à atitude hostil que tomamos, queremos chamar  honra, dignidade, carácter, defeza dos nossos direitos e  correctivo indispensável da ousadia e malicia alheias, ao  passo que em volta de nós, todos veem claramente que  somos exagerados e injustos.     As insinuações, o azedume e até o nosso silencio        são as testemunhas evidentes da bílis que envenena a  nossa alma.        A " " ; 3 1  !  E        96 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA  4.º — Ilusões sôbre a direcção.        a) — Consiste esta ilusão em nos persuadirmos que  não precisamos de director espiritual para nos santificar-  mos. Já vimos precedentemente a necessidade e impor-  tância da direcção, de sorte que não voltamos a insistir  neste ponto. «Não sentir necessidade de direcção, diz  um autor, é sinal de virtude, pelo menos estacionária ;  dispensá-la, porque nada temos a dizer, nem a consultar,  e porque não necessitamos de impulso para o bem, é  prova evidente de vida lânguida e estéril».        b) -.E' ilusão tambem pretender dirigir-se acciden-  talmente com um confessor de passagem. «Desconfiai,  diz Mgr. Gay, da direcção por encontro, fortuita, oca-  sional. Ha excepções, é certo, erum caso ou outro,  quantas vezes confidências íntimas cam prégadores de  missão, com sacerdotes eminentes pela virtude .e luzes  sobrenaturais, serão de alívio grande 'e princípio fecundo  de piedade verdadeira, para almas privilegiadas e cheias  de boa vontade! Mas, de ordinário, para dirigir uma  alma por caminho seguro e prestar-lhe os auxílios que  reclama a-sua necessidade, é indispensável couhecé-la  bem, sondar-lhe perfeitamente o interior, não só pelo  que ela diz de si mesma, mas tambem pela experiência  de a ter provado, e até, se fôr possível, pelo testemunho  imparcial de outrem». — c) — E' ainda ilusão confiar er-  clustuamente, na direcção, porque a missão do director é  instruir, alumiar, alentar, sindicar e nào substituir a ini-  ciativa de cada um. A' alma compete perguntar, querer  saber, abrir-se e manitestar-se, pór em prática as exorta-  ções e submeter à aprovação os propósitos e resoluções,  Se ha: pessoas que se queixam de falta de direcção, a  culpa é só delas, porque não prestam ao confessor ele-  mentos para se pronunciar, Quantas vezes o sacerdote        só espera para intervir, terreno e premissas, que abram        campo às suas considerações |        N DAS ILUSÕES 97        d) — E ilusão, finalmente, abusar da direcção.     «Pessoas ha de espírito medíocre e acanhado, que  levam a discussão para questões meramente materiais, —  pormenores de familia, vída particular, etc. sem necessi-  dade, nem exigência do estado da alma, —- e fazem-no,  umas para se tranquilizarem, outras para darem a todos  os seus actos o mérito da obediência. E’, sem dúvida,  entender mal as cousas...' Mas, outras levam o abuso  muito mais longe: confidências inúteis ou ociosas, ques-  tões sem nenhum interésse ou alcance, emfim, vê-se que  teem em vista prender e cativar o confessor e interes-  sá-lo a yaler pela sua pessoa; não descansam emquanto  se não convencem de que êle as estima e admira, nem  se retiram de boamente por mais demorado que seja O  colóquio, sem conseguirem plenamente essa persuasão.  E', diz Mgr. Gay, a excessiva preocupação de si mesmas,  o egoísmo e a vaidade; e daí o perigo grave de errarem  na virtude, de colocarem entre si e Deus nuvens espes-  sas, de o perderem de vista e de se afundarem total-  mente no abismo, separando-se d'Ele. Portanto, se que-  res, 6 alma, seguir direita para Deus na virtude e na  verdade, se queres crescer progressivamente na graça e  no fervor, sê sóbria, muito sóbria na tua direcção».        Remédios gerais contra as ilusões.        As ilusões, quer provenham da ignorância ou da  irreflexão, quer da acção importuna do demónio sôbre a-  inteligência, do mundo ou das nossas paixões, teem para  as dissipar os seguintes remédios: 1. Oração vocal,  mental, comunhão frequente, recolhimento e união com  Deus: qui sequitur me, non ambu'at in tenebris (Joan.  vill, 12).-— 2. Mortificar o amor próprio e a carne e  viver com grande pureza de coração. — 3. Estudar em  livros de doutrina clara e sólida as vias da vida espiri-  tual. — 4. Examinar, muitas vezes, com diligência, o ín-  “timo da nossa consciência. — 5. principalmente, confor-        98 | DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA EEr        mar-se com docilidade plena e obediência absoluta às `        décisões è advertências do Confessor.        VI — SACRAMENTOS        Entre os vários meios de santificação, nenhum ha  que se possa comparar em eficácia com os Sacramentos.  | Instituídos por N. S. Jesus Cristo, precisamente para  nos santificar, conteem em si virthde divina, que esti-  mula, alenta, fortifica e aperfeiçõa as nossas faculdades,        na prática do bem. Por efeito da sua acção própria pro- .        duzem a santidade em medida proporcionada ás disposi-  ções do adulto, que os recebe. E” pois evidente que o  director espiritual nào pode. menosprezar tão valioso  meio de perfeição.        Comunhão        1.^ — Comunhão quotidiana. — Doutrina da Igreja:  A — Duas condições são essenciais e obrigatórias: a) —  pureza de consciência, que exclua pecado grave, e 5) —  pureza de intenção, fundada, não em motivos humanos,  mas em motivos de fé.        B — Tres condições são de conselho: a) ausência de  pecado venial deliberado e de afecto a éle; b) prepara-  ção cuidada e acção de graças, consoante as forças, a        "condição e as obrigações de cada um; c) indicação do        Confessor.        * 2.º — Aplicação prática desta doutrina. |        A.— Exorte frequentemente e com ardor à prática  tão salutar e pia da comunhão assídua (Regr. 6.º-Decr.  Sacra Trid. Syn.).        +        ensis. se com zêlo ardente em conseguir        primeiro que tudo, as duas disposições essenciais.e obri- «        .gatórias: estado de graça e recta, intenção. -        SACRAMENTOS 99        c. — Nas suas exortações, inspirar-se-ha, não em ra-  zões de Sabedoria humana, mas em motivos de ordem  sobrenatural: æ) nào Pproibir a comunhão, a não ser  que tenha a certeza moral de que o penitente está em  pecado grave, — vai à sagrada Meza por motivo repreen-  sível, —- com detrimento grave dos seus deveres, ou  com escândalo culpavel. b) Não dissuadirá da comu-  nhão freqùente senão as pessoas, cujas disposições essen-  ciais lhe inspirem séria inquietação.     '. £€£)-— Não obrigará à comunhão quotidiana ou fre-  quente senão no caso de ser o único meio para arrancar  um hábito mau, gravemente culpavel, ou para precaver     eficazmente contra falta grave, bem como quando reco-     -nheça necessário o exemplo do penitente para afervorar     uma colectividade e criar uma atmosféra de profícua pie-  dade; ou ainda para arrastar à mesa santa tal pessoa     muito necessitada de comungar.        d) — Ás pessoas que se reconheça bem dispostas,  aconselhe com instância a prática da comunhão frequente.        D. — Envidará todos os esforços para que as comu-  nhões sejam fervorosas, lembrado de que. pode ser muito  mais profícua uma comunhão verdadeiramente fervorosa,  do que muitas, feitas com disposições menos ardentes;  «os sacramentos da nova Lei, ainda que operem ez opere  operato, tornam a graça mais ou menos abundante, con-  soante as disposições dos que os recebem»; por isso:  a) deve o penitente purificar-se o mais que possa, antes  da comunhão, do pecado yenial e do afecto a êle; b)  déve preparar-se devidamente, e dar graças fervorosa-  . mente.        Confissáo        I.o — Deve o penitente confessar-se tantas vezes,  “quantas exigirem as necessidades da sua consciência,  atendendo às circunstâncias de tempo e lugar e aos in-     * teresses da sua alma.        E        100: : DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA. ti $55. à  ^. — Razão. — A absolvição, dignamente recebida,  purifica, robustece e aperfeiçõa. «Se a comunhão é um  remédio, diz um autor, a confissão ainda o é mais: dá  vida, estimula, imprime alento e direcção. De facto, não  precisa senão de si mesma para ser uma grande força...  E' censurável o costume de não procurar a confissão se-  não em ordem à comunhão, fazendo dela apenas uma  condição sine qua nom... Estais, pelas circunstâncias, em  condições de não poder comungar? mais uma razão para  aproveitardes pelo menos da confissão, de: que podeis  lançar mão a toda a hora, em todo o lugar e quantas ve-  zes quizerdes». s " uc Me |        5.—Regras práticas. — I. - Confissão quotidiana. a)  Admiti-la aos pecadores, que se esforçam por perder  o hábito do pecado mortal; b) não a consentir ás pes-  soas piedosas, senão por excepção, isto é, no caso de  chamamento de Deus, especial e autêntico; doutra sorte  são de temer: por parte do penitente, escrúpulos e pe-  rigo de rotina; por parte dos estranhos, murmurações, crí-  ticas, suspeitas e para o confessor. tarefa incomportável.        IL. Confissão hebdomadária. E' dé conselho para  todos, recomendada pela Igreja'e geralmente seguida. pe-  -las pessoas piedosas; é tambem bastante «para se lucra-  rem as indulgências que a requerem como condição. |        HI. Confissão mensal. Para pessoas de consciên-  cia já formada e experimentadas na: vida espiritual pode,  em rigor, bastar para que vivam fervorosamente;.e será  para elas uma regra quando não: possam confessar-se  * mais bastas vezes, já em razão das obrigações de estado,     já para nào molestar a família, se tem de roubar tempo :  considerável, já para nào sobrecarregar o confessor, em  “épocas de trabalho excessivo. Dy CR        2.0 — Cada confissão deve ser proficua quanto. pos-  “sível. | m. bd Du        SACRAMENTOS IOI        a. — Razão. «Os sacramentos da nova Lei, ainda .  . que produzem a graça ex opere operato, causam na alma  efeitos tanto maiores, quanto mais perfeitas forem as dis-  posições dos que os recebem». (Decr. S. Trid Syn.).  Quererá dizer que o facto de se confessar muitas  vezes, seja sinal infalível de maior perfeição? não, por  certo, porque o abuso pode produzir efeito contrário.  Por isso nem sempre é infundadamente que os ini-  migos da confissão apregoain que ela amesquinha e de-  prime. |  , Atribuem ao Sacramento o que é efeito unicamente  do abuso. E na verdade, se acusais os pecados e depois  do perdào, esqueceis — arrependimento, propósitos e o  receio de tornar a pecar, que mudança operou em .vós a  confissão? Mas, ireis mais adiante: ora, direis, para que  acautelar-me, se tenho sempre à mão um recurso inex-  gotável contra outras faltas? é só confessá-las !  Sim! conceito tão errado da confissão e abuso tão  detestável, pervertem o senso moral, amesquinham, de-  gradam !        p. — Regras práticas. — a) E' indispensável preve-  nir o penitente contra os escolhos, que arriscam o fruto  ou a dignidade da confissáo: demoras inüteis ou preci-  pitação, orgulho e vaidade, indiscrição, leviandade, ro-  tina, zêlos, etcs     6) — Instruí-lo tambem nas práticas que tornam fer-  vorosa a confissão: meios eficazes para conseguir a graça  de se conhecer, de se abrir confiadamente, de se arre-  pender; meios para encontrar um bom confessor e apro-  veitar bem.da sua direcção; para, finalmente, alcançar  as disposições que tornam eficaz o Sacramento, como a  sinceridade perfeita, o Ódio ao pecado, o amor à confis- :  são, as resoluções firmes, etc.        1602 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA  VII —DA ORAÇÃO        A oração é um colóquio. com-Deus, a quem exprimi-  nos 0s nossos sentimentos de devoção e expómos as possas  necessidades. E' vocal-ou mental, consoante -é o corpo  on .a: “alma o principal, agente.        —E um colóquio. Etirhologicaménte oração si-     | ——3 conversação de boca, isto é, a fala nos séres inte-     ligentes, mas o uso, consagrado pelo cristianismo reserva     esta palavra para EI. exclusivamente o colóquio     com “Deus.     "Na conversação com Deus dtraia, mais ou menos, `     os dois elementos constitútivos da. nossa natureza, a     almae o corpo; é diminuta numas orações a acção do     . corpo, como na meditação, predominante noutras, como  nas Po liturgicas, etc.        || 2º— Toda a iraçãõ é preito e homenagem às perfei-  "pões divinas, a) porque exprimimos a Deüs os afectos  'que elas nos inspiram, 5) porque lhe pens o que  | sentimos sêr,nos necessário. -  Demonstra- se esta asserção ; : pela . análisé da oração;  'modêlo, a oração dominical; 6 «Padre Nosso», 'com.  efeito, é um colóquio com Deus: «Padre-nosso,-que es-  tais nos céus...» D) exprime, os nossos afectos para  com Ele, nas tres primeiras petições, c) expõe-lhe as  nossas necessidades nas quatro últimas.     Corolário. Por extensão, chamamos oração tam-  bem às préces que dirigimos à SS."* Virgem, aos Anjos,  “Santos, porque, participando. estes em certo grau idas.  “perfeições divinas, são preito prestado a Deus, as home-     e -gens e. petições, que lhes endereçamos. |        j        - A Motivos que persuádem a prática da oração.        A -— É necessária. ` oração - um “ever v posto  pela lei divina: «orationi iustate vigilans. colo v, 2)        A:        oue |^ « DA ORAÇÃO. — 103        e ensina.a teologia que é necessária «necessitate medii e  necessitate praecepti».        B. — Função que desempenha. a) Tem por fim        - essencial glorificar a Deus, prestando homenagem ás        suas perfeições: omnipotência, hondade, suprêmo domí-  nio; 4) produz em nós ao mesmo tempo disposições  para nos santificarmos: quem ora, deve ter fé, e por-  tanto confiança e humildade e, ao menos em dn        | amor de Deus.        ^ c — Eficácia. São formais e repetidas as declara-  ções de Jesus Cristo: sz quid petieritis me in nomine meo,  hoc faciam (Joan. xiv, 14), e em ordei à salvação a efi-  cácia é absoluta: qui dat omnibus afuenter et non im-  properat et dabitur e Linen, d ; 5).        Condições exteriores da Oração.        q  A.— Lugar. Podemos orar em toda a parte: «louva,        | minha alma, ao Senhor, em todos os lugares, submeti-  “dos ao seu império (Salmo cit, 22); contudo. ha lugares  | consagrados ou preferidos: igrejas, capelas, oratórios, os        | nossos aposentos, etc.        i -        B. — Tempo. Podemos orar sempre e em todo o        .tempo: «benedicam Dominum in omni tempore» (Ps.        xxx, I), mas há ocasiões, horas, momentos, mais pró-        ..prios para orar, quais são os que favoreçam mais a pie-        dade e o recolhimento, o que depende muito das disposi-  "ções -subjectivas de cada um. Ha tambem momentos  ^ mais ou menos consagrados: pela manhã, ao meio dia,  ao à noite, ao deitar, etc. P        1. c — Posição do corpo. a) Fóra'dos actos litárgi-.        . cos, ha a mais ampla liberdade a éste respeito: «a posi-        cáo melhcr é aquela em que mais se inflame a ros  (edes e «isis se acenda a nossa fé, aquela +m qr        E (or E DIRECÇÃO “DE. CONSCIENCIA  ub m h a ub i RES  corpo embarace mends o.espírito;. podendo portanto, wa,  oração particular, conservar-nós de pé, sentados ou de :  joelhos; rezar em voz alta, levantar as mãos, estender os  braços, estar parados ou a caminhar» (Schram. P. xxxvi). |  <ġ)— Pode haver, : contudo, lugar para restricções, |  em. razão das circunstâncias. Em público, por exemplo,  seria ridículo estar com: gestos espalhafatosos ou manifes-  tações extraordinárias; singularidades, que alêm de pro- |  duzírem espanto e distração nos outros, de forma alguma |  se coadunam com a reserva devida e com a palavra de .  Jesus: «et cum oratis.... mom eritis... ut videantur ab  hominibus» (Math. vi, S). - RARA E x.     c) — E de notar que a alma mortificada preferirá,  em vistas de maior perfeição, posições incómodas e cus-  tosas, mas até nisto deve haver moderação. «E' preferí-  vel orar de joelhos, diz Schram, quando se possa, mas  em regra a posição nào deve;ser nem muito cómoda,  nem muito incómoda, de sorte que o melhor é rezar, ora.  de joelhos, ora de pé, agora sentado, logó a caminhar»,  porque variar é facilitar a oração. | |        Qualidades da Oração.        Attente ac devote, diz a Igreja; portanto:     a) - Atenção. Deve o “espírito aplicar-se em pen-  samentos que elevem a alma acima das coisas dêste  mundo; orar, por isso, sem esfôrço, sem atenção, é des-.  respeitar Deus, é fazer da oração uma prática vã, uma  fórmula maquinal, destituida de valor santificante.        5) Devoção. Não basta que o espírito vá para  eus, é preciso que o coração o siga, doutra sorte dei-  Xaria a alma afastada d'Ele a melhor parte de si mesma;  Seria.a oração incompleta, improfícua e exígua a glória  prestada a Deus. A participação do coração inicia a.  prece. por sentimentos de confiança e consuma-a, num.  i i , ; PA        ,          DA ORAÇÃO IOS        Fr        ; | — eN  acto de puro amor; nem é necessário que intervenha o  "afecto sensível.        Condições que tornam infalível a oração.  a) Pedir o que realmente interessa à salvação.  | | E,        Pertencem a esta categoria os bens de ordem sobre-  natural, que santificam por si mesmos, como a, graça ha-  , bitual e as graças actuais; os de ordem natural pertence  à Providência fixar para cada um de nós, os que a sua  Sabedoria nos destina como meios de salvação: por-  tanto, é bom de vêr que só os devemos pedir condicio-  nalmente, sem contar com êles com confiança absoluta,  nem em medida superior às nossas necessidades. Tais  são, a saúde, a boa reputação, a sciência, as honras, as  riquezas. De facto, escapa-nos o futuro e não podêmos  - prevêr com certeza o que mais contribuirá para nosso  bem; é tão errada e escura a nossa visão, que muitas  vezes conspiram os nossos desejos para nossa ruína.     Mas Deus, cujo coração paternal suspira pela nossa  felicidade, cujo olhar investiga todos os mistérios, ouvirá  ou não os nosso pedidos, conforme concorram ou não  para nuestra santificación. «Quid oremus nescimus, sed  ipse Spiritus postulat pro mobis ”(Rom. vim, 26).        à Orden con buenas disposiciones.        El más santo, humilde y confiado  alma, más si Dios se muestra dispuesto a escucharla:  tionem justrum exaudiet '(Prov. XV, 20). «Voluntario  timentium se faciet (Sal. 144) .— si manseritis im me et  verba mea iù vobis manserint, quodcumque volueritis pe-  „Tetis et fiet vobis (Joan. Xv, 7) .— Oculi Domini super  justes et aures ejus in preces eorum (Sal. 33). - Aspexit     Dios prayerem humilium et non sprevit precem corum  (Salmo 101). - Omnia quaecumque petieritis in oratione crea-  dientes, accipietes ”(Math. xxr, 24).        Lo        vesc y oc: ag. E OE AE: ms  106: sd bondon precio arriba | ji Buc .4 E        El menor de. disposiciones para Deui XE escuchar, "0 €  sincero deseo de adquirir a su gracia:; «Scimus chia        peccatores Deus non audit, sed si Quero Dei Cult est et: -        voluntatem ejus facit, hunc exaudit. (Juana. 1x, 31). -- Qué        declinat aures ne audiat legem, oratio ejus erit execrabilis |  (Prov. Xxvur, 9) .— Peccata vestra absconderunt faciem ejus.        a vobis, ne exaudiret '(Is. Ltx, 2).  "Y        ¿) Pregunte con perseverancia.   ,        '        "Evidentemente se concluye de la parábola presentada        por Jesucristo, que se refiere'S .. Lucas, capítulo xv: s? Oye  perseveraverit pulsans, dico-vobis et si non dabit illi sur-  gens eo quod amicus ejus sentarse, propter improbitatens tamen  ejus surget, et dabit illi quotquot habet requerido.     -Para experimentarnos, para darnos mayores  copia de méritos, para obligarnos a recurrir a  Él insistentemente y también para seguir con nosotros  "unión más continua, Dios difiere a veces, por mucho  tempo, atender as nossas súplicas; com sabedoria, im-  pregnada de amor como que marcou a cada uma das  nossas petições, o limite, a conta, o número de vezes,  que as havemos de repetir, alcançando o qual seremos  finalmente ouvidos. E enquanto a êsse termo e medida  não chegam as nossas preces, parece que o Senhor se  violenta para esperar e conter em si a efusão das suas  misericórdias. «Está. à espera, diz Tissot, que eu me  chegue muito perto d'Ele, pata me cobrir com as suas  liberalidades, e é por isso que me faz esperar antes de  mé atender, de sorte queVa dilação só tem em vista uma  aproximação mais íntima. Como é bom o Senhor, por  me obrigar a bater-lhe à porta muito tempo! é assim  que me fórça a abraçar-me a Ele, a estreitar-me contra o        v        seu Coração, é assim que me obriga a lançar-me no seio        da sua misericórdia |».        Argumento, — A prova de que estas: três dipoi.        ções são garantia infalível de sermos ouvidos, têmo-la na-  quele juramento soléne do Salvador: «amen, amen dico        DA tação IO7        vobis, siquid petieritis Patrem in nomine "£o, dabit vo-  dis» (Math. vri, 7). Pedir em nome de Jesus Cristo é ter  a certeza de ser atendido, porque pedir em Seu nome é  como se Ele mesmo pedisse, é fazer a nossa deprecação  infalível como a dEle, é orar com eficácia como Ele orou  quando pronunciou a oração dominical e como quando  suplicou na última Ceia.     Um simples olhar sobre estas orações mostra que  realizam as condições supra.        Gradação entre as várias fórmulas de orações.        Primeiro as orações de obrigação. E por isso que  o padre, por exemplo, terá empenho em primeiro recitar  o oficio divino e depois as orações que subjectivamente  julgue para si mais benéficas. Contudo não é regra o  gôsto e, 6 agrado de cada um. Sendo os exercícios de  “piedade meios de 'santificação, cumpre escolher os que  actúam mais vivamente na alma e seleccionar os que re-  “conheçamos , mais profícuos ao nosso adiantamento espi-  ritual. Depois dêstes, se ainda fica tempo para mais  práticas de piedade, são preferíveis as mais excelentes  objectivamenie, por exemplo, um sermão, em si, é prefe-  -rivel a uma leitura espiritual, às devoções particulares as  “orações da Igreja e as que contribuem para-cdificação do  próximo.     Adverténeia. — E' possivel tambem algumas vezes,  acumular todas 'estas vantagens; quem nào disponha,  v. gr., senão de meia hora para as suas devoções, pode  ouvir missa, comungar e fazer a meditação durante ésse  tempo. .        Formação na prática da oração.        a. Importa que o confessor faça vêr com clareza e  “convicção, a necessidade, a importância, a excelência e as  vantagens da oração.        108 S js  BENSÇ DË; CONSCIENCIA; E:  i fe f s     dy Exercite; à princípio; em piáficas, "breves e     simples, mas bem feitas, porque: custará menos a fazer `     bemo que exige pouco esfôrço; pouco é pouco, virá o.     . gósto em repetir o qu&k'se faz sem custo, nasce:depois o     pec segue-se a fidelidade. e radíca- -se o hábito.        “e) — Vá depois acrescentando outras práticas, con-  soante as aptidões e vagar: do penitente. |        P E alimente a almà com as instruções da Escri-  | turà e dos Padres, àcérca da pc        ` A. — Vigilate et. orate; "ut non intretis in tentationem. !  (Math. xxvi, 4): — Vigilate iñ orationibus (Petr. 7). —  Oportet semper orare -et non deficere (Luc. xvifr, 1). —  Sine intermissione orate (I Thessal.-v, 17). — Ante ora-.  tionem praepara animam tuam et noli esse quasi home `  ; qui, tentat Deum (Eccli. xvi, 23). — Iniquitatem si aspext  in. corde meo, non exaudiet Dominus (Es. 65). — Petitis  et.non accipitis eo quod male petatis (Jacob. 1v; 3).-—.  Si cor nostrum non reprehenderit nos, fiduciam habemus .  ad' Deum, et quidquid “petlerimus, accipiemus ab eo  (I Joan. m, 22). — Orate pro'invicem ut salvemini: mul-  tum enim valet deprecatio justi assidua (Jacob. v, 16).        B. — Recte novit vivere qui recte novit orare (Aug.  Hom. 40). Aptissima arma oratio est, thesaurus certe per-  petuus, divitiae inexhaustae, parens fofs et radix bono-  rum omnium (Chrys. Hom. 30 Gen) Vis loqui cum .  Deo? attentus sis. - Vis audire te ipsum prius quod lo- .  quaris audi (S. Ephrem). Magnam injuriam Deo facio, :.        cum ilum precor ut meam precem audiat, quam ego. .        qui fundo, non audio: deprecor illum ut mihi intendat, |  ego vero nec mihi, nec illi intendo (Bern.-De anima). Ne  deficias in oratione: Deus quod promisit concessurus est, .  ét, si differt, non aufert (Aug. Ps. 65). Cum aliquid `  "aliquando tardius dat Deus, commendat: dona, noh, ne- -  gat; desiderata* diu dulcius obtinentur, cito autem: data |        DA ORAÇÃO . I%        - vilescunt (Aug. de Verbo Dom.). Deus non exaudit ad  voluntatem ut exaudiat ad salutem (Aug. Ps. 85). Ipse  Christus Salvator est, non solum quando facit quod peti-  mus, sed etiam quando non facit: quia quod videt peti  ` contra salutem, non faciendo potius se exhibet Salvato-  . rem (Aug. Tract. 37 in Joan.) Quando temporalia peti-  ^. tis, cum modo petite: ili comeqittite, ut si prosint det,  si.scit obesse, non det. Quid autem obsit, quid prosit,  hovit medicus, non aegrotus (Aug. serm. 3 de Verbo  Dom). b. |  E Oracáo vocal        A oração vocal é o colóquio da alma com Deus, ma-  nifestado exteriormente pela palavra ou pelos sinais que a  suprem: escrita, lagrimas, elevação das mãos, dos olhos,  etc. (Schram. p. 109). E’ de várias espécies:     E' pública, quando é teita em nome dos fieis pelos  ministros do culto, na forma determinada pela Igreja;  assim o Oficio divino. Não publica ou privada, a que é  feita por qualquer pessoa em nome próprio.     Uma e outra pode ser comum ou particular.     Oração litúrgica é a que tem regras e normas, pres-  critas pela Igreja. — A oração pode ser cantada, reci-  tada, modulada ou de fórma livre. As diferentes fórmu-  las de orações foram compostas, umas por Jesus Cristo  (a missa, na parte essencial, o Padre Nosso), outras pela  Igreja (oficio divino) e outras pelos Santos e autores pie-  dosos, aprovadas pela Igreja; são umas indulgenciadas,  . outras não indulgenciadas. |        Razões que persuadem a oração vocal.        | a): A oração vocal associa o corpo às homenagens  ` da alma e leva-o a pagar a sua parte do tributo de ado-  ração, ao Criador.     = E uma homenagem completa do nosso ser para  “com Deus. |        E T ARA  eo  + y , q        so        t  Er        oret  -  m        DLO 2, ; DIRECÇÃO! DE EE NETINA E wir        .4) O sentido das fórmulas. fixa. a atenção, “dirige e  régula os pensamentos e afectos e torna-se um fulcro  i baaka para a piedate.        c) Faz perdurar os nossos sentimentos de devoção ;  o esfôrço que fazemos para os produzir, estimula a acção        «das nossas faculdades, opera do corpo para a alma uma:        suave reação e corrobora os transportes do coração.        ^        d) Em virtude da íntima união do corpo e do es-.        pírito, é natural que a efervescência dos pensamentos e  . afectos, que invadam a alma, transborde com repercussão  «sôbre. os sentidos. 3     e) A oração vocal foi ensinada por Jesus Cristo,  -que ditando o Padre Nosso, nos outorgou a oração mais  “sublime; a Igreja repete-a desde o princípió e prescre-  ve-a a seus ministros nas ceremónias e funções litúrgicas.        ,        J^        f) Bem feita e por continuação, «basta para uma        alma se santificar, quando Deus a. nào chame a mais  alto grau de oração; é bastante mesmo para. chegar à        perfeição, quando paratela Deus concede um dom .espe- .        -cial, e conhece-se éste dom pelo seu efeito infalivel, qual  € excitar a nossa piedade e fervor». (Schram, 125).  «Não cuideis, diz Santa Terêsa, que é pouco profi-  -cua a oração vocal, bém feita; eu vos asseguro que en-  quanto recitais um Padre Nosso ou uma oração vocal        “qualquer, pode Deus elevar-vos a uma alta contempla-        -ção». (Via da perf. c. 25).        “Uso que devemos fazer da oração. vocal.        Depende do vagar, das aptidões, das obcigições di é        «estado e tambem das inspirações do Espírito de Deus.        Para decidir, contudo, em cada caso, podemos regular- -        --nos pelos princípios. gerais, ge seguem :        r ! ' DA ORAÇÃO i III        E a) Quanto ao resultado da oração, mais vale rezar |  pouco e. com fervor, do que muito com tibieza. A não ser  “que, por espírito de mortificação; aconselhe a prudência  , maior numero de devoções ou que se trate de orações de  obrigação, convem nunca sobrecarregar o penitente com  demasia de orações vocais. Cumpre ponderar e pesar O  sesfôrço' de que a alma é capaz (atenção e aplicação) e  . determinar depois o programa das suas orações, pois  que, se êste é muito pesado, a alma aborda-o sem cora-  “gem e até com receio, e executa-o com precipitação e  sem vontade. , |     Diz S. Jerónimo: «mais vale cantar cinco salmos  com pureza de coração, serenidade de espírito e alegria  'de alma; do que o saltério inteiro com desleixo e dis-  tração». | !        —Y: b) Não é o número de orações o que releva (abstraí-  mos por agora do caso das indulgências), mas o tempo e  a aplicação do espírito. Se tenho meia hora para a ora-  “ção, que importa que reze três terços ou sómente dois?  não é o: número de palavras que cativa o coração de  ' Deus, mas a piedade e devoção. O que tambem se de-        preende claramente das palavras de Jesus, no Evangelho.        —Y 'c) -As pessoas dadas com fruto à oração mental po-  dem e às vezes devem restringir o'exercício da oração vocal.        d) Sin embargo, necesito fidelidad a tus oraciones.  muelles que se usan comúnmente en la Iglesia: oración de la mañana,  por la noche, antes y después de las comidas, etc. Quién por.  "Suele evitar la práctica de las oraciones habituales, sin el     suministro de otra manera, da evidencia de tibieza y no  “Exime de culpa venial. dos        >> Fórmulas que deberíamos preferir.  - Primero, los que más inflaman la piedad y ii.        “Encajan con los afectos del corazón.        1        E: --- ES  m ACC        : Oa y RN Pod yyyy -n »5  112; 45 LA DIRECCIÓN bE GoNstiENCIA à. HL. P 53  | f 'ba  De ninguna manera EN: DA AS con la práctica de  “Que obligan siempre a las mismas fórmulas, sólo por el hecho-.  mente de ser los más excelentes en sí mismos. |  E ”reprobable, exageración y falta de comprensión, sub.  poner a todos y cada uno de los penitentes bajo la misma regla de.,  “Lástima, para impresionarlo siempre con la misma  ción, es decir, moldeado, por así decirlo, por un dztola COo-.  un resumen de las prácticas devocionales; por ejemplo,  No admitir ni permitir que otro método asista a la  misa y a los oficios divinos, si no oraciones litúrgicas, -  obliga la preparación para la comunión y la acción de gracias.  que el sacerdote usa para la misa, etc. Lo admitimos  Sin duda, los textos oficiales de la oración pública de la  La Iglesia tiene para sí misma una gran virtud santificante, que el pie- -  "Dios encuentra en ellos alimento abundante e incluso muchos fieles  no reciben un influjo tan saludable de otras prácticas, pero  | entendemos que no evita que otros accidentalmente  u ordinariamente, debido a las disposiciones subjetivas de  cada uno, emplea métodos con mayor destreza e.  diferentes fórmulas. Evitemos principios muy rígidos.  y absolutos, procesos y preferencias exclusivas.  cias inconsideradas. Porque um alimento é muito nutri-  tivo, não se ha-de usar de nenhum outro? nas prescri-  ções de alimentação, atende o.médico sómente ao valor  intrínseco de cada alimento, ou tambem e particular-  mente, às qualidades digestivas e propriedades de assi-  milação?.. Assim a Igreja; conhecedora das necessi-  dades múltiplas dos vários membros da sua imensa  família, concede uma santa liberdade, aprovando e acon-  selhando muitas outras fórmulas e devoções. Atentas  estas considerações, eis, em regra, a selecção que convem  fazer: 1. — Orações da Sagrada Escritura, como o Padre  Nosso; os salmos e os canticos; 2.— Orações da liturgia,  em particular as da missa; 3.— Orações indulgenciadas;.  4. — Orações que, na sua inspiração, compuseram, os.  Santos; 5. — Orações publicadas, ie a Igreja aprovou.”        A        DA ORAÇÃO 113        Oração Mental        < À oração mental é uma elevação da alma a Deus, —  "para o reverenciar e suplicar, — para melhor o servir e  “glorificar. | !  Esta elevação da alma na oração transporta, por  . assim dizer, para o estudo de Deus, as nossas faculdades  . espirituais, e visa a exercitá-las e aperfeiçoá-las, em  ordem a-glorificá-lo mais perfeitamente. Ora, como já  : vimos, a glória de Deus reclama da nossa parte a confor-  midade mais absoluta com a sua vontade. Eis, portanto,  . o objectivo de toda a oração bem feita. A isto deve or-  denar-se. todo o mecanismo da oração. Quem nào sabe  que a vontade se move após a convicção e o afecto?  pois, quem desperta um e outro é a reflexão, que inun-  dando de luz a Verdade, o Belo e o Bem, cativa irresis-  tivelmente o espírito e o coração. |     Eis como a oração mental põe em exercício as três  principais faculdades da alma, espírito, coração e vontade:        1.º — Quando é principal o trabalho da inteligência,  por considerações e raciocínio, chama-se a oração dis-  cursiva ou meditação.        ` 2º — Quando a luz é tão abundante que não exige  à inteligência grande esfôrço, permanecendo em exercí-  cio quàsi exclusivo o coração e a vontade, chama-se ora-  ção afectiva.        © 3º — Se, finalmente, os afectos e resoluções, em vez  de se estenderem a todo um assunto, se simplificam c fi-  zam, concentrados num só pensamento afectivo dominante,  présos nêle, em toda a actividade, a inteligência e o co-  ração, chama-se oração Ge simplicidade ou intuitiva.  E' um olhar, uma atenção amorosíssima, diz Bossuet,  que se lança para um mistério divino ou verdade teoló-  gica: Deus, êste ou aquêle atributo; Jesus Cristo, êste ou  aquéle mistério:da sua vida, ou qualquer outra verdade,        8        II4 DIRECÇÃO -DE CONSCIENCIA  Vantagens de'cada espécie de oração.        | * .— A meditação. congrega as faculdades íntimas  da Es e fá-las pagar, cada uma, o tributo de louvor-à  Magestade divina; pondo em exercício todas as potên-  cias, contribue para a formação completa do homem, e,  activando todas as-energias é duma eficácia incomparável  para a formação sólida na virtude. Vejamos o seu  mecanismo: a) a memória apresenta à alma uma ideia ou  um facto piedoso, trabalho que pode ser facyitado por  exposição oral ou escrita; 4) a inteligência aplica. se a  éste assunto, examina os aspectos, escolhe os mais piedo-  sos e práticos, compenetrando-se déles profundamente ..  -- aprecia a necessidade, a utilidade, as vantagens, a be-  leza, a facilidade de tal virtude, de tal prática de piedade,  — os inconvenientes, o dano, a fealdade de tal defeito ou  fraqueza; c) o coração, reprimindo as inclinações depra-  vadas, recorre então aos sentimentos de admiração e en-.  tusiasmo pelo bem, de aversão e horror pelo mal; d) a  vontade, finalmente, prevenida, detem-se em. precisar as,  resoluções de utilidad- imediata e prática, cuja obser-  váncia constante e plena pede a Deus fervorosamente. €        2.º — À oração afectiva é superior à meditação ou     oração discursiva, porque «é maior a sua eficácia e con- `  duz mais depressa à perfeição» (Poulain). Com efeito,  sem .se deter nas considerações, vai direita ao fim, que é  a união da alma com Dess.'ao mesmo tempo que des-.  - perta a actividade da vontade e consolida a virtude pela  produção intensa de actos internos. Nao despreza, con-:  tudo, o auxílio da razão, a Que recorre quando precisa  de fortalecer melhor os afectos. Difere da meditação,  porque só em pequena escala recorre à reflexão.        3.º — A oração intuitiva, consistindo numa atenção  amorosíssima vara De s, concentra tôdas as energias no  amor e, por .-so, põe em acção o mais poderoso agente  da actividade humana, o coração. Sumo Agosiunho pro-        “em pedir a graça especial, em ordem ao.        DA ORAÇÃO A Pi IIS        = feriu- esta frase sublime: «ama et fac quod vis»; mas  “para que tenha toda a eficácia, diz o P. Poulain, cumpre  : que a alma conheça bem os deveres da vida espiritual,  . que os observe e esteja na disposição actual de os em-  ` pregar para- se santificar.        “Como será fructuosa a meditação ? '        Eo I— No momento da oração: Duas grandes esco-*  -las nos oferecem cada qual o seu sistema. |        i 1.º — Escola de Santo Inácio. — a) Princípio da  “oração: a) adoração com exterior pleno de respeito;  ` b). oração preparatória: pedir a Deus que sejam para  > sua maior glória todas as intenções e operações da alma,  “durante o exercício; c) prelúdios, que são sempre dois, .  "pelo menos; consiste o primeiro em apresentar ao espí-  - rito o assunto. da meditação, já por um esfôrço da ima-  > ginação, já por um simples acto da memória; o segundo, `  | fruto que se  “deseja tirar; quer Santo Inácio que, quando o assunto. é  histórico, se recordem, antes dos prelúdios, os traços  >: principais. `  8) — Corpo da oração a) Exercício da memória:  -.traz-se ao espírito o assunto, como no-primeiro preiüdio,  = com dupla diferença: em vez de representar todo o  + assunto, limita-se a memória a parte que se propõe me-  - ditar; e em seguida renova esta representação, mais am-  ` pla e cuidada: atender bem ao sentido de cada palavra  „=e examinar todas as circunstâncias.     b) Exercício da inteligência. A- função desta facul-  . dade é a reflexão sôbre as verdades trazidas pela memó-  "ria, acomodando-as ás necessidades actuais da alma, ti-  rando consequências práticas pesando as razões que nos  devem mover, emim, considerando, à luz destas verca-  des, quasi foi O nosso proceder no passado e qu.     DO :::tro,        7 É        2; "M        NL. o NX "oc «ped v i£ £o  LIÓ DIRECÇÃO DE: CONSCIENCIA        . £) Exercício da vôntade. E' duplo o ofício desta  faculdade: deve excitar afectos fervorosíssimos e formu-  lar propósitos ou resoluções firmes, sem o que, nào pas-  saria a meditação duma simples espéculação. São muito  variados os afectos, consoante o assunto e o- estado da  “alma: admiração, louvor, acção de graças, amor, temor,  humildade, confusão, dór, etc. As resoluções devem ser  práticas, apropriadas ao estado de cada um, fundadas em  motivos sólidos e humildes, e firmadas no auxílio da graça.     d) Conclusão da meditação. Colóquio, dirigido a  “Deus, a Jesus Cristo, aos Santos, pedindo auxílio e fide-  lidade às resoluções. |        2º — Escola de S. Sulpicio. — a) Preparação..  Compreende tres pontos: -pôr-se na presença de Deus, —  remover os óbices à acção divina por um acto de contri-  ção, — invocar as luzes do Espírito Santo.        | B) Corpo da meditação. Compreende tres partes:   &). a adoração: reflectindo a alma piedosamente em  Deus, em Jesus Cristo, nas: virtudes dum santo, num  “mistério ou numa perfeição, entrega-se, consoante o  assunto ou a inspiração, aos sentimentos de adoração,  admiração, louvor, acção de graças, amor, alegria ou  compaixão; /) A comunhão: é o acto pelo. qual a  alma procura comunicação da perfeição que contem-  plou no primeiro ponto; para êste efeito, convencida  pelo raciocínio, da necessidade, importância e vantagem  dessa perfeição ou virtude, num olhar retrospectivo sôbre  si mesma, constata, com pezar e confusão, quanto esta  ou aquela lhe faltam, e em vistas disso, pede-as a Deus  com insistência, fervor e confiança. Onde vemos que  três operações se realizam: convicção, reflexão e súplica.  c) A cooperação: a alma, de colaboração com a graça  que ora implorou, toma com humildade e confiança,  uma resolução firme, de aplicação presente e prática.        N        c) Conclusão: agradecer a Deus, pedir perdão das        DA ORAÇÃO | IIJ        “faltas que houve na meditação e colher o ramilhete espi-  ritual, isto é, recolher um ou dois pensamentos, dos que  - mais feriram a alma e são abôno de maior bem.        | II — Fora do tempo da oração: para que seja  -bem feita, cumpre prepará-la: a) — a preparação remota,  consiste-em retirar quanto seja óbice, — o afecto ao pe-  ^cado, a vida mundana ou distraída, a soberba, — e em  empregar os meios que auxiliam, pureza de coração e  .de intenção, recolhimento, união com Deus, leitura'espi-  “ritual, etc. 4) — A preparação próxima consiste em fixar  “nos traços principais, na véspera à noite, o assunto da  meditação, recordando-o ao deitar e relembrando, pela  .manhà, ao levantar.        Modos de meditação.  © 8)— O primeiro grau consiste em recitar muito va-  .garosamente as orações vocais, quedando a cada frase ou  membro de frase, a cada palavra importante, como que `  a aspirar todo o sumo espiritual que encerram. E' forma  „de orar que muito recomenda Santo Inácio. .        b) — Meditar num assunto lido e preparado; é pro-  al ` m r . . : *     cesso recomendável às pessoas inábeis e ignorantes, às  que são atreitas a securas e a cansaço e em geral a to-  -das que não teem dotes de inteligência para reflexões  „pessoais. !  |. C€)— A contemplação atenta e piedosa dum quadro  religioso ou estampa comovente pode ser assunto para  belíssimas meditações.  d) — O !ultimo grau é a oração metódica, tal como  “fica exposta acima.  l  |        y^        HE DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA |        - Como conduzir à prática da oração o peni-  tente idóneo? : CR        : 4) — Fazendo-lhe ver a excelência e vantagen da  oração mental.        . 6) — Ensinando-lhe claramente os métodos.        c) — Interpretando-lhe calorosamente, em breves  exortações, os seguintes pensamentos da Tradição cristã:        “A. — Concaluit intra me cor meum et in meditatione  mea exardescet ignis (Ps. 38). — Praevenerunt oculi mei  ad te diluculo, ut meditarer eloquia tua (Ps. 118). Nisi  quod lex tua meditatio mea est; tunc forte periissem  in humilitate mea (Ps. 118). — Consurge, lauda in nocte,  in principio vigiliarum: effunde sicut aquam cor tuum     - ante conspectum Domini (Thren, 19). — Desolatione de-  solata est terra, quia nemo est qui recogitet corde. —  “Maria optimam partem elegit (Luc. 10). —        B. — Consideratio regit affectus, dirigit actus, corri-  git excessus (Bernard). — Ex orationis assiduitate stabili-  tur-mens, purgantur cogitationes, solitudo sapit, delectatur     Deus, ingenium acuitur; illustratur ratio, animus ad alta  suspenditur (Laur. Justinianus — De casto.connub).—        LEITURA ESPIRITUAL        E' necessária, porque exerce influéncia importante  na vida espiritual. «E', como diz um autor, um admira-  vel e fácil instrumento de educação». A alma efectiva-  mente forma-se pelas ideias e sentimentos; ora como  hào,de germinar as ideias, sem a presença do objecto  que as provoque — e.é éste o meio mais perfeito — ou  sem a palavra, lida ou ouvida, que os livros apresen-  tam em segunda mão? Mas, como o objecto da fé é        i        NO ^     Wer LEITURA ESPIRITUAL II9  “remoto e invisivel, só a palavra e a leitura são veículos  das verdades desta ordem.     - Demais, as ideias só actuam pela presença; pódem-  -nos estar tão propínquas que despertem ao primeiro  alarme, mas se éste se nào produz, ficam latentes e inac-  tivas. De sorte que a leitura espiritual tem por objectivo  alargar o campo dos nossos conhecimentos, particular-  mente das verdades, que ficariam inuteis nos recônditos  da memória. Há ainda que, pela leitura, torna-se-nos  mais claro o conhecimento daquilo que já sabemos; pois  que apreendemos as coisas à luz que lhes imprimiu a in-  leligéncia de outrem. Até o homem douto dirá muitas  vezes: «eu já sabia tudo isto, mas compreendo muito  melhor desde que li tal livro»... Os afectos e senti-  mentos. nascem das ideias e ampliam-se pelo contacto  prolongado com elas; e a meditação é sem rival para a  sua eclosão e aumento. Quando não souberdes, ha ou-  tros fócos para esta elaboração sagrada : o ardor das ou-  tras almas pode comunicar-se à vossa pela flama dos   ;séus escritos. | A        “Regra na escolha de boas leituras.        -        a) — Não admitir livros, cuja doutrina espiritual nào  seja incontroversamente sólidk e ortodoxa.     . |     6) — Ha livros, excelentes em si, mas cuja leitura  não convem a todos, jà porque versam doutrina muito  elevada, jà porque, mal interpretada, daria aso a peri-  gosas ilusões (Cf. Ilusões, supra).        c) — Logar de honra merecem os que nos põem em  contacto íntimo com a Sagrada Liturgia e com as deter-  minações actuais da Igreja; o Espírito Santo, com efeito,  vela de contínuo pela sua Esposa e acomoda às necessi-  dades dos tempos a sua assistência.        d) — Urge em particular inspirar-se nas necessida-        120 DIRECÇÃO DE‘ CONSCIENCIA        des de cada alma para a orientar nas leituras a conce-  der-lhe. Se é falha de luz, leia livros de exposição clara  e fácil; se geme e estiela na aridez e desolação, dar-  -lhe-hão unção e alento páginas como as da Imitação de  Cristo ou de S. Bernardo,... se necessita estímulo, as  vidas dos Santos e os seus exemplos, lhe prestarão rele-  vante auxílio: são leituras que ferem o espírito com a  limpidez da verdade e de suas exigências, inflamam o  coração em face do belo e construem o ser moral pela  frequencia de tais impressões. ..; se é de ar e de espaço  a sua indigência, pode respirar a plenos pulmões nas  obras admiraveis dos bons autores, em que a par de teo-  logia profunda, transparecem inspirações de ardente pie-  dade.        e) — Não ler àvidamente, nem muito por cada vez;  variar por vezes o assunto sem volitar de livro para livro.        RETIRO ESPIRITUAL  T.  . Deduz-se a necessidade do retiro espiritual, de tem-  pos a tempos, das grandes vantagens que proporciona.  E’ um dos mais poderosos meios para arrancar a  alma do pecado, para lhe imprimir nova orientação e co-  municar vigoroso impulso para o bem. Com efeito, nào  só arranca completamente o homem, naqueles dias, do  ambiente doentio do mundo, que assás por vezes enve-  nena a vida, nào só acalma a febre de dissipação, que,  balouçando-o, inconsciente, por cima de escolhos mil, o  conduz a naufrágio certo, mas principalmente, apodera-se  déle e submete-o a todas as potentes influências, que po-  -dem reconfortá-lo e transformá-lo. JImersa- numa atmos-  fera de recolhimento e piedade, abre-se a alma ampla-  mente à acção divina e é rociada por uma chuva fecunda  de graças. O tumulto das paixões, vencido e sufocado  pela voz austera e solene das grandes verdades, reduz-se  completamente a silêncio, para só deixar ouvir os suaves        convites do Senhor. Sob o impulso forte de santos ter-        RETIRO ESPIRITUAL I21        rores, destacam-se os empachos patsaita do pecado: e  do vício, para darem logar às florações dulcíssimas da  verdadeira sabedoria: initium sapientiae timor Domini.  Raios vivificantes dardeja então, sem intermitência, o sol  da. palavra divina, inundando o coração com jactos abun-  dantissimos de luz e de calôr. Desanuviam-se os olhos,  dissipam- se as ilusões, cdem os preconceitos, aquieta-se a  consciência, eleva-se, sem descontinuidade, até à eferves-  cência, a temperatura da alma e revolvem-se para o bem  todas ns energias interiores. Eis, enfim uma completa re-  novação e transformação. a     ° — Para que seja proficuo o retiro, é indispensa-  vel: a) recolhimento profundo e solidão completa.     «Ducam eam ad solitudinem et ibi loquar ad cor  ejus». O recolhimento é uma predisposição necessária  para reflexões graves e súplicas fervorosas; a solidão” é  auxiliar potente para este resultado;... fazendo o vácuo  em volta de nós, suprime o desperdício da nossa activi-  dade nas coisas. exteriores, rarefaz, em seguida as lems  branças inquietadoras, atenuando a sua acção em nos  distrair, depois, entrando no. santuário íntimo da alma,  onde repousa amortecido o senso da Divindade, desper-  ‘ta-o e lança para as plagas do Infinito, onde o coração  se sente vivificado, por uma atmosfera de preces e re-  flexões sagradas.     6) — Requer-se, como factor preponderante, a ora-  ção. E' ela que canaliza e derrama na alma as torrentes  de graças, que a divina bondade usa ter em . depósito  “para dias tão cheios de bênçãos; é ela a chuva fecunda  e benéfica que faz germinar no íntimo do coração a se-  mente sagrada que lançou a palavra divina. O fruto  dum retiro pode ordinariamente aquilatar- se pelo termó-  metro do fervor e da oração.        £) — Escudadas no recolhimento e na piedade, tor-  nam-se mais profundas as reflexões, mais penetrantes e  salutares: são como o grão de semente, que lançado em  terra fértil, produz'fruto ubérrimo, a cento por um.        Bj EB t I . - e  X : 2 y cu        122 A | DIRECÇÃO DE “coNSCiêNcIA | 2  2.º — O que é que principalmênte deve | ser obje-  eto de reflexào ?        Consoante o estado. dé alma -dô exercitante. E'  dado, em princípio -para bom retiro, a meditação . das  grandes verdades, expostas dum modo empolgante e  sugestivo, que revolvam fortemente o íntimo e subju-  guem logo no primeiro dia.     Ao clarão horrífico do facho tremendo da eterni-  dade, queda-se fascinada a alma e atira para o esqueci-  mento os prazeres terrenos; a uma vaga de terror que  lhe invade todo .o ser, eclipsam-se espavoridas as paixões  e começa a consciência: de olhar-se à luz límpida, que a  verdade scintíla, e prepara-se a fazer convergir para o  campo do dever e da virtude as reflexões que tão vigo-  rosamente a feriram. Nada mais salutar então do que  pregar os olhos no divino Modelo, que é o caminho, a  verdade “e a vida, que disse: «dei-vos o exemplo para  - Que como eu fiz, façais vós tambem». A meditação in-.  »teligente dos mistérios gozosos, dolorosos e gloriosos da  “vida do Salvador, acarreta por sua vez, luzes e estímulos  incomparáveis, que transformam a alma, infundindo ener-  .gias potentes e desejos santos de alta perfeição.     Corolário: Não é um retito uma série de prèga-  ções, que se vai ouvir durante alguns dias. E a razão é  que, faltando o recolhimento e a piedade, falecem de re- -  sultado, por mais eloquentes que sejam. Não produzirão  o trabalho profundo, que subjuga e empalma o homem-  na sua vida íntima, nem produzirão o bem estar inolvi-  dável, que comunica o contacto inflamado com o sobre-.        Ditu£al.  EXAME DE CONSCIENCIA        O exame de consciência é uma inquirição cuidada do |  estado da nossa vida moral, para a revigorar e aperfes-  .goar, corrigir e levantar, consoante, no todo ou em parte,  a acharmos orientada ou não para Deus e para a sua  gloria; pela conformidade com o seu beneplácito.        EXAME DE CONSCIENCIA 123        O estado da nossa vida moral depende dos nossêa  actos livres e dos hábitos e disposições que os órigínam.  - Ora, importa a) que tenhamos consciência dos actos  repreensíveis, afim de os reparar e expurgar e para que  se nos revelem os hábitos e tendências mais ou menos  perniciosos, qne temos a combater; 4) que conheçamos  bem os hábitos e disposições, para que cultivemos os que  nos beneficíam e arranquemos os que nos são funestos.  .— Para éste efeito, é indispensável vigiar sôbre nós  mesmos e verificar com imparcialidade o que se passa;  duscultar o coração para conhecer os afectos e disposi-  ções, sondar a natureza para observar as tendências e  “hábitos e estudar o nosso procedimento para apreciar o  valor das acções. A esta constatação, que fazem com  frequência e quàsi habitualmente as pessoas recolhidas e  fervorosas podemos chamar exame de vigilância.     Quantas vezes, mergulhando um olhar penetrante  atésao íntimo do coração: «que faço eu agora?... que  sinto ?... donde nasce este afecto?...» se descobrem as  verdadeiras disposições actuais da alma! Mas, à partes  tais penetrações íntimas, as pessoas empenhadas em pro- `  gredir e particularmente-as menos experimentadas em se  vigiar, sentem a necessidade de escolher momentos espe-  ` ciais, para os consagrarem exclusivamente ao estudo da  consciência: æ) quando a pesquiza tem por objecto os  pecados cometidos, para os deplorar, apagar e reparar,  chama-se exame geral. E’ o que se faz todas as noites e  por ocasião da Confissão. 4) Quando o objecto da inves-  - tigação são as tendências e disposições, e a busca se li-     mita, localiza e circunscreve a uma delas, chama-se  “exame particular. E o que fazem nas comunidades reli-  giosas ao meio dia e à noite. Mas, para ser bém feito e  profíquo deve ser metódico, ter assunto bem preciso,  deve ser fácil de realizar e apropriado às necessidades da  alma. Tem êste exercício como auxiliar o exame de pre-  “vidéncia, que consiste em prever as ocasiões em que a  alma tem de pôr em prática as resoluções que tomou no  .;exame particular.        T RED E RA TS WV EN do WX.  e^ A A i é a " E ro. A  $ D ~ È        or hi        124 | DIRECÇÃO DE: CONSCIENCIA :        Corolário. Expõe admiravelmênte esta dôniteiria  Francisco de Sales, quando diz: «é necessário limitar o  exame à sindicância das nossas paixões, porque o exame  dos pecados, êsse é para os que se confessam sem inten-  ções de progredir: os afectos que peiam o coração, as  paixões que o dominam e tudo aquilo que o traz desvai-  rado. Quanto às paixões da alma, conhecêmo-las, tatean-  do-as uma após outra; assim como o tocador de gui-  tarra, ferindo cada uma das cordas, afina, retesando ou  distendendo, as dissonantes, assim tambesi, tateando as  cordas do ódio, do amor, dos desejos, do temor, da es-  perança, da tristeza ou alegria da alma, se as não topa-  mos acordes com a área que queremos entoar, qual é a  glória de Deus, podemos afina-las com o auxílio da graça  e concurso do nosso pai espiritual». (Filotea, v parte,  cap. VIL).        Importância do exame de consciência e em es-     pecial do exame particular. E' de todos os meios  a4humanos, o mais eficaz para conservar a alma em activi-  dade e impelí-la para maior progresso interior. Diz o  P. Tissot: «os exercícios de piedade teem por objectivo  conduzir-me a Deus, de sorte que primeiro devo ver  onde estou, por onde caminho, as condições em que  prossigo, os obstáculos e perigos que se me defrontam e  os meios que empregarei para avançara Sem isto não é  segura a minha viagem.     Ora o que me desanuvia assim o caminho é o  exame de consciência; posso, pois, concluir que é-éle o  exercício norma e centro do meu viver moral. Assim  pensava Santo Inácio que durante muito tempo não em-  pregou para a direcção espiritual de seus companheiros  senão o exame de consciência e a frequência dos Sacra-  mentos.     LE dada, nas Constituições do seu Instituto, tal im-  portáncia a éste exercício, que cousa nenhuma pode dis-  pensar de o fazer; pode a doénga ou qualquer incómodo        eX y        EXAME DE CONSCIENCIA deos        grave dispensar da oração e dos outros exercícios, do  exame, nunca. :     Tal necessidade já reconhecéra pela luz da razào Pi-  tágoras, "quando o impunha a seus discípulos, como meio  verdadeiro de adquirir a sabedoria. S. João Crisóstomo  tinha-o em tão grande conta, que dizia ser bastante, feito  durante um mez que fôsse, para conquistarmos o hábito  da virtude; nas suas Constituições declara S. Basílio,  que para nos preservar do mal e consolidar no bem,  urge colocar éste exercício, como sentinela, à frente de `  todos os nossos pensamentos, que com o seu olhar os  contenha e dirija. Enfim, são unânimes todos os Douto-  res em atribuir ao exame de consciência tão alta impor-  tância». (La vie Int. S. 3.*- 10).        Como fazer bem o exame de consciéncia.        1.º Exame das disposições. Segundo a expressão  de S: Francisco de Sales, devo ferir cada uma das cor-  das, para ver se alguma, em dissonância, precisa de afi-  “nação; as cordas, cujas vibrações podem ser desiguais,  são as paixões de ódio ou amor, de desejo, de temor ou  esperança, de tristeza ou alegria. Então, qual é por  agora-a disposição que me domina e imprime direcção  principal aos meus pensamentos, afectos, palavras,  acções? .., a) Estou sob a impressão dominante de  contentamento? ... e provêm esta alegria da satisfação  de ter cumprido o meu dever, ou do orgulho, da vai-  dade, da ambição, da cubiça, da sensualidade, apetites  que eu satisíís? ... — Sinto-me avassalado pela tristeza?  donde é que provêm? qual é a causa?... à) O meu  coração, possuido de amor intenso, procura Deus com  -complacência, ou antes tal creatura? ... e qual é o mo-  tivo dêste afecto?-— ou então, roído pelo ódio, trans-  funde do seu azedume nos meus pensamentos, palavras,  “atitudes e acções?... e a causa desta aversão? — c)  “Para que objecto se dirigem com mais ardor os meus de-        1  E          | 126 Ra DIRECÇÃO O DE Consémoia | 3 3        $ À age à        ejos? ... qual é o prisicipsfe motivo dm minbás espe-  ratius. . dos meus receios? ...        2. Exame geral à noite. A primeira pergunta a  fazer à consciência é se durante o dia houve pecado  grave ou venial deliberado; esquadrinhar bem estas faltas  fara as deplorar é imperioso, senão, ao fim de: certo  tempo tornam-se habituais e nem se dá por elas. O  exame de cada dia desperta a consciência, tem-na vigi-  lante e facilita a preparação para a Confissão.     Catalogar-se-hão em seguida na memória ou por es-  crito; todas as faltas inventariadas, para lhes passar revista  novamente cada noite. Esta lista pode ser redigida pela  ordem dos mandamentos, ou subdividir-se -dos tópicos —  obrigações para com Deus, — para com o próximo, — para  com nós mesmos — ou subordinar-se a — pensamentos, —  desejos, — palavras, — acções, — e omissões. Bem orde-  nada, é um espelho fiel, onde a alma se remira diària-  mente, contemplando a sua verdadeira fisionomia espi-  ritual.        |. 30 Exame particular. Tem por objecto um, ponto  especial, sobre que exerce toda a diligência e concentra  todos os recursos da actividade espiritual. .     Este ponto, Hem escolhido, determinado e circuns-  «rito, é ora um defeito, ora uma virtude, já tal prática ou  exercício, logo tal disposição interior. De harmonia com  o Director precisará o penitente o tema dêste exame,  tendo em vista o bem individual e a edificação do pró:  ximo. Quando existam defeitos que escandalizem o pró-  ximo, para bem da religião, da piedade e da caridade,  urge principiar por êles; aliàs, em boa táctica, deve ata-  car-se primeiro o desfeito dominante ; — quando foi decapi-  tado Holofernes, os Assírios, desorientados, sem chefe,  na iminência da derrota, começaram de retirar apressa-  .d&nente; — e para o descobrir, atenda-se ao tempera-  mento, à primeira educação e ao meio em que se tem        vivido, pois teem forte influência sobre as E na-  =a ` | » ça        EXAME' DE CONSCIENCIA I27        tivas de cada um. Se não aparece defeito preponderante,  . concentrem-se os esforços sobre uma virtude ou uma dis-  posição, e até, no caso de defeito a extirpar, convem às  vezes combatê-lo pelo exercício da virtude contrária. En-  tre as virtudes, hábitos e disposições tenham primeiro  “lugar as que são fundamentais: a humildade, a caridade,  o respeito na oração, a pureza de intenção, a conformi-  ..dade com a vontade de Deus, o pensamento na sua pre-  senga... e conceda-se tambem lugar de honra às que  respeitam o nosso estado e profissão.  .* Quanto às práticas, selecionar as que são de efeito  mais salutar para adquirir uma virtude ou extirpar um  vício: assim para a prática da caridade vêr, por exem-  plo, no próximo a pessoa de Jesus Cristo, saúdar o Anjo  da Guarda das pessoas que encontramos, etc.; para de- -  belar o orgulho, habituarmo-nos a um porte cheio de de-  ferência, etc. |  Mas nào basta escolher bem o téma do exame par-  ticular, cumpre aplicar a máxima: divide et impera; re-  corde-se a fábula do leão e do rato: os esforços gigan-  tescos do rei dos animais nào conseguiram por forma  nenhuma romper as malhas da réde que o tinha cativo,  enquanto que o humilde roedor, cortando fio por fio e  malla por malla, liberó al gran prisionero.  Esto debemos hacer para curar defectos y obtener  de las virtudes; emprender poco a poco, pero invertir  tomar con decisión y coraje; mientras en presencia de  el tema es demasiado extenso, la atención está dividida, floja  fuerzas, y resulta. el refrán: «quien abraza mucho,  - pequeños abrazos ». De todos modos, para evitar una operación vaga.  e indeciso, que tristemente disuelve y diluye toda energía  “Fructífero, se hace necesario que este ejercicio sea ordenado.  nadador y metódico, de modo que incluso podría apuntar con  un cifrado de fracasos y éxitos. "  Actos secundarios y concomitantes del examen.  método de conciencia. Hay cuatro, formando, por.  por así decirlo, la vanguardia dos y los demás la retaguardia.        Y        «El“ da  lc        i À = 2 ES à E Ee x | Es z EE  125 'DIRECCIÓN DE CONCIENCIA  Y es        La adoración y la súplica son las primeras).        R.— Es importante, de hecho, que nos pongamos en la  sentido de Dios con humildad, a la hora de ajustar  somos responsables ante él de nuestra conciencia,  redimiéndonos de su grandeza, santidad y bondad infinita.  nita: se vuelve de esta manera. mirada más profunda a  dentro del alma, más efectiva es la contrición y los disipa  nubes que pesan sobre la conciencia y sensibilizan la  `corazón. En segundo lugar,. porque sin gracia es  el esfuerzo humano es estéril, es la tela para traer del Señor un  rayo de luz divina para descubrir, contra toda ilusión y  repugnancia del amor propio, todas las faltas de las cuales,  es cierto, ninguno escapó a la mirada divina; rogar  también la acción especial de la gracia, para que los defectos y  las faltas aparecen con toda su bajeza, y, inspirando  nosotros horror profundo, prepara la voluntad para un acto  enérgico de repulsa. |     — Depois dêste olhar penetrante que rebusca no  mais íntimo da consciência todas. as infracções, dispõe-se  a alma para os outros dois sentimentos: a) Contrição  perfeita, em que mostra'a Deus o pesar de o haver ofen-  dido e para isso recorra a considerações piedosas, que  excitem santas aspirações, despertem ardentes afectos,  que postas em confronto com os nossos agravos, hão-de  provocar sincera dôr e arrependinerio: b) - resolução  firme de nào pecar.     Para ser fecundo éste propósito, deve reunir num  só ponto, bem determinado e restricto, o esfôrço da  alma; seja tambem vivificado pelas suaves influências da.  graça, que é a única a poder obstar à miséria da nossa  natureza.        Como propôr aos penitentes de boa vontade o  método do exame particular.        A, — Processo abstracto, Depois de, como preâm-        +        E        EXAME DE CONSCIENCIA 129        bulo, nos compenetrarmos bem do pensamento da pre-  sença de Deus, passa-se -ao corpo do exercício, que será  subdividido em cinco pontos, dos quais os dois últimos  prenderão especialmente a atenção: a) geconhecimento  profundo para com Deus, recordando em geral os bene-  fícios recebidos, ou em especial tal graça ou mercê, que  nos cumulou de júbilo; se acharmos bem, marcar numa  “lista as graças e benefícios e passar-lhe os olhos rápida-  mente. b) Desejo ardente de ver o que vai na consciên-  “cia, para o remediar; sob o impulso dêste desejo, volver  para Deus uma prece fervorosa.     c) — Ler atentamente, interrogando-se a si mesmo  sôbre cada ponto, um questionário preciso e pormenori-  zado, feito de harmonia com o director ou tirado dum  autor piedoso; depois, apontar num livrinho ou em folha  à parte, as faltas constatadas, afim de conferir dia a dia e  prestar conta mais exacta ao confessor; é bom tambem  impor-se a cada déficit alguma penitência, como beijar o  chão, recitar a Ave-Maria, etc.     d) — Contrição muito viva, fundada em motivos ge-  rais ou especiais, referidos ao tema do exame; expres-  sar-se a si mesmo com convicção êstes motivos de pesar.     e) — Resolução firme de maior fidelidade, pedindo a  Deus ou aos Santos, graças especiais, para generosidade  mais decidida.        p. — Processo concreto. Pegar no crucifixo e fixando  nêle os olhos alguns instantes, com o coração cheio de  té, colar successivamente os lábios sôbre cada uma das  chagas divinas, intercalando a cada ósculo os cinco pon-  tos acima enumerados.        c. — Terceiro processo. Representarmo-nos Nosso Se-  nor, sentado junto de nós, de joelhos a seus pés, para  ouvir a nossa confiss^: com profundo respeito e con-  fiança humilde, fazemos-Lhe circunstanciadamente  posição das nossas misérias; depois, ouvimos, caíd  seus labios, exortações dulcíssimas, fitamos no seu «        Í        t        ii VERS ÉCO DENS.  L0 - DIRECÇÃO: DE CONSCIENCIA        , como que a censurár-nos misericordiosamente, o nosso        ““ olhar, volvemos em seguida os olhos para o seu coração,        “transbordante de amor e mansidão, e terminamos pór  “lhe; pedir a absolvição, curvados para a receber, e protes-  “tando não mais ferir com as nossas ingratidões tão mise-     ricordioso juiz, | sua        Provações        4; Já vimos o que são, em sentido sinónimo de tribula- |  “ções, quando directa ou indirectamente delas é Deus o:  “autor; aqui entendemos por provações um sistema de for-  “mação espiritual, que, inspirando-se simultâneamente: no  » pensamento basilar de Santo Inácio e de S. Sulpício, espe-  craliza e universaliza, ao mesmo tempo, o esfórco da aima, .  crrcunscrevendo-o a uma área muito restricta e só o con-  servando nela um tempo determinado, de sorte a percorrer  sucessiva e progressivamente os diferentes estádios que  conduzem à vida cristã e à perfeição evangélica.  x 1º — Escudado naquele pensamento da Imitação:  «Se conseguíssemos emendar-nos cada ano dum defeito,  „breve nos tornariamos perfeitos», Santo Inácio manda a  seus discípulos que: dirijam* sucessivamênte todo o es-  fórgo, ora para cada uma das anclinações más, afim de  as combater sem tréguas, até que sejam debeladas, ora  para cada uma das virtudes, até que sejam adquiridas. —.-  Assim procedeu S. Francisco de Sales durante vinte |  anos para conseguir a 'virtude da mansidão cristã. E,  advirta-se, é prática tão importante, porque ha defeitos tão  adversos ao adiantamento: espiritual, que é imprescindí-  “Vel, mediante ela, expurgá-los'impiedosamente por uma  vez, perseguindo-os com ardor até os colocar decisiva-  mente fora de combate; e.ha práticas por tal modo fun-   damentais, que não ha meio de avançar na virtude, sem  primeiro as radicar sólidamente. ^— '        ..:2.^ —'A escola de. S. Sulpício, pela :pêna de Tron- `  son, propõe para cada dia uma prática nova, um aspecto `.  uA. HE ty des uo 0| yd nao: r. |        y !        -—        `- éste efeito,        EXAME DE CONSCIENCIA I3I        diferente de cada virtude ou obrigação, por forma a per-  correr sucessivamente, segundo um plano metódico, tudo |  o que possa contribuir para a boa formação da alma. A  grande vantagem dêste sistema é fugir à monotonia e  por conseguinte ao tédio, que conduz tão fácilmente à  sonolência e tibieza.        3.?— Santo Afonso auxilia-se dum e doutro sistema:  propõe aos seus religiosos a prática duma virtude deter-  minada para cada dia do ano e convida-os a consagrar        “acada uma trinta dias sucessivos. Convem éste método        particularmente às almas isentas de grandes defeitos,  mas sujeitas ainda a umas tantas misérias.        4.º— Nalguns Institutos adopta-se o sistema de Santo  Afonso, mitigado no seu exclusivismo. Conságram ape-  nas certos mêses ao exercício duma virtude ou duma prá-  tica fundamental: durante trinta dias, a meditação, a lei-        . tura, as aspirações e orações, o exame e mais exercícios,        não teem outro objectivo senão essa virtude ou prática,  ficando livres os outros mêses para as demais necessida-  des de cáda um. Tem a vantagem de, por um sistema  de exercícios escolhidos e úteis a todos, proporcionar à  alma uma formação sólida .e completa — e ao mesmo  tempo, deixar a cada um a faculdade de prover nos mê-  ses livres às necessidades particulares.        Que sistema preferirá o confessor ?        Seja qual fôr teóricamente, a excelência comparativa  de cada um, convem práticamente evitar todo o ostra-  cismo, e, para o que se há-de escolher, atender às cir-  cunstâncias de pessoas, tempo e lugar. A máxima que  devemos ter presente nêste caso é; «em tudo o que fi-  zermos, consideremos o fim». Ora o fim suprêmo é a        "glória de Deus, pela perfeição da nossa alma e.edifitacào        do próximo; importa, pois, preferir o mais conducente-a-.  gas dq: d y e     SEIN  ma EA        oy. 4  A22 I        ACABE E) T  , d^ ER T , í     132 DIRECÇÃO. DE CONSCIENCIA     A — O sistema de Santo Inácio, que teóricamente  parece mais racional, terá aplicação em três casos parti-  cularmente: a) para as almas de carácter e tendências  firmes, de decisões generosas e seguras, fora do comum: .  à) quando uma alma, já bastante purificada, se sente for-  temente atraída para uma virtude ou disposição impor-  tante: pois, neste caso, para que distraí-la sistémática-  mente durante um més ou mais, para assunto que se não |  coaduna com as suas aspirações, carácter ou género.  de vida? — c) quando um defeito notável e pernicioso.  é óbice considerável à vida espiritual. Obriga então  a caridade a empregar todo o empenho em o rebater  e subjugar: por conseguinte; em vez de tomar outro  assunto para exame, envidem-se todos os esforços para o  debelar, até que se arranque e extirpe completamente;  a nào ser que o penitente, cansado pela monotonia eu  desanimado pelo inêxito, caisse em tédio invencível, que  o reduzisse mais ou menos à inércia; é evidente que me-   ]hor seria suspender por algum tempo o terreno da luta,  mudar de táctica, do que deixá-lo nessa apatia opressiva  e penosa; aplique-se antes o esfôrço para exercício mais  atraente, que pela novidade desperte as energiás entorpe-  cidas e consiga, reavivando o fervor, atacar indirecta-  mente o defeito em questão. |        B. — Os sistemas de Santo Afonso e de S. Sulpício  conveem sobretudo às comunidades religiosas, porque ne-  las se fazem os exercícios conjuntamente e a vocação impõe  a cada um o mesmo género de vida, as mesmas necessida-  des e aptidões fundamentais; são aplicáveis tambem às al-  mas já formadas, que não teem preferências, nem inclina-  ções imperiosas, nem tão pouco obrigações especiais.        c. — E' recomendável igualmente o sistema das pro-  a las personas piadosas que, viviendo en el mundo, no  lo hacen, incluso si están bien iniciados e instruidos en la vida.  espiritual, para refinar y pulir el carácter y perfeccionarse a sí mismo  en su género apropiado.        APÉNDICE | 133.  . Apéndice I  T        "Diagnóstico e influencia de las disposiciones físicas  en dirección espiritual        | - TEMPERAMENTO        El temperamento es la constitución física de una persona,     'considerado como la base de sus habilidades y  X eliminaciones naturales.  Se sabe que existe una estrecha afinidad entre los  “Traje físico y carácter del hombre. - Y entender-  'de-se ... los dos elementos constitutivos de la naturaleza  "humano, alma y cuerpo, como distintos, se combinan  “En una unión muy íntima, es difícil tocar uno sin  “Percusión en el otro.     Entonces, es bueno ver la parte física del hombre.  tiene "una influencia importante sobre su vida intelectual y  moral. Una constitución excelente al servicio de un alma.  privilegiado es un magnífico instrumento en manos de un  buen artesano ... al contrario, como un ins-  herramienta, aunque en manos hábiles, nunca puede producir  maravillas, así también la tez defectuosa nunca  puede dar esperanzas de resultados brillantes.     Ahora, la tez del cuerpo, que llamamos tiene-  comportamiento, varía infinitamente, porque si en las huellas  la naturaleza esencial es siempre la misma, sin embargo, son     , innumerables variantes accidentales, que diversifican tantas  veces, cuántos individuos hay. Por tanto, hay tantos  templa cuántos hombres en la tierra,        Sin embargo, hay cuatro tipos de temperamentos, para el  que están subordinados, más o menos, a todos los demás:  sanguíneos, biliosos, nerviosos y flemáticos o linfáticos.     De hecho, a pesar de la amplia gama de 5-     . Sionomias, que vemos, é inegável que ha pun        Er US KU SRS y A NN y M  I4. A - ` DIRECÇÃO" E CONSCIENCIA G*oR 20     v  | oferecem entre si semelhiiiças ‘surpreendentes. Na com-  pleição, ;existe a mesma analogia, de forma que idênticas  são tambêm as tendências e aptidões. É o que: permite  uma certa classificação, hão só. útil, mas importante para  a análise do temperamento 'de cada um, tal como: as  classificações da zoologia e da botânica, em história natu-  ral. Advirta-se, contudo, que é impossível o' tipo puro  de cada'temiperamento que nos serve de base.     "Pata compreensão mais fácil da distinção estabele-  cida, note-se ainda que constituição perfeita seria a que  reúnisse numa proporção impecável e contivesse em acti-  vidade normal, todos os aparelhos do organismo humano,  em que, portanto, as funções da respiração, da digestão,  do sistema nervoso... se harmonizassem absolutamente.  Acontece, porêm, que o equilíbrio se quebra ordinária-  mente, predominando êste ou aquele sistema, em detri-  mento dos outros; ou até que todos sofram mais ou  menos certa atonia e temos nêste caso, o tempera-  mento flegmático. Se predominam as funções da respira-  ção e circulação teremos o temperamento sanguíneo, se  os' da digestão, o 57/2050; e o nerVOSO, Se O sistema dos  nervos é o preponderante.     Deveres do director, Felativos ao temperamento  do penitente. |        a) — Diagnosticá-lo, estudando a constituição física  e, portanto, as aptidões e inclinações predominantes.        b)— Utilizá-lo, valendo-se, em benefício da virtude,  dos recursos que oferece.        “c) — Tê-lo em conta, para avaliar o meio termo de.  condescendência ou de exigência, que tem de haver com  O penitente.        d) — Aperfeiçoé- lo, reprimindo-o, quando fogoso e  estimulando-o, quando apático; procure conseguir uma  A. a |        APENDICE 35135  justa proporção entre as diferentes funções fisiólógicas,  de sorte a provocar por repercussão, o equilíbrio'*moral.  Serào utilíssimos neste caso, a medicina, a pur o gé-  nero de ocupação e o ambiente. t ten     Na «Medicinh das paixões» diz o Dr. uret:  «Sendo o homem modificado continuamente por tudo  que o cerca, não só não fica muito tempo a mesma a sua  - constituição, mas até pode passar por uma metamorfose     completa. Não falando nas alterações que operam os  anos, se um indivíduo sanguineo se transportar para os  trópicos, virá a ser sanguíneo-biliosa a sua constituição ;  habite ao contrário, um paiz frío, um local hámido, pouco  arejado, e o seu organismo, saturado pelos líquidos am-  bientes, experimentará diminuigào de actividade. e por  fim definhar-se-há inteiramente». E’ evidente que, a pre-  texto de medicina espiritual, nào deve o Director consti-.  tuir-se médico do corpo: cuique suum; mas não tira de  adquirir uma ideia precisa das coisas, a fim de, com a  requerida circunspeção, dar os conselhos que reclama o  bem espiritual de cada penitente.        Sinais característicos dos temperamentos  I.o — Temperamento sanguineo.  a)— Sintomas corporais: cabelo lóiro ou castanho,        — olhos azuis, — tez rosada, — fisionomia viva, — pele  branca e transparente, — pulso activo e regular, — peito        “. largo e proeminente, — corpo gordo, flácido, crescendo        ^ ian e suando muito, — voz firme, suave e plangente.   

 

b) —- Predisposigóes patológicas: hemorragias, infla-

 

mações no cérebro e orgãos torácicos, hipertrofia do cCoO-

 

. ração (Descuret).

 

 

 

 

 

c) — Disposições psicológicas: inteligência pronta, , es-

 

pontânea, pouco profunda, antes superficial; memória fe-

 

liz, — imaginação ardente, donde fáceis sucessos nos pri-

 

 

 

 

 

T Y i

 

 

 

 

 

^ T, PV É 5

 

136 hon 9

 

 

 

 

 

MEER. E IA TEU RS

 

DIRECÇÃO: DE CONSCIENCIA; ^

 

 

 

meirós estudos, mas nos'estüdos: superiores, que exigem

 

espíri y e investigação, eclipses parciais; — Coração afec-

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

tuos t irado pela ância de amar, — vontade versátil,

 

conso te a"impressáo do momento, — sonhos agradabilís-

 

simos. *V, |

 

 

 

 

 

d) — Aptidões sociais: apresentação insinuante, rela-

 

ções fáceis, — franqueza, afabilidade, cordealidade, modos

 

expansivos, jovialidade. Seduzem, encantam, arrastam,

 

hipnotizam, mas colhem resultados mais brilhantes do

 

que sólidos |

 

 

 

 

 

e) — Inclinações morais: amigos da boa mesa e do

 

jógo; — amores apaixonados; — leviandades e propósitos

 

inconsiderados ; — mais ardor do que constáncia ; — ge-

 

nerosidade, dedicação.

 

 

 

 

 

2.º — Temperamento bilioso..

 

 

 

 

 

a) — Sintomas físicos: cabelo préto ou escuro e ma-

 

leável; — olhos prétos, vivos e faiscantes; sobrancelhas

 

espêssas ; — expressão enérgica e severa; — tez morena,

 

estatura mediana; — pele aveludada, com as veias subcu-

 

tâneas salientes ; — músculos vigorosos ; — pulso resis-

 

tente e rápido ; — voz precipitada e abrupta.

 

 

 

 

 

, b) — Predisposições patológicas: inflamações intesti-

 

nais, e do fígado; — doenças graves com delírio ; — afec-

 

ções crônicas.

 

 

 

 

 

c) — Disposições psicológicas: inteligência variável;

 

aptidões para sciéncias abstraotas, grande capacidade de

 

concepção, juizo sólido, mais génio do que espírito, mais

 

lárgueza de vistas do que originalidade; — imaginação fe-

 

cunda; vontade firme, inflexível, impulsiva e audaz; —

 

coração duro; — paixões fortes, enérgicas, antes egoistas,

 

e concentradas do que afectuosas e expansivas. — Sonhos

 

guerreiros.

 

 

 

 

 

+

 

 

 

APENDICE ^ Tór

 

d) — Aptidões sociais : decididos, intrépidosarde acti-

 

vidade impaciente, os biliosos avançam por cita” de to-

 

das as dificuldades, nem desanimam em face" dê *nenhum

 

empreendimento. Quando se saibam dóminar;* podem

 

prestar relevantes serviços; contudo o génio altivo, do-

 

minador, que naturalmente possuem, suscita-lhas irredu-

 

tíveis oposições. Teem apresentação séca, brusca e con-

 

 

 

vívio impertinente, desabrido.

 

 

 

 

 

e) —Znclinagóes morais: dissimulação e desconfiança,

 

espírito previdente, —ciúme, ambição desmarcada, — ódio

 

entranhado, — cólera terrível, — às vezes, amor violento,

 

— teimosia, — actividade.

 

 

 

 

 

3.º — Temperamento nervoso.

 

 

 

 

 

a) — Sintomas físicos: cabelo e olhos claros, barba

 

precoce, — pele séca, face oval, fronte ampla, mento es-

 

guio, — corpo esbelto e magro, — pulso lento, mas sen-

 

. sível, — voz baixa, — palavra muito articulada, — modos

 

tfinidos e desastrados, — sensibilidade física muito viva.

 

 

 

 

 

, b) — Predisposições patológicas: tóda a sorte de ne-

 

vroses.

 

 

 

 

 

c) — Disposições psicológicas: inteligência variável,

 

mas espírito vivo e penetrante; — apreensão pronta de

 

verdades metafísicas; — imaginação brilhante e fecunda;

 

— sentimento do belo; — gôsto pelas artes e pela litera-

 

tura; — sensibilidade profunda, sob aparente insensibili-

 

dade ; — coração delicado, profundo e fiel; — vontade in-

 

termitente; — sonhos tristes. :

 

 

 

 

 

d) — Aptidões sociais: convívio fácil e agradável, se

 

“não lhe excitam a sensibilidade; aliás melancólica e mi-

 

santropia; — alternativas de sobreexcitação e depressão.

 

 

 

 

 

e) — Inclinações morais: sentimentalismo afectado,

 

 

 

 

 

Me ev DIRECÇÃO, DE CoNSCiENCIA | BuU

 

 

 

Ne. Y )

 

(— exaltação, excesiriciada da — veisatilidádé, A ância por

 

pep suaves e Rer agradáveis.

 

 

 

 

 

4 o—— - Temperamento flegmático.

 

 

 

 

 

a) — Caractéres físicos: cabelo fino, loiro, cinzento,

 

russo, ou ruivo, — pouca | batba, — olhos rajados ou aver-

 

dados, sem fogo, — tez pálida Ou levemente rosada, —

 

saliva: abundante; — corpo cheio, gordo, — músculos dé-

 

beis, — pulso lento, — movimentos vagarosos e' compassa-

 

dos, — voz fina.

 

 

 

 

 

b) — Predisposições patológicas: apatia, engurgita-

 

mento. das glândulas, doenças crónicas (Descuret).

 

 

 

 

 

c)— Disposições psicológicas: inteligência lúcida,

 

quási sempre judiciosa; — imaginação pobre; — insensi-

 

bilidade ; — coração. bom, mas frio; dedicado, mas reser-

 

vado; — sonhos agourentos. À

 

 

 

 

 

d) — Aptidões sociais: trabalhos de grande fôlego,

 

mas sem originalidade; — pouca habilidade em negócios;

 

— timidez ; -— amor da solidão ;*— boas pessoas.

 

 

 

 

 

'e) — Inclinagóes morais: inércia, desleixo, preguiça;

 

paciência e longanimidade; — perseverança; — falta de

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

carácter; — tendências para a E da nas bébidas |

 

 

 

 

 

e no tabaco.

 

0 confessor e o temperamento de cada penitente

 

 

 

 

 

— Precisam os Sanguineos de direcção benévola,

 

Era e constante e dum regulamento de vida bem orde-

 

nado. Apliquem- se primeiro às virtudes que condizem

 

com o seu carácter: beneficência, caridade, dedicação.

 

A. póuco e pouco cortem að supérfluo no comer e dispo-

 

 

 

 

 

nham-se para uma alimentação simples e frugal. Os afec-:

 

 

 

 

 

tos ʻe, ternuras do coração encaminhem-se antes para a

 

 

 

 

 

ABENDICE a 139

 

 

 

 

 

| Toerist e para os pobres. Entreguem-se a trabalhos

 

manuais prolongados e enfadosos, para amortecer os esti-

 

mulos da carne, é habituem-se a ser considerados e pru-

 

dentes. ;

 

 

 

2.º — Os baliosos necessitam de formação ha pratica

 

da humildade, da condescendência e da mansidão; des-

 

confiem dos primeiros movimentos e impressões, não fa-

 

lem, nem obrem sem reflexão séria e ponderada; previ-

 

nam-se contra arrebatamentos, intransigências, actividade

 

febril, zêlo inconsiderado « e sonhos utópicos de fervor in-

 

“discreto.

 

 

 

© 3.0 — Cumpre prevenir Os nervosos contra excentri-

 

cidades, sobreexcitações artificiais, impotências imaginá-

 

 

 

 

 

.. rias, caprichos de carácter, depressões morais, desánimos.

 

 

 

 

 

Chamem-se à piedade mais pelo sentimento do que por

 

razões sêcas, rígidas e austeras. Moderem discretamente

 

as impressões e transportes febrís, nas horas de incen-

 

drado fervor. .

 

 

 

 

 

^ 4.0 — Os flegmáticos poderão tornar-se virtuosos, in-

 

- fluenciados por um director, que estimule, arraste e des-

 

perte as energias latentes. Teem geralmente, diz o P.

 

| Debreyne, dois vícios capitais, dificílimos de combater ou

 

“prevenir, o onanismo na adolescência e o alcoolismo na

 

“idade viril. Debelados estes, fácil é formá-los nas virtu-

 

des, mas em virtudes que não exijam' grande soma de

 

sacrifícios, porque torna-os incapazes de grande esfórco a a

 

flegma apática, que os especializa.

 

 

 

 

 

Pus | II — DOENÇAS

 

 

 

 

 

1.0 — Repercussão na vida moral.

 

 

 

 

 

E' variável, diz  Descüret, Gamidanta forem “agudas

 

ou crónicas as enfermidades. i

 

 

 

 

 

I40 DIKEUCVAU APLs OI ANN mam, em

 

 

 

 

 

A. — Doenças aguilas: no Drinin, causam desigual-

 

dads de carácter, acabrunham o espírito e trazem ideias

 

sombrias, tédios e aborrecimentos; — Vo paróxismo, pros-

 

tração da inteligência, tristeza, ira, impertinéncia, depra-

 

vação dos sentidos e susceptibilidades extraordinárias ;

 

para o fim, certa mudança das disposições morais.

 

 

 

 

 

B.— Doenças crónicas. Diz Descuret: «tornam quást

 

sempre o carácter inquieto, irascível, sombrio, egoísta e

 

teem acção lenta, mas pronunciada sôbre a inteligência.

 

Os, bilio-nervosos, contudo, conservam ás vezes nas maio-

 

res doenças toda a loquacidade e lucidez de espírito, só-

 

mente a palavra torna-se-lhes acrijmoniosa e repassada de

 

melancolia. Na maior parte dos doentes, é pesada a ima-

 

ginação, nula a memória, nos casos de afecção mental,

 

particularmente»,

 

 

 

 

 

Atitude do director com os doentes.

 

 

 

 

 

O histerismo conduz à impaciência, ao amor e às

 

ahtipatias preconcebidas, — a paralisia às comoções la-

 

crimosas, — a JAdropisia, o reumatismo e a artrites

 

(gota) à irascibilidade, as moléstias cutâneas, igualmente, |

 

as doenças intestinais à tristeza, aborrecimento, enfado e.

 

espasmos e a tísica às ilusões. De sorte que: a) — aten-

 

derá o confessor à influência da doença para pesar a res-

 

ponsabilidade dos actos e do procedimento, porque as dis:

 

posições morbosas. podem diminuir notávelmente o vo-'

 

luntário.

 

 

 

b) — Deve tratá-los com indulgência, atenção e co-

 

miseração.

 

 

 

c) — Persuadí-los-há a que tomem com ânimo e per-

 

severança os remédios receitados para a cura,

 

 

 

d)—e a que santifiquem. pela paciência a enfermi-

 

dade e os sofrimentos, €) procurando em motivos de fé

 

consolação e confôrto. para não sucumbir, nem dar lugar

 

ao desalento, aos queixumes e azed: me. |

 

 

 

 

 

CAPÍTULO TERCEIRO

 

 

 

 

 

du Diferentes espécies de Direcção -

 

 

 

 

 

.. Vimos: no capítulo precedente, não só as disposições

 

gerais a exigir de todo e qualquer penitente, que pro-

 

cura santificar-se, mas tambem os princípios que devem

 

inspirar constantemente o confessor na direcção espiri-

 

tual, e bem assim os meios que importa empregar.

 

 

 

Vamos ver agora na espécie, as leis que regem a

 

 

 

 

 

-yida espiritual, proporcionando a cada classe de. peniten-

 

 

 

 

 

tes os remédios mais salutares, para triunfarem das suas

 

- misérias e prosseguirem afoutamente no caminho da vir--

 

tude. A direcção, embora a mesma sempre nas linhas

 

gerais, varia de forma, ao adaptar-se às diferentes idades,

 

Vocações e estádios da vida espiritual.

 

 

 

 

 

Estádios da vida espiritual

 

. 1— DIRECÇÃO DOS PECADORES.

 

 

 

 

 

A I.^— Guerra que ao pecado deve mover o direc-

 

tor espiritual. Há-de consistir o seu primeiro empenho

 

, em arrancar os penitentes do domínio nefasto do pecado.

 

Nunca será demais o zélo em tão árduo mister, porque

 

impugnará o maior de todos os males, ou melhor, o

 

“único mal que existe, que por sua natureza visa a des-

 

trúir as divinas perfeiçõeste por conseguinte, a aniquilar

 

o próprio Deus, soberano Bem; o pecado arrebata, ou-

 

trosim, 20 homem 2 vida eterna e priva-o do obiecto su-

 

 

 

 

 

Í

 

 

 

 

 

142 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

premo; que pode únicamente satisfazer todas as suas as-

 

-pirações... | l

 

 

 

Com efeito, ora iludido e enleado nas ciladas: do

 

demónio, ora fascinado pelas aparências sedutoras dos

 

bens limitados, ou então arrastado pela fôrça das paixões

 

impudentes da natureza decaída, quão fácil não é ao ho-

 

mem 'extraviar-se por: caminhos tortuosos, que o des-

 

viem do Bem Infinito de que falamos! Não pode pois

 

haver obra mais humanitária e santa do que lançar mão

 

firme do pecador, arrancá-lo ao império do mal e por

 

-conseguinte, à. eterna condenação e mesmo já neste,

 

mundo a êsse grande cortejo de misérias, que formam o

 

séquito lúgubre do pecado. Eis o que melhor do que

 

ninguem deverá compreender o sacerdote digno, isto é,

 

o padre abrasado no amor de Deus e no zêlo pela salva-

 

ção de seus irmãos enfêrmos. Recordará constantemente

 

a palavra do Salvador: «non veni vocare justos sed pecca-

 

tores. ..», e assim tornará incansável o seu zélo e inces-

 

-sante, de preferência para Os infelizes que tanto necessie

 

tam de médico. | i :

 

 

 

 

 

2.? — Expedientes para 'desarraigar do pecado.

 

 

 

 

 

Em toda a doença grave prescreve o médico regime

 

higiénico e fortificante, como: base para ulterior, trata-

 

mento. Antes de indicarmos remédios especiais para

 

cada enfermidade, apontémos os remédios gerais, qual

 

regimen fundamental na luta com o pecado.

 

 

 

. Alêm do espírito de oração e de generosidade, que

 

garantem, no combate, . a cooperação da graça com a

 

vontade humana, necessário se torna Zncutir à alma gm,

 

horror profundo ao pecado.. Firmado‘ no coração este

 

sentimento, com raizes, não tanto fundamentadas em im-

 

pressões passageiras, como em convicções sólidas, de-

 

pressa se tornará impulsivo, comunicando à alma uma

 

‘tenaz energia de resistência contra o mal. E” certo que

 

nada é comparável à aversão instintiva ao pecado, .que

 

desde a infância comunica ao indivíduo uma educação

 

 

 

 

 

d

 

 

 

 

 

/

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DOS PECADORES I43

 

Í

 

 

 

profundamente religiosa, mas a acção do confessor pode

 

até certo ponto suprir a primeira educação, e, fecundada

 

Pio graça, levar o penitente a detestar quàsi habitual-

 

mente, quanto possa macular a consciência, ferir a alma

 

€ ofender a Deus. E, adquirida esta disposição, fácil «€

 

~ decidir-se a: tomar cuidados contínuos e a empregar os

 

remédios que prescreve o médico espiritual, - E”, pof-

 

“ tânto, de suma importância infundir-lhe no. ânimo um

 

“horror santo por quanto possa ser nocivo à vida da

 

 

 

 

 

» graça. A. — Para o que será táctica. excelente abor-

 

 

 

 

 

; dar a alma pelo seu lado mais fraco e acessivel,

 

 

 

 

 

1:0 — A's pu muito amigas do aceio.e limpeza,

 

 

 

 

 

4 cujos hábitos revelám tambem “gôsto pelas artes e pelo

 

- “belo, será oportuno descrever às monstruosidades, que

 

 

 

 

 

“da order moral encerra e produz o pecado: 4) um ser

 

“despojado da sua beleza nativa, perde todo o encanto e

 

mui depressa, em contraste com a antiga gentileza, só

 

 

 

 

 

“inspira horror e repugnáncia; assim o homem, quando

 

 

 

 

 

cadáver, a quem com a vida foram arrebatados encantos

 

;e formosura.

 

 

 

 

 

Eis o que acontece tambem à alma morta pelo pe-

 

 

 

 

 

“cado: privada da graça santificante, que era a sua vida

 

> sobrenatural, perde os encantos, brilho e formosura que a

 

* faziam émula dos Anjos! desaparecem dela, apagam-se,

 

 

 

 

 

“os reflexos da divindade, para cederem o lugar a upa

 

 

 

 

 

“E INTO

 

caque

 

 

 

 

 

/ hediondez asquerosa, como cadavérica |

 

 

 

 

 

cs Mas, antes disso, nada tào repugnante, já.de

 

per si, como o pecado!... se tudo o que é desordem é

 

 

 

 

 

. detestável, que diremos dum interior todo revolto, todo.

 

"sobressalto e inquietação, na' maior de todas as desor-

 

: dens; pela derrocada do edifício belíssimo, que Deus cons-

 

' truíra pela graça e pelos mandamentos!

 

 

 

 

 

/

 

 

 

 

 

€) — B' abominável o espírito de revolução e anar-

 

 

 

 

 

` quia. Quanto nào foi indigno, revoltante e infame o pro-

 

 

 

 

 

cedimento de Absalão em luta contra seu pai... e quarto

 

 

 

 

 

- nãosé indigno, grosseiro e ignóbil o proceder co peca-

 

` dor, revoltado contra Deusll... A

 

 

 

 

 

à

 

uv.

 

 

 

 

 

Dd e j ; " hx .

 

! « 4 ; di^ : ; E.

 

144 >  , DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

» i . Fe

 

 

 

 

 

d) — B' triste, lastimoso, ó estado daquele que é de-

 

mente Pe que maior falta de senso, de juizo, do que a do

 

 

 

 

 

pecador, que sacrifica os bens eternos às vilezas da terra,

 

o Set Incriado, o Infinito, ao transitório, criado e imper- ,

 

 

 

 

 

feito | -Não pode o pecador admirar-se de Que haja Esaú

 

trocado a primogenitura por um 'prato de lentilhas |

 

e)j— Causa horror a crueldade no homem sanguiná-

 

 

 

 

 

rio, particularmente quando se sacia em sangue inocente..

 

 

 

 

 

Pois, com ós judeus que sacrificaram uma vez sobre o

 

Calvário, a Víctima mais” inocente, rivaliza o pecador,

 

“que fére com crueza a mesma Víctima muitas vezes!

 

Rursum crucifigentes sibimetipsis Filium Dei (Hebr. vi, 6.

 

f)—E a ingratidão, a negra ingratidão?! ha coisa mais

 

horrenda ?... pagar o bem, com; o mal mais atroz, fazer

 

do benefício recebido uma arma, uma espada para cravar

 

no peito do bemfeitor?... Como não estremecer de

 

horror, ao ouvir o povo de Deus reclamar em forte grita

 

 

 

 

 

o sangue de Jesusl... E que não faz o ingrato pe-

 

 

 

 

 

cador?...

 

 

 

 

 

— Aos penitentes que teem paixão e arte em au-

 

 

 

 

 

diese os haveres terrenos, precavendo- os contra tóda à |

 

sorte de ruína, urge descrever os horrívéis estragos |que-

 

 

 

 

 

nos domínios da alma produz o pecado, as: ruínas - “que

 

acumula e a inépcia a que reduz as faculdades' morais.

 

Os incríveis flagelos que num só dia desencadeou Satan

 

sôbre o santo patriarca Job, são apenas uma imagem' pá-

 

lida dos grandes destroços que sôbre a alma, no mo-

 

mento do pecado, vêem acumular-se num instante os

 

“Anjos de Deus.

 

 

 

 

 

Naufrágio tremendo, onde se submergem tantos me-:

 

 

 

 

 

reciméntos, tantas graças, tantos sacrifícios |...

 

 

 

 

 

E, por mais que fac» o pecador, emquanto perdurar:

 

 

 

 

 

desci ace. nã sode- s-r meritória ' Des acção

 

alguma...

 

 

 

 

 

!

 

 

 

 

 

3: — A's almas, a quem repugna o sQjTimieuip, mas

 

fascina o prazer, descrevam- -se: ` Claramente os. terríveis

 

 

 

 

 

/ Q

 

is j u "t + f

 

hp. » . e H

 

 

 

 

 

A

 

 

 

y

 

Z,

 

+

 

 

 

 

 

t. fo

 

 

 

 

 

VeRO

 

 

 

 

 

RE vã. ^5 72009". r RECEA DOS PECADORES 145

 

Y , castigos que já neste mundo Deus inflige pelo pecado, a

 

- crüa expiação que exige a su& justiça pelos pecados já

 

i; perdoados, e os incomportáveis tormentos que no inferno

 

vstorturam. os réprobos. Por outra parte, recordará as ine-.

 

Eres consolações que dispensará no céu às almas gene-

 

rosas “Aquele que prometeu não ficar sem recompensa.

 

..um copo de água dado em seu nome. .e o cêntuplo

 

r. nésta vida: de quanto se abandonar por seu amor.

 

 

 

 

 

us

 

 

 

 

 

o. |

 

co le A9 — Aos de carácter altivo e notória independência,

 

E mostre quam humilhante e indigna é a escravidão ao pe-

 

*- cado... /;— como são pesadas e degradantes. as cadeias,

 

 

 

 

 

“com que Satanás algema as suas infelizes vítimas, não só.

 

= com a esperança sinistra de as não restituir à liberdade,

 

é .04, ao menos: de as vexar rudemente' a cada passo que

 

2: dêem À’ "para se levantarem, mas- tambem no anseio cres-

 

= cente de as. qpnquistar por completo para o seu império

 

i crúel é tirnico... ;-- como são humilhantes os enrédos

 

- das paixões e dos maus hábitos que por tal forma aper-

 

“tam- e enlaçam o pecador, que nem a vergonha, nem o

 

remorso, nem a perspectiva das mais cruciantes. misérias,

 

; conseguem, por vezes, desenlear |

 

 

 

 

 

TRER 27

 

IRRE R rus A

 

 

 

 

 

Ria s 7

 

 

 

 

 

SA da

 

L-

 

 

 

 

 

AT — Aos.de natureza sensível e delicada, em esbôço

 

iipido e surpreendente, represente o martírio atroz do-

 

; “divino Crucificado. .., desvende os horríveis estigmas de”

 

“seus pés e. mãos, tôdas as chagas de sua carne santís-

 

i8 ma..., e. revele sobretudo à agonia crudelíssima do

 

“seu imaculado. ical sob a lügubre visão dos pecados

 

eo dos" homens; |

 

 

 

 

 

Vs Ier e

 

 

 

 

 

a

 

ap 39

 

| Observação: : 12 Outras TUM NU Hl há em que

 

ose pode inspirar, O confessor para, por forma nova e ori-

 

~ ginal, sugerir: considerações mais efigazes, porque não

 

 

 

 

 

g sega MENS

 

 

 

 

 

repisándo ideias, hão-de ferir melhor. e avivar a atenção

 

e contrição. !

 

 

 

1*.- ão se pense que pretendemos .circunscre:

 

“a caña uina das esicras supra enumeradas, corresvo

 

 

 

 

 

“146 | DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

É P

 

dente categoria de almas € “que não “devamôs apresentar

 

à todas, reflexões diferentes ainda que não áptopriadas “a

 

“sua "mentalidade. Somos adversos a exclusivismos .e:exa-

 

.géros, pois tôdas as almas teem embrionáriamente: as .

 

mesmas tendências e gôstos e todas as considerações. lhes

 

podem mais ou menos convir. : E

 

p. — Textos eficacíssimos para excitar à contrição

 

perfeita: -

 

 

 

 

 

1.º — Escritura: Egressus est a filia Sion omnis de-

 

cor ejus. Quomodo obscurátum est aurum, mutatus est

 

color optimus? (Thren. 1, Ó; Iv, I). Violabsnt me pro-

 

pter pugillum hordei et fragmen pánis (Ezech. xin, 14):

 

"Deum qui genuit te dereliquisti, et oblitus es Domini

 

créatoris tui (Deut. xxxir, 18). Si averterit se justus a.

 

justitia sua, omnes justitiae ejus quae fecerat non recor-

 

dabuntur (Ezech. xvu, 24). Quasi a facie colubri fuge `

 

peccata. Dentes leonis, dentes ejus, interficientes animas

 

hominum (Eccli. xxt, 2-3).

 

 

 

 

 

2.0 — Santos Padres: Unusquisque peccando, ani-

 

mam suam diabolo vendit, accepta tanquam pretio dulce-

 

dine temporalis voluptatis (Aug.. in Rom.). Luges cor-

 

pus, a quo recessit anima, non luges animam a qua re-:

 

cessit Deus (Aug. Serm. 9). Qui facit peccatum. servus

 

est peccati et, quod pejus est, multorum servus: qui

 

subjectus est vitiis, multis se mominis addixit, ut servitio

 

ei exite vix liceat (Ambr. 1t Jacob. 3). Hoc sunt peccata

 

lapsis, quod grando frugíbus, quod turbidum sidus arbo-

 

ribus, quod armentis pestilens vastitas, quod navigiis

 

saeva tempestas: omnes scilicet, bonorum operum fruges

 

destruit, animi facultates cofrumpit, totum hominem ad

 

interitum ducit (Cyp. S. 5 de lapsis). Malorum omnium

 

maximum constat esse peccatum (Chyrs., Hom. :5: ad

 

penit.). » Crudelis et plane execranda malitia quae Dei.

 

potentiam, justitiam, sapientiam perire desiderat (Bern.

 

De resurrect.). Ouod in se est, omnia quoque quae Dei

 

sunt tollit et diripit. (Bern. Cur me graviori tuorum

 

 

 

 

 

!

 

24

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES 147 >

 

 

 

X cu a lis" :

 

 

 

criminum cruci : affixisti 2 Gravior apud me. peccatorum

 

.crüx;:in. qua-invitus pendeo, quam illa in quam, tui mi

 

-sertus,,ascendi" (Bern. Serm. 18).. Cur addimus afflictio-

 

nem afflicto? Magis aggravant Christum vulnera peccati

 

rr quam Yulniera corpos sui (Bern.).

 

 

 

 

 

“AI DIRECÇÃO DAS DIFERENTES CATEGORIAS

 

| DE PECADORES `

 

 

 

 

 

X e -Reduzem- se Siani a três šitai categorias, con-

 

“soanté a vida no pecado tem como origem : A) à impu-

 

ren — B) à njia, — C) a irreligião. .

 

 

 

 

 

-D

 

e:

 

 

 

 

 

y j

 

 

 

 

 

had ES

 

 

 

 

 

A= : Direcção das almas dominadas pela impureza

 

 

 

 

 

, EO “Merecem toda a compaixão e reclamam todo o. zelo

 

+ ido Director as almas dominadas .por éste vício, como se B.

 

AN ^ verá pelas. Seguintes considerações :

 

 

 

 

 

nth +

 

*-

 

 

 

 

 

f

 

 

 

 

 

idee À paixão impura gera uma infinidade a fal-

 

“tas e de crimes. O que não admira, constatado como

 

“está, que é ela, em suma, a aberração dum dos instintos

 

* mais impétuosos da natureza humana. E’ de notar que a

 

. Providência se empenhou em facilitar ao homem, me-

 

;diante o prazer, o cumprimento dos deveres primordiais +

 

“que:lhe impõe a natureza: conservação da espécie, con- *

 

“servação do indivíduo e desenvolvimento das faculdades

 

-humánas ; proporcionou mesmo à importância do: dever

 

“a 'inténsidade do.gózo.e a impetuosidade da paixão. «A

 

*estas inclinações providenciais, radicalmente honestas, sol- .

 

. tóu.as rédeas o pecado original, e desde esse dia elas se

 

“Jançam inconsiderádamente para o objecto dos seus ape-

 

.'&tites; com mais ímpeto porêm a mais fogosa, a paixão

 

t Ro “impura, de facto brutalmente arrastada para os prazeres

 

i “mais violentos. Sem disciplina austera que a obrigue a

 

y à "entrar na ordem do seu fim próvidencial, conduz fatal-

 

. ^mente'de abismo em abismo os infelizes que sé subme-

 

: tem à sua tirania, Paixão maldita, que nunca diz: «basta»

 

 

 

 

 

$

 

 

 

 

 

^ — eec TTE di A À

 

PUE wq 3

 

+. Fx sB-

 

 

 

 

 

148 CONSCIENCIA 2. 2 PEE

 

 

 

 

 

a

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

: "o E ovx oo.

 

.porque jamais se sacia. E^ o que a experiência de todos:

 

os dias comprova, pois o impudico multiplica .de contí-

 

nuo as suas faltas, sobretudo interiores, com uma abun-

 

. dáncia incalculável, e não pode passar dia, nem hora,

 

;sém pecar gravemente, por pensamentos e desejos, pelo

 

fmenos. Donde para êle; impossível- realizar a importan-. ‘-

 

tissima recomendação do Salvador: «estotepdrati».

 

 

 

 

 

2.º — Estas faltas, por efeito dò abalo profundo que

 

produzem no sistema nervoso e dá violência do prazer,

 

orgânico, que as acompanha, imprimem à natureza tra-

 

ços indéleveis, que facilitam repetirem-se sem conta e ge--""

 

 

 

: ram" depois o hábito, que por sua vez se torna quasi in-. :

 

 

 

 

 

s'tüestrütível; 6.o quê constitui o: perigo principal da: in

 

"4 o di: | | dms

 

E "S

 

+ pureza. | s | Midi o O 4g

 

y '34.^ — Emfim, éste. vício torna-se para Os cristãos, .

 

 

 

 

 

7 praticantes um perigo frequente de sacrilégio, por ¿duas .

 

^ razõês: à prifeira, porque não há pecados que tanto

 

.custem a declarar.na confissão: como os pecados impu-

 

ros; têem em si álgo de tão degradante, que procuram

 

de cóntínuo as trevas, .o-disfarce e o esquêcimento. Para»...

 

escapar à vergonha e -desprêzo,. habitua-se o impudico à `-

 

mentíra, à dissimulágáo*'e (à hipocrisia, encobrindo até

 

. malcom aparências de virtude, de sorté a “incarnar-se

 

* por-fal.modo nêle o hábito da duplicidade:que nenhum

 

meid:humano há capaz de o:mover a declarar-se, e assim,

 

ou esconde as faltas completamente, ou então faz uma

 

“acusação tão vaga e omissa; que o mesmo é que reticên-

 

cia Sacrílega. ` zd | |

 

A segunda causa de sacrilégio dá-se com os que,.,

 

tendo adquirido o hábito de se acusarem perfeitamente : *

 

de todas as misérias, isto. é, com verdade e sinceridade, ..

 

não teem, nas confissões, contrição verdadeira, nem pros.

 

«pósito firme. Abrem- à consciência, declaram todas as

 

* torpezas, mas não sacodem o jugo pesado do hábito .im- >

 

puro, nào renunciam 'enérgicaménte: ao^ vício maldito, de

 

“quê se tornaram escravos. B quântãs: vezes, por isso,

 

 

 

 

 

ES ou wa Va t.

 

E. jib 2!» a o

 

7 P AA e {Ai FC ED . x À

 

 

 

T ru. $^ mw dio. o TA o o .

 

 

 

 

 

e

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES 149

 

 

 

 

 

w A

 

1 .

 

 

 

 

 

“perdem o pôstorpela oração, endurecein o coração e fes

 

"cham a porta da alma à graça e ao- arrependimento lzzZ

 

- Dohde, nào admira que Santo Afonso afirme que non

 

venta e nove por'cento dos que se condenam, devem à

 

impureza a sua eterna perdição. Bastem estas conside- .

 

“ftações para inflamar o zélo do homem de Deus, que tem

 

à seu cuidado lançar mão firmé aos naufragados na im-

 

pureza. Feliz o impudico que tenha a. sorte de encon-

 

trar, no caminho, o bom Samaritano, que derrame sôbre

 

as,suas chagas o remédio'santo e salutar, que lhe pro-

 

porcionará a cura! ——

 

Note-se, entretanto, qne a tarefa é árdua e penosa.

 

- Para tirar do abismo o desgraçado, quantos, estádios.

 

a percorrer!... arrancar-lhe, ài força de paciência: e de

 

santas indústrias, uma sincera acusação....' dissipar dê

 

diante dos seus olhos a nuvem tenebrosa que lhe“óculta

 

“o horror e-o perigo do estado da sua' consciência... ., res-

 

“ tituir-lhe a dignidade e nobreza, de que se privou... tó-

 

- nificar-lhe a vontade, que tanto rebaixou, sob os vis int-

 

` pulsos 'das míseras paixões... retemperar com 0 sobrena-

 

tural, uma alma que tanto se materialisou com a violén-.

 

“cia infeene da carne... soerguer.para.o céu: aspirações

 

que pa q se mergülharam na lamã'e-na imun-

 

 

 

 

 

o

 

 

 

 

 

 dície. oh! emprêsa magna, rude e escabrosa, que

 

exige a maior soma de zêlo no que se: abalangar acefec-,

 

 

 

 

 

,tu- Ja m. | mo. Ki

 

 

 

 

 

Lr

 

 

 

 

 

4.º -— Obrigações do Confessor.

 

a) — Empenhe-se em obter confissão sincera

 

 

 

 

 

Como dissemos, o vício impuro procura às, trevas,

 

esconde- -se; e, O impudico obrigado a declarar-se, treme

 

e Cora, por isso que tais acusações repugnam mais que

 

“quaisquer outras. Pelo-que, as pobres almas, feridas pelo

 

contágio imundo, que no princípio não tiveram a felici-

 

“dade de topar com director hábil'e sagaz, que prescru-

 

tâsse até ao mais íntimo as süas misérias e as levasse a

 

 

 

 

 

~-

 

 

 

 

 

150 | DIRECÇÃO DE; CONSCIENCIA -

 

 

 

 

 

uma sincera e completa. dêdiaraçãol reBignaram-se; infe-.

 

| lizes! a um triste e criminoso silêncio, ou quando muito,

 

apenas denunciaram tímidamente algum pensamento cbn-

 

sentido ou desejo mais ou menos demorado. Mas, é in-

 

«dispensável, custe o que custar, para curar a chaga, des- .

 

cobri-la completamente; quando a gangrêna começa de

 

invadir o organismo, ai do médico que não corta e reta-

 

lha, a tempo de salvar o que está são! Urge, pois, que

 

o 'confessor revolva e explore até ao mais íntimo da

 

alma. Com toda a arte, qual médico experimentado,

 

com toda a delicadeza qual irmã de caridade, sonde

 

corajosamente a chaga em toda a profundidade. Sem cu-

 

riosidade lasciva, mas tambem: sem pejo descabido e cul-

 

pável, leve as investigações até ao mais recôndito da

 

.éonsciéncia) revolvendo imaginações, pensamentos, dese-

 

jos, palavras, olhares e acções, inteirando-se das circuns-

 

táncias que agravam ou mudam a espécie, até juizo pet-

 

“feito e pleno de toda a enfermidade. Realize este traba-

 

-]ho, debaixo do olhar de Deus, movido pelo espírito de

 

“fé, com a segurança e firmeza do perito, que sábe da

 

“sua arte e com a paciência e bondade da mãe que trata

 

. seu” filho. Hesitações importunas, manifestações de es-

 

| pânto, enfado e precipitação, podem frustrar declarações

 

já esboçadas; por isso, antes animado pelo auxílio, que

 

implorou do Senhor em prece-ardente, convicto e fir-

 

mado na autoridade de sacerdote, com o coração a arder

 

em zêlo e a alma retemperada no amor inviolável da pu-

 

reza, inclíne-se misericordiosamente para a alma ferida,

 

ausculte-a minuciosamente e só se levante quando tenha

 

posto a descoberto todo o mal.'

 

 

 

 

 

“b)-— Investigue as causas do mal.

 

 

 

Para criteriosamente tratar uma doença é necessário

 

conhecer-lhe as causás. Indague, portanto, com diligên-

 

cia, o médico espiritual as origens donde procedem as

 

faltas. Umas vezes, é uma afeição sensual, mal reprimida, .

 

que sugere devaneios lübricos e imaginações voluptuo-

 

Sas..., outras, serão comunicações e trato imprudentes,

 

 

 

J ; sA 4

 

 

 

 

 

J . A

 

 

 

 

 

P

 

 

 

 

 

dà ^ APT.) i

 

 

 

 

 

“+ DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES bas

 

 

 

 

 

E

 

 

 

 

 

que originam ocasiões perigosas e sensações impuras...;

 

pode ser tambem a frequência com pessoas incontifentes :

 

 

 

 

 

nas acções e nas palavras... Indagando mais, nào serão s

 

 

 

 

 

as revoltas da carne fomentadas por mesa lauta e abun-

 

 

 

 

 

. dante? por qualquer ocupação, menos conforme ás exis. `

 

 

 

 

 

géncias da modéstia? por leituras febrís e apaixodadas?

 

por divertimentos demasiado livres e impróprios? ou será

 

“Satanás o instigador, ou mesmo o$ tres inimigos juntos?

 

“Conforme a resposta a estes quesitos será, mais por üm

 

'modo ou por outro, a decisão do confessor, quando em

 

tal estudo empregue todo o estôrço e sagacidade.

 

 

 

 

 

C) — Procure remediá-las. |

 

 

 

. Feito o diagnóstico, advirta-se o enférmo da gravi-

 

dade do mal, receitem-se os remédios e estabeleça-se o re-

 

gime: Prevenir de tão grave estado os infelizes, tarefa é

 

“tão difícil quão delicada. Fazê-lo com despropósito, não

 

“seria ferir profundamente a disposição actual do peni-

 

«fente e redobrar para o futuro a dificuldade em se decla-

 

rar, bem como dar aso a novos sacrilégios? fazê-lo cair

 

“no abatimento, de forma paralizar qualquer. esfôrço de

 

. conversão? e, o que é pior, causar-lhe no ánimo horror

 

^ pela confissão e desprêzo pelos sacramentos?

 

 

 

 

 

| — E' indispensável, por certo, abrir os olhos a ce-

 

gos desta natureza..., despertar-lhes a alma entorpecida, <

 

 

 

 

 

., sensibilizar-Ihes o coração, formar-lhes rectamenté'a cons-

 

. ciência e fazer-lhes ver quanto é melindrosa a bela vir-

 

. tude da pureza; mas tudo, isto deve fazé-lo:o confessor

 

- sem desabrimento, sem brutal severidade, antes com . pa-

 

- . Ciência e extrêma caridade, Feita esta prevenção, urge

 

“fortificar a vontade, retemperá-la num banho santo de

 

- santa energia, dispô-la fortemente para a luta e levá-la

 

com esfôrço valoroso para o combate. Topar-se-há, por

 

.. vezes, desanimada e abatida. Imprima-se-lhe alento e

 

confiança, reacenda-se-lhe o entusiasmo pela: beleza da

 

“virtude e electrize-se-lhe o espírito pela consideração dos

 

“triunfos. obtidos, pela perspectiva de novos louros e pelos

 

 

 

~ exemplos admiráveis, que. êmos nas vidas dos Santos;

 

 

 

 

 

y

 

 

 

 

 

7. - RAM uf

 

 

 

 

 

152 | DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

numa palavra, emposse-se da alma, dominando-a. pela in-

 

fluência fascinadora duma santa sugestão.

 

 

 

Desde logo, èla estará disposta a receber todas «as

 

prescrições e a observar a regra de vida regeneradora de

 

que precisa; estará pronta a todos os sacrifícios e deci-

 

dida a todas as medidas de precaução,

 

 

 

Por fim, só ficará o cuidado de garantir a perseve-

 

rança mediante contas prestadas regularmente e assídua

 

“vigilância do Director. E' entáo que necessário e impor-

 

tantíssimo se torna, para o pobre enférmo, que, longe de

 

 vaguear de confessor em confessor, procure ser fiel às

 

prescrigóes de um só médico, que sonde e pense todas

 

as chagas, com zêlo ardente e caridade extréma.

 

 

 

 

 

5.º — Considerações utilíssimas para esforçar o

 

penitente na prática da virtude da pureza.

 

 

 

 

 

. A. — Fundar-se primeiro em motivos de ordem so-

 

brenatural; só estes podem produzir a contrição neces-

 

.Sária para a absolvição e tambem, são por si os mais

 

eficazes: |

 

 

 

 

 

a) — Infundir no ánimo do pecador grande horror ao

 

vício impuro. O próprio Deus recorreu a tal processo no

 

A. Testamento, para reprimir as paixões do seu povo:

 

feriu com golpes terríveis e por. fim com o dilúvio, o

 

mundo corrompído e no tempo de Abraão consumiu e

 

abrasou com uma chuva de fogo as cidades de Sodoma e

 

Gomorra, bem como toda a Pentápole.

 

 

 

Demais, considerem os impudicos as seguintes pas-

 

sagens dos livros Santos e dos Padres da Igreja:

 

 

 

 

 

Non permanebit spiritus meus in homine in aeter-

 

num, quia caro est (Gen. vr, 3). Neque fornicarii, neque

 

adulteri, neque molles... regnum Dei possidebunt (I Cor.

 

VI, IO). Nescitis quoniam corpora vestra, membra sunt

 

Christi? Tollens ergo membra Christi, faciam. membra

 

meretricis? (I Cor. vr, 5). Sciat unusquisque. vestrum

 

 

 

 

 

“DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES 153

 

 

 

 

 

vas suum possidere in sanctificatione et honore (I Thess.

 

iv, 3): Fornicatores et adultores judicabit Deus (Hebr.

 

var 3). Fornicatio et omnis immunditia nec nominetur

 

in vobis, sicut decet sanctos (Eph. v, 3). Hoc scitote in-

 

telligentes, quod omnis fornicator aut immundus non

 

. habet haereditatem in regno Christi et Dei (Eph. v, 5).

 

— Ubi incipit quis luxuriari, incipit deviare a vera

 

fide (Amb. Ep. ad Sab.)) Ex quo luxuria cujusquam.

 

mentem..occupaverit, vix eum bona cogitare permittit.

 

(Grep. 22 moral). De luxuria coecitas mentis, odium

 

Dei, affectus praesentis saeculi, horrcr autem aut despe-

 

ratio -futuri generantur (Greg. I3 moral). Quanta ini-

 

quitas et quam lugenda perversitas, ut animam quam

 

Christus sanguine suo redemit, luxuriosus quisque, prop-

 

pter unius momenti delectationom, diabolo vendat (Aug.

 

Serm. 250 de temp.)  Lascivia mater impoenitentiae

 

(Cvpr. de bono pud.) |

 

b) — Iuspirar-Ihe ao mesmo tempo grdnde estima pela

 

virtude da pureza, porque só o temor da luxúria pelos

 

seus efeitos perniciosos, nem sempre convence, pelo mo-

 

tivo de só serem palpáveis e terríveis após longa série

 

de excessos; por isso, tais considerações deixam quasi

 

sempre insensível e até scéptico o penitente, que consigo

 

pensa nunca chegar a grandes desregramentos. E, mesmo

 

que concebesse sério horror pelo vício impuro, bem de-

 

pressa êste sentimento se apagaria, porque facilmente

 

nos familiarizamos com:o perigo e, além disso, «violenta

 

non durant». E preferível, pois, insistir sobre a beleza e

 

encanto da virtude, até radicar por ela no ânimo de cada

 

um grande apreço e amor verdadeiro. |

 

* Mostre-se como a pureza nos aproxima do estado

 

da integridade original, nos torna émulos dos Anjos, fi-

 

lhos de Deus e herdeiros da recompensa eterna; como.

 

Jesus testemunhou sempre predileção por ela, nas pes-

 

soas da Virgem, sua Mãe, de S. José, de S. João, das

 

criancinhas..., a glória particular que na eternidade

 

reserva o Cordeiro Imaculado à virgindade.. , como a

 

 

 

 

 

4r L^

 

pur ei 2nd. a E 'consolida a: espêrança,. alimenta a eris i

 

idade, imprime vigor e fprtaleza. Cristã, opera prodígios `

 

"admiráveis de dedicagao*e encontra ocasiões numerosas *

 

de: pagar, na luta, a pena temporal e; de alcançar: mere- 1

 

cimentos incalculáveis. .;, como 'émfim foram incoffipa- | À

 

Táveišģe sublimes os triunfos désta virtude no decurso ;

 

dos séculos, depois de Jesus- Cristo, particularmente no

 

temps, ‘das perseguições. .. | A oe A.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

asa [DAS “DIRECÇÃO: DE Sy I É "2 ) 4 zu FT

 

 

 

 

 

uv -— Subsidibriamente, — recorrer, com .almas de A

 

naei, particularmente, a motivos: e considerações dé.

 

“ordem: i rod atural? estragos que .catisa à impurezá em, tudo: |

 

quanto &nobre apanágio do homem: enfraquecimento: 1

 

das fhcildades mentais, * efeminação: da vontáde, » ruínas ^

 

dos Sentimentos nobres e delicados, falta deidignidade

 

humana, escravidão” vergonhosa, remorsos, tédios,: tris-

 

teza... enfermidades, ruína da saude, „velhice. precoce...

 

,emfim, um cortejo interminável de calamidades que a lùt `

 

ixúria acarreta comsigo |. ! | E

 

 

 

 

 

2 Observação. —E' evidente que não devem: feria se. to-

 

das estas'cordas ao mesmo tempo esesgotar por-uma ver

 

reflexões tão profícuas e valiosas. ' Cumpre variá-las e al-

 

terná-las, para que o interésse da novidade fira a átengao

 

 

 

e reforce as considerações do director; e como,a guerra ..

 

de bloqueio contra a impureza, é ordinariamente demo-

 

tada, . vantagem será haver no arsedal, de reserva, muni- .

 

ções em abundância. Procure tambem as considerações |

 

.mais consentáneas à mentalidade e temperamento: do.in- .

 

divíduo..” | | ES ON A

 

 

 

 

 

“126 — Remédios ʻe garantias de triunfo "ia luta

 

contra, ;a luxúria. | ese nho aa

 

 

 

 

 

" 181! MR

 

 

 

 

 

i$ APR eri dois enunciados o que cumpre fazer -

 

O tratamento das almas atacadas pela luxúria: enfra.

 

quecer a carne — e jorüfica; o espirito.

 

 

 

De. facto, é ,a irhpureza o triunfo da carne sobre O

 

 

 

 

 

o, A ^

 

cos É .7wN n " á u- s J

 

m ow va 2 ais á ^ - i; ^ r , ^g E sa 1 » a * 2

 

 

 

 

 

$O*T ui DIFEREETES CATEGORIAS DE PECADORES | 155

 

MICE E. o * ae P

 

; espirito. Com" um 1 egóísmo revoltante: e "crudis inaffdita, E

 

| o corpo sacrificar às suds ignÓbeis satisfações os interesses

 

iri p da'almá,-e reduz à &écravidào mais miserável

 

t està sua companheira, que Deus lhe deu para o govêr-

 

nar Contudo esta não chega sem luta a tal abjecção,

 

« porque: tem consciência da sua dignidade e supëtiori* >

 

< dade; tenta primeiro reagir e fazer valer as'suas. frobres

 

eien, entrando em duelo com o seu fetoz inimábo,

 

deante-do qual quando sucumbe, é por falta de prépara-

 

“ção: para o combate;e porque muitas vezes o poupo4, , ém

 

-vez'de jugular; ao passo que éste, por.sua parte, se pfe-

 

| parava e avançava ousadamente, de 'COffcurso com «os

 

seus: aliados temíveis, mundo e diabo. Importa, , pois,

 

para rétomar:a ofensiva, recuperar forças e dividit, Jens

 

: débilitar até à derrota, o adver: sario.

 

 

 

 

 

S É

 

 

 

 

 

TS — Debilitar a T dos inimigos:

 

de aw

 

 

 

a) — submeter a carne à disciplina da mortificação”

 

cesis os de temperamento sanguíneo praticaráo, a $0- ,

 

 briédade no comer e no beber, banindo em particular”

 

| alimentação muito reconfortante; os nervosos hão-de evi- |

 

tar excitantes, e os de natureza exuberante hão-de, recor*

 

rer a penitências corporais, às vezes à macerações, na me-

 

-dida da prudência, como deixamos dito, a” quando «da

 

| mortificação»; e todos, de necessidade, se hão-de entre-

 

gara0 trabalho e a ocupações, porque a ociosidade, é

 

- grande. inimiga da virtude. 5)— O segundo inimigo — `

 

o- mudo — tenha-se a distância pela fuga das ocasiões :.

 

. companhias, espectáculos, divertimentos, módas vii

 

; rias à:modéstia cristã... (Vid. supra-Das ocasiões).

 

5 => Afugente-se o demónio, absorvendo o espírito em ub -

 

` pações sérias e úteis, frequentando a Eucaristia, émpre-

 

-gando os Sacramentais; emfim, vigiando- o continufmente.

 

 

 

 

 

? — For "ip a alma, —à) pelo concurso das suas

 

aliadas dr. m tuais, especiaimente pelo alto patrocínio da

 

Vircem Imaculada, Mãe de -Deus e mãe da castidade; -

 

 

 

 

 

da

 

 

 

 

 

I s6 Ce DACDNQA DUUM

 

 

 

 

 

à) sKodtlando gia, piedade .pelo'adxflio dã-graça, sob

 

todas. ^as formas : ` "Oracadítmneditatib e 3frticuldrmente.a.

 

confissão e comunhão.

 

 

 

^7 Corolário. Práticas muito úteis” eeficazes pará vi-.

 

ver castamente: 1. — Enquanto não estiver extirpado dé

 

todo o mau hábito, confessar-s& muitas vezes; mesmo

 

logo depois da queda e, quanto. possítel, do mesmo cort-

 

fessor. E^, pi que recomenda, Toleto.na sua Suma,

 

l:.5,:cap. 39-2. 2. — Comungar frequentemente e até

 

todos. os "dia com o maior fervor: 3. — Recitar: pela

 

manhã e à noite 3*Ave- Marias, com a invôcação : 6-Ma-

 

ria, concébida sem pecado...; a oreet 6 Senhora Mmi

 

nha, ó'minha mig! eu me ofereço. . 4. —— A adorme-

 

cer, ficar com'o terço na mão' e bat nos «novisimo$».

 

s. -— Pela manhã, ajoelhar diante duma imagem ,dà:Vir:

 

gem, estendendo para ela as:mãos, com promessarde as

 

não manchar nêsse dia. 6:-—Reiterar todos os dias-diante |

 

do Crucifixo a resolução de conservar puras, as mãos, “em.

 

"honra das: Chagas das mãos do Senhór e do Sangue pu-

 

,tíssimozque derramáram. 7.—- Ter a.coragem de Se.im-

 

spor uma, penitência por qualquer falta grave. contrà a.

 

pureza, v. g. a Via-Sacra, uma esmola; tal privacáo;: "ete,

 

3: — habituar-se a trazer no pensamento a lembranga: da:

 

presença de, Deus, do Anjo da Guarda e recorrêr frez

 

qüentementé as orações jaculatórias.

 

 

 

 

 

> A "a

 

 

 

 

 

| B. + Direcção das almas, atreitas à injtistiga -

 

 

 

 

 

É -objecto de solicitude particular do cónfessor a ih-,

 

Justiça, porque é ela prejudicialíssima à vida dá gracá;-

 

tanto mais que se comete muito facilmente e : pov -fnuitos

 

modos. | VR

 

2 — A cubiça, (a séde de Erro e de riqueza), ar-,

 

pista muitos homens para os caminhos da injustiça.,

 

 

 

O furto pratica-se por muitas formas, às vezês bem .

 

sabtís : cobrar lucros demasiados no: comércio... «lograr

 

 

 

 

 

no pêso e na qualidade... contraír dividas, - que"-depois

 

 

 

 

 

DIPERÊNTES CATEGORIAS DE PECADORES 157

 

4 W^ ES a `- x ^ LN | e.

 

 

 

 

 

. a rae oT SX dd | * Ms

 

se não . poderão solver, sscolôcar-se:ém condições de'as”

 

"x a —— " a” ~ a ha "1 a" P F M: é Era A dá .

 

: “não «satisfazer: .+recebér, por^fráudé; salário que nào.Íoi

 

,ganhó:.*''aconselhar à injustiça e- participar... .réter- .

 

yo E? d 2.2: .44 a . e E

 

“objectos -achados;. "emprestados ou roubados, etc.

 

^ n . a ne , T

 

 

 

 

 

2º— À injustiça deve repugnar a toda a alma cristã.

 

 

 

 

 

a) — E' uma falta das de maior risco para a salva- `

 

“ção, porque .quando instalada na alma, arrasta-a aos peo-

 

„reg excêssos; ha posse do fruto do seu crime, é dificí-

 

Srlimo desapossá-la dele e obrigá-la a restituir. |

 

£ ' "Mostra a experiência que furtos se cometem muitos,

 

e restituições se fazem poucas, e contudo é certissimo o

 

axioma: «sem restituição, nào pode haver perdão»; «ne-

 

 

 

` que fures regnum Dei possidebunt», diz S. Paulo (I Cor.

 

 

 

- vi, 10). 2)-— À injustiça é um dos principais fermentos

 

 

 

» dasdesorganisação social. Favorece o culpado e deprime -

 

« O: inocente; confia ao crime a distribuição dos bens

 

 

 

S deste mundo, que bruscamente desloca; é mãe da men-

 

fíra?;da violência, da ferocidade, outros tantos flagelos, (e.

 

üg perturbam. o viver social. Quantos crimes não teem. -

 

como móbil apenas o furto! c) — Entre cristãos, o furto -

 

desprestigia-a religião. . ., porque, é de notar, o hábito

 

 

 

“des furtar concilia-se bastante com uma certa religiosi-

 

dade...; será o senso da probidade corrompido e em-

 

 

 

=. botadó, que nào faz sentir, como faltas, hábitos que a

 

«princípio Sé justificou com escusas faceis?.. será o ins-

 

 

 

: “tânto de .hipocrista, qué pretende “iludir suspeitas ou in-

 

 

 

'Acrimirfagóes já esboçadas?. . O facto existe e.os efeitos ,

 

 

 

: »são: descrédito para a religião e certo receio de solida-

 

 

 

. riedade com os crentes e probos, porque com êstes se

 

7acotovelam ésses tais frequentemente nos exercícios de

 

 

 

" piedade, |

 

 

 

E c p

 

 

 

 

 

: “30 — Para radicar no ánimo do penitente o espirito

 

de probidade, submeta-o com persuasão, às considerações

 

“seguintes: — 2) — Deus tem horror à injustiça e palavras

 

terríveis de reprovação para os que a cometem: «negue

 

 

 

 

 

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5 » 3 - "UT. PONE 7M

 

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758 : T ingoctosi gonsider `s s Ro

 

 

 

 

 

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"fures * eftt Dei Jossibedunt»t ^B — Deus. Vela pelos

 

. direitas, de cada um; disposição: providencial, sem. a. qual"

 

* Equilibrio imposible en la sociedad. , Genial, * oh, sin robo.

 

* enriquece, porque Dios tiene mil formas de hacer:

 

«Eso: fue-mal adquirido. - c) - E '. la injusticia, después de:.

 

lujuria. la principal causa de la perdición de los hombres, por:

 

que sin restitución no puede haber perdón. Ahora, cuando

 

y cuántos se niegan a reembolsar | - d) - para qué,

 

fuerte locura ... si tienes la injusticia de retribuir, "¿cómo

 

¿Quién se benefició? y cuantos embargos por el efecto.

 

tuar! l ... si no se restaura, no se guarda, - e) - Las causas "

 

Los principales para cubrir al otro son: el ihveja, el odio, el

 

orgullo y ambición. - f) - La injusticia es deshonra e indiscutible.

 

dignidad para el hombre que se respeta a sí mismo: si la comete,

 

es wifeza, si abiertamente, es una brecha que abre

 

en "su" teputación. - g) - ¿Por qué debo hacer a los demás lo que

 

* No quiero que me hagan a mi ?.

 

Descubrimiento de la causa o causas de la injusticia, - la cultura

 

¿carruaje? a la vanidad? ¿Los celos? ¿la envidia? la intemperanga? ,

 

¿Es la pereza? - Lucharán entre sí por los medios que se les opongan.

 

rtually registraremos en el transcurso de este trabajo. ^ *

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

€. - Dirección de las almas dominadas por la irreligión.

 

y de la

 

¿Cómo se reconocen? - por ds al bajo de res-

 

pecho a Dios, o por ataques directos RE: a Di- `

 

próximo.

 

p Nuestro grupo de deberes para con Dios: si está bajo -

 

“Categorías, en número de ocho; infringir cualquiera, está en.

 

religión dictum de falta de espíritu.

 

 

 

 

 

1º —— Respeto debido a la Majestad de Dios. Pregúntese '

 

seriamente en contra de este deber: 4) dedicar tiempo a

 

despreciable sin pensar en Dios y sin dirigir las oraciones y

 

debido culto; 4) desnaturalizar las prácticas religiosas, con

 

verterlos (o mezclarlos) "en prácticas supersticiosas

 

e ridículas; c) referindo ao demónio relações que só de-

 

vemos ter com Deus: adivinhação, magia, feitiçatia, sor-

 

 

 

 

 

4

 

o

 

'

 

A a -—

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES “TS

 

 

 

 

 

tilégio, nigromância, etc. d) apoiando com votações os

 

inimigos de Deus e da religião. |

 

 

 

 

 

2º — Respeito devido ao nome de Deus. — Ha infrac-

 

ção grave: a) quando se invoca o nome de Deus em

 

. testemunho da mentira ou como garantia de compro-

 

missos iníquos (perjúrio e juramento. promissório); 5)

 

quando se fala desdenhosa ou injuriosamente, de Deus,

 

dos Santos e coisas sagradas, ou quando se coopera (es-

 

crevendo ou assinando) com revistas ou produções blas-

 

“têmas (blasfêmia oral ou escrita).

 

 

 

 

 

3º — Respeito à palavra de Deus.

 

> Quem duvidar voluntâriamente..., pusér a ridículo,

 

passagens da Ságrada Escritura... ou tratar com des-

 

dêm e desprêzo a doutrina revelada, comete falta gráve.

 

 

 

 

 

4º — Respeito às pessoas consagradas a Deus.

 

 

 

. Falta-se a êste dever a) maltratando-as físicamente,

 

Ë) violando os votos que as consagram a Deus; c) insul-.

 

tando-as, ou criticando injuriosamente, d) desprestigiando

 

o padre pela calúnia... por insinuações malévolas...

 

pela propalação de escândalos sensacionais... e) atacando

 

com. afinco, desdém e sistemàticamente as ordens reli- .

 

“giosas, As

 

 

 

 

 

5.º — Respeito devido às coisas sagradas e institui-

 

ções divinas. !

 

5 . Ha falta grave: a) quando alguem se confessa sem

 

“sinceridade e sem propósito firme; 4) quando sciente-

 

. mente recebe em pecado mortal a SS.”* Eucaristia; c)

 

quando recebe indignamente qualquer sacramento; dæ)

 

quando subtrai em quantidade grave qualquer haver, per-

 

tenga da igreja ou coopera para isso; <) quando pratica

 

 

 

 

 

tráfico venal com cousas espirituais (simonia). > `

 

 

 

 

 

. 6* — Respeito devido aos lugares sagrados. |

 

. E' pecado mortal: a) praticar em lugar sagrado

 

 

 

 

 

x 2 EN ST *

 

! "s *

 

 

 

 

 

160: 3 DIRECÇÃO. Se SonscieNcia- 4

 

 

 

 

 

- »

 

 

 

 

 

acções gravemente criminosas; =») Iprofatar ÒS. Cémitérioo

 

com inumações proibidas ; c) violar as leis da clausura

 

 

 

 

 

monástica.

 

 

 

 

 

— Respeito devido aos Domingos e dias santifi-

 

e

 

 

 

 

 

Ha violação grave: a) trabalhando sem necessidade

 

 

 

 

 

evidente por tempo considerável em obras servís; b) fal-

 

tando à missa, sem impedimento legítimo, ou estando a

 

ela voluntariamente sem atenção. -

 

 

 

 

 

; 8: — Respeito devido às promessas e votos.

 

E” pecado mortal violá-los quando obrigam sob

 

pena grave.

 

 

 

 

 

* 1. — Como, dum modo geral, levantar, o senti-

 

mento religioso de tais penitentes ? |

 

 

 

 

 

Por considerações como as que seguem:

 

 

 

 

 

a) — Os deveres para com Deus são os de maior

 

importância. Ninguem como Deus tem sobre nós tantos

 

direitos... Não é contrasenso respeitar os direitos dos

 

outros e não os de Deus?

 

 

 

6) — São os deveres mais urgentes. Acatá-los e re-

 

conhecê-los é corresponder à necessidade mais imperiosa,

 

. profunda e íntima da nossa natureza. E' um monstro o

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

homem irreligioso; um sábio definiu o homem por estas |

 

 

 

 

 

palavras: «o homem é um animal religioso».

 

j f

 

C) — São os mais proficuos. Orientando-nos para o

 

Bem Supremo, necessàriamente encaminham para a Su-

 

- prema. Beatitude. ..; predispondo em nosso favor a di-

 

vina Misericórdia, acarretam ao mesmo tempo bençãos

 

incomparáveis.

 

 

 

 

 

d) — Flagelos tremendos tem descarregado sobre os

 

 

 

 

 

`

 

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES IĜI

 

 

 

 

 

„povos a. violação dêstes deveres.. Com fomes, estiagens e

 

mortandades, feriu Deus muitas vezes o seu povo, por se

 

«Voltar para deuses alheios.

 

e) — Ai do homem, da família e da sociedade sem

 

Deus! Em que princípios se hão de fundar para a paz,

 

' concórdia e harmonia social? que freio hão-de opôr às

 

paixões? e onde buscar bálsamo e consolações nas con-

 

trariedades da vida?...

 

. .*1.5— Como elucidar e convencer (em especial)

 

um espírito anti-religioso ? |

 

 

 

 

 

— Procure-se a causa da irreligiáo para a combater e

 

desarreigar; dissipe-se ignorância e preconceitos; reti-

 

rem-se ou mneutralizem-se influências más ou perigosas;

 

 

 

- torne-se simpática, quanto possível, a pessoa do padre.

 

 

 

E’ claro, que, sendo o homem obra de Deus, a ver-

 

dadeira religião, que regula as suas relações com o Cria-

 

dor, há-de com certeza, corresponder às necessidades

 

mais íntimas da natureza, e, por conseguinte às aspira-

 

ções tambem de todo o coração bem formado e não de-

 

pravado. O facto de haver homens realmente adversos à

 

religião, é apenas efeito da depravação, de deformação

 

 

 

 Tmehtal ou da ignorância. Pelo que, se impõe urgente-

 

mente a necessidade de extirpar a causa dum tal estado

 

“de espírito. ?

 

 

 

 

 

a) —Para certos espíritos superficiais e malévolos, os

 

nossos dogmas não passam de concepções ingénuas, in-

 

.dígnas de inteligências nobres e que se respeitam; as

 

prescrições morais são disciplina arbitrária, deprimente e

 

até anti-natural; as ceremónias da Liturgia, comédia ri-

 

dícula, superstição, idolatria; os padres uns ociosos, igno-

 

rantes e déspotas; as despezas do culto prodigalidades

 

vergonhosas, arrancadas ao suor dos que trabalham e à.

 

miséria dos pobres; a Igreja, uma agência cúpida e am-

 

 

 

 

 

162 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA 5 TE

 

id d 4A s 4 T. "WW eL q

 

biciosa, que explora hipócritamente em seu proveito a

 

credulidade da humanidade. |

 

 

 

Ha quem diga que tais modos de vér, derivam dos

 

preconceitos em que creaturas tais foram educadas; po-

 

rém a maior parte das vezes são hauridos nos jornais.

 

anti-católicos e na frequentação de sociedades ímpias.

 

De sorte que, para trànsformar mentalidades desta natu-

 

reza, é indispensável que tais pessoas deixem as más lei-

 

turas e as más companhias. Lévem.se a assistir a confe-

 

réncias e: prégagóes religiosas, entreguem-se antes a lei-

 

turas que insinúem e provem a verdade e necessidade

 

da religião. E' evidente que só à fôrça de muita paciên-

 

cia, bondade e dedicação se poderá conseguir algum re-.

 

sultado.

 

 

 

 

 

b) — Para outros, a religião é unicamente o padre;

 

portanto, é ela a responsável por todas as invectivas aos

 

seus ministros. Se o padre comete uma falta, real ou

 

imaginária, eí-los de lança em riste contra a Igreja, que

 

perseguem com o desprêzo, o ridículo e campanhas infa-

 

mes intermináveis. A tais infelizes procure-se convivên-

 

cia com um sacerdote pio e caritativo, que os desanuvie

 

de atmosfera tão falsa como maligna.

 

 

 

 

 

J €) — Mas o que é muito certo é que quàsi sempre a

 

imoralidade e o desregramento sáo a origem de tanta

 

animadversão. O vicioso.vé na religião um freio e tenta

 

rompé-lo com ódio e aversão tenaz contra ela. Neste.

 

caso, é bom de ver, comece-se por lhes sanar o coração.

 

^

 

 

 

 

 

3.? — Como triunfar da indiferença religiosa ?

 

 

 

 

 

-= Vencendo as causas, a saber, os respeitos humanos,

 

os cuidados excessivos da vida presente, o meio em que se

 

vive e.a má educação da primeira idade.

 

 

 

Como meio geral, será excelente levar o penitente a

 

fazer exercícios espirituais. Depois, conseguir-se-há: que

 

entre em alguma associação pia, onde, a solidariedade e

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES 163

 

 

 

 

 

o exemplo são fórga poderosa contra os respeitos huma-

 

nos..., as instruções, persuasivo fermento de reacção

 

contra a apatia... e o regulamento, uma voz a convidar

 

cofitinuamente ao cumprimento dos deveres religiosos.

 

Mas convem que se ataquem uma por uma as causas espe-

 

ciais: a) respeitos humanos: é cobardia e falta de digni-

 

dade, envergonhar-se de manifestar as convicções reli-

 

giosas, quando os maus mostram suprema audácia em

 

ostentar a sua impiedade; é traição infame renegar as

 

“promessas tão solemente feitas no báptismo e reiteradas

 

na primeira comunhão; é escravidão e vileza acobar-

 

dar-se perante as palavras: «que dirão de mim? ...> e

 

assolapar-se estólidamente sob a férula dos maus; é quast

 

uma apostasta e um passo para a incredulidade disfarçar

 

vergônhosamente a sua crença, quando propalam afouta-

 

mente seus erros os ímpios; é ingratidão monstruosa e

 

afronta ignóbil contra o Salvador, envergonhar-se dEle

 

diante dos homens sabendo que nos deu o exemplo

 

duma vida tão pura e uma doutrina tão santa e sublime.

 

 

 

' b)— Cuidados da vida presente. — «Procurai antes

 

de tudo o reino de Deus e a sua justiça e o mais vos

 

será dado em acréscimo» — diz Jesus no sermão da mon-

 

tanha. |

 

 

 

c) — Meio em que se vive. — O ambiente mau, sem

 

 

 

reacção, é sempre fatal. Viver em familias, escolas, ofi-

 

cinas, bairros... onde se não pratica a religião, o mesmo

 

é que deixar-se sugestionar a pouco e pouco por tais

 

exemplos e familiarizar-se com a indiferença religiosa.

 

Com almas nestas condições precisa o Director de exer-,

 

cer magna vigilância e curar de as pôr em contacto com

 

pessoas probas e virtuosas, afim de neutralizar a influên-

 

cia desmoralizadora do meio. |

 

 

 

© d)— Educação deficiente. — São mais tenazes e arrei-

 

gados, os hábitos contraídos ma infáncia. Práticas reli-

 

giosas nào inoculadas nessa idade, sào dificílimas de in-

 

filtrar posteriormente; mas um zélo ardente e porfiado,

 

muito pode conseguir. Recorde-se o provérbio: «Labor

 

improbus omnia vincit». |

 

 

 

 

 

ATi" y I x; "

 

& P . mM. ; to

 

25 1

 

 

 

 

 

164 jn DIRECÇÃO. DE “CONSCIENCIA ! : »

 

 

 

 

 

4.6 — Como desviar: das. más leituras?, — suge-

 

rindo:

 

 

 

 

 

^ -a)—- que dizer dum filho que com agrado comprasse

 

e lêsse escritos, em que seu pae e mãe são verberados

 

eruemente, caluniados, insultados?. .

 

 

 

 

 

A —Um veneno, ainda que em “pequena quantidade,

 

que se vá absorvendo, dia a dia, termina por contaminar

 

todo o organismo, que satura de germens de destruição

 

e de morte.

 

 

 

 

 

c) — Sintôma é de péssimas disposições, por escritos

 

sãos e benéficos, ler os que blasfemam de Deus e da lei

 

que deu aos homens.

 

 

 

 

 

d) — «Dize-me com quem vives, dir-te-hei as ma-

 

nhas que tens».

 

 

 

 

 

e) — E como são miseráveis as desculpas que apre-

 

 

 

 

 

sentam: — «nada encontro que me faça mal!» Mas a.

 

Igreja que é juiz competente e único em matéria de fé,

 

proclama que tais leituras são perniciósas... Se não

 

 

 

 

 

vês, é porque é viciada a tua visão ou não compreen-

 

des... Não te fazem mal?' não será isso orgulho e pre-

 

sunção?.. . Como colocar a mão sobre as chamas e não

 

sé queimar? — Como aspirar gazes deletérios e não as-

 

fixiar ?.

 

 

 

 

 

e — Como rw o hábito de blastemar ?

 

 

 

 

 

a) — Concebendo- por ele grande horror. :

 

^ E' um pecado diabólico, que não tem atenuantes:

 

noutros pecados é móbil o prazer, o interêsse, a honra,

 

nêste não pode admitir-se escusa alguma. ?

 

 

 

 

 

6) —. Incitando o penitente. a impôr-se o propósito

 

firme, cada manhã, de não blasfemar e a penitenciar-se

 

 

 

 

 

DIFERENTES CATEGORIAS DE PECADORES 165

 

 

 

 

 

por cada falta, com o arrependimento, aspirações para

 

Deus (Laudetur J. C., etc) ou obra pia. | E

 

advertência. — Só é blasfêmia a palavra ou pala- |

 

vřás injuriosas a Deus ou aos Santos, ou, pelo, menos,

 

proferidas com intenção ímpia. |

 

 

 

 

 

6.º — Como obviar à profanação do domingo?

 

 

 

 

 

— Reflexões: a) — Temos tanto tempo para consagrar

 

aos. interêsses da vida, às nobsas ocupações, cuidados e

 

divertimentos, e não teremos ânimo de consagrar ao Se-

 

nhor e ao bem da nossa alma, um dia, cada semana?

 

| b) — 'Temos talvez em brio sermos cavalheiros com

 

os nossos semelhantes, e para Deus nào teremos séquer a

 

mesma delicadeza? E |

 

 

 

© €) — Não é abominável fazer do dia do Senhor ó dia

 

de Satanás? E' o que praticam os que, nos dias de des-

 

canso, se entregam aos vãos divertimentos e à imorali-

 

dade, como que preferindo-os para saciarem as suas

 

paixões. | e

 

+ d)-— E' facto da experiência, que os castigos e mal-

 

dição do Deus todo poderoso pésam particularmente so-

 

bre os cristãos que profanam o domingo. O trabalho

 

`` dêstes dias nunca foi lucrativo.

 

4) — Demais, quanto é necessário e benéfico o res-

 

peito pelo dia do Senhor! Suspendendo o trabalho, o

 

. homem descansa, recobra fórças, goza as alegrias da fa-

 

 mília e lança uma gota de bálsamo no mar amaríssimo

 

da sua existência ! :

 

 

 

 

 

7.º— Como arrancar o penitente à sociedade an-

 

ti-religiosa ?

 

 

 

 

 

Considere que a Igreja 'é mãe santa, que cerca de

 

carinhos a seus filhos; só por ela nos podemos salvar..

 

E não lhe serémos gratos? que diriamos do filho que se

 

coligasse com os inimigos de seus pais, os beneficiasse

 

 

 

 

 

166 * de DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA 7

 

É E 4 4 |

 

 

 

com, desvélo, nào obstante amargurar duríssimamente o

 

. ánimo: dos que lhe deram o ser |? |

 

 

 

| 3 . . (

 

 

 

8.º — Como obstar ao sacrilégio ? ?

 

 

 

 

 

Convencendo o penitente da malícia e hediondez

 

déste pecado e de suas terríveis consequências. Deus

 

tem fulminado de morte repentina. muitos profanadores

 

das coisas santas... E, que audácia! uma vil criatura

 

ousar calcar aos pés, profanar indecorosamente, o que é

 

santo aos olhos de Deus, dos Anjos e dos homens!

 

 

 

 

 

IH — DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS

 

 

 

 

 

São tíbias as almas, cuja vida sobrenatural, frouxa

 

e lânguida, lhes não permite praticarem a virtude e cum-

 

prirem os seus deveres, sendo com indolência e fastio espi-

 

ritual.

 

 

 

A actividade das energias divinas, na alma infundi-

 

das pela graça, elevando-a e aplicando-a à consideração

 

de Deus, eis o que constitui a vida sobrenatural.

 

 

 

Manifestam-se estas energias primeiro na inteligência

 

pelo germen da fé, esboçando na alma uns inicios de

 

vida...; ocorrem em seguida os eflúvios da esperança,

 

que lançam para Deus os seus desejos e operam no co-

 

ração uma fermentação benéfica, onde já a vida se revela

 

activa...; finalmente, a caridade difunde em toda a alma

 

as suas chamas, produzindo uma saüdável efervescência,

 

que, consumindo-a gradualmente em amor, a transvasa

 

completamente em Deus.  . - : m

 

 

 

Quando estes fenómenos de transfusão em Deus se

 

produzem com plena actividade pelo trabalho da caridade

 

e virtudes que a acompanham, diz-se metafôricamente

 

que a alma é fervorosa (calidus, quente, apoc. rr, I5).

 

Quando, pelo contrário, ainda que na graça de Deus, se

 

encontra a alma tão remissa na sna vida sobrenatural que

 

 

 

 

 

a fé, a esperança e a caridade apenas revelam actividade

 

 

 

 

 

ténue e apagada, diz-se que é tíbia; quando, destituida da

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS | 167

 

 

 

 

 

graça santificante, já não pode merecer sobrenaturalmente,

 

 

 

chama-se fria; contudo, neste caso, sob o impulso da fé,

 

«da esperança e das graças actuais, pode produzir actos

 

~- sobrenaturais, que tornem o seu estado menos perigoso

 

| que o da tibieza: «utinam frigidus esses an calidus».

 

 

 

 

 

1.º -— Sinais da tibieza.

 

 

 

 

 

São muitos; os mais caracteristicos são: a) a alma

 

eai facilmente no pecado venial voluntário..., tem-no em

 

pouca conta e comete-o sem remorso. 4) Sinal mais

 

grave: permite-se, sem escrúpulo, quanto, a seu ver, não

 

é pecado mortal evidente; as vezes até sem afecto para

 

êle. c) Sinal gravíssimo: não tem nenhum horror ao

 

pecado mortal; se evita as faltas graves, é por temor do

 

inferno; conclusão: tem afecto ao pecado mortal.

 

 

 

 

 

2.º — Causas da tibieza.

 

 

 

 

 

Ha três espécies: — a. —a) Certas disposições, que

 

* corroem na sua base a vida espiritual: a dissipação, as

 

afeições desordenadas, os ódios; b) certos defeitos, que

 

se apoderam das tendências fundamentais da alma e a

 

precipitam em inúmeras infidelidades (pecados capitais).

 

B. — À omissão dos exercícios de piedade.

 

c. — O abandono da Comunhão frequênte.

 

 

 

 

 

Explanação. .

 

 

 

 

 

O corpo cai prostrado e exausto, pela doença, pela

 

“falta de alimentação, ou pela falta de estimulante, que O

 

retire da inacção. Assim a alma.

 

 

 

 

 

I. — Tanto a facilidade em cometer o pecado, como a

 

: falta de energia em praticar a virtude, podem provir de

 

doenças espirituais, que definham a constituição moral,

 

isto é, de defeitos e hábitos perniciosos, que absorvem a

 

alma e paralizam o vigor da vontade: a) assim, a disst-

 

 

 

 

 

UE aD c UE e Si GI

 

168" DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA

 

 

 

 

 

AA.

 

3d

 

 

 

 

 

7, Ra E. | TE

 

pação absorve, nas preocupações de ordem humana, úteis

 

ou frívolas, todas as energias do espírito. (Frequente nas

 

pessoas dadas ao comércio, ou amigas de viajar e de” di-

 

vertimentos). 4) Da mesma sorte as afeições desorde-

 

nadas, corrompem com emoções- daninhas e torpes, a

 

nobre potência do amor, e transviam o espírito e a ima-

 

ginação para fantasias importunas e projectos insanos,

 

revolvendo a alma com alternativas, de alegria delirante,

 

e tristeza aflitiva; c) item, as aversões e ódios envenenam

 

o coração, desperdiçam-lhe recursos valiosos e projetam

 

o espírito num dédalo de intenções más e traças malé-

 

ficas; d) igualmente emfim, os fecadós mortais, ue apo-

 

derando-se da direcção. das inclinações primordiais da

 

natureza humana, as lançam impetuosas de excesso em

 

excesso e esgotam a actividade da alma.

 

 

 

 

 

2." — Tambem pode provir a indolência espiritual

 

da falta de alimento, porque pode ser insuficiente o pá-

 

bulo espiritual para infundir as energias dum amor activo

 

e generoso. E porquê? porque se comunga poucas ve-

 

Zes... ou então, sem apetite, sem esfôrço de assimilação !»

 

 

 

 

 

3. — À vida, seja qual fôr, precisa de excitante para

 

sair da inércia.

 

 

 

Teremos, na vida espiritual, essa inércia, se não re-

 

corrermos aos estimulantes, que despertem e excítem,

 

fazendo vibrar ardorosamente todas as cordas da nossa

 

alma...; motores desta natureza são: a leitura espiri-

 

tual, os exemplos comoventes..., a via-sacra, apresen-

 

tando à inteligência intuições edificantes..., o exame de

 

consciência, despertador legítimo da actividade adorme-

 

cida..., a meditação, que imprime têmpera de sólidas

 

convitções... e principalmente a confissão frequente a

 

sacerdote pio, -<loso e t: me.

 

 

 

 

 

' 3.2 — Cura da tibieza.

 

 

 

 

 

I.— Concebam os tibios um horror grande ao seu

 

 

 

 

 

Mot DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS "m 109

 

 

 

 

 

“triste sestado, pois como desejar a cura, sem sentir a

 

“doença?

 

 

 

 

 

|^ ca) — A tibieza, ao passo que enfraquece a alma,

 

rouba energia e fôrça para resistir às. tentações... .; afas-

 

“tândo-a. de Deus, retira-lhe auxílios e graças, que no pe-

 

“figo são precisas..., de sorte que é facil de prever o

 

triunfo do tentador, logo que a venha acometer. `

 

 

 

 

 

O) — Familiarizando à alma com as suas infideli-

 

“dades, dissipa-lhe o horror ao pecado e, portanto,. arran-

 

ca-lhe um forte elemento para a hora da tentação.

 

 

 

 

 

?* ww — Á fórga de caminhar à beira do abismo, cai-se

 

néle..., à fôrça de brincar com o fogo, é-se atingido pe-

 

“laschamas..., à fórga de calcar terreno incerto e arris-

 

“cado, termina-se por errar e perecer...; ora, quanto é

 

incerto e indeciso o limite entre o pecado venial e o pe-

 

“cado mortal? Quando tantas vezes hesitam os teólogos

 

vem.terreno tão perigoso, comq não temer, como fiar-se,

 

- como correr tão temeràriamente à borda do precipí-

 

 

 

cio!...: é um jógo de acróbata, em que nào pode sus-

 

 

 

tentar-se o equilíbrio por muito tempo. |

 

 

 

 

 

^ .d)— A tibieza leva à impeniténcia.. .; quando por

 

- ela se chega: ao pecado mortal, o hábito contrai-se rapi-

 

damente, porque a alma, de ha muito trabalhada pela |

 

inércia, deixou embotar as suas energias; sem ânimo de

 

reagir, resignou-se no seu triste estado, caiu numa sono-

 

léncia miserável, familiarizou-se com o pecado mortal

 

/' como antes se familiarisara com o pecado venial. E que

 

. sé fará agora para a socorrer? — Já se empregaram todos

 

ós meios: as verdades eternas, ouvidas sem fruto, já não

 

 

 

“ movem, o coração resistiu, endureceu, calejou, tornou-se

 

invulnerável a santos afectos... que fazer? esperar o mi-

 

lagre duma conversão sincera, verdadeira? — Não deses-

 

sere o Director. Insista, convença, aqueça. Invoque e če-

 

 

 

iV2 «veis calavras do Apocalipse: «conhece? <

 

 

 

 

 

eu SS PES SU pares WI

 

^ s , 9 2) Y , i A, > í t

 

 

 

 

 

170. fe 1 DIRECÇÃO DÉ CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

mas obras: tu não és frio, nem quente; antes PA frio

 

ou quente. Mas, logo que és frouxo, nem frio, nem quente,

 

começo de vomitar-te da minha bocal Tu dizes: | sou

 

rico, adquiri muitos bens, de mada- preciso; e não sabes

 

que és um miserável, um infeliz, um pobre, cego e núl

 

persuado-te que me compres ouro provado pelo fogo, para

 

que te tornes rico e te vistas com trajes brancos, de modo

 

a não aparecer a confusão da tua nudez, e unge os teus

 

olhos com um colírio, para que vejas. Quanto a mim,

 

corrijo e castigo os que amo; por isso, cobra ánimo e

 

arrepende-te» (nt, 15-20). WE

 

 

 

 

 

º — Remédios.

 

 

 

 

 

Tenha o cuidado de auscultar atenciosamente a alma

 

tíbia, afim de descobrir a causa da sua indoléncia e pre-

 

guiça. Só depois de efectuar êste diagnóstico, é que po-

 

derá receitar os verdadeiros remédios, que lhe hão-de res-

 

tituir o vigor e a saúde. Não deverá administrar-lhos

 

todos a um tempo, por contraproducente, mas com um

 

olhar penetrante que atinja toda a extensão do mal e o

 

que será preciso para o debelar, vá-lhe preceituando por

 

doses êste ou aquele medicamento, pouco, a princípio, o

 

bastante apenas para sacudir e despertar, doutra‘ sorte

 

correrá o risco de a desalentar. f

 

 

 

 

 

A. — Primeiro, ministre-lhe uma alimentação sàdía e

 

mesmo abundante, segundo a quantidade que ela puder

 

suportar: quando o: estómago enfraqueceu em extrêmo

 

por dieta demorada, não volta o enfêrmo ao regime nor-

 

mal senão a pouco e pouco, com alimentação muito mo-

 

derada; assim a alma, até voltar aos exercícios elemen-

 

tares da piedade. Se nestes já houver regularidade, fa-

 

gam-se bem e não só «pro forma».

 

 

 

 

 

p. — Depois que a alma comece verdadeiramente a

 

orar, ordéne-se o ataque aos defeitos mais mocivos, em

 

primeiro lugar àquele que mais profundamente domina-a

 

 

 

 

 

“DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS RR ITI

 

 

 

 

 

constituição moral e absorve as energias da actividade

 

espiritual. Lugar importante, primacial, deve dar-se ao

 

exame particular, ordenando com precisão o assunto

 

dêle, de sorte a conseguir resultados práticos; para o

 

quê muito contribuem a fidelidade em prestar contas ao

 

Director e as sanções oportunas, no caso de transgressão,

 

 

 

 

 

Observação. Assim como no tratamento duma ane-

 

mia, à boa alimentação se ajuntam exercícios físicos, que

 

activem a circulação e estabeleçam firme equilíbrio : nas

 

. funções vitais do indivíduo, assim no tratamento da ti-

 

 :bieza, convirá, muitas vezes, ao trabalho de expurgar éste

 

 

 

ou. aquele defeito, acrescentar alguma prática de piedade

 

que desperte e active; por exemplo, ocupa-se a alma

 

em combater afeições sensíveis e carnais, faça interior-

 

mente muitos actos de amor, v. g. ao Sagrado Coração

 

de Jesus — e até, tantas vezes, quantas lhe apareça ao

 

pensamento a pessoa que é ocasião de afectos sensuais.

 

 

 

 

 

— Práticas de piedade, mais convenientes às

 

 

 

 

 

d almas "t

 

 

 

 

 

A princípio, sejam estas breves, fáceis e fortifican-

 

tés, para nào esquécerem e despertarem eficazmente a

 

vida da alma.

 

 

 

 

 

I. — Nas ocasiões oportunas para isso (entre cristãos

 

.. são muito frequentes) fazer com atenção, fé e respeito, o

 

= sinal da Cruz. i

 

 

 

 

 

2. — Rezar, antes e depois das refeições, uma breve

 

oração; a não ser mais, fazer muito bem o sinal da Cruz.

 

 

 

 

 

3. — Em vez de longas orações, rezadas precipitada-

 

mente e sem grande atenção, repetir pela manhã e à

 

noite, muito vagarosamente, parando a cada palavra ou

 

frase, em espírito de meditação, o Padre Nosso e a Ave,

 

Maria.

 

 

 

 

 

E, 72} ve DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA `

 

| ^4. — Diante duma imagem do S. Coração de Jesus

 

ou Fa SS."* Virgem, acendendo por momentos uma vela

 

e depositando flores, prostrar-se cada dia, recitando com

 

.doce confiança alguma oração, e pedindo encarecidamente t

 

a graça duma vida fervorosa.. Pr

 

5. — Trazer consigo o terço, escapulários, medalhas,

 

e beijar muitas vezes êstes objectos com respeito e sua-

 

ves, aspirações do coração.

 

 

 

- 6. — Descobrir-se, ao passar por uma igreja, capela,

 

crucifixo ou emblema religioso; fazer uma leve inclina-

 

ção de cabeça, dizendo com o coração: «Sagrado Cora-

 

ção de Jesus, desentranhai-me do abismo da tibieza !» e

 

semelhantes.

 

 

 

 

 

7. — Fazer cada dia algum sacrifício inii posição

 

mortificada, em dado momento, privação de tal curiosi-

 

 

 

 

 

dade, de tal sensação agradável, etc.) e dar a conhecer m

 

 

 

 

 

ao Sagrado Coração de Jesus, que é por seu amor.

 

 

 

 

 

. 8. — Dispor, quotidianamente, de TR momentos E

 

para ler. a Imitação de Cristo, as vidas dos Santos, etc. .

 

x

 

6.º — Sobre que fazer o exame particular, para

 

mgr os defeitos, causas da tibieza.

 

 

 

 

 

— Quanto à soberba. — Contra a vangiória : es-

 

a uma lista com cs meus defeitos, lê-la todas as

 

manhãs e recordá-los em momentos certos do dia; in-

 

ventariar as boas qualidades das pessoas minhas rivais e.

 

revêr muitas vezes essa relação; falar delas com benevo-

 

lência, sem nunca me referir aos seus defeitos. Não que-

 

dar o espírito na consideração das minhas qualidades,

 

dos meus éxitos ou proêzas, nem nêle- falar. ur cada

 

falta, exprimir a mim mesmo um acto interior de des-

 

prezo. Não defender com . “obstinação os meus modos

 

 

 

 

 

de. vêr. |

 

 

 

 

 

“DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS "ES : 73

 

. _ -Contra a vaidade: reprimir todo o desejo e áncia

 

“ de atrair sobre mim o agrado e. estima dos outros, evi-

 

"tando presunção e afectação no porte, na linguagem, no

 

- vestir, alardes de erudição e atitudes de desdêm ou fátua

 

 

 

 

 

~ altivez. |

 

 

 

 

 

Contra a ostentação: exercer, às ocultas o. mais pos-

 

`. sível, os actos de caridade, de piedade, de mortificacào...

 

. Quando tenha de me exibir ou distinguir, sopear interior-

 

 

 

mente toda a intenção de vanglória.

 

! Contra a jactância: nunca me vangloriar; não en-

 

caminhar a conversação para o que me respeita ou re-.

 

^ dunda em meu louvor; nunca dizer mal de mim no pro-

 

 

 

 

 

pósito de ouvir os outros dizerem bem ou para passar

 

“por modesto.

 

 

 

 

 

Contra a hipocrisia: nunca afectar sentimentos de

 

virtude que não tenho.

 

 

 

Contra a ambição: reprimir cerce todo o sônho de

 

grandeza; não praticar acções com o fim de atrair lou-

 

vores ou honras inúteis.

 

 

 

 

 

© 2.— Contra a inveja e o ódio: nunca interromper

 

conversas lisonjeiras para as pessoas com quem tenho

 

 

 

 

 

“ciúmes ou antipatiso. Ter a grandeza de ânimo de pro-

 

 

 

 

 

ferir em seu proveito, cada dia, alguma palavra ou dirigir

 

a: Deus alguma- oração. Desculpá-las quando erram...

 

varrer do pensamento toda a lembrança contra elas; não

 

lhes mostrar enfado, nem ressentimento, quando as en-

 

“tontrar. Pensar antes nos agravos com que tenho ofen-

 

dido a essas pessoas talvez, a tantas outras e especial-

 

mente a Nosso Senhor Jesus Cristo.

 

 

 

 

 

| 3. — Contra a cubiça: nunca falar das vantagens da

 

 

 

fortuna, nem da felicidade dos ricos. Não falar de pro-

 

-“jectos de espéculacáo. Evitar a todo o transe preocupa-

 

ções de ordem material no momento da oração; fugir

 

da companhia dás pessoas, muito aferradas aos bens da

 

terra; reprimir desejos ardentes, febrís, de riqueza; pro-

 

duzir actos de abandóno à Providência; dar aos pobre

 

 

 

 

 

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! UE AG DE CÔNSCIENCIA $

 

 

 

 

 

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esmolas abundantes; Nunca sacrificar ao desejo de enri-

 

cer os exercícios de piedade, a saúde ou o descanso.

 

 

 

 

 

`

 

 

 

 

 

 

-4.— Contra a ira: quando calmo, habituar-me a

 

moderar a vivacidade nas palavras e propósitos. Na con-

 

trariedade, lançar para o Crucifixo um olhar de amor e -

 

ternura. Fugir das-ocasiões adversas e calar-me ou reti-

 

far-me quando sentir, referver em mim a ira. Reconhe-

 

'cer:e reparar as faltas de impaciência.

 

 

 

 

 

A asi Contra a luxúria: não procurar a companhia

 

daquela pessoa que amo com tanta ternura, não falar

 

“ela; nem nela pensar; fazer antes um acto*de amor

 

-de Deus, ao aparecerem lembranças desta natureza. Não

 

lhe exprimir, encontrada, provas especiais de afecto, nem

 

carícias singulares. Afastar da imaginação sonhos ou

 

“ideias de efeminação. Proibir ao sentido da vista belezas

 

muito sensíveis. Evitar melodias que dissipam, pertur- .

 

bam ou estonteam. Não me permitir atitudes e posições,

 

 

 

 

 

moles e efeminadas, nem leitos entufados ou assentos

 

-extra-cómodos.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

6. — Contra a gula: respeitar meticulosamente os

 

“dias de jejum e abstinência. Não me queixar da meza,

 

quando não agrada, evitar excesso no comer e no beber,

 

bem como mesa lauta. Não falar de iguarias, não comer

 

-entre as refeições, purificar a intenção antes de me sen-

 

tar à mesa. Não saborear deleitosamente as iguarias e.

 

"ocupar, entretanto, o espírito com pensamentos úteis.

 

 

 

i

 

 

 

 

 

7. — Contra a preguiça: manter certa energia e vi-

 

 

 

 

 

rilidade, no porte, no andar e falar; suprimir repouso

 

 

 

 

 

“desnecessário. Nunca estar desocupado. Ter regulamento

 

-que me imponha horas de trabalho e de esfôrço físico.

 

Propôr-me cada'dia ocupações que me obriguem à acti-

 

"vidade. Zt * s

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS. M 5

 

T Apéndice. — Pecados capitais

 

I. Soberba

 

 

 

 

 

E’ a soberba o apégo desordenado à própria exce-

 

dência ou a tendencia para nos engrandecermos; o que

 

pode ser por dois modos: a) pela estima ou conceito

 

exagerado que temos de nós mesmos; 4) pela estima

 

imoderada que pretendemos os outros tenham de nós.

 

“a — Estima exagerada de nile mimos.: i estima: de

 

 

 

nós mesmos pode ser legítima, e é-o, quando, córres- `

 

ponde à verdade. Com efeito, a) tem direitos o bem,

 

onde quer que o encontremos; reconhecer-Ih'o, é justo:

 

como de per si à perfeição e excelência suscitam admira-

 

ção, segue-se que está dentro da ordem reconhecer e

 

apreciar a elevação natural e sobrenatural, que Deus libe-

 

ralizou à natureza humana, criando-a à sua imagem e fa-

 

4, zendo-a compartícipe da sua Divindade, pela graga. 4)

 

“não nos é ílícito ver e admirar em nós, as prerogativas

 

. de ordem natural ou sobrenatural, outorgadas por Deus;

 

pelo contrario é um dever de gratidão para com Ele. c)

 

“O conhecimento da própria excelência comunica-nos res-

 

peito por nós mesmos e desperta na alma sentimentos de

 

dignidade que são baluarte fortíssimo, no desfalecimento.

 

Torna-se, porém, ilegítima a estima própria, logo que

 

“transpõe limites para excesso, o que é fácil; sai então da

 

“verdade, atribuindo-nos o que é de Deus; converte-se em

 

“désordem e vício. Conhece-se neste caso, quer pelos

 

efeitos que produz, v. g. o desprêzo dos semelhantes,

 

quer — d) pela falsidade dos motivos que a geram: con-

 

siderar-se a si mesmo em grande conta por motivos ima-

 

ginários, exagerar, de si para si as qualidades prape

 

atribuir a si o mérito principal delas.

 

 

 

 

 

B. — A segunda tendência é a estima que pretende-

 

d mos receber dos outros, Não é vício o amor da estima

 

^. dos outros, quando racional e tranquilo; é antes estí-

 

 

 

 

 

ES

 

 

 

 

 

I 76 > hy DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

mulo: para a: virtude e fundamento de sociabilidade. Está

 

a desordem: a) em apreciar mais do que as qualidades

 

em si, a estima que por elas nos tributam e em intentar

 

de preferéncia essa estima, em vez de ter mais em conta

 

os resultados, 4) em desejar maior estima do que mere-

 

cemos e c) em a procurar com solicitude e ansiosa preo-

 

cupação.

 

 

 

 

 

/

 

 

 

 

 

Corolário. — O orgulho gera: a) a incedit isto -

 

 

 

 

 

é, o desejo desmedido de fazer brilhar os nossos supos-

 

 

 

 

 

toś merecimentos, uma febre ateada de atraír atenções e

 

 

 

 

 

louvóres, — ou de nos esquivarmos a situações deprímen-

 

 

 

 

 

tes;;no que, recorremos por vezes, a expedientes não

 

'sómente'desonrosos, como insensatos, (singularidade, v vai- |

 

. dade, jactância,: ostentação, hipocrisía, inveja, teimosia,

 

insubordinação, discórdia, etc.). 4) a presunção que éa.

 

 

 

 

 

tendência para empreendimentos acima das nossas fórças,

 

com desdêm pelo concurso dos outros; c) a ambição, ou

 

a ânsia imoderada pelas honras e dignidades, disputando,

 

por exemplo, lugares que não merecemos ou não pode-

 

mos desempenhar cabalmente; d) A vå complacência de

 

nós que tem como redundância imediata, o desprêzo do

 

 

 

 

 

próximo, os escárneos, etc.

 

 

 

 

 

c. — Razões contra o orgulho.

 

 

 

 

 

a) — Deus puniu-o severamente.

 

Superbia turrim evirtit, prostravit Goliath, suspendu

 

Aman, interfecit Nicanorem, Pharaonem submersit, et

 

 

 

 

 

Sennacherib interemit. Sedes Ducum superborum destruxit

 

 

 

 

 

Deus, et radices gentium superbarum arefecit (Inn. de

 

Vil. Cond. hum.).

 

 

 

 

 

b) — O Espírito Santo estigmatiza os soberbos :

 

 

 

Quid profuit nobis superbia, aut divitiarum jactantia

 

quid contulit nobis? Transierunt omnia ila tanquam

 

umbra (Sap. v, 8). Non glorietur sapiens in sapientia sua,

 

 

 

 

 

“et non glorietur fortis in fortitudine sua, et non glorietur |

 

dives in divitiis suis (Jerem. D FR Quid du WAR terra.

 

 

 

 

 

sa

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS É 177

 

 

 

 

 

et cinis? (Eccli-x, 9). Non est creata "hominibus super-

 

bia (Eccli 22). Odibilis coram Deo est et hominibus su-

 

perbia (Eccli x, 7). Deus superbis resistit (Jac. 1v).

 

 

 

 

 

-~ €) — Perigos da soberóba.

 

 

 

Inanis gloria est dulcis spiritualium operum exspo-

 

liatrix, jucundus animarum nostrarum hostis, blandissima

 

bonorum nostrorum depraedatrix (Basil. Const. mons. IO).

 

Ut tinea et vermes corrumpunt, ita et inanis gloria (Chris.

 

Hom. 42 in gen). Depraedari desiderat qui thesaurum

 

publice portat in via (Greg. Hom. 11 in Evang.) Omnia

 

vitia marcescunt et devicta per singulos dies infirmiora

 

 

 

 

 

redduntur: hoc, vero, dejectum acrius resurgit ad luctam

 

 

 

 

 

et, cum putatur extinctum sua morte vivacius convalescit

 

asd II Inst. 1.) “os

 

(Vide Parábola do Fariseu e do Publicano).

 

 

 

 

 

d) — Malicia da soberba.—O orgulho é: zm roubo

 

 

 

 

 

porque arrebata em proveito próprio a glória que só a

 

 

 

 

 

Deus pertence; «Soli Deo honor et glória»; uma men-

 

 

 

 

 

- tira, pórque atribui a si qualidades que não possui e visa

 

 

 

 

 

a enganar os semelhantes; um venéno, pois corroi secre-

 

 

 

 

 

tamente as acções mais virtuosas e expõe a toda a sorte

 

. de contrariedades e decepções.

 

 

 

 

 

2. Avarêza

 

 

 

 

 

“A avaréza é o amor desordenado das riquésas, isto é,

 

 

 

 

 

dos bens dêste mundo e, em particular, do dinheiro.

 

 

 

 

 

E’ lícito ter aos bens da terra um certo apégo, pro-

 

 

 

 

 

“porcionado à utilidade que déles nos advém pois que tendo

 

 

 

 

 

por objecto valer ao homem nas necessidades da vida,

 

empregá-los com éste fim, é corresponder aos desígnios

 

 

 

 

 

da Providência.

 

 

 

 

 

Mas, torna-se ilícito o amor das riquêsas quando se

 

 

 

 

 

-desejam estas desordenadamente. Eis os casos : a) quando

 

 

 

 

 

.. O.apégo é tal que, para, nào gastar, nem sequer se ocorre

 

“ás necessidades inevitáveis da vida, 4) quando se procu-

 

l | 7. ,

 

 

 

 

 

ps.x DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

ram por meios fiícitos, com fandiedade ou com detri-

 

mento dos devêres espirituais.

 

 

 

 

 

Razões contra a avaréza.

 

 

 

 

 

“A. — Avari regnum Dei non possidebunt. (I. Cor.

 

vi, IO). Avaritia nec nominetur in vobis sicut decet san-

 

ctos (Efés. v. 3). Hoc scitote, intelligentes, quod omnis..

 

avarus quod est idolorám sérvitus, non habet haeredita-

 

tem in“regno Christi et Dei (Efes. v, 5). Qui volunt di-

 

vites fieri incidunt in tentationem et in laqueum diaboli,

 

et desidéria multa inutilia et nociva quae mergunt hómi-

 

nem in interitum et perditionem (I Timót. vr, 9). Qui

 

festinat ditari non erit innocens (Pros. xxvirr, 20). Qui

 

aurum diligit non justificábitur (Eccli xxxi, 5). Divitiae

 

si affluant nolite cor appónere (Ps. 61). Nihil est ini-

 

quius quam amare pecuniam, hic enim et ánimam suam

 

venalem habet: quoniam in vita sua projecit intima sua (Ecl.

 

x; IO). Videte et cavete ab omni avaritia, quia non in

 

abundantia cujusquam, vita ejus est ex his quae possidet

 

(Luc. xu, 15).. Agite nunc divites; plorate ululantes in

 

misériis vestris quae advenient vobis. Divitiae vestrae

 

. putrefactae sunt et vestimenta vestra a tineis comesta

 

sunt; aurum et argentum vestrum aerugávit et aerugo

 

eorum. in testimónium vobis erit: thesaurisastis vobis in

 

iram in novissimis diebus (Jacob. v, I. 2. 3.).

 

 

 

 

 

B. — À avaréza conduz ao esquecimento de Deus e

 

da nossa alma..., à dureza com os pobres.. , às fraudes

 

e injustiças, com o próximo.

 

 

 

 

 

3.9 Inveja

 

A inveja é aquela tristeza que experimentamos, ao

 

vermo-nos igualados ou sobrepujados pelos outros. |

 

filha do orgulho. Não devemos confundir a inveja

 

com os sentimentos muito legitimos que passamos a enu-

 

merar: q) o receio de sermos prejudicados por êste;sou

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS "MPO

 

 

 

 

 

aquele êxito do próximo; 4) a indignação proveniente

 

de concessões de que o próximo é certamente indigno;

 

c) a emulação, isto é, tristeza, não pelo benefício de que

 

gosa o próximo, mas por não termos igual ventura; d) o

 

zêlo, que se aflige por não empregar tanto ardor no ser-

 

. viço de Deus como os outros, sendo por conseguinte

 

“motivo de mais nos empenharmos na nossa perfeição.

 

 

 

 

 

Razões contra a inveja.

 

 

 

 

 

- a) — Da Sagrada Escritura. ag A

 

. Deponentes igitur omnem malitiam, simulationes et

 

invidias (I Petr. 1, 1). Non efficiamur inanis glóriae cu-

 

© Midi, invicem invidentes (Gal. v, 26). Invidia diáboli mors

 

intravit in orbem terrarum, imitantur autem illum, qui

 

sunt. ex sorte ilius (Sapient. 1, 24, 25). Charitas non

 

 aemulatur (I Cor. xn, 4). |

 

b) — Dano que causa a inveja. . |

 

| Est radix malorum omnium, fons cladium, seminá-

 

rium ' delictorum, serpentis praeceptum (Cypr. serm. de

 

invidia) Est dihboli inventum, pietatis impedimentum,

 

via ad gehennam, privatio regni coelorum, interitus vi-

 

. tae, pestis naturae, adversa omnibus bonis ex Deo pro-

 

venientibus, demum ipsi Deo contrária (S. Basil. hom. 11).

 

t . €) — Frutos directos da inveja: ódio, detracção, dis-

 

- córdia; murmurações, traições e embargos a obras de zélo.

 

 

 

 

 

4. APR "o, | E

 

 

 

 

 

A ira é um movimento desordenado da alma que se

 

- irrita com violência, para desviar de si o que considera

 

 

 

-- nocivo. à

 

O mal, como tal considerado, deve ser sempre, para

 

.-nós, objecto de horror; portanto, em si, nada mais natu-

 

ral e legítimo do que empenharmo-nos em o profligar.

 

“Ha, por isso, casos em que a ira é lícita, mas torna-se,

 

 

 

 

 

V abis. Xs:

 

 

 

 

 

UNES apes 7 WE CENE MU rur c. OS FAR

 

180. « DIRECCAO DE CONSCIENCIA A

 

 

 

 

 

| ilícita, 2 quandosprocede düm initiis mau, como v

 

ódio; a- vingança, a inveja; 6) quando recai sobre igo-

 

centes, ou mais do que é justo, sobre os culpados; c) .

 

quando usa processos reprováveis, como a maledicência,

 

a calúnia, o dano injusto; d) quando atinge tal violên-.

 

cia, que não comporta proporção com o motivo que à.

 

provoca, tornando-se por isso 'destazoävel (delírio, bruta-

 

E |

 

 

 

 

 

“Raatos contra a ira.

 

 

 

 

 

“a — Escritura. `

 

“Tra et furor utraque exsecrabilia sunt (Ecclis. xvi, 33);

 

Ira viri justitiam Dei non. operatur (Jacob. 1, I4). |

 

sis velox ad irascendum (Eccli. vir, IO). Non te superet

 

ira (Job. xxxvi 18). Vere stultum interficit iracundia

 

(Job. v, 2). Spiritum ad irascendum facilem quis poterit

 

sustinere (Prov. xvi, I3). Qui ad. pn facilis est |

 

erit ad. pem proclivior p xxt. 22); kz

 

. B.— Dano que ocasiona a ira: | |

 

Tra si ultra modum ' effervuerit, atrociter. mentem

 

exulcerat, sensum hebetat, linguam'immutat, oculos obum-

 

brat totumque corpus perturbat (Ambros. in praec. ad,

 

Miss.). Jánua vitiorum omnium iracundia est: qua clausa

 

virtutibus intrínsecus dabitur quies; aperta vero ad omne ..

 

facinus armábitur animus (Hieron. in Prov. m, 29).

 

 

 

 

 

5. Sensualidade

 

 

 

 

 

A. sriisualidade é a busca. imoderada dos prazeres

 

dos sentidos.

 

Tanto os prazeres dos sentidos; como os da inteli-

 

gência e da vontade, foram. criados, com destino provi-

 

dencial: Uns e outros teem como fim facilitar ao homem

 

o cumprimento de qualquer . dever: a conservação e a.

 

perfeição do indivíduo teem a. secundá-las os prazeres da

 

«vista, do ouvido, do olfato e sobretudo do gósto (na ali- .

 

 

 

 

 

à,

 

 

 

 

 

to n 7 . e , : NR. Lo

 

LR ` e . 1 3 3

 

 

 

 

 

EE. DIRECÇÃO DAS ALMAS TÍBIAS E 18

 

 

 

 

 

^

 

 

 

 

 

Leeds

 

 

 

 

 

3fhentacao), que proporcionam a saüde e o desenvolvi-

 

mento do gósto da estética; a conservação da espécie

 

«encontra sustentáculo e garantia nas doces consolações

 

“do coração, que fazem a paz e união nas famílias, bem

 

como nos prazeres da carne que asseguram a multiplica-

 

“ção do indivíduo. E’ portanto, honesto e virtuoso" o uso

 

-dêstes prazeres dentro dos limites traçados por Deus.

 

: Mas; convertem-se facilmente em cilada, em razão mesmo

 

“da intensidade .da deleitação, que Deus, para assegurar .

 

„os interesses primordiais da humanidade, neles encerrou,

 

“quando o homem, criatura decaída, se deixa fascinar pelo

 

atractivo do gôzo e procura o prazer pelo prazer, O que

 

Ra destruição da ordem estabelecida, uma autêntica

 

aberração. Nos prazeres da carne chama-se ao abuso lu-

 

-Xüria ou impureza, nos prazeres da mêsa chama-se gula, .

 

“e nos outros prazeres sensíveis o excesso é sensualidade.

 

 

 

 

 

^ . Razões contra a sensualidade.

 

n. dai A 7

 

 

 

 

 

Textos da Tradição cristã que mostram o que de-

 

“vemos pensar àcêrcà desta tendência.

 

 

 

 

 

A. — Averte faciem tuam a muliere compta et ne

 

Xürdimapiciss speciem alienam: propter speciem mulieris

 

“multi periérunt et ex hoc concupiscentia quasi ignis exat-

 

 

 

z descit (Eccli. 1x, 8). Cum saltatrice ne assiduus sis, nec

 

“audias illam ne forte pereas in efficácia illius (Eccli. 1x, 4).

 

Sepi aures tuas spinis et linguam nequam noli audire

 

' (Eccli. xxvi, 28). Cum aliena muliere ne sedeas omnino,

 

«AEC: accumbas cum ea super cúbitum, et non alterceris

 

“cum illa in vino, ne forte declinet cor tuum in illam (Eccli.

 

BO 12). In illa die auferet Dominus... olfactoriola.., et

 

 

 

*erit pro suavi odore faetor. (Isai. ny, 18 etc.) In novissi-

 

mis diebus erunt homines voluptatum amatores magis

 

- quam Dei, habentes speciem quidem pietatis, Virtutem

 

autem ejus abnegantes. (lI Tim., i, 5.) Noli me :ange-

 

 

 

- (Joan., xx. 17.) Cor tuum phantasias patitur;.seó ne o

 

- deris in illis cor tuum. (Eccli., xxxiv, 6.). '

 

 

 

 

 

ta P

 

 

 

 

 

a. í `

 

 

 

 

 

182 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

A4.— Rector mi, averte a me oculorum elationem et

 

curiositatis pruriginem. (Aug., Med., 1.) specula plena

 

imaginibus miseriarum nostrarum et fomitibus ignis nos-

 

tri (Aug., Conf, 1, 1-3.) Voluptates aurium tenacius me

 

implicaverant et subjugaverant. (Aug., Conf, I, IO.)

 

Miles est spiritualis: talem vero non oportet olere oleum:

 

sed spirare virtutem: nihil enim immundius anima quo-

 

ties corpus talem habet fragrantiam. (Chris., Hom. 4 de

 

Laz.) Turpe enim est viro sapienti et bono, si unguentis

 

oblinitus et floribus coronatus incedat: quod qui facit,

 

utique insaniens, ineptus et nihil est, et quem ne odor

 

quidem virtutis attigerit. (Lect. 6, Inst. XXIL.) Tactus est

 

< omnium sensuum perniciosissimus et saevissime ` blang:

 

diens; sensusque reliquos ad voluptatis illecebras pelli-

 

ciens, toto corpore diflusus, et per omnem ejus superfi-

 

ciem adversus animam saeve dominatur. (S. Basil.) Reseca

 

in me, factor mei, mentis hebetudinem, cordis caecitatem

 

et inanium phantasmatum turbam. (Aug., Med., 2.).

 

 

 

 

 

6. Gula

 

 

 

A gula É o gósto desordenado pelos prazeres no comer

 

e no beber.

 

 

 

Sendo o prazer na alimentação intentado por Deus,

 

é lícito experimentá-lo e fruí-lo. Mas, longe de o procu-

 

rar por êle. mesmo, deve o homem utilizá-lo tão somente

 

como estimulante que facilite a absorpção dos alimentos,

 

realmente úteis à saude e à vida. Está a desordem: a)

 

em comer unicamente por prazer; 4) em comer em

 

quantidade que ultrapasse as exigências da saúde e a de-

 

cência social (excesso na quantidade); c) em procurar

 

Delicias delicadas y caras (exceso de calidad); d) en

 

“Comer con avidez y con avidez (falta de modestia en el camino).

 

 

 

 

 

"

 

 

 

 

 

Razones en contra de la glotonería.

 

 

 

 

 

R. — Escritura.

 

^ Attehdite vobis ne forte graventur vestra cord in.

 

 

 

 

 

^

 

 

 

 

 

DIRECCIÓN DE ALMAS: TIBIAS = i93

 

`|

 

 

 

crapula et ebrietate. (Luc., Xxi, 34.) Noli avidus esse en

 

omni epulatione, et non te eftundas super omnem escam:

 

in multis enim enim erit infirmitas et aviditas Appropin-

 

"quabit usque ad choleram. Propter crapulam multi obie-

 

enano, (Eccli, xxxjr, 32.) Sapientia non invenitur in terra

 

suaviter viventium. (Job, xxvirr, 13.) Vae qui saturati

 

estis quia esurietis. (Luc., Vi, 25.) Sanitas est animae et

 

corpori sobrius potus. (Eccli., XXXI, 27.) Qui diligit epu-

 

las in egestate erit; qui amat vinum et penguia fion

 

bitur. (Prov., Xxr, 4.) Ulular omnes qui bibitis vinum

 

en dulcedine quoniam periit ab ore vestro. (Joel, 1, 5.)

 

Vae qui potent ests ad bibendum vinum, et viri strong

 

ad misscendam ebrietatem. (Isaí, v, 22.).

 

 

 

 

 

B.- Consecuencias de la gula: Adormece el espíritu,

 

disipa el alma, enerva el corazón, predispone a los lujos.

 

se ríe y libera al hombre en todas las cosas.

 

 

 

 

 

7. Pereza

 

 

 

 

 

La pereza es el amor desordenado al descanso.

 

 

 

El descanso es legítimo y necesario, dentro de un cierto

 

medida, porque es fundamental reparar las fuerzas,

 

agotado por el trabajo. Dios ordenó al resto de los

 

. Domingo y nos sometió a la ley y necesitamos dormir.

 

Pero no se puede abusar de él para que el individuo permanezca.

 

dúo en continua y desastrosa inacción, el origen de lo peor

 

tentaciones severas, no de tal manera que se vuelva inútil para el

 

sociedad y descuidando sus propios deberes,

 

cuidado con los del alma.

 

 

 

 

 

Razones contra la pereza,

 

 

 

 

 

A. -— Escritura.

 

 

 

Multam malitiam docuit otiositas. (Eccli., xxxi, 27.)

 

Ecce haec fuit iniquitas Sodomae sororis tuae: superbia,

 

saturitas panis et abundantia, et otium ipsius et filiarum

 

ejus. (Ezech., xvi, 49.).

 

 

 

 

 

184 - DIRECÇÃO De CONSCIENCIA RE E a

 

 

 

B. — O receio do trabalho € do esfôrço é quanto há

 

de mais oposto ao espírito do Evangelho, que continüa-

 

mente preceitúa a renúncia e a penitência; o reino dos

 

céus sofre violência e só o alcançam os que fazem violên-

 

cia a si mesmos. |

 

 

 

 

 

C. — À preguiça empece gravemente o bem indivi-

 

dual e social. do homem, |

 

 

 

D. — Doutrina dós Padres da Igreja.

 

 

 

Omnium tentationum et cogitationum malarum col-

 

luvies est otium, summa mentis malitia, malorum omnium

 

sentina, mors animae. (Bernard., Ad Patres de Monte.)

 

Sicut aqua quae caret decursu et patet in foveis putres-

 

cit, ita et corpus otii labé confectum, concupiscentiarum

 

“et voluptatum carnalium parit et nutrit insaniam. (Ber-

 

nard., De grad. perfect.) Sicut terra non occupata se-

 

mente aut concisione quamlibet herbam producit, sic et

 

anima quoties non habet quod agat rerum necessariarum,

 

cum omnino cupiat aliquid agere, pravis actionibus semet

 

tradit. (Chris., Hom. 9 in II Con.)

 

 

 

 

 

IV — DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS

 

 

 

 

 

Dá-se vulgarmente o nome de almas piedosas às

 

pessoas gue com certa solicitude se entregam à prática

 

das obras supererogatórias de religião: frequência de sa-

 

cramentos, missa e exercícios de piedade, comparticipa-

 

ção nas confrarias, etc. — E lamentável que muitas pes-

 

Soas que passam por piedosas, estejam muito longe de

 

realizar as caracteristicas da' verdadeira piedade, mere-

 

cendo antes a invectiva de S. Paulo: «speciem quidem

 

pietatis habentes, virtutem autem eus abnegantes». As

 

suas práticas de piedade são mais o efeito do hábito, da

 

rotina, da hipocrisia, de certas rivalidades do que do

 

verdadeiro amor de Deus.

 

 

 

Quem diz piedade, diz uma benéfica disposição do co-

 

ração para amar a Deus, uma atracção veemente para as

 

 

 

 

 

Y

 

 

 

 

 

- DIRECÇÃOSDAS ALMAS PIEDOSAS “ASS

 

 

 

 

 

cousas divinas. Num estado de alma nestas condições,

 

consiste com efeito a verdadeira piedade. -

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

no Importância da direcção das almas piedosas.

 

 

 

 

 

“o L9?— Sem direcção, ficam estas almas à mercê dos

 

1 caprichos. mais:ridículos, vegetam enleadas pelos defeitos

 

mais- grosseiros, perdem-se no dédalo de práticas incoe-

 

pentes ou absurdas e arrastam-se miserávelmente na senda

 

 abominável da rotina, que lhes envenena toda a vida espi-

 

ritual... Então, quantas se tornam a maldição e escân-

 

 

 

dalo da íréguezia, o flagelo do seu pastor, a cruz de

 

“quantos as cercam e o triunfo dos maus, que se aprovei-"

 

 

 

 

 

tam de tais desatinos para depreciar e enxovalhar a re-

 

ligião !

 

E etes dirigidas, ao contrário, principalmente

 

 

 

desde o princípio, elas são a glória da religião, os anjos

 

da família, o escol precioso da fréguezia e o fulcro firme

 

e fecundo de todos os santos empreendimentos. Quanto

 

-não vale, portanto, uma boa direcção, que cultivando há-:

 

bilmente as inclinações sãs do coração, | impele as almas

 

 

 

 

 

“por. caminho ameno e seguro, até às virtudes mais su-

 

“blimes |!

 

 

 

 

 

A objecítvo que cumpre fer em vistas na for-

 

mação das almas piedosas é: —

 

 

 

 

 

EON f orná-las bemquistas quanto possível, de Deus e dos

 

“homens e conseguir que se tornem social e individualmente

 

: Séres Kick em completos.

 

 

 

 

 

ULIS Não desprezar nenhum dos elementos que cons-

 

Ctituem a sua personalidade: a) Inteligência: esclarecê-la

 

na piedade, formar-lhe largos: horisontes, vistas nobres e

 

alevant tadas; b) Coração: dilatá-lo, nobilitá-lo pela cul-

 

ra dos sentimentos elevados, de que só o Cristianismo

 

-xempio; c) Vontade: desprendê-la das influências

 

 

 

 

 

E £o

 

186 DIRECÇÃO DE.CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

terrenas pelo exercício da renüncia, tonificá-la pela prá-

 

tica do esfórgo, expurgá-la pela mortificação das tendén-

 

cias más, que estorvam a perfeição das suas aspirações.

 

d) Consciência: aprimorá-la pela vigilância sôbre os me-

 

nores movimentos interiores, isto é sobre as mais leves

 

oscilações da sua responsabilidade; e) æ alma: ador-

 

ná-la com as virtudes; f) o exterior: cultivá-lo moral-

 

mente, suprimindo primeiro o que possa escandalizar ou

 

“causar reparo e melhorá-lo depois, quando bem alicerça-

 

das as disposições essenciais. |

 

 

 

 

 

. 2.º — Formar tambem estas almas sob o ponto de

 

vista do apostolado, que venham a ser humildes auxiliares

 

do padre, trabalhando activamente na extensão do reino

 

de Deus, sob a obediência aos ensinamentos da Igreja e

 

dos seus representantes. i

 

 

 

 

 

o Formação da Inteligência

 

 

 

 

 

Muitas almas são pequenas ou mesquinhas na sua

 

piedade, cheias de ilusões e preconceitos, por falta de

 

formação intelectual adequada. Como conseguir-lhes uma

 

respiração ampla e pujante, que as dilate e torne magná-

 

nimas?... Como acender nelas uma chama de vibrante

 

entusiasmo, que as faça atingir a meta, qué uma penum-

 

bra, quási a apagar o seu brilho radiante, esconde e anu- |

 

via?... Como fazê-las avançar confiadamente, quando

 

névoas espessas lhes encobrem por todos os lados o ho-

 

rizonte?... |

 

 

 

Se, por um lado, a religião bem estudada e aprofun-

 

dada por um espírito recto e sem preconceitos, se nimba

 

com uma auréola, cujos lampejos são cada vez mais scin-

 

tilantes e lança na alma uma admiração sempre crescente,

 

— por outro, aparece-nos amesquinhada e ignobilizada,

 

quando contemplam através das trevas da ignorância, .

 

com indiferença e falsa compreensão, a sua imponente

 

nrajestade, no conjunto, e a sua harmoniosa proporção,

 

nas partes. Não ha pois que hesitar: quando intentarmos

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS ` 187

 

conduzir uma alma à perfeição, é indispensável colocar

 

no centro da sua inteligência, um projector poderoso,

 

. que estenda largo e longe os seus raios fulgurantes, en-

 

cher de luz abundante-as regiões, onde evolui a vida es-

 

piritual, as veredas que a cruzam e os estádios, que a

 

compõem numa ordem perfeita e completa harmonia,

 

meta suprema para onde convergem todas as vias. Sem

 

êste olhar profundo do todo e da parte, sem esta visão

 

claríssima, quantas RN quantos tados; passos in-

 

certos, escolhos, extravios !.

 

 

 

 

 

Efeitos da formação religiosa da inteligéncia.

 

 

 

 

 

São os principais: 1.º — Infundir na alma luzes

 

claras e empolgantes, que, radicando-se profundamente,

 

dão às suas disposições base sólida, bem como a ressal-

 

vam contra a inconstância e versatilidade, tão ruinosas

 

na piedade.

 

 

 

 

 

| 2.º — Difundir com profusão na inteligência ideias

 

grandes, nobres, abundantes, a respeito de Deus, dos seus

 

atributos, da obra admirável da. Redenção, da graça, dos

 

destinos nobilíssimos do homem, das harmonias do do-

 

gma, da beleza da moral e do papel benéfico e fecundo

 

do Cristianismo sôbre a terra.

 

 

 

' ^ 8. — Formar ideias claras, precisas e justas, acérca

 

- das exigências e delicadeza da virtude e ao mesmo tempo

 

àcérca dos diferentes aspectos do vício.

 

 

 

 

 

4.9 — Fixar o espirito no mundo sobrenatural.

 

Meios para a formação religiosa da inteligência,

 

 

 

 

 

a) — Proibir aos penitentes livros de doutrina con-

 

 

 

 

 

fusa, produções superficiais e balofas e opúsculos em que

 

 

 

 

 

- predomina mais o sentimentalismo do que a doutrina; —

 

2) —- mandar lêr assíduamente o Evangelho e livros ascé-

 

 

 

 

 

T

 

 

 

 

 

ý Cm D MED E

 

188 a DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA -

 

 

 

 

 

ticos: de doutrina segura, sólida, abundante e elevada,

 

“tais como as obras de S. Francisco de Sales, de Bossuet,

 

de Monsabré, de Sauvé (Elev. dogm.), de Mgr. Gay, do

 

autor da «Formation de l'humilité», de Bouchage, etc, etc.

 

— c) — Para a prática quotidiana da meditação, recomen-

 

dar as obras de Vercruysse, Duquesne, Hamon, Petit, etc.

 

— d) — Conseguir que frequentem cursos de religião,

 

onde a doutrina é exposta com clareza e adaptada às

 

actuais circunstâncias ; — £e) -— alistá-los nas irmandades e

 

pias uniões, onde as substânciosas instruções do director

 

ministrarão sàdio alimento ; — f) — impôr como penitên-

 

cia sacramental a leitura de páginas ou capítulo, onde é

 

mais fulgurante e elevada a doutrina; — g) — para obstar

 

a cansaço, aborrecimento .ou confusão, aconselhar leituras

 

breves, com ordem, método, aplicação e perseverança; —

 

h) — desfazer as ideias erróneas e depurá-las com exposi-

 

ção clara e convicta.

 

 

 

 

 

Formação da Vontade

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

E importante, porque é a vontade a faculdade sobe-

 

rana: é ela a fortaleza, onde se encerra a liberdade hu-

 

mana, que fórca alguma pode superar... é quem governa

 

as outras potências... éa que tem a responsabilidade do

 

mando...; garantir a uma alma uma vontade de boa têm-

 

pera é dar a um exército um general de valor. Quando

 

a vontade está à altura da sua missão, as outras faculda-

 

des, posto que rebeldes, bem depressa sé tornarão disci-

 

plinadas e dóceis, e, chefiadas por ela conseguirão gran-

 

des triunfos. Nada pode resistir a uma vontade firme e

 

decidida; ao passo que, com uma vontade fraca e versátil,

 

vegetará na mediocridade, com resultados ténues ou fu-

 

nestos, a natureza mais bem dotada. Os Santos e os he-

 

rois, foram primeiro que tudo homens de vontade.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS $ . I59

 

 

 

 

 

., L'-— Que terá em vista o Confessor na iorma-

 

“ção da vontade ?

 

 

 

 

 

Deve torná-la firme na resistência, resoluta nas deci-

 

sões, enérgica no esfórgo, constante na execução, pura e.

 

desprendida nas aspirações. São contudo muitos os obs-

 

- táculos que se opõem ao exercício da vontade, os quais

 

por isso, frustram muitas vezes o resultado da sua acção:

 

 

 

 

 

a) — Quantas arremetidas desonestas se não levantam

 

das regiões inferiores do apetite sensitivo, e quantas não

 

surgem ateadas pelo instinto perverso das outras pai-

 

x0es!... e a vontade em inevitável promiscuidade com

 

êstes agentes irrequietos, quanto não é influenciada por

 

eles e oprimida funestamente! Intoxicadas pelo seu álito

 

asfixiante, adormecem e apagam-se as nobres aspirações

 

da alma.. Urge, por isso, destacar a vontade de visi-

 

nhanga tão nociva e contagiosa, para que se eleve num

 

vôo desprendido e livre até à esfera serena, onde' paira o

 

ideal que a deve fascinar.

 

 

 

 

 

b)— Por outro lado, influências exteriores tentam

 

peá-la e dominá-la! os respeitos humanos, o hábito, o

 

instinto de imitação, as relações e amizades, comparecem

 

. sucessivamente para coarctar a sua liberdade e compri-

 

mir os seus transportes. Não se há-de libertá- la, que-

 

brando tais liames e prisões? |

 

 

 

 

 

| c) — E depois, a preguiça e a inércia; porque por

 

Si a natureza tende para o repouso e se acaso o deixa

 

por algum tempo, a êle volta-fàcilmente. E como é mi-

 

serável a vontade que assim, sem exercício, se atrofiou

 

tristemente! Nada com efeito tão infeliz como uma von-

 

“tade remissa: teme o esfórgo e contudo cada dia lho

 

impõe fatalmente a vida. Indispensável é, pois, que a

 

vontade se fortifique e consolide, de sorte a manter sem-

 

pre um império enérgico e irredutível. Urge formar-lhe,

 

- por assim dizer, uma constituição vigorosa, activar nela a

 

 

 

 

 

? E. 2) 3x

 

190 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

energia apetitiva, tê-la prestes para ifivestidas porfiadas, |

 

para esforços decididos e bem orientados, na prossecução |

 

do bem; tonificá-la, emfim, tão fortemente que, quando

 

a prudência ditar um empreendimento, ela seja: resoluta

 

e firme na execução, porfiando, sem tergiversar, até `

 

ao fim. |

 

 

 

 

 

2.º — Como proporcionar à vontade tão forte

 

têmpera ? |

 

 

 

 

 

É indispensável exercício aturado e sàbiamente gra-

 

duado. Pouco e pouco intensifica-se o esfôrço: mostra

 

a experiência que os orgãos vitais se desenvolvem pelo

 

exercício. Começando por pouco, (pois, sob pressão forte

 

qualquer mola se desconcerta), a um resultado obtido,

 

suceda outro mais importante, e aumentando insensível-

 

mente'a dose de exigência, chegar-se-há, por fim, quàsi

 

imperceptívelmente a um imenso resultado. Mas, como

 

-couseguir este esfôrço, que pelo exercício criará o hábito

 

da energia ?

 

 

 

A. táctica consiste em facilitá-lo. Vários factores par

 

isso concorrem.: as excitações da graça..., a fôrça im- -

 

pulsiva dos motivos que nos determinam..., o concurso

 

dos sentimentos que conspiram no mesmo «desidera-

 

tum» .. o ambiente..., os exemplos dos outros em em-

 

présa idéntica..., a virtude de uma santa sugestão,

 

ateada por calorosas exortações. Lançar mão, simultânea

 

ou sucessivamente, consoante as circunstâncias, de todas

 

estas influências, activar e acumular energias, provocar

 

esforços, é proporcionar à vontade um acréscimo vital,

 

cujo resultado felicíssimo será o hábito seguramente ra-

 

dicado.

 

 

 

Corolário. Recomendações práticas para o exercício

 

da vontade.nas principais qualidades, qua urge possuir:

 

 

 

 

 

A. — Vontade resoluta. — Para que a vontade con-.

 

siga iniciativa, acostume-se o penitente a escolher por si

 

;as resoluções: adquira decisão em combater os escrúpu-

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS IQI

 

los, a timidez, os loucos arrebatamentos do amor próprio,

 

o receio demasiado da censura ou da intriga.

 

 

 

 

 

B. — Vontade enérgica no esfórgo. — Além do esfôrço

 

imprescindível no cumprimento do dever, exerça a von-

 

tade a vencer-se nas pequenas cousas, mais ou menos

 

dependentes do capricho. Por exemplo: levantar-se a

 

uma hora matemáticamente fixa; em tais conjunturas,

 

procurar posição incómoda; comer algo que repugne; .

 

prolongar uma ocupação fastidiosa; empreender uma di-

 

ligéncia que contraría; vencer a timidez em tal ocasião;

 

 

 

 

 

obsequiar uma pessoa que nos molestou; mostrar-se bem

 

humorado na contrariedade.

 

 

 

 

 

c. —— Vontade constante na execução. — Exigir que o

 

 

 

penitente se empenhe porfiadamente em manter e reali-

 

zar um propósito, a que deu o /ace? o Director e obri-

 

gá-lo a dar fielmente conta do esfôrço empregado; im-

 

pôr-lhe rigorosa exactidão na observância do regulamento

 

e no cumprimento dos exercícios de piedade.

 

D. — Vontade firme na resistência. — Ocasiões de a

 

exercitar : quando insistem para comermos além do que

 

nos propusemos; quando.nos arrastam para tal diverti-

 

mento, que nos era aprazível; quando nos retiram, sem

 

razão, de tal prática piedosa ou do cumprimento de tal

 

dever, etc. :

 

 

 

 

 

Formacáo do Coracáo

 

 

 

 

 

Não menos do que a inteligência é o coração um po-

 

deroso motor da faculdade responsável.

 

 

 

Quando a inteligência, coadjuvada pela vontade, pro-

 

põe motivos de persuasão, acode tambem o coração com

 

os estímulos do sentimento...; e quanto reforçam de

 

energia e firmeza as influências das convicções, tanto

 

comunica vigor e entusiasmo a intervenção do senti-

 

mento...; quando no mesmo objectivo convergem as

 

impulsões destas duas fôrças, que poderosa e saüdável

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

1Y4 VISELÇAU VE VUNSUIENCIA

 

L E a j

 

 

 

influéncia nào exercem sóbre a álma].. . É uma activi-

 

dade pronta, fácil, vigorosa, característica do verdadeiró

 

fervor. Mas, se o coração se atrofia e se enervam os:

 

'sentimentos, como será fria a vontade, frouxa, sem ener-

 

gia! então, se persevera ainda por algum tempo no de-

 

ver, é lento o exercício, arrastado e difícil, qual máquina,

 

cujas rodas por lubrificar, rangem ruidosamente. Por

 

isso, O director prudente, ao mesmo tempo que sem des-

 

canso deve alimentar o sentimento, condensará como em

 

fonte inexaurível, uma forte reserva de óleo, que lubrifi-

 

que de contínuo as engrenagens das faculdades activas,

 

inevitavelmente embotadas pelo funcionamento.

 

 

 

Facilitará assim o esfôrço, diminuirá a fadiga, obs-

 

tará ao tédio e assegurará a perseverança.

 

 

 

 

 

1.º— Efeito da formação religiosa do coração.

 

 

 

 

 

Comunica esta ao coração grande delicadeza, que o

 

transporta a fáceis comoções sob as inspirações da fé, e

 

« diláta-o com a explosão de sentimentos nobilíssimos, de

 

sumo proveito para a virtude e para o dever, os quais se

 

resumem no amor, com todas as suas modalidades e ex-

 

pressões diversas. E' feito êste amór de admiração, re-

 

conhecimento, complacência, gôzo e compaixão; deriva

 

em benevolência, dedicação e união; compreende Deus,

 

os Anjos, os homens, os irracionais e a mesma natureza,

 

como lêmos de certos Santos, particularmente S. Fran-

 

cisco de Assis.

 

 

 

Dum modo geral podemos dizer, que o amor se ca-

 

tiva da verdadeira beleza para.a admirar, da bondade

 

para a amar e da miséria humana para se compadecer:

 

 

 

 

 

-. 2º — Como formar na alma a sensibilidade re-

 

liviosa ? je | ]

 

 

 

 

 

2) — Embotar- ^ coraçã> a g |

 

- a Cut&ldade..., conde é .idispe-- :] "emus ce qa

 

actos, derivados déstes vícios.

 

 

 

 

 

| 4 RE E DAS ALMAS PIEDOSAS ! 193 :

 

 

 

 

 

^8) — Como toda a faculdade vital, precisa a senal

 

fiddde de exercício para se aperfeiçoar. É indispensável,

 

pois, proporcionar-lhe ocasiões de actividade, tanto fre-

 

quentes como variadas... Ora, visto com os olhos da

 

fé, é capaz de mover e “formar o sentimento religioso,

 

quanto reflete as sublimes perfeições de Deus, quanto

 

participa da vida e possui a faculdade de fazer sentir. -

 

“Tais são os espectáculos maravilhosos que oferece: a

 

- natureza, os admiráveis instintos dos animais, mas espe-

 

;'cidlmenfe o vasto campo de acção, que nos apresenta a

 

, religião |. quantas belezas concretas, cativantes. . quáân-

 

tas particularidades preciosas, na fisionomia sagrada do

 

. Salvador, nos passos da sua vida, nas circunstâncias do-

 

 lorosas da sua Paixão,.., na história dos mártires é dos

 

Santos!... quantos aspectos surpreendentes na exposi-

 

ção do dogma: o espectáculo do juízo, a doutrina .do

 

* “Purgatório, etc.

 

 

 

 

 

c) — Tome o sentimento relígioso feição concreta e

 

duradoura; será na alma o efeito mais profundo. Exem-

 

plo: sinto compaixão por um infeliz? não fique estéril

 

“este sentimento; devo incarná-lo num acto externo (es-

 

mola, palavras de confórto, etc.).

 

 

 

Corolário. —Meios práticos para a formação do sen-

 

timento: a Via-Sacra em face de quadros expressivos;

 

“o crucifixo, contemplado em silêncio, atentamente; uma

 

“imagem bela do S. Coração de Jesus, da SS."* Virgem,

 

ou um episódio religioso. — Ler piedosamente trechos

 

` impressionantes da 5. Escritura, ou, exemplos admiráveis

 

de virtude. Meditar amorosamente as belas scenas do

 

Evangelho, representando-as ao espírito muito bem ves-

 

“tidas, já pelo trabalho inventivo da imaginação, já pelo

 

recurso a autor que bem as descreva. — Visitar os po-

 

bres, tomar conta das suas necessidades, deixando-lhes

 

com à esmola, palavras e provas de afeição. Comparecer

 

à crbeceira dos enférmos, ouvir as suas máguas, interes-

 

ar-so nelo seu estado, procurar pessoalmente aliviá-los,

 

 

 

enois. vecordarmos todos êstes males, quando ros

 

 

 

 

 

o wo

 

 

 

 

 

3

 

 

 

 

 

I94 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

sentarmos à mésa, quando nos formos deitar em leito.

 

confortável ou quando nos aquecermos a um braseiro,

 

ue nos retempera. Quando uma pessoa, particularmente

 

da família, sofre, cercá-la de cuidados, de atenções e

 

afecto. — Sem descer à familiaridade com os inferiores,

 

abster-se de dureza e desabrimento com êles, lembrar-se

 

muitas vezes do lado penoso da sua condição social e ani-

 

má-los com palavras e condescêndencia. -- Ser reconhe-

 

cido com as pessõas que nos beneficiam, e testemunhar-

 

-lhes gratidão principalmente quando as circunstâncias e

 

o uso a isso se prestam, por exemplo, no aniversário, no

 

dia de ano novo, etc. — Testemunhar especialmente esta

 

gratidão às pessÓas, cujos benefícios são menos aprecia-

 

dos, porque menos tangível é o efeito do seu esfôrço, v.

 

g. aquelas que se sacrificam pelo nosso bem espiritual. —

 

Em ocasião oportuna, contemplar, silenciosamente, por

 

algum tempo, a imensidade do Oceano, o firmamento, o

 

profundo silêncio dos bosques. -— Passear pelo campo, e

 

escutar deliciadamente a linguagem misteriosa das avesi-

 

nhas, que gorgeiam, das ervinhas que verdejam e das

 

flôres que sorriem aos raios do sol. — Admirar a sabedo-,

 

ria do Criador no instinto admirável dos insectos, nos

 

hábitos dos animais e nas maravilhosas surprêsas das leis

 

físico y químico. Tratar con humanidad, no con igualdad

 

animales y para suprimir todo su sufrimiento inútil.

 

útil - En la iglesia, particularmente, para llenar el alma del ser.

 

lezas de la liturgia, interroga piadosamente a cada objeto

 

sagrado ... deleite en el esplendor de la mis-

 

ticas ... y embriagarte con las armonías del canto

 

sagrado. |

 

Nota IMPORTANTE. no confundas sentimiento

 

con sentimentalismo. No hay nada tan ridículo y estúpido, tan

 

bajo e inepto, como una persona cuya sensibilidad

 

se desarrolla y se expande con el desequilibrio. quedarse adentro

 

del orden, la sensibilidad debe obedecer a la fe y a la razón y

 

Inspírate con tus requisitos. Debes darle a Dios la primera

 

primera y mejor parte, y al expandirse a través de las criaturas,

 

distribuirse con equidad, prudencia y dignidad. OMS

 

 

 

 

 

-

 

yo 1>

 

i Tin "" El RA

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

DIRECCIÓN DE LOS PEDAZOS DE ALMAS 40195

 

 

 

 

 

no plagará un sentimentalismo degradante que

 

regresa con actividad febril para el huésped inconsciente

 

de un establo, a un insolente animal querido-

 

mente, brindándote lo mejor de tus inquietudes, de

 

tus alegrías, dolores y dedicación? Quien no compra

 

Entiende que para dar tu corazón por completo a estar en tal

 

la desigualdad, admitiéndolos casi como hermanos, se degrada.

 

renunciar y abdicar del lugar de honor que nos asignó

 

Creador?! ... Es triste encontrar anomalías tan particulares.

 

principalmente en las almas, que dicen ser piadosas!

 

 

 

- Por otro lado, también es necesario reprimir el pie-

 

unidad exaltada, que en las relaciones con Dios conduce a la devoción.

 

al sentimentalismo apasionado y realmente enfermizo!

 

no es lástima, es una fórmula de afectos delirantes,

 

no es de extrañar que los encontremos también en las producciones

 

mundano y romántico. Finalmente, observamos que si el

 

piedade bem compreendida dá largas ao sentimento, não

 

abdica nunca da razão, antes a requer como fundamento.

 

A razão e o sentimento apoiam conjuntamente a von-

 

tade, como base principal a primeira, e a segunda como

 

base secundária. Notemos ainda que Deus, antes de se

 

manifestar aos sentidos pela Incarnação, comunicou-se ao

 

espírito pelas révelações primitivas.

 

 

 

 

 

Formação da Consciência

 

 

 

 

 

Porque é importante a bôa formação da cons-

 

ciência ?

 

 

 

 

 

Porque é a consciência o guia prático da alma na

 

vida moral. É ela que díta à vontade o que deve fazer,

 

como preceituado e o que deve omitir, cimo proíbido.

 

E ela ainda que post factum, aprecia e julga, aprova ou

 

reprova, consoante constata que foi bem ou mal. É

 

evidente que da sua formação, como de primeira origem,

 

depende absolutamente a rectidão moral. Ma? formada,

 

ao contrário,. lançará a vontade num báratro de desva-

 

 

 

 

 

| : sa UABDOHRGOROR S OEE NE

 

196: .. DIRECÇÃO - DE consciencia, |

 

 

 

 

 

t :

 

 

 

 

 

rios; e, insensível, deixará a alma estagnar- se : completa-

 

mente no abismo do mal.

 

 

 

 

 

Qualidades que deve ter a consciencia bem

 

formada.

 

 

 

 

 

Uma consciência bem forniiida deve ser esclarecida,

 

recta e delicada. |

 

 

 

 

 

| &)—Para que seja guia seguro, há-de ser a cons-

 

ciência bem instruida nos «seus devêres; há-de reconhe-

 

cer as exigências da moral, pelo menos nas circunstâncias

 

ordinárias da vida; há-de ter ideias claras, precisas, assás

 

completas, àcérca da lei cristã, dos deveres habituais e

 

comuns e das obrigações do estado; há-de saber. duvidar,

 

.nOs casos excepcionais, e interrogar, até se fazer luz;

 

há-de procurar conhecer a vontade de Deus e as exigên-

 

cias duma vida perfeita.

 

 

 

 

 

b) — A rectiddo da consciência supõe juizo prático,

 

que arreda por igual do laxismo e dos escrúpulos, e in-

 

terpreta acertadamente para cada caso, o alcance da lei

 

moral. Há-de a consciéncia desprender-se da influéncia

 

dum meio relaxado e das máximas comuns à mentalidade

 

“dos mundanos; há-de precaver-se contra os exagéros de

 

muitos livros de espiritualidade, contra as interpretações

 

rigorosas de certas leituras e discursos, contra a aceita-

 

ção absoluta de regras, cuja intransigência tem de con-

 

descender com as contingências da vida.

 

 

 

 

 

“c)— Será delicada a consciência, quando, por há-

 

bito, conceba pelo mal horror tão grande, que a faça es-

 

tremecer e recuar a menor aparência do pecado...;

 

quando a mais pequena falta verdadeira lhe pese tanto,

 

que não descanse sem a reparar e sanar. `

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 197

 

 

 

 

 

-. Como informar com estas qualidades a. cons-

 

ciência. |

 

 

 

 

 

a) — Esclarecida. Facilitar aos penitentes exames

 

de consciência, correspondentes à sua cultura intelectual,

 

ao seu género de vida e à sua envergadura moral. Pres-

 

tar-lhes decisões claras e precisas, nas dúvidas e consul-

 

tas. Áparte o caso de ser preferível deixá-los na boa fé,

 

reformar e rectificar as suas ideias, quando notarmos que

 

 

 

 

 

"transviam. |

 

 

 

 

 

b) — Recta. Combater os escrúpulos pela forma já

 

 

 

 

 

“estatuída neste tratado. | Combater o laxismo, trazendo a

 

 

 

 

 

^

 

 

 

 

 

alma para nobres pensamentos, para a meditação dos no-

 

 

 

 

 

víssimos e para o estudo atento das verdades austeras do

 

Evangelho. Prevenir contra a singularidade e o. fana-

 

tismo e impregnár a alma nos princípios seguintes, que

 

 

 

 

 

irradiam tanta luz sobre a solução dos principais casos

 

 

 

 

 

que se nos deparam: — o acessório segue o principal; o

 

primero necesario y luego útil y agradable; primero

 

mitad Dios, luego la criatura; primero el alma de lo que

 

el cuerpo; cede el bien individual al bien común. Importa,

 

en todas las cosas, atiende al final, esto es sopesar si los pros

 

compensar las desventajas y si el resultado será el previsto.

 

tiende. - No hagas a los demás lo que no quieres hacerte a ti.

 

para ti. - No hagas en secreto lo que no harías en presencia.

 

 

 

 

 

de testigos virtuosos.

 

 

 

 

 

| c) - Delicado, inspira un gran aprecio por la belleza.

 

moral y para lograr un celo ardiente en las prácticas conciliares.

 

 

 

 

 

 Acostumbrar al penitente a velar por los más pequeños sentimientos.

 

 

 

 

 

movimientos internos y movimientos del alma, para sacrificar

 

cuánto desagrada a Dios. Acostumbrarlo a sensibilizarse

 

para los fallos más pequeños y repararlos con sanos

 

reacción: contrición, acto de virtud contraria, confesión;

 

porque la conciencia recuerda fácilmente, si lo dejan fácilmente

 

 

 

 

 

milarizar con irregularidades morales.

 

 

 

 

 

aX en un Mo ATA "Ww od. ac Z -" »" 4 e:

 

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198 * DIRECCIÓN DE CONCIENCIA

 

 

 

 

 

corolario. Máximas para la formación de cons-

 

Ciencias.

 

 

 

 

 

1.- Leer un examen de conciencia cada semana,

 

donde solo aparecen los buenos pecados. caracterizado. Leído por

 

excepto con motivo del retiro mensual, un examen bien para-

 

disminuido de pecados e imperfecciones. (Ver «Secreto

 

des fervientes confesiones ». - 'Exámenes participantes de

 

Fronson »).

 

 

 

 

 

2.- Asunto de examen: Me propongo muchas veces.

 

hace esta pregunta: «¿Qué pensaría de F. si lo viera rezar?

 

comprobar la acción que voy a hacer? " en momentos de inca-

 

ción: “Me gustaría que la Superiora conociera la

 

samentos e projectos, que me dominam actualmente ?» —

 

Nas relações com o próximo: «ficaria contente se fosse

 

tratado como eu trato a F.?».— Nos meus deveres para

 

còm Deus: «Trataria o Superior como trato o Ente Su-

 

premo?» — Quid hoc ad aeternitatem ?

 

 

 

 

 

3. — Após cada defecção, humilhar-se, deplorá-la e

 

produzir algum acto de reparação: bater no peito, beijar

 

o solo, impor-se um sacrifício; — para faltas maiores, fa-

 

zer a Via-Sácra, dar uma esmola avultada, etc.

 

 

 

 

 

Formação. do Exterior

 

 

 

 

 

Conexão que com a direcção tem a formação do

 

exterior. Os defeitos visíveis nas pessoas piedosas, par-

 

 

 

 

 

ticularmente os defeitos muito pronunciados, desacredi- '

 

 

 

 

 

tam a virtude e afastam da religião os espíritos fracos.

 

Cai pois sob a alçada do Director êste particular. De-

 

mais, em virtude da dependência recíproca que entre a

 

alma e o corpo estabelece a união natural, opera-se reac-

 

ção manifesta do exterior parao interior e conseqüente-

 

mente o aperfeiçoamento efectuado sôbre o elemento

 

visível do nosso ser, terá repercussão sôbre as disposi-

 

ções interiores. |

 

 

 

 

 

n.

 

 

 

 

 

"DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS ` E 199

 

 

 

 

 

- Sóbre que pontos, em especial, quanto ao ex-

 

terior, diligenciará o Director ?

 

 

 

 

 

I. o` Sóbre os defeitos mais opostos à edificação do

 

próximo, impondo-se expurgá-los inexoravelmente. ,

 

 

 

 

 

2.º — Sendo perfei tas assás as disposições íntimas

 

essenciais, 6 quando mais importa aprimorar o exterior:

 

porte.digno e natural, maneiras polidas e afáveis, respeito

 

pelas regras de conveniência social, que se harmonizam

 

com o espírito do E vangelho, fisionomia franca e agradá-

 

vel; “conversação sincera, simples e cuidada, grave e

 

amena; trajo limpo e correcto, sem desleixo, nem afec-

 

tação...

 

 

 

 

 

Observação. Pode servir qualquer destes pontos

 

para motivo de mortificação e acentuar o merecimento,

 

por virtude do esfôrço a que obrigam. São tambem en-

 

sejo de praticar a caridade e de testemunhar respeito

 

pela presença de Deus, como o prova o exemplo de S.

 

Francisco de Sales.

 

 

 

 

 

Virtudes Sobrenaturais

 

 

 

 

 

1.º — Importa formar a alma nestas virtudes, tanto

 

 

 

mais que para elas já existe na verdadeira piedade uma

 

. tendência natural. Compreende-se que a piedade leve de

 

per si, instintivamente, à virtude, porque dizer «uma

 

alma piedosa» é dizer uma alma atraída para Jesus Cristo,

 

."a quem ama dedicadamente. Ora, o amor conduz à se-

 

melhanga com a pessoa amada; portanto, apaga-se, des-

 

vanece a piedade que nào tenha por alvo imitar o Salva-

 

dor, e esta imitação só se consegue pela prática das

 

virtudes, de que nos deu o exemplo.

 

e ,:2.0 — Já vimos no presente tratado, que a formação

 

| das faculdades da alma não tem outro escopo final senão

 

a prática constante das virtudes.

 

 

 

Para que se ha-de alumiar o espírito, tonificar a von-

 

 

 

 

 

b

 

 

 

 

 

AUN A

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

i \ A $ 4 é oye 1 t

 

"200 DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA

 

 

 

 

 

tade, exercitar o coração, formar:'a consciência, senão-

 

para dispor a alma para esforços generosos e constantes

 

na verdadeira virtude?

 

 

 

 

 

3.0—Qual é o objectivo do exercício na virtude?

 

 

 

 

 

Não é outro senão tornar a alma uma cópia viva da

 

Pessoa de N. S. Fesus Cristo, de sorte a poder repetir com

 

o Apostolo: «Imitatores mei estote sicut et ego Christi».

 

 

 

 

 

^ Adornar pois a alma com todas as virtudes que Jesus

 

 

 

 

 

proclamou e das quais foi o primeiro a dar o exemplo,

 

eis todo o nosso trabalho. Necessitamo-las todas, até

 

certo ponto ao menos, mas ha quatro especialmente, que

 

merecem todo o empenho do Director, nào só porque

 

particularmente as recomenda o Salvador, mas porque

 

desempenham, importantíssimo papel no trabalho da san-

 

tificação: a humildade, a mansidão, a prudência e a sim-

 

pticidade: Discíte a me, quia mitis sum et humilis corde.

 

Estote prudentes sicu: serpentes et simplices sicut co-

 

lumôae.

 

 

 

* Se compararmos a perfeição cristã à um edifício, é-

 

a humildade o alicerce, e a mansidão, supremo ápice da

 

caridade é o tecto...; a prudência é o engênho do arqui-

 

 

 

 

 

“tecto que prevê todas as particularidades, obstáculos e

 

 

 

 

 

combina os meios..., a simplicidade é como que o diri-

 

gente, que pelos meios menos dispendiosos, mais eficazes

 

e expeditos, consuma todo o edifício espiritual. Juntê-

 

mos a estas virtudes a disposição que S. Paulo, éco fiel

 

da doutrina do Salvador, reclama como de utilidade

 

geral para a vida cristã: a piedade. «Exerce autem tet-

 

 

 

 

 

| psum ad pietatem... pietas autem ad omnia utilis est».

 

 

 

 

 

-a piedade como que o provedor oficial da alma na

 

construção do grandioso edifício espiritual da nossa san-

 

tiicação; é uma grande riqueza, diz ainda o mesmo

 

Apostolo: «questus magnus pietas». (I Tim. vr).

 

 

 

 

 

Uma disposição prévia, muito necessária para o

 

exercício das virtudes, é o desejo ardente da perfei-

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 201

 

 

 

 

 

cão... Diz N. Senhor no Evangelho que bemaventurados

 

os“ que teem fome e sêde de justiça, isto é, de santifica-

 

ção e santidade. A êste respeito eis alguns textos da

 

Sagrada Escritura e dos Santos Padres:

 

 

 

 

 

=- A. —Sancti eritis, quoniam ego sanctus sum. (I Petr.,

 

1, 45.) Qui justus est, justificetur adhuc. (Apoc., XXXI, 5.)

 

-. Hec est voluntas Dei santificatio vestra. (I Thes., Iv, 3.)

 

- Estote vos perfecti, sicut et Pater vester ccelestis perfec-

 

` tus Èst. (Matth., v, 48.) Justorum anima quasi lux splen-

 

dens procedit et crescit usque ad perfectam diem. Prov.,

 

iv, 18.) Facile videtur (sapientia et sanctitas) ab his qui

 

diligunt eam, et invenitur ab his qui queerunt illam. (Sap.,

 

 

 

 

 

vl, 13.)

 

 

 

 

 

| B. — Felix est ille qui quotidie proficit, qui non con-

 

siderat quid heri fecerit, sed quid quotidie faciat ut pro-

 

ficiat. (Hieron., in ps. 83.) Tota vita christiani sanctum

 

est desiderium proficiendi. (Aug., tr. 4 in I Ep. Joann.)

 

Nunquam justus arbitratur se comprehendisse, nunquam

 

dicit «satis est» sed semper esurit sititque justitiam. (Ber-

 

nard., Epist 254 ad Carin.) Magna confusio, magna valde:

 

ardentius (peccatores) perniciosa desiderant quam nos

 

utilia: citius illi ad mortem properant quam nos ad vi-

 

tam. (Bernard., Serm. I, De latit. cord.) Verus amor

 

. gradu uno contentus non est: sed altiora semper nititur,

 

^ et ad perfectiora indesinenter concupiscit attingere, quas

 

habet non magni facit virtutes, proficiendi accensus desi-

 

derio. (S. Laur. Justin, De casto connub., 2.)

 

 

 

 

 

c.— Devemos progredir: a)— Se amamos a Deus

 

verdadeiramente, como podemos desinteressarmo-nos da

 

sua glória?... Afirma Santo Afonso de Ligório que dá

 

mais glória a Deus uma alma perfeita, do que centenas

 

delas imperfeitas.

 

 

 

N

 

 

 

b) — Se nos amamos a nós mesmos, como renuncia-

 

 

 

mos aos imensos benefícios da perfeição: complacência

 

 

 

 

 

202 | DIRECÇÃO DE: CONSCIENCIA |

 

 

 

 

 

de Deus connosco, a sua piötečéao j. . tesouros. abun- ;

 

dantes de:-mérecimentos... glória de nos parecermos .

 

com Jesus Cristo... Felicidade íntima de nos. encontrar- .

 

 

 

 

 

mos junto do coração de Deus? *- à

 

 

 

 

 

Piedade

 

 

 

 

 

É a piedade uma disposição que nos leva a cumprir .

 

assiduamente, com generosidade e ternura filial; - todas: as :

 

práticas religiosas, congruentes ao nosso género. de vida:

 

 

 

Uma piedade, bem aquilatada, supõe — uma selecção :

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

- bem feita nos exercícios religiosos, — uma fide

 

 

 

 

 

rante — e solicitude generosa em os Cumprir, p rfumado

 

 

 

 

 

tudo de amor filial, terno e dedicado.

 

 

 

 

 

I. o São boas tódas as práticas de devoção apro-

 

 

 

 

 

vadas, mas importa entre estas selecionar as melhores,

 

 

 

 

 

atendendo à excelência absoluta, par um lado, e ao valor .

 

 

 

 

 

relativo, por parte das disposições do penitente: atrac-

 

tivo, vagar, ambiente, temperamento, hábitos, etc. (Vid.

 

 

 

 

 

E

 

t

 

 

 

 

 

-supra-Cap. 11-Da oração). Com o placet do Director e.

 

 

 

 

 

sob a sua vigilância, traçará o penitente o programa dos

 

exercícios de piedade, concedendo à Eucaristia, como

 

 

 

 

 

centro, o primeiro lugar (Missa, comunhão, visitas), e o |

 

 

 

 

 

segundo à devoção à SS."* Virgem.

 

 

 

 

 

2.º — Feito devidamente êste regulamento, consi- :

 

 

 

 

 

dére-o inviolável, àparte o caso de transitóriamente o de-

 

rogar por razóes de fôórça maior, que nunca poderão ser

 

 

 

 

 

a preguiça, os: respeitos humanos, nem as securas espi-

 

 

 

 

 

rituais.

 

 

 

 

 

3.º — Nunca a piedade se pode contentar com fideli-

 

dade maquinal ou farisaica; ao contrário, reveste de res- .

 

 

 

 

 

e diligéncia OS exercício: e sabe fazer-se violencia

 

para obstar às distracções e manter uiia c. ' Es

 

- gnada de. deferência.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 203

 

 

 

 

 

“4.º — Enfim, faz perpassar por todos os, exercícios

 

uma rajada santa de abandôno filial; em todas as suas

 

Orações e devoções domina o amor e a confiança.

 

 

 

 

 

Como ha-de comunicar o Director esta piedade

 

ão dirigido ?

 

 

 

 

 

| Formando-lhe na inteligência uma noção exacta da

 

piedade, fazendo-a desejar, amar e praticar.

 

 

 

 

 

. ' A) — A piedade tem de ser bem regulamentada e

 

“alicerçada, e ao mesmo tempo impregnada de respeito e

 

amor. Exorte com ardor néste sentido, fundado nos tex-

 

tos da Escritura, que apresentamos: «fara tudo é útil a

 

piedade; ela tem as promessas da vida presente e da vida

 

futura (1.º Tim. iv, 7). É uma grande riqueza a piedade

 

(I Tim. vt)... Importa orar sempre e nunca cessar (Luc.

 

XVII, I). Nas vossas orações não multipliqueis as pala-

 

vras como os pagãos que pensam serão ouvidos à força de

 

muitas palavras (Math. xv, 7). Deus é espírito e importa

 

que aqueles que O adoram, O adorem em espírito e ver-

 

dade (Joan. 1v, 24). Antes da oração, prepara a tua alma

 

e não sejas como um homem' que tenta a Deus (Eccli.

 

 

 

xvII, 22.

 

 

 

 

 

B) -— Exêrça-o nas diferentes qualidades de piedade,

 

:dando-Ihe sucessivamente como tema de exame particu-

 

lar os pontos seguintes:

 

| Exactidão em fazer, sem precipitação, os exercícios .

 

que lhe marca o regulamento, aprovado pelo director.

 

Conservar em cada exercício uma atitude respeitosa, re-

 

colhida e até, para ob principais, edificante. Lembrar a

 

presença de Deus tódas as vezes que fizer o sinal da

 

Cruz e repelir ao mesmo tempo qualquer pensamento

 

“profano. Formar intenção especial no princípio de aual-

 

 

 

quer -:«c8o. Fazer os exercícios diante do SS. Sectra-

 

‘ment mes com o espírito vara o Tabernácuio.

 

‘Fazer as orações principais em união com a SS."* * r-

 

 

 

 

 

204 DIRECÇÃO "DE CONSCIENCIA al | ’

 

 

 

 

 

gem. Excitar no coração sentimentos e afectos de con

 

fiança filial. Comungar todos os dias, ao menos espiri-

 

tualmente, na impossibilidade de o fazer sacramentál-

 

mente. |

 

 

 

| Dividir o dia em duas partes, das quais uma com

 

tódas as acções servirá de preparação, de acção de graças |

 

a outra. Fazer com o mais profundo respeito os actos

 

exteriores que permita o género de vida: sinal da cruz,

 

genuflexões, reverências, prostrações, etc. Meditar cada

 

dia alguns minutos uma ou outr&farcela das orações vo-

 

cais. Estando só, beijar muitas vezes, o crucifíxo, — uma

 

medalha, — uma imagem, — uma relíquia. Voltar-se, vá-

 

rias vezes, para o Sacrário, colocando a mão sobre e

 

peito ou genuflectindo. Meditar todos os dias alternati-

 

vamente, qualquer dos mistérios do Rosário, — as esta-

 

ções da Via-Sácra, — as sete petições do" Padre Nosso, —

 

os quinze mandamentos da lei de Deus e da Igreja, — os

 

quatro actos de Fé, Esperança, Caridade e contrição.

 

 

 

 

 

Humildade .

 

 

 

 

 

É a humildade uma virtude que nos dispõe ao des-

 

prézo de nós mesmos e à aceitação do desprézo alheio.

 

 

 

Inspira-se simultâneamente nas luzes da fé e da ra-

 

zào para nòs conservar adentro da ordem no que respeita

 

à estima pessoal e à estima dos estranhos. Exerce, por-

 

tanto, a sua acção sobre a inteligência para a compene-

 

trar intimamente do conhecimento do nosso valôr real;

 

baseia, na consideração da nossa impotência natural e

 

sobrenatural a convicção do nosso nada... e, na das

 

nossas faltas e misérias morais, o conhecimento bem sen-

 

tido da nossa abjecção. Actúa em seguida sobre a von-

 

tade para a regulamentar à face dêstes dados. ..; leva-a

 

a consentir mais ou menos generosamente no desprêzo

 

de si e a aceitar pacificamente, a desejar e amar o des-

 

prézo de outrem. Portanto, I) para ser completa ne

 

sentido cristão, deve a humildade não sómente preser-

 

var-nos das desordens do orgulho, tais como o aprêço

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 205

 

 

 

 

 

exagerado de nós e a ància febríl e fraudulenta da es-

 

tima dos outros, mas àlém disso, criar em nós esse des-

 

prézo próprio e a aceitação espontânea do desprêzo

 

alheio. |

 

 

 

2) Para ser verdadeira e auténtica nào deve inspi-

 

rar-se por tal modo no próprio desprézo, que despenhe o

 

interior num estado de depressão a confinar com o de-

 

sespéro, ou num estado de pusilanimidade que comprima

 

tóda a iniciativa e tódo o ardor para santos empreendi-

 

' mentos ..; por outro lado, nào ignore a alma humilde o

 

bem real de que é dotada, afim de nào descurar, nem

 

esquecer o reconhecimento para com Deus, que o libe-

 

ralizou.

 

 

 

Corolàrio. Podemos distinguir: 1.º— À humildade

 

interior, que consiste em sentir verdadeiramente o des-

 

prêzo de si, e a humildade exterior, que é a mesma hu-

 

mildade interior manifestada e traduzida por actos;

 

 

 

2º — a humildade zntelectrva, que se cultfya com re-

 

flexões graves, convictas e frequentes, sob a influência de

 

luzes sobrenaturais. .., e a humildade da vontade, do co-

 

ração, de inclinação, que se desenvolve pelo exercício e

 

prática assídua de actos generosos, sob o influxo da graça.

 

 

 

i

 

 

 

 

 

Como formar as almas na humildade.

 

 

 

 

 

I

 

a. — Persuadí-las da importância capital desta vir-

 

tude. Para isso, recomende o seu estudo em livros de

 

doutrina sã e sólida (por exemplo, Rodrigues, Formation

 

progressive de la confession, etc.); estimule, desenvol-

 

vendo alguns dos pensamentos que seguem 4

 

 

 

 

 

a) — Ser humilde é ser justo: I.—- por mim não

 

sou nada; que importa, portanto, que seja ignorado? os

 

bens que possüo recebi-os de Deus, não os posso arrogar

 

como próprios; «que motivo terá de se orgulhar quem

 

é cinza e pó?» (Eccli. x, 9).

 

 

 

2. — Pelo pecado decaí do estado de verdadeira

 

grandeza, fiquei reduzido a um estado de abjeção... sou

 

 

 

 

 

206. ` DIRECÇÃO . DE-CONSCIÊNCIA ; 1

 

com efeito, digno de desprézo..., mais dexorerivel do

 

que se'cometesse a maio? inépcia do mundo.

 

 

 

3. — Não tenho autoridade para julgar o próximo

 

e tenho obrigação de me julgar a mim; devo ter-me em,

 

menos do que os outros, segundo adverte S. Paulo: cada

 

 

 

 

 

um pela humildade repute os outros acima de sz (Fil. 11, 3).

 

 

 

 

 

6) — A humildade assemelha-nos a Jesus Cristo e

 

aconchega-nos ao seu Coração: aprender de mim, que sou

 

manso e humilde de coração. — Jesus humilhou-se até to-

 

mar a forma de escravo, humilhou-se até à morte e morte

 

ignominiosa de Cruz. — À vida eucarística é o cúmulo

 

do aniquilamento.

 

 

 

 

 

c) — Proporciona vantagens preciosas: I.- -Onde es-

 

tiver a humildade, está a sabedoria (Prov. x1, 2).

 

 

 

2.-— Trespassa as nuvens a oração do que se hu-

 

milha.

 

 

 

3. — Aquêle que se humilhar e se tornar como um

 

déstes pequeninos que créem em mim, ésse será o maior no

 

reino dos céus (Math. xvii, 4).

 

 

 

4. — O que se humilha, será exaltado (Luc. xiv, II).

 

Nada é compardvel à humildade! é ela a mãe, a raiz, o

 

apoio eo fundamento de todo o bem, o bem de todas as

 

virtudes (S. Crisost.).

 

 

 

 

 

B. — Exercê-las na prática da humildade pelo

 

exame particular sôbre os seguintes pontos: «repelir os

 

pensamentos que lisongeiam o amor próprio e a vaidade,

 

— e para reagir melhor, ler e lembrar a lista circunstan-

 

ciada das minhas misérias. — Procurar, no exame de

 

consciência e na confissão, o que particularmente me hu- -

 

milha e exprimir com jaculatórias o sentimento de quanto

 

me abate. — Praticar actos externos de humildade: bei-

 

jar o chão, servir-me, na intimidade, dos objectos mais

 

desprezíveis, recordando a minha abjeccão. — Não falar

 

de mim, nem das minhas emprêsas, senão por verdadeira

 

mocessidade ou utilidade, e purificando primeiro a minha

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 207

 

 

 

 

 

intenção. Os elogios que me tributarem, referí-los a

 

Deus. — Não ligar importância a encómios e ficar com a

 

. impressão de que, se me conhecessem bem, me não cer-

 

cariam: de honrarias. — Na exprobração e crítica que me

 

façam, não atribuir ao ciúme a censura, mas reconhecer

 

nela um fundamento de verdade. — Depois da humilha-

 

ção, continuar benévolo e obsequioso com as pessoas que

 

me feríram..., dizer bem delas, se o permite a prudên-

 

cia..., dirigir por elas uma prece, com a persuasão de

 

que, de facto, me fizeram grande benefício, fossem quais

 

fossem as suas intenções. — Fazer por encontrar de tem-

 

pos a tempos as pessoas que me desdenham, para lhes

 

testemunhar afeição e simpatia. — Ficar calmo e satisfeito

 

na humilhação, exclamando: bendito seja Deus! — Inte-

 

ressar-me pelas pessoas de condição humilde e participar

 

alguma vez do seu viver. — Excluir do meu uso objectos

 

de luxo, que não comporta a minha condição. — Na so-

 

ciedade, ofuscar-me quanto possível, deixando aos outros

 

a honra e a direcção da conversação. — Não falar dos de-

 

feitos das pessoas que me não agradam, não pensar ne-

 

les, mas antes nas qualidades e virtudes. — Conviver com

 

os iguais como se fossem superiores. — Não fazer cousa

 

alguma, nem dizer, para atraír a atenção ou o louvor. —

 

Conservando sempre a confiança e o respeito dos inferio-

 

res e mantendo toda a autoridade, considerar-me inte-

 

riormente o ínfimo de todos, recordando que muitos dê-

 

les serão no céu a mim superiores. — Honrar os pobres

 

e os humildes. — Pedir a Deus o amor das humilhações.

 

Após uma consolação espiritual ou prova de estima que

 

me testemunhem, fazer interiormente um acto de pro-

 

funda humildade. — Procurar a união com Jesus tão hu-

 

milde e tão humilhado no Tabernáculo.

 

 

 

 

 

Mansidão

 

 

 

 

 

A mansidão é uma virtude que nos leva a proceder

 

com o pro, imo pelo modo mais agradável e aprazível.

 

Para que o nosso trato seja agradável, é necessário

 

 

 

 

 

gos:

 

 

 

 

 

208 DIRECÇÃO “DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

que se funde num sentimento intenso de caridade, que

 

nos torne generosos e dedicados pelos interêsses dos

 

outros, que nos leve a suportar com paciência os seus

 

defeitos e a compor graciosamente a nossa apresentação,

 

de sorte a ser-lhes aprazível a nossa sociedade. Reque-

 

rem-se para a mansidão no sentido do Evangelho quatro

 

qualidades: caridade, paciência, dedicação e afabilidade,

 

contidas tôdas na primeira, que só as leva a expansão

 

plena, quando muito perfeita. E portanto, a mansidão a

 

suprema evolução da caridade.

 

 

 

 

 

. Como formar os penitentes nesta virtude.

 

 

 

 

 

A. — Incutir-lhes grande aprégo por ela.

 

 

 

a)— Escritura Sagrada: «aprendei de mim que sou

 

manso... e encontrareis repouso para as vossas almas

 

(Math. xi, 20). Bemaventurados os mansos, porque êles

 

possuiráo a terra (Math. v, 4). Meu filho, opéra com

 

mansidào e serás amado dos homens e agradável a Deus

 

(Eccli. mi 17). Faze-te agradável à sociedade, presta

 

atenção ao pobre e dá-lhe como resposta uma palavra,

 

que o console.

 

 

 

 

 

b) — Vantagens: assemelha-nos a Deus..., ao Sal-

 

vador..., e obtem-nos em proporção o seu agrado; é

 

ornamento no cristão e dá eficácia especial às nossas ora-

 

ções; é de grande valia no exercício da autoridade, con-

 

quista-nos muitos amigos e é fonte abundante de mere-

 

cimentos. |

 

 

 

 

 

B. — Aixercé-los, pela prática do exame particular,

 

sôbre as quatro virtudes que constituem a admirável vir-

 

tude da mansidào: caridade, paciência, dedicação e afa-

 

bilidade.

 

 

 

Caridade: amor sincero, sobrenatural e ilustrado.

 

Acostumar-me a ver o que ha de divíno no próximo e

 

fechar os olhos ao que repugna ou desagrada. — Quando

 

 

 

 

 

"n t

 

 

 

 

 

SEN 'DIRECQÀO DAS ALMAS PIEDOSAS "| . 209

 

 

 

 

 

“me abeirar duma pessoa, saúdar Deus no seu coração...

 

ou o Anjo da Guarda ao seu lado... Ver nos inimigos

 

instrumentos da Providência para me purificar, santificar

 

“e provar, —e tratá-los, sobrenaturalmente reconhecido.

 

Repelir inexoravelmente do espírito qualquer pensamento

 

.' de queixa contra o próximo. — Rebater as afeições car-

 

“nais e amizades particulares, que são o dissolvente da

 

verdadeira caridade. " |

 

>` Paciência. — Calar-me e ficar socegado quando me

 

: beliscarem com propósitos e remóques ofensivos.. .,

 

“ quando mostrarem grosseria comigo... e retirar-me, se

 

precisar de acalmar a minha indignação. — Não fazer

 

queixumes, nem dirigir censuras, sob o impulso da exas-

 

peração. — Levantar os olhos para o crucifíxo quando

 

sentir esgotada a paciência. Suportar os defeitos alheios

 

“com magnanimidade..., reconhecimento... amenidade...,

 

“espírito de fé, de penitência e caridade. p

 

 

 

Dedicação. — Prestar aos outros com agrado os ser-

 

viços que desejo me prestem.

 

 

 

Afabilidade. — Ter com o próximo palavras amá-

 

veis; — observar com espírito de caridade, as regras do

 

decôro, da cortezia e da civilidade; — mostrar habitual-

 

` mente fisionomia agradável; — testemunhar estima a to-

 

“ dos; -— mostrar-me atencioso quando desabafem comigo

 

às suas misérias ; — evitar modo altivo e desdenhoso, dei-

 

- xando antes transparecer nobre simplicidade, que a todos

 

cative e deixe à vontade.

 

 

 

 

 

Prudência

 

 

 

 

 

. A prudência cristã ou discreção é uma virtude que

 

nos faz discernir e adoptar o que mais convem espiritual-

 

mente à nossa alma, e previnir contra a exageração no

 

exercício das boas obras. a P

 

| Este justo discernimento envolve várias condições :

 

` a)— conhecimento profundo das cousas divinas; b)— a

 

oração; c— a reflexão; d)—a circunspecção; e) — a

 

 docilidade. . "ur

 

 

 

 

 

! ; S y |

 

 

 

 

 

210 | DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

Importa, pois, que o penitente lance mão de todos

 

o$ conhecimentos para se ilustrar, quer lendo e estu-

 

dando obras de doutrina segura, quer assistindo a instru-

 

ções e conferências religiosas, quer recorrendo às prelec-

 

ções do director. |

 

 

 

Importa que se-dedique afanosamente à oração, con-

 

sultando Deus a cada instante, sobretudo nos negócios

 

mais importantes..., que se aplique pela reflexão assídua

 

ao conhecimento do que mais convem à glória de Deus

 

e ao interêsse pessoal..., que recorra de bom grado às

 

luzes dos outros, principalmente dos que teem a graça

 

de estado para o guiar.

 

 

 

Faga tudo com ordem e medida, evitando a precipi-

 

tação e o exagéro, até nas cousas mais louváveis, e

 

dando a cada acção o lugar que lhe compete sob o ponto

 

de vista cristão: o bem geral antes do particular... o

 

espiritual antes do tempbral... o principal antes do

 

-accessório... o necessário antes do útil. Emfim, requer

 

a prudência a circunspecção, que fará, muitas vezes, por

 

circunstâncias graves ou importantes, modificar um in-

 

tento em vias de realização... e sacrificar por motivos

 

de caridade ou outros louváveis, certos exercícios de pie-

 

dade supererogatórios.

 

 

 

 

 

Como formar o penitente nesta virtude?

 

 

 

 

 

^. — Fazendo-a desejar, dada a sua importância :

 

 

 

Eis os motivos a expender: a) Nosso Senhor disse

 

aos seus Apóstolos: Séde prudentes como serpentes...

 

pois estais como ovelhas no meio de lobos. b) São notá-

 

veis a éste respeito as advertências do Ispírito Santo:

 

«Possui a sabedoria porque vale mais do que o ouro;

 

adquiri a prudência, porque é mais preciosa do que a

 

gráta. (Prov. xvi, 16) — Possui a sadedoria, possui a

 

prudência: ndo a abandones e ela te guardará, ama-a e

 

ela te conservará. (Prov. ww, 5). — Bemaventurado o ho-

 

mem, que achou a sabedoria e que está rico de prudência:

 

melhor é a sua aquisição do que o tráfico de prata, e seus

 

 

 

 

 

BIRECÇÃO DAS ALMAS PIEDOSAS 5 XP

 

 

 

 

 

fructos melhores do que o ouro mais fino e mais depurado:

 

mais preciosa é que tódas as riquezas: e tudo o mais que

 

se deseja, não se pode comparar com ela... Os seus ca-

 

minhos são caminhos formosos, e de paz lódas as suas ve-

 

rédas. E arvore de vida para os que lançarem mão dela

 

e bemaventurado o que a não deixar. (Prov. ut, I5 e seg.)

 

— Faze com reflexão o que tiveres resolvido e não terás

 

“depois de que te arrepender. (Eccl. xxx, 16).

 

c) — Necessidade da discreção :

 

 

 

* Sem ela, a virtude degenéra em vício (Bern: Ser. 49

 

jin Cant). — A discreção é a medida e ornamento das

 

virtudes (Bern.-ib.). — Assegura estabilidade à virtude:

 

Diz S. Gregório que sem prudéncia a virtude se perde, e

 

que se fortalece com a discreção. (L. Moral. 28)..

 

 

 

 

 

gB. — Exercendo nela o penitente, mediante o exame

 

 

 

particular sôbre os seguintes pontos: entrar em si mesmo

 

antes de cada decisão para consultar com Deus: em ne-

 

gócio importante, dirigir-se junto do Tabernáculo em

 

procura de luz ou fazer uma novena nesse intuíto. — Pro-

 

ceder com socégo e nunca com precipitação. Não tomar

 

determinação alguma sob a impressão do momento, sob

 

a influência duma paixão, tal como a impaciência... a

 

antipatia... uma afeição viva, etc.

 

 

 

 

 

Simplicidade

 

 

 

 

 

É uma virtude que nos coloca na disposição habitual

 

de evitar a dissimulação e deslize que não impõe a pru-

 

dência e todo o rodeio que nos desvia do fim supremo.

 

 

 

Contrária à duplicidade e a complicações, dirige-se

 

directa e sinceramente para o fim que lhe indica a razão

 

cristã.

 

 

 

 

 

1.º—Foge de revestir-se de aparências falazes, que

 

 induzam o próximo a êrro àcérca de reais disposições ;

 

detesta a mentira, a hipocrisía, os artifícios mundanos e

 

só recorre à dissimulação, quando é absolutamente ne-

 

 

 

 

 

212 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

cessário para salvaguardar, não o amor próprio, nem mes-

 

quinhos negócios de ordem temporal, mas os supremos

 

interêsses da glória de Deus.

 

 

 

 

 

“20 — Abomina os circunlóquios. Não tem pensa-

 

mentos reservados, nem afectação pessoal, não visa a

 

preocupações do amor próprio, mas, ciosa da glória di-

 

vína, olha-unicamente direita ao fim.

 

 

 

 

 

Como formar as almas nesta virtude?

 

 

 

 

 

A. — Comunicando-lhes aprêço por ela, dada a sua

 

importância e vantagem : !

 

$

 

a) — Palavras de Jesus: «séde simples como pom-

 

bas... se vos nào tornardes como um déstes pequeninos,

 

que créem em mim, nào entrareis no reino dos céus».

 

 

 

 

 

b) — Advertências do Espírito Santo: sentí bem do

 

Senhor e buscai-o com simplicidade do coração (Sap.

 

1, I) — Deponentes omnem malitiam et omnem dolum

 

: (E Petr. m, 1).

 

 

 

 

 

`

 

 

 

 

 

- c)— Doutrina e exemplos: do. Doutor da Piedade:

 

«eu daria cem serpentes por uma pomba». — Dizia mais::

 

«para vos falar francamente, não sei mentir, nem dissi-

 

mular, nem fingir, o que é o apogéu da política. Não

 

aceitaria o mundo inteiro por dizer uma palavra falsa;

 

eu falo à antiga, como os gaulezes, simplesmente e de

 

boa té. Os meus lábios expressam sempre o meu pensa-

 

mentos». — Um dos seus biógrafos diz: «Não sabia o

 

que é a. adulação, nem promessas vãs; eram as suas pa-

 

lavras simples e chãs. Procedia com simplicidade e fran-

 

queza». | À 4

 

 

 

d) — Vantagens: a) conduz à familiaridade e inti-

 

midade com Deus, que conversa com os simples (Prov.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS ^ 813

 

 

 

 

 

m, 32). 4) abre-nos o caminho do céu: «aquêle que

 

anda em simplicidade será salvo (Prov. xxvltr, 18).

 

 

 

 

 

B. — Exercendo-as nesta virtude pelo exame particu-

 

“Jar nos seguintes pontos: p?

 

 

 

: — Nunca mentir, seja qual fôr o incómodo. Não to-

 

mar atitudes especiosas, como lisongear e bajulár na pre-

 

sença e censurar e zombar na ausência. Detestar a hipo-

 

crisía. — Não fazer promessas, nem garantir benefícios

 

sem poder cumprir. — Falar habitualmente com toda a

 

franqueza, sem ingenuidade, mas tambem sem afectação ;

 

principalmente na confissão, falar com toda a sinceri-

 

dade do coração. Ter como divisa: «faze o que deves,

 

aconteça o que acontecer». — Suprimir do viver habitual

 

todo o supérfluo. — Ter horror à afectação. — Guiar-se

 

pela máxima: «ad majorem Dei gloriam». — Recolher-se

 

 

 

 

 

adentro de si para ver se a intenção é pura e dirigida

 

para Deus. |

 

 

 

 

 

V. — DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS

 

 

 

 

 

São estas as almat/ que, tendo domado as inclinações

 

perversas da natureza, adquiriram suficientemente o há-

 

 

 

 

 

bito. das virtudes, para prosseguirem generosa e tenaz-

 

mente.na prática do bem. |

 

 

 

 

 

1.º — Para a perfeição é indispensável a rectiddo da

 

vontade, que existe quando a alma está disposta a todos

 

os sacrifícios e a impór-se todos os esforços, que com-

 

portam “as exigências da moral cristã, no seu sentido

 

mais lato.

 

 

 

 

 

2.0 — Requer ainda uma formação completa da cons-

 

tituição moral, que assegure à vontade um apoio cons-

 

tante na prática do bem. Com efeito, enquanto se não

 

estabelecer equilíbrio estável nas tendências da alma, a

 

vontade, por mais generosas que sejam: as: suas reso'u-

 

ções, fica sempre mais ou menos exposta a surprez'

 

 

 

 

 

214 Ey DIRECÇÃO DE“ CONSCIENCIA - $

 

 

 

$ à

 

retraimentos, que nào podem por forma alguma coadu-

 

nar-se com o estado de perfeição:

 

 

 

Assim, pelo terminar duns exercícios espirituais pode

 

por algum tempo realizar disposições perfeitas, mas não

 

pode por isso chamar-se alma perfeita, porque lhe falta a

 

formação necessária para imprimir consistência e persis- -

 

tência a tais sentimentos.

 

 

 

 

 

Porque ur urge tomar a peito a direcção das al-

 

mas perfeitas? . |

 

I.* — Para as precaver contra o perigo da tibieza.

 

«Qui stat, videat ne cadat». Enquanto vivermos na

 

provação e «im statu viae» temos sempre a recear dos

 

inimigos da salvação. Só se garante a perseverança, me-

 

diante muito esfôrço e vigilância.

 

 

 

 

 

2.º — Para as incitar a novos progressos.

 

 

 

Não expira no limiar da vida perfeita, a obrigação

 

de tender a maior santificação: «qui sanctus est sancti-

 

ficetur adhuc»: a) —é ainda possível progresso: «ha per-

 

 

 

feições mais perfeitas umas do que outras, diz o autor da

 

| «pratique progressive de la confession».

 

 

 

Uma alma, hoje perfeita, se continuar com fideli

 

. dade, será muito mais perfeita daqui a anos. À ,alma

 

perfeita pelo concurso persistente da graça será mais per-

 

feita do que outra menos orvalhada. A perfeição con-

 

siste no equilíbrio, a intensidade e a elevação são a me»

 

dida-do seu grau. Pode-se, pois, sôbre a terra, crescer

 

sempre em santidade, mesmo no estado de perfeito; “ora,

 

crescer em perfeição é crescer em amor, é augmentar a

 

 

 

- união com Deus. A união da graça neste mundo será a

 

. medida da união da glória no céu.

 

b) —.O progresso importa à glória de Deus, porque

 

ima perfeita que crogride, pode prestar mais louvor a

 

- do que awite :lmas im serfe:

 

 

 

 

 

y:

 

 

 

 

 

| DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS 215

 

“A que deve visar o esfôrço do Director?

 

 

 

 

 

— A congregar todas as faculdades da alma no con-

 

tacto mais íntimo com Deus.

 

 

 

 

 

 &) — A inteligência ajuizará de tôdas as coisas, se-

 

gundo a luz altíssima da fé e dados da revelação: verá

 

Deus em tôdas as criaturas. 4) — A vontade dará às suas

 

intenções uma orientação divína, perfeita quanto possível;

 

—. c = Derramar-se-ha em Deus o coração e envolverá a

 

suprema Bondade com os eflúvios ardentes dum amor:

 

puro, sempre crescente. |

 

 

 

 

 

Como efeituar esta união íntima com Deus?

 

 

 

 

 

1.º — Pela oração assídua. Na familiaridade com

 

Deus, deixa-se a alma impregnar de pensamentos e vis-

 

tas sobrenaturais e forma para si uma mentalidade di-

 

 

 

 

 

vína ; dá curso livre a todos os sentimentos bons e aper-

 

feiçõa-os com o exercício; particularmente pela oração

 

 

 

 

 

afectiva renova incessantemente as 6c MG energias do.

 

 

 

 

 

amor divíno.

 

 

 

 

 

* 2.0 — Pelo exercício da presença de Deus. — Conser-

 

seng

 

 

 

 

 

vàr-se-ha habitualmente sob o olhàr de. Deus, sentindo,

 

ao menos virtualmente, a impressão da sua presedgá, de

 

sorte à influenciar tódas as acções.

 

 

 

 

 

«Ambula coram. me et esto perfectus». Diz Rodrigues

 

a este respeito: «é uma cousa certa, que se trouxerdes

 

Deus continuamente deante dos olhos, vos tornareis per-

 

feitos.e que se aplicardes tóda a atenção à sua presenga,

 

vos podeis convencer que o.sois; porque, assim Como

 

os planetas recebem do .sol tóda a luz e virtude, assim

 

tambem os justos que são como astros na Igreja de

 

Deus, áuferem da presença do Senhor e da elevação con-

 

tírua do coração para Ele, tôda a luz com que br pet

 

 

 

 

 

no interior, a «eus. próprios olhos, e no exterior, aos

 

 

 

 

 

P A

 

 

 

 

 

216 dl DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA , `

 

 

 

 

 

ojos de los hombres, y toda la virtud que los hace útiles al

 

bien general. del mundo entero ». I

 

 

 

 

 

3,9 - Por pureza de intención: El mismo autor `

 

afirma que este ejercicio es indispensable para quienes co-

 

empezar a caminar por el camino de la virtud, por mucho,

 

más necesitado por los más avanzados, que fácilmente

 

déjelos cautivar por su jactancia. (T.I, mur ch.v). Es como

 

su importancia, dice, que se les llame «completo» el

 

acciones tomadas con esta disposición, e.warn 5. Je-

 

rónimo y San Gregorio, que es a lo que se refiere la Escritura

 

cuando hablas de los que vivieron días completos o murieron

 

llenos de días, aunque pueden haber tenido una vida corta.

 

 

 

 

 

cc 49 - Por el espíritu de fe que está arraigado en nosotros, si es así '

 

podemos decir, una mentalidad divina. nos hace pensar

 

de las cosas, no de acuerdo con el sentimiento o los datos humanos

 

de la razón, sino de acuerdo con las indicaciones y luces de la fe. Dis-

 

nos pone, también, en el amor a la pobreza, al olvido

 

de humillaciones, de sacrificios, de persecuciones, de mar

 

Tiro, etc. SW dg i

 

 

 

 

 

5º - Por conformidad con la voluntad divina.

 

 

 

Quiere lo que Dios quiere, porque Él lo quiere, dígale

 

lo quiere, en la medida en que lo quiere; aquí está el efecto final de

 

amor, última palabra de sabiduría; el secreto de los grandes

 

diez verdaderos. ¡Y!

 

 

 

El amor ya no se manifiesta, cuando solo quiere

 

complacer? ... y no es la mejor manera de complacer, de adoptar

 

¿La voluntad y el deseo del amado? ... y quién podrá

 

ser más recto y sabio que la voluntad divina, pleno

 

del conocimiento de los hechos, bajo los dictados del amor y

 

¿Sabiduría? ... Y no será para elevar y engrandecer-

 

entrar en plena participación "con el

 

"Rezo por la comunión con tu santísima voluntad-

 

al final de la tarde. | |

 

 

 

 

 

|

 

 

 

 

 

6 ° - A través de la práctica del amor. - 'Love et fac quod

 

 

 

 

 

él

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PERTEITAS Z1/

 

vis», disse Santo Agostinho. Acentos sublimes na des-

 

crição dos benefícios do amor divíno tem a Imitação de

 

Cristo: «Magna res est amor, magnum omnino bonum...

 

Amor vult esse sursum nec ullis infimis rebus retineri...

 

Nihil dulcius est amord, nihil fortius, nihil altius, nihil ju-

 

cundius, nihil plenius, nec melius in coelo et in terra...

 

 

 

 

 

Amor volat, currit et laetatur... Valet ad omnia et

 

multa implet et effectui mancipat, ubi non amans deficit

 

et pavet... Sicut viva flamma et ardens facula, sursum

 

 

 

 

 

erumpit, secureque pertransit». Pode comparar:se o amor

 

a uma fornalha, que tanto alimenta as chamas (com os

 

exercícios que precedem), como ao mesmo tempo as

 

activa: o amor vive da oração, do retolhimento, da

 

uniào com Deus e conformidade com a sua vontade, —

 

e, por repercussáo, activa tôdas estas práticas.

 

 

 

 

 

7º — Pelo exercício do zélo. O zêlo verdadeiro é

 

como um transbôrdo do puro amor de Deus. Como sen-

 

tir abrasar o coração no amor de Deus e não sentir irre-

 

sistível fórga para o ver amado?... «qui mon zelat, mon.

 

amat», disse um Santo Padre. Nada mais lógico por

 

conseguinte do que aplicar às obras de zélo as almas

 

perfeitas que dirigimos.

 

 

 

 

 

- Como exercer a alma na prática da presença

 

de Deus? | PÉ a

 

 

 

 

 

Segundo as indicações da fé e utilidade do penitente.

 

 

 

 

 

1.º — Indicação da fé. A fé mostra-nos Deus real-

 

mente presente ao homem por diversos modos: 4) em

 

virtude da ubiguidade, está Deus em toda a parte pela

 

sua essência, pela sua omnipotência e supremo conheci-

 

ment8; — 5) pelo mistério da graça habita na, alma do

 

Justo, tão realmente como reside no céu, só com a dife-

 

rença de não ser visível, de sorte que o coração puro é

 

verdadeiramente um Santuário da Divindade; — c) Gra-

 

ças à Incarnação, o Filho de Deus conversou entre os

 

 

 

 

 

AWEN

 

t

 

 

 

 

 

218. . DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA:

 

 

 

 

 

homens nos diversos mistérios da sua vida terrestre;

 

hoje, está sentado à mão direita do Padre, em corpo e

 

àlma, no mais alto dos céus; — d) — O milagre da tran-

 

cubstanciação, expressemo-nos assim, torna- Jesus Cristo.

 

real e substancialmenté presente sôbre o Altar, 'no Ta-

 

vernáculo, na Comunhão e no peito dos fieis.

 

 

 

 

 

2.º — Utilidade do penitente. a) Pode acontecer que

 

o penitente sinta uma tendência persistente, devidamente |

 

verificada pelo director, para contemplar o mistério da.

 

presença de Deus, sob certo aspecto, de: preferência a

 

outro, ou que, graças ao concurso espontâneo da imagi-

 

mação, encontre facilidade em se representar Deus a seu

 

lado dum modo sensível ou forma concreta (Vid. Rodr.

 

6.º Trat., c. 2.); — não há motivo para combater esta

 

tendência, entendemos nós, a não ser que sobrevenha

 

o perigo de ilusão. 4) — Se as aptidões do penitente se

 

não, conformam com tal método exclusivo, convem variar

 

de vez em quando, afim de evitar a monotonia, dar vida

 

nova ao exercício e prestar sucessivamente homenagem

 

aos diversos modos da presença de Deus. :

 

 

 

Mas entendémos que é para a presenga eucarística

 

de Jesus que mais deve voltar-se a nossa atenção, por-

 

que, se no Tabernáculo se tornou nosso companheiro de

 

exílio, nào foi para que O esquecessemos, mas para que

 

ficassemos com Éle Sacramentado numa união íntima de

 

vida, onde encontraremos o exemplar da vida perfeita e

 

graças abundantes para o imitar.

 

 

 

 

 

Que intenção terá a alma perfeita em tôdas

 

as acções?

 

 

 

 

 

. Evitará tóda a intenção culpdvel e empenhar.se-hã

 

em proceder sempre, sob a influência principal ou virtual,

 

de motivos' elevados de puro amor de Deus, sem excluir

 

sistematicamente os motivos imperfeitos ou os de ordem

 

puramente natural. | |

 

 

 

 

 

+

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS 219

 

 

 

 

 

Explanação: 1.º — Excluir tóda a intenção viciosa.

 

"Por mais excelente que seja uma acção, torna-se

 

culpável logo que intende, subsidiariamente que seja, um

 

fim gravemente mau ou que se pratica por motivo venial-

 

mente repreensível. Tambem não é isenta de culpa,

 

“quando voluntàriamente intervem qualquer intenção me-

 

nos recta: proceder por vanglória ou méramente pelo

 

prazer natural que se experimenta.

 

 

 

 

 

, 22 — Ihspirar-se nos motivos do puro amor de Deus.

 

 

 

O- motivo mais excelente, mais nobre e mais meri-

 

+ tório é o puro amor de Deus. «Deus agrada-me eminen-

 

temente pelas'suas infinitas perfeições; portanto, empe-

 

nho-me em causar-lhe quanto prazer eu possa, glori-

 

ficando-o e cumprindo o mais perfeitamente possível

 

sua vontade... Intenção nobilíssima, que deixa muito

 

após si quaisquer outras.

 

 

 

 

 

3.º — Não excluir os motivos imperfeitos.

 

 

 

Os motivos admissíveis, que encerram o amor per-

 

feito, são de duas espécies: a) o fim intrínseco da acção,

 

isto é, a utilidade imediata que lhe destinou a Providên-

 

cia; ex.: o fim do alimento é a conservação do indiví-

 

duo; b) o fim extrínseco, como se convencionou chamar-

 

-]he, ‚para o qual a acção não é necessáriamente ordenada.

 

 

 

Este motivo, por nós ajuntado livremente pode ser

 

natural ou sobrenatural. — Na primeira categoria ingres-

 

sam certos sentimentos honestos, muito sugestivos na prá-

 

tica do bem: a dignidade, a compaixão, etc., na segunda,

 

.os motivos seguintes que a fé sugere: temor do inferno,

 

do purgatório, dos castigos que naturalmente acarreta o

 

pecado, da mancha que êste deixa na alma, o desejo de

 

alcançar merecimentos, de conquistar mais alto lugar no

 

céu, de*atraír as bênçãos de Deus.

 

 

 

Embora inferiores em excelência, teem utilidade to-

 

dos êstes motivos e adoptam-nos eficazmente as almas

 

perfeitas. Os segundos, conjugados subsidiariamente com

 

e puro amor de Deus, comunicam às acções novo género

 

 

 

 

 

«au.

 

 

 

 

 

i

 

 

 

 

 

Ape

 

 

 

 

 

220 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA '

 

 

 

 

 

de merecimentos € proporcionam à vontade estimulante

 

preciose para a fortificar. Podem tambem os primeiros

 

estribar as faculdades no exercício da virtude e sobrena-

 

turalizar-se pela influência do amor de Deus, que es

 

admite ao seu serviço. |

 

 

 

 

 

Regras práticas para formar a intenção.

 

 

 

 

 

1º — Colocar as intenções segundo a ordem de digni-

 

dade: primeiro, o mais puro amor de Deus, depois os

 

outros motivos sobrenaturais € em último lugar os moti-

 

vos puramente humanos. Exemplo: dou uma esmola,

 

primeiro, para glória de Deus, e tambem para expiação.

 

dos meus pecados, para obter tal graça, tal virtude, para.

 

alcançar merecimentos, sem pôr de parte o prazer que

 

naturalmente sinto em aliviar o pobre.

 

 

 

 

 

. ' i

 

2º — Dar a estas intenções, à primeira sobretudo, & -

 

expressão mais precisa. O puro amor de Deus expri-

 

me-se muito claro na seguinte fórmula: «para agradar a

 

Deus!» — e encontra-se implícitamente nestoutras: «se-

 

guir o exemplo de Jesus...) cumprir a vontade de

 

Deus. ..; salvar as almas... ».

 

 

 

 

 

š A Y v k

 

3.9 — Renová-las muitas vezes. Quanto mais actual

 

e intensa for-a intenção, ccm tanto mais valor e vitali-

 

dade a faz passar ao acto.

 

 

 

 

 

Principais actos do puro-amor de Deus.

 

 

 

 

 

1.9 — Complacéncia em Deus: experimentar prazer

 

intenso em o ver glorificado. . .; rejubilar pela felicidade

 

que na sua inefável sociedade, experimentam entre si as

 

três divínas Pessõas...; sentir amplíssima satisfação pelas

 

homenagens, que prestam Os Anjos e os Santos à Au-

 

gustíssima Trindade..., pelos louvores que Lhe sào tri-

 

butados na terra.. ; conceber gózo inefável com o pen-

 

 

 

 

 

samento: das sublimes perfeições do Verbo Incarnado. . .;

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS | 221

 

 

 

 

 

; "€ as disposições da Providéncia, deliciar-se no dí-

 

. víno e

 

 

 

 

 

| ao Comparta das injúrias, ingratidões, şacrilé-

 

- gios, com que férem o Coração de Deus tantos ímpios. e

 

= maus cristãos.

 

 

 

4. o — Arremessar-se para Deus com ardor, para o

 

abraçar e possuir mais intimamente.

 

 

 

 

 

| 5.9 — Felicitá-lo, pelas suas perfeições, glória ex-

 

“terna.., cantar seus louvores.. , falar dEle com gózo...,

 

reparar os agravos com que é ultrajado.

 

 

 

 

 

6.º — Procurar a companhia e presença de Deus: ou-

 

vir com prazer as pessÓas que falam dÉle..., amar a

 

oração, a meditação e orações jaculatórias.

 

 

 

 

 

7.º — Aceitar com alegria quanto nos venha da mão

 

de Deus, até os acontecimentos mais funestos.

 

 

 

 

 

8.º — - Empenhar-se com zélo em fazer conhecer, amar

 

“e servir a Deus:

 

 

 

 

 

Observação. — Segundo Bento xiv conhece-se a ca-

 

ridade heroica pelos seguintes sinais: zêlo da honra e

 

glória de Deus, desejo de morrer para se unir eterna-

 

mente com Éle; alegria interior, exteriormente traduzida

 

por palavras quentes, inflamadas, à Seu respeito; paz na

 

adversidade; júbilo em sofrer por amor de Deus. Estes

 

 

 

 

 

'. actos, são indício de caridade heroica, como demonstra

 

 

 

 

 

. ' Lauroea (in 3 d. 22),

 

 

 

 

 

f

 

 

 

 

 

` Régras que seguirão às almas perfeitas no exer-

 

“cício do zélo com o próximo. |

 

 

 

 

 

Háo-de valutkan na salvação das almas, quer na

 

 

 

 

 

224  . DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

vida de intimidade com Deus, quer na vida de acção, ou:

 

 

 

 

 

mixta, consoante a via que lhes traçar a Providência:

 

 

 

 

 

Para trabalhar na glória de Deus pelo exercício de

 

 

 

 

 

obras de zélo, importa que a alma tenha em considera- .

 

 

 

 

 

ção as inclinações diversas (atractivos) que no seu ín-

 

 

 

 

 

timo imprime a Providéncia.

 

Esta inclinação, diz o autor da «Pratique Progres-

 

 

 

 

 

sive» é como a resultante do conjunto das disposições e :

 

aptidões: «a inclinação (atractivo), quasi nunca é um `

 

 

 

 

 

dom arbitrário de Deus, se assim podemos dizer, sem ^

 

prévio fundamento; é antes a expansão plena das nossas .

 

 

 

 

 

faculdades morais ao encontrarem:o seu objecto, porque,

 

 

 

 

 

tóda a qualidade é uma fôrça e tóda a fôrça tende por si

 

 

 

 

 

para o exercício.

 

A inclinação é o sentimento desta tendência, é a

 

 

 

 

 

atracção para o objecto que lhe corresponde...; a atrac-.

 

ção é acompanhada de gózo e éste dá ao acto a perfeição .

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

v

 

> 

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

e à faculdade a expansão; será no céu a última evolução...

 

 

 

 

 

Ld

 

 

 

 

 

do nosso ser. Favorecer a inclinação é torná-la mais .

 

 

 

 

 

operativa, é pôr ao serviço do bem as fôrças vivas da

 

 

 

 

 

nossa natureza. Sem a inclinação, aliàs o atractivo, pode

 

com certeza conduzir-nos a vontade ao mesmo terminus,

 

 

 

 

 

mas com que custo! Os actos preceituados não se sus-

 

 

 

 

 

teem senão com o esfôrço continuamente renovado. `

 

 

 

 

 

Deus, na sua Sabedoria, concede simultâneamente a qua-

 

 

 

 

 

lidade e o atractivo, em concordância mútua: e se nal-

 

guns Casos parece exigir duma alma coisas inteiramente

 

 

 

 

 

contrárias a seu gostos, (sobrenaturais tambem), é que

 

entranhou numa camada mais funda, a paixão santa do

 

sacrifício, o que tambem é um atractivo. -—

 

 

 

Ora, existem duas classes de atractivos: o da vida

 

 

 

 

 

de oração e o da vida de acção. A acção pode referir-se `

 

principalmente às obras de misericórdia, tanto corporais, .

 

 

 

 

 

como espirituais.

 

 

 

 

 

Quer se entregue à vida de oração, quer se consa- :

 

 

 

 

 

gre a obras de zélo..., quer distribua o tempo igual-

 

mente pela oração e acção, isto é pelas obras de zêlo e

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS PERFEITAS 223

 

 

 

 

 

de beneficência, pode a alma tornar-se eminentemente

 

útil à salvação do próximo.

 

 

 

. -= Pela vida de união intima com Deus pode

 

conquistar no céu influência grande e fazer caír sobre a

 

terra chuva abundantíssima de graças, que tocarão os

 

corações e hão-de preparar efeitos surpreendentes de con-

 

versão e de renovamento espiritual. — Pelas obras de

 

misericórdia corporais ha-de conciliar simpatias à reli-

 

gião, elevar até Deus uma messe copiosa de sacrifícios e

 

por conseguinte rasgar amplo caminho ao. regresso das

 

almas e-ao sen avanço para o céu... — quanto às obras

 

de misericórdia espirituais é tão visível e evidente o

 

"seu escopo, que nos dispensa de algo mais acrescentar.

 

Não se lancem no exercício das obras de misericór-

 

.dia corporais, sem que Deus as convide manifestamente,

 

as almas que possuem atractivo real para a vida de união

 

com Deus; com eféito, (já Jesus o declarou em Betánia),

 

sobreleva a tôdas a vida contemplativa, constitui a melhor

 

parte, que nào deve ser preterida (xon auferetur ab ea).

 

 

 

Por sua parte, sejam generosas e renunciadas as al-

 

mas, que teem a vocação da vida activa. |

 

 

 

Esta, prenhe de cuidados, fadigas, amarguras e de-

 

cepções, oferece ocasiões frequentes de exercer e dispen-

 

der as energias do amor; penetra e sônda os desígnios

 

. de Deus, procura a sua glória e, pois que: é vocação, é a

 

verdadeira via para o fim último. -É essencial premu-

 

nir-se contra os escolhos da vanglória e da distração,

 

pelo pensamento da vontade divína, pela fidelidade aos

 

exercícios de piedade e pelo recolhimento interior. —

 

Outras almas poderão entregar-se simultâneamente à con-

 

templação e à acção ou sEBuir, ora uma, ora outra. Per-

 

tence ao Director aplicá-las, consoante as circunstâncias,

 

à que proporcione mais glória a Deus e santificação à alma.

 

 

 

 

 

Matéria do exame particular das almas perfeitas

 

 

 

 

 

Fazer um acto de fé na Omnipresenga do Deus, no

 

' princípio da oração. Saüdar interiormente a Deus na

 

 

 

 

 

x T rd : "7 "mw ,

 

224 E DIRECÇÃO DE CONSCIENCÍA | i

 

 

 

 

 

pessÓa do próximo, ao encontrar alguem. Ao. principiar

 

um trabalho, ao defrontar com a contrariedade, recolher-se

 

interiormente e entrar em contacto com Deus. — Quando

 

o relógio bater horas, colocar-se na presença de Deus.

 

Formar o. propósito de percorrer durante o dia, com o

 

pensamento muito concentrado, ora as Chagas do Salva-

 

dor, ora as sete petições do Padre Nosso, já as catorze

 

estações da Via-Sácra, logo os quinze mistérios do Rosá,

 

“rio, ou emfim as doze horas do quadro da Guarda de

 

Honra do S. C. de Jesus, em união para cada hora —

 

com a SS.” Virgem — com S. José e os Santos — com

 

os justos da terra — com os Serafius — com os Queru-

 

bins — com os Tronos — com as Dominações — com as:

 

Virtudes — com as Potestades — com os Principados —

 

com os 4rcanjos — com os Anjos. — Estando só, acom-

 

panhar é$tes transportes da alma para Deus, com um

 

acto externo, como colocar a mão sôbre o peito, levantar

 

os olhos para o céu ou para uma imagem do Salvador,

 

fezer pausadamente o sinal da Cruz, beijar o Crucifíxo,

 

genuflectir voltado para o Tabernáculo mais próximo etc.

 

 

 

— Percorrer com o espírito duas ou trés vezes por

 

dia as diferentes expressões do amor de Deus: compla-

 

céncia, gózo, acção de graças, louvor, desejos, suspiros,

 

reparação, compaixão, condoléncia. —- Por cada consola-

 

ção recebida, fazer um acto de agradecimento e por cada

 

inquietação ou pesar um acto de amorosa resignação. —

 

Levantar o olhar da alma para Deus, no uso das greatu-

 

ras. — Purificar a intenção, na forma acima descrita, na

 

ocasião da oração ou mais vezes ainda, — Em qualquer

 

circunstância, lisongeira ou funesta, repetir do íntimo do

 

coração com S. Francisco de Sales: Deus seja bendito!

 

— Fazer tôdas as acções em. união com Maria SS."* ou

 

com o Anjo da Guarda. — Mandar peló Anjo da Guarda

 

ao Tabernáculo uma mensagem de amor a Jesus Cristo.

 

— Familiarizar-se com as orações jaculatórias. — Fazer

 

tudo com muito cuidado, sob a impressão da lembrança:

 

Deus vê-me,.. |! — Fazer a miude a comunhão espiritual.

 

— De meia em meia hora unir-se espiritualmente às

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS CRIANÇAS 225

 

 

 

 

 

missas que na ocasião se celebram sôbre o glóbo. — Ofe-

 

recer a Deus, cada dia, actos de reparação pelos pecados

 

que quotidianamente se cometem contra os mandamen-

 

 

 

 

 

tos; etc.

 

|| - DIFERENTES IDADES

 

1— DIRECÇÃO DAS CRIANÇAS

 

 

 

 

 

-A Direcção das crianças é da mais alta importán-

 

“cia e, bem compreendida, torna-se relativamente fácil.

 

 

 

 

 

a) — A quadra infantil, tem sôbre a vida inteira in-

 

fluéncia grande e quàsi sempre decisiva. Cumpre, por-

 

tanto, reprimir dêsde tenra idade, as más inclinações do

 

coração e procurar desenvolver as virtudes essenciais;

 

 prescrutar bem as disposições interiores e formar com

 

tacto e habilidade a consciência. Esboçada no lar, deve

 

ser continuada depois a tarefa, pelo concurso dos pais e

 

mestres, mas ficará ainda incompleta e insuficiente, se lhe

 

faltar o auxílio regular duma boa direcção, que estenda

 

a sua acção até ao mais recôndito da alma e do coração.

 

 

 

 

 

b)— É evidente que não pode privar-se a criança do

 

auxílio tão precioso da direcção. — A sua alma joven,

 

feita de candura e confiança, petrifica mais facilmente do

 

que em qualquer outra idade. Lance mãos à obra a

 

tempo e verá o director que com zêlo, habilidade e

 

amor, abrirá o seu coração às disposições de sinceridade,

 

generosidade e docilidade, que a tornam susceptivel de

 

direcção e a preparam para progredir. ..; temos ainda

 

que a alma.simples e inocente se inclina de bom grado

 

para a oração, e o céu violentado, fará chover saüdável

 

orvalho de graças e bênçãos. Quem não vê que tem en-

 

tão o director dos pequeninos entre mãos os elementos

 

mais comprobativos de éxito, o esfôrço e a oração? Não

 

o esqueça o padre e; alerta désde os primeiros lampejos

 

da inteligência infantil, redobre de zélo, à medida que

 

mais de perto antevê a hora da primeira comunhão.

 

 

 

 

 

13

 

 

 

 

 

22207 1; DIRECÇÃO DE CÓNSCIENCIA . e

 

oq) — É emprésa que deve prosseguir com: inteligóncia

 

e tacto. É indispensável proporcionar a direcção à 'capa-

 

 

 

“cidade intelectual e moral da Criança, sem nunca esquê-

 

cer que à Sua leviandade natural se não acomoda bem a

 

constrangimentos excessivos, nem a vigilância por de-

 

mais rigorosa. Comece por descortinar o defeito domi-

 

 

 

nante do pequenino, apresente-lho à lembrança muitas

 

 

 

vezes, interrogando-o brevemente quanto aos resultados

 

efectivados, dirija-lhe ràpida e suave censura e estimule-o

 

 

 

a prosseguir com mais ardor. Nada de discursos ou

 

 

 

exortações extensas, nem de arrazoados difíceis. A pè-

 

 

 

. quenina inteligência perder-se-ia com tais considerações, |

 

sobrevindo-lhe incontinente o enfado e a distracção, e-

 

 

 

“tornando-se éste labor de nenhum proveito.

 

 

 

“Terão mais efeito palavras simples, adaptadas, à sua

 

mentalidade, proferidas com doce firmeza: fixam estas

 

“a atenção, tocam o coração e impelem com eficácia a |

 

vontade. e '

 

 

 

= A criança é como a cêfa ; assim como um nada Ihe

 

aviva a impressão do mal, assim tambem uma leve pres-

 

são para o bem consegue enveredá-la por disposições de

 

virtude; e a razão é que sendo ela facilmente impressio-

 

nável, disputam ao mesmo'tempo o império da sua alma

 

as variadas influências a que pode estar exposta..

 

 

 

 

 

Disposições essenciais que importa cultivar no

 

coração da criança. | |

 

“1.º — O Pudor. É éste a salvaguarda da inocéncia

 

e o encanto da idade juvenil. À criança pura entrega-se

 

“como por instínto às delícias da piedade e deixa-se cati-

 

var pela beleza da virtude, que lhe façam entrever. Fa-

 

lai-lhe. de Jesus, do seu amor, das suas dôres, das suas

 

virtudes, e vereis na flama scintilante do seu olhar, que

 

ela compreende e se delícia. ..; mas, passe só a sombra

 

do vício rele sua alma « essa candura apaga-se e fenece,

 

franqueando-.« breven ste a corta ^ tedos ctos.

 

^. - -Logo lhe sopra ao ouvido uu .. | 2 a cia

 

 

 

 

 

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DIRECÇÃO DAS CRIANÇAS 227

 

| r

 

 

 

 

 

mar-lhe que se esconda e ei-la sem delongas hipócrita

 

-disfarçada e mentirosa. |

 

Luego, luego ganado por el más despótico de

 

pasiones, ¿cómo puede luchar con ventaja contra los «otros

 

defectos | | |

 

| A nadie le sorprende, entonces, que después de los escombros

 

del vicio impuro, la disposición feliz abruma al niño.

 

ciones que la hacían adorable; de ahora en adelante será

 

-traviesa y triste, desobediente y voluble; la inte-

 

., la ligereza se vuelve pesada para él y cierra su corazón a todos.

 

«Sensación tierna y delicada. Por eso vemos tan-

 

a veces niños o niñas, que eran el placer y el

 

encanto de los padres, cambie rápidamente y convierta

 

.En decepción, las mejores esperanzas que depositas en ellos.

 

ir. (¿Quién provocó un cambio tan repentino?

 

fue simplemente un vicio impuro lo que causó las catástrofes.

 

trofeo; ¡Y qué desgracia si tal desgracia no se remedia!

 

z Aquellos que tienen experiencia de almas saben cuánto es

 

más tarde, si no imposible, es difícil corregir los hábitos

 

impuras contraídas en la infancia; una razón más para

 

, para ejercer todo su celo en prevenir y prevenir el mal.

 

 

 

 

 

2º - Sinceridad. Es en educación el más pre

 

para ayudar y en la vida una constante promesa de éxito.

 

Cuando el niño tiene el amor de la verdad,

 

 

 

- cierta atención, ni el trabajo de los educadores; es fácil

 

seguirla en las evoluciones de su vida moral, corrigiendo la

 

excesos de inexperiencia y reprimiendo los tirones

 

 

 

“De las malas tendencias. La sinceridad es el camino a

 

justicia y sabemos cuánto un corazón reconcilia la confianza

 

lleno de noble franqueza; mientras que la mentira con

 

conduce a la hipocresía, el sacrilegio, la calumnia, el robo y

 

arregla por completo los planes de fuerza más hábiles.

 

ción.

 

 

 

 

 

3º - Probidad. La injusticia es un gus si

 

contra; mui fácilmente na infância e é quisi s |

 

a o incentivo. Seduzida pelo apetite de guio

 

 

 

 

 

228 DIRECÇÃO “DE CONSCIENCIA:

 

 

 

 

 

acostuma-se a crianga primeiro a pequenos Turtos 'e bem

 

depressa se familiariza com a injustiga.. Que acontecerá

 

“mais tarde? O desejo dos bens dêste mundo tornar-se-ha

 

cubiça insaciável, que^nào contida pela virtude da probi-

 

dade, perdida na infância, irá sem -escrúápulo até aos

 

maiores excessos. Dora em diante, quantos sacrilégios e

 

que risco' grave de condenação !... É certo que são tão

 

poucos os que se acusam de prejudicar ou de haver o.

 

alheio e menos ainda os que se dão ao trabalho de o

 

reparar! E portanto, desde a infância que urge prevenir

 

o mal, porque contraído nessa idade o hábito da injus-

 

tica, torna-se para o futuro quàsi uma segunda natureza.

 

 

 

 

 

4.º — A submissáo.. A obediência é uma virtude

 

para tôdas as idades; Deus a constituiu base de tôda a

 

sociedade, religiosa particularmente; mas é na infância

 

sobretudo que ela é indispensável: a inexperiência e a

 

“fraqueza fazem a criança estar em contínua dependência ;

 

como não pode guiar-se por si, reconhece espontânea-

 

mente a autoridade de outrem e submete-se, até à obe-

 

diência cega; e com efeito, o segrêdo da victoria da

 

tenra idade sôbre os seus inimigos está nestas palavras:

 

«Vis obediens loquetur victórias». :

 

 

 

 

 

Como formar a criança na virtude do pudor.

 

 

 

 

 

É tarefa delicadíssima, que demanda ífnuito tacto e

 

 

 

zelo, ao mesmo tempo. |

 

| Instruir imprudentemente a criança — ou deixá-la na

 

ignorância que beneficia o vício, são dois excessos igual-

 

‘mente perniciosos. Um silêncio sistemático, em vez de.

 

“afugentar o perigo, antes estende mais longe a influência

 

do mal. Com o pretexto de não ensinarem à criança

 

“coisas que não sabe e de não sugerir ideias lúbricas, .

 

abstem-se alguns confessores de nem sequer ao de leve

 

tocarém no pecado sensual; e entretanto brotam e alas-

 

tram talvez as más inclinações, sem receio de serem res

 

. Chaçadas...; e quando mais tarde se suspeitar da gravi-

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS CRIANÇAS 220

 

 

 

 

 

dade do mal e das proporções que atingiu, já o hábito

 

estará por tal modo radicado e escravizada a tendência

 

má, que se tornará quasi impossível sacudir jugo tão im-

 

portuno. Eis como uma falsa concepção do pudor pode

 

tornar cúmplice com o vício. — Por outra parte, no es-

 

tado actual da sociedade, a iniciação precoce das crianças

 

em todos os segrêdos da vida, parece-nos tambem um

 

sistéma exagerado, nocivo muito mais do que benéfico.

 

oe a ignorância crassa nào resguarda a inocência, antes a

 

,póe por vezes em risco, o conhecimento circunstanciado

 

e imprudente, pode provocar inutilmente perigos não

 

menos graves. Antes da puberdade, por exemplo, que

 

interêsse e utilidade podem ter as crianças em conhecer

 

as leis sexuais e procriativas ?

 

 

 

|. — Portanto, sem ensinar tudo, expliquem-se bem as

 

leis fundamentais do pudor: faça-se em termos tão vela-

 

dos que fiquem na inocência os ignorantes e tão inteligí-

 

veis que firam e despertem a consciência dos já culpa-

 

dos. - Cumpre esta missão principalmente aos mestres,

 

aos pais e aos catequistas, mas na falta dêstes, faça-o dis-

 

cretamente o director. Para que fique no justo termo

 

que preconizamos, usará de tôdas as precauções. Se pos-

 

sui o dom de interrogar, conhecerá bem depressa as ne-

 

cessidades do seu humilde dirigido e subministrará os

 

ensinamentos acomodados à sua mentalidade, ao género

 

de educação e ao ambiente. Eis algumas indicações :

 

quando o seu olhar vigilante e perspicaz comece de

 

observar que o pequenino vai perdendo daquela simplici-

 

“dade e candura, que são o apanágio da inocência, ha

 

motivo para suspeitar que não está inteiramente ilêso o

 

seu coração. É então que urgem investigações pru-

 

dentes, que alcancem a origem do mal. Pergunte deli-.

 

cadamente: com quem acompanha no jôgo..., com

 

que pessoas fica durante o sôno..., se ha pessõas gran-

 

des que o tratam com mais carinho e familiaridade.. .,

 

etc. É isto importantíssimo, porque ha infelizmente qua-

 

tro grandes causas de perversão para a infância: nas fa-

 

."mílias ricas, as amas pouco escrupulosas, nas remedia-

 

 

 

 

 

d AN AA N AE

 

ig de Y MNA Di é M

 

 

 

 

 

223007 73. DIRECÇÃO DE: CÓNSCIENCIA AX :

 

das, os criados e jornaleiros, nas pobres, a exiguidade do

 

local e a falta de camas, e 70 campo, o guardar os reba-

 

nhos e a vadiagem. Deve portanto, variar de forma o

 

questionário, consoante a classe a que pertencer a criança.

 

Se nada descobre, veja se ela pratica a sós coisas que

 

a fariam corar diante dos pais e mestres, ou só com eles

 

o sabêrem. As respostas deixarão muitas vezes perplexo

 

o confessor, equívocas umas, imprecisas outras, de sorte

 

que será temeridade levar por deante o interrogatório ;

 

“neste caso, é melhor insistir ainda sôbre a necessidade da

 

modéstia, do recato e do pudor, com os seguintes pensa-

 

mentos, por exemplo: «Deus N. Senhor ama muitíssimo

 

os-meninos modestos, que nunca saem do quarto sem

 

estarem convenientemente vestidos, que evitam olhar para

 

pessoas que estão descompostas, que resguardam os olhos

 

quando mudam de roupa e que se absteem de jogar com

 

crianças de diferente sexo. E aos que não procederem

 

“assim ha-de castigar com o purgatório ou com o inferno,

 

 

 

porque aquelas cousas são pecado, que Éle detesta sobre-

 

 

 

maneira e fazem envergonhar o Anjo da Guarda».

 

Outras vezes será fácil convencer-se da culpabilidade

 

da criança. É preciso então que a declaração seja ínte-

 

gra. E notemos que só deve acusar as faltas de que

 

está realmente culpada, isto é, que cometeu com a adver-

 

tência moral precisa. É inútil, portanto, e inoportuno

 

perguntar tôdas as circunstâncias que mudam a espécie,

 

cuja malícia não atinge e que pelo questionário viria a

 

 

 

- descortinar. .A criança não distingue a diferença especí-

 

fica entre actos perfeitos e imperfeitos de luxúria. | ^

 

 

 

Bastará, pois, que diga se cometeu acções impúras,

 

 

 

.a Sós ou acompanhada, com pessoas de família ou pes-

 

sôas estranhas, com companheiros ou companheiras, se

 

por si mesma se resolveu a praticá-las ou convidada; se

 

pensou volüntàriamente nessas coisas e falou delas, se `

 

teve olhares indiscretos, etc. > . |

 

 

 

“Advertimos ainda que não se deve tomar sempre

 

 

 

“à letra as declarações, pois acusam muitas vezes O que

 

 

 

“não cometeram: compreenderam mal as explicações do

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS CRIANÇAS 231

 

 

 

 

 

catequista ou fazem ideia errada do que lhes pergunta

 

o confessor. Infelizmente mais tarde uma curiosidade

 

lasciva as impele a provocar por uma culpabilidade simu-

 

lada, um interrogatório mínucioso, em matéria tão melin-

 

drosa; chegam até, sem os terem, a acusar pecados de

 

cumplicidade, só para se vingarem duma pessoa a quem

 

teem aversão. |

 

Esquadrinhada a consciência, urge remediar. Exci-

 

tará o pequenino à contrição sem o aterrorizar tanto que

 

- paralize de futuro a expansão e a integridade. Não deve

 

portanto usar em geral de severidade: são antes para os

 

prégadores e conferentes as considerações aterradoras.

 

Prefira-se na confissão infantil apelar para sentimentos de

 

amor de Deus, de piedade, de estima pela virtude e de

 

respeito pelo Anjo da Guarda. Depois passa-se ao pro-

 

pósito: Induzir a criança a tomar uma resolução precisa

 

e fácil de cumprir, tendo em conta que o esfórgo.a exi-

 

gir deve ser calculado na proporgào da idade e acen-

 

tuar-se na proximidade da primeira comunhão. Meio

 

excelente é prometer.a criança recitar todos os dias uma

 

oração para conseguir a virtude da pureza.

 

. Seria de lastimar que no entender da criança não

 

fôsse a confissão outra cousa senão uma fórmula de acu-

 

sação, seguida de uma exortação mais ou menos vaga e

 

banal.e depois, da absolvição, benigna e cómoda. Tor-

 

nar-se-ia assim uma formalidade monótona, vexatória e

 

fastidiosa, que o penitente alijaria dentro em ponco tempo

 

“ou converteria em perniciosa rotina; e mais tarde que

 

dificuldade para o confessor, ao empenhar-se com 'zélo

 

em fazer progredir ! | |

 

 

 

 

 

Como formá-la na piedade.

 

 

 

 

 

1.º — Deve habituar-se a criança a cuidar bem o lado

 

exterior da piedade: não falar no lugar sagrado, haver-se

 

respeitosamente diante do SS.”º Sacramento e nos ofí-

 

cios divínos, evitar na igreja movimentos de curiosidade,

 

fazer bem a genuflexão, seguir as ceremónias por livro

 

 

 

 

 

(242, x DIRECÇÃO DE CONSCÍENCIA

 

adaptado à sua mentalidade, pronunciar distíntamente as

 

fórmulas de orações, fazer bem o sinal da Cruz, etc.

 

 

 

 

 

2.0 — Auxiliar a atenção mediante certas indústrias,

 

como apontar-lhe uma intenção especial para cada exer-

 

cio, te propongo cada semana o cada mes un misterio

 

“Para considerar particularmente, etc.

 

 

 

 

 

130 - Activando el amor de Dios a través del ejercicio

 

“Of-the-Way-Sacral y la frecuencia de la Comunión.

 

~ Nota importante. El co-

 

muñón frecuente como un medio más poderoso para

 

grabe en el corazón del niño el amor de la piedad y

 

virtud. Oh

 

Cualesquiera que sean las fallas, la ligereza y la irreverencia

 

flexión, el confesor no duda en persuadir a la comunión

 

asidua, siempre que esté moralmente segura de que no hay

 

. peligro de sacrilegio. Es esta condición restrictiva del mal.

 

de suma importancia, porque lejos de ser un condón

 

por la inocencia y un “apoyo a la virtud,

 

comunión contraria, indigna, terrible veneno para

 

la vida del alma, la 'ruina de sentimientos nobles y gene-

 

rosas, que alimentan la piedad y la avivan, hasta la extinción

 

precocidad de las luces de la conciencia y la destrucción de las principales

 

energía y recursos para una buena formación. Qué

 

podemos concebir aprensiones sobre la profanación del

 

Sacramentos de los niños, es un hecho que

 

La experiencia da fe y prueba el estudio psicológico de

 

Edad temprana. | >

 

-¡Este no es un caso raro, desafortunadamente! muchos hábitos de vida

 

Los clientes contratan antes de la edad de la discreción. Donde tu-

 

tenemos la infalible garantía de que la primera comunión

 

„¿Comenzará milagrosamente? ... Y conservado hasta entonces el

 

. inocencia, hará impecable la comunión del niño, la

 

- punto de no contaminar tu alma joven para el futuro

 

"¿La vileza de la adicción?, ... El mundo actual está lleno de

 

~ peligros tan graves y frecuentes y el niño está solo.

 

¡Qué naturaleza tan inexperta, impresionable y débil! si despues

 

 

 

 

 

a

 

 

 

 

 

DIRECCIÓN DE JUVENTUD 233

 

 

 

 

 

la caída, ella tiene una conciencia tan vigilante, que se siente

 

penetrante el aguijón del remordimiento, se abstendrá de

 

comulgar sin lavar y purificar el corazón; pero cuantos

 

niños insensibles ante la vileza, que no sufren

 

vieron el horror del pecado con la leche materna,

 

¡se inquietarán ante la presencia de comuniones mal hechas! si por-

 

tanto, haciendo que se acostumbren inconsideradamente a sentarse en el

 

Mesa santa todos los días, será la rutina que tanto invade

 

oración, que los llevará a la comunión, incluso

 

el día inmediatamente después de que cometieron un acto desagradable, sin

 

Siento la necesidad de lavarme y ni siquiera hacerlo

 

ha pensado. ¿Qué es aún peor, cuando

 

'La comunión diaria es la práctica del mayor número, co-

 

familia y cuando el niño sabe que será recuperado

 

si no asiste al mes eucarístico.

 

 

 

Veja em tais conjunturas o Confessor. de quanta cir-

 

cunspecção não há mister. Sem dúvida, devemos sêr

 

partidários da comunhão trequente, mas sem comprome-

 

ter a sua eficácia maravilhosa, nem a lançar em descré-

 

“dito, por falta, na aplicação dos princípios, da virtude da

 

prudência. |

 

 

 

Não quer o zélo um ardor inconsiderado, antes para

 

ser autêntico, exige a chancela da discreção, como o su-:

 

põe o decreto «Sacra Tridentina Synodus». — Para levar

 

à comunhão quotidia proponha para cada dia da semana

 

uma intenção nova. |

 

 

 

 

 

II — DIRECÇÃO DOS JOVENS.

 

 

 

 

 

..' Porque é particularmente importante a direc-

 

ção da juventude ? |

 

 

 

 

 

í

 

 

 

 

 

I." — A mocidade é o tempo do entusiasmo. Os ge-

 

nerosos ardores que nesta idade refervem no fundo da

 

alma são energia fecunda que não podemos deixar des-

 

perdiçar, quanto mais resvalar para o mal...  Canalizá- -

 

 

 

 

 

-los antes para bem da virtude, será um prodígio. de

 

sábia direcção. |

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

> 234. i

 

 

 

 

 

e

 

(

 

 

 

 

 

P 2; SLA inexperiência fomenta na adolescência inú-

 

“meros perigos. Precisa, portanto, de socorro a joven in-

 

teligência para evitar as ciladas, 'que sob encantadôra e

 

! falaz áparéncia, encontra no caminho.

 

 

 

 

 

3.º-— Diz a Escritura: eedolbscens juxta viam suam,

 

etiam. cum senuerit, non recédet ab ea. A primavera da

 

vida tem sóbre a vida inteira repercussáo profunda e es-

 

tende até à extréma senectude a influéncia da sua orien-

 

“tação. Veja-se, por conseguinte, quanto é necessário esti-

 

 mular para o bem o ardor e a generosidade dessa quadra

 

da. vida.

 

 

 

 

 

4.º — Reservou para si o Senhor em todo o tempo as

 

primícias de tódas as cousas. Mais um motivo para con-

 

sagrar ao Criador as primícias das criaturas mais perfei-

 

tas, imagens suas e semelhanças.

 

 

 

Disposições que importa inculcar à mocidade

 

 

 

 

 

— A nobilissima paixão da pureza: é o que basta

 

e a- “preservar dos naufrágios fatais que a ameaçam.

 

Despertam impetuosas na puberdade a$ paixões; os pri-

 

meiros jactos das suas chamas imundas arremessam-se

 

» terríveis e inundam todo o ser com emanações fumégan-

 

tes, asfixiativas. Se nào se encontra no seu posto a sen-

 

tinela, para pôr embargo ao fógo, que alastra, o incéndio

 

lavrará de modo inextinguível, e serão tristes, lágubres, a

 

derrocada e os escombros, ..; e sôbre os destroços das

 

faculdades devastadas, virão batet em vão os restos da fé

 

e da religião abaladas. -

 

 

 

— Cantraria contrariis curantur. Aos ferozes im-

 

pulsos da' paixão impára oponha-se o amor nobilíssimo

 

da virtude da pureza: é entusiasta a alma na mocidade

 

e abre-se de-bom grado a sentimentos generosos... Ao

 

director, portanto, compete haver o dom e arte de apre-

 

“sentar as coisas..., de fazer entrever lá no alto, por cima

 

 

 

 

 

I .

 

+

 

 

 

 

 

i DIRECÇÃO DOS JOVENS 235

 

 

 

 

 

das estrêlas, uma virtude que scintila... uma virtude

 

que os Anjos conservam ciosamente como um privilégio

 

da sua natureza, .., uma virtude que o cordeiro imacu- .

 

lado cobre de honras e felicidade. .., que imprime aos

 

.hinos do paraíso mais jubilosa harmonia e ao triunfal.

 

cortejo do Rei da glória mais deslumbrante esplendor...,

 

uma virtude que seduz todos os sêres, o universo inteiro.

 

 

 

, E uma arte levantar os corações a regiões tão subli-

 

mies, arremessar as almas juvenís a cimos tão vertiginosos

 

e, apelando para a sua audácia, fazer vibrar no fundo dos

 

seus corações um retumbante «sursum»... Avante!

 

. conquistémos êsse tesouro, levémos até às nuvens o nosso

 

esfôrço e tragamos de lá, como troféus, as vestes candi-

 

das e fulgurantes da virtude angélica! Jovens houve que,

 

fascinados pela beleza desta virtude, viveram no mundo

 

como Anjos, apresentando aos olhares do céu e da terra

 

o espectáculo sublime, de que -o Espírito Santo faz o

 

elogio inflamado: «quam pulchra est casta generatio cum

 

claritate».

 

 

 

 

 

2.º — 0 valor. Exerce-se e retempera-se nas lutas

 

heroicas da virtude da pureza, mas necessita de mais vasto

 

campo de acção e mais tangível; necessário não é pro-

 

curá-lo muito long&... a Igreja, tão atribulada nos tem-

 

pos que correm, demanda soldados, atletas generosos para

 

"defender a sua doutrina, vingar seus direitos e dilatar a

 

sua influência. Vasta arêna, sem dúvida, para a juventude

 

expandir os seus ardores e exercer o seu valor!... Pro-

 

curem Os adolescentes lugar nestas obras admiráveis, que

 

fizeram surgir com uma fecundidade verdadeiramente má-

 

gica as modernas necessidades... Conseguirá, portanto,

 

o Director dos seus jovens penitentes, que se enfileirem,

 

segundo o talento, as aptidões, a saúde, a influência social

 

no vasto trabalho, que empreende em todos os dominios

 

que confinam com a Religião, a acção católica... E para

 

que seja durável o seu concurso, infunda-lhes na alma,

 

“não: só o ardor e zêlo legítimo, mas tambem o desinte-*

 

rêsse que se sacrifica e desprende. Não compreenderia o .

 

 

 

 

 

23600000 DIRECÇÃO 'DE CONSCIENCIA

 

 

 

seu dever de educador e de apóstolo da Igreja, o padre

 

que deixasse estiolar na inacção ou em acção egoísta, os

 

germens de actividade .e dedicação, que geralmente dis-

 

tinguem a natureza juvenil. |

 

 

 

 

 

3.º — O amor de Jesus Cristo e da Igreja. :

 

 

 

. E' éste o fóco que verdadeiramente alimenta o valer

 

cristão. Sôbre o amor de Jesus, escreveu páginas incom-

 

paráveis o autor da Imitação de Cristo, que importa leiam

 

e releiam os adolescentes. Jesus ama a juventude: intui-

 

tus delexit eum; ámem-no por sua' vez os jovens :e à sua

 

Igreja, com as chamas ardentes do mais devotado amor.

 

Este será tanto mais espontâneo, quanto mais puro fôr o

 

coração, donde transborde. E se. aprenderem a tomar

 

 

 

“gôsto pelo Evangelho, a ;saboreá-lo nos seus segrêdos

 

admiráveis! Tem páginas que cativam, levantam, dila-

 

tam e absorvem. CU TR O |

 

"Eis como, servir a Jesus Cristo e à Igreja se tornará

 

a sua mais veemente ambição, consumir nesta empreza

 

toda a energia e ardor, o mais suave e reconfortante

 

 

 

 

 

prazer! | TM

 

- MI — DIRECÇÃO DAS DONZELAS. |

 

 

 

 

 

.. Mais sentimental do que judiciosa, vassalo do cora-

 

cào mais do que da inteligéncia, tributária antes de im- .

 

pressões vivas do que de convicções estáveis, não está a |

 

“donzela bem premunida para dirigir por si mesma o seu

 

curso. . : |

 

- Se não entrega a outrem o léme da sua vida, espe-

 

ram-na as decepções, ameaçam-na os escolhos e tristes nau-

 

frágios hão-de surpreendê-la. “Mas, consciente da sua po-

 

breza e necessidade, ela inclina-se instintivamente para a

 

direcção, e é ir de encontro aos seus desejos e aspirações

 

. proporcionar-lhe um guia... Ora, o padre oferece á sua

 

| confiança os mais auténticos predicados. Homem de Deus,

 

investido da autoridade mais santa e dum prestígio dou-

 

“rinal, que cada dia mais demonstra, aureolado pelo res-

 

=- plendor da virtude, não pode deixar de impór-se à atenção

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS -DONZELAS | 237

 

da fragilidade e da inexperiência, que procura um susten-

 

táculo e um conselheiro. Por isso, a donzela, longe de re-

 

cusar o jugo da direcção, solicita-o e submete-se com en-

 

cantadora docilidade. IZ qual será o sacerdote digno e

 

zeloso, que recusará tomar as rédeas duma tal direcção?

 

Sem dúvida, é delicada a tarefa, laboriosa, e quantas vezes

 

ingrata. Mas, por árdua que seja, quem ousará alijá-la,

 

sabendo que são inapreciáveis os (frutos que podem re-

 

sultar? Não é verdade que o futuro da sociedade está

 

antes de tudo nas mãos da juventude feminina? não é a

 

“donzela de hoje que ámanhã transvasará no coração das

 

gerações novas, juntamente com o sangue das suas veias,

 

os hábitos da sua vida e os princípios da sua alma?...

 

quão grande, pois, e profunda a repercussão que produ-

 

zirá a bóa formação da mulher!... Dirigir, portanto, rec-

 

tamente a donzela nos anos da sua orientação definitiva,

 

eis para o observador atento, uma obra santa, eminente-

 

mente fecunda, digna de todo o esfórcgo e do zélo mais

 

ardente. dah

 

 

 

Para que esta direcção seja prudente e fructuosa deve

 

ser: paternal para triunfar da timidez e facilitar as expan-

 

` sões, necessárias... digna e austéra, para obstar ás tão

 

perniciosas afeições humanas.

 

 

 

 

 

. 1.0 — À donzela, naturalmente tímida, fica quási sem-

 

pre muda aos pés do confessor, que à não põe á vontade,

 

nem facilita as suas comunicações. Imobiliza-a por si mes-

 

mo o prestígio do sacerdócio, nos meandros dum certo

 

"pavor, e paraliza muitas vezes os transportes da sua con-

 

fiança. Para que ela se decida a falar abertamente, é

 

indispensável que o padre, fazendo-se. todo para todos, es-

 

queça a sua alta superioridade e demonstre uma paciência,

 

bondade e dedicação sem limites. — . A d.

 

 

 

Importa mesmo que saiba ir de encontro às confi-

 

déncias e provocá-las caridosamente, com delicadeza e arte.

 

E’ aqui que se torna necessário atender ás observações

 

que fizemos no Cap. 1, a respeito da sinceridade.

 

 

 

Em matéria de pureza, deve realmente fazer-se vio-

 

 

 

 

 

+

 

v

 

 

 

 

 

238 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

léncià a donzela, para pôr a descoberto as suas dificulda-

 

des e fraquezas. E E |

 

 

 

Um sentimento secreto lhe clama que o pudor é o

 

seu mais precioso ornamento e: instintivamente tenta dis-

 

farçar quanto possa atingir a sua integridade e a sua honra.

 

Os terrores mesmo que a fé apresenta para inspirar hor-

 

ror ao sacrilégio, nem sempre conseguem torná-la per-

 

feitamente sincera; ;% 3. 5... |

 

| Procede mais péla impressão do momento e pela im-

 

pulsão dos sentimentos mais intensos que a ocupam na

 

ocasião ; ora, como os. males presentes impressionam mais

 

vivamente do que ós da eternidade, deixa-se influenciar

 

.mais depressa pela apreerisão de que vai ser repreendida

 

e pela vergonha qué lhe inspira o declarar-se, do que pelo

 

temor dos castigos eternos; descer na estima do confes-

 

sor, que a considera, assusta-a muito mais do que provo-

 

car as. iras longínquas dum Deus invisível. Nem sequer

 

as almas que ha muito tempo vivem na prática da piedade,

 

“escapam sempre a lei tão complexa do coração femi-

 

nino. Importa, contudo arrancá-las a esta fatal tirania dum

 

amor,próprio doentio e tímido; o que conseguirá mui

 

frequentemente o confessor, quando, tendo-lhes dado tó-

 

“das as provas duma bondade calma, que nada altera e

 

 

 

„que se.compadece mui depressa em presença das misé-

 

rias humanas, as sacode fortemente pela meditagdo, bem

 

sentida, dos novíssimos, ou.aproveita um acontecimento pro-

 

videncial que as tocou profundamente : - se neste momento,

 

recorrendo às intuições do amor paternal, ou antes, ma-

 

ternal, êle consegue tocar a consciência no ponto preciso

 

e poupar à penitente abalada uma parte da vergonha em

 

se declarar, fazendo, por assim dizer, todo o esfôrço êle

 

“Só, pela habilidade em sondar delicadamente os cantos e

 

recantos do coração, o triunfo será.certo...: terá dora-

 

vante nà mão a chave dessa consciência, tão dificultosa

 

de'auscultar, e, na próxim: confissão, forte pelo resulta-

 

 

 

prosseguirá com

 

 

 

S inves*zacóes, 256 À expansão olena.

 

 

 

 

 

ue, é du adian É saco c'e ala,

 

 

 

 

 

Sa

 

cM ada e ein

 

^ondade e dc

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS DONZELAS ^N. 239

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

nestas condições, outorgue à primeira vez um inventário

 

completo do misterioso estado da sua consciência... ;

 

seria imprudente lisongear-se de conhecer a fundo quanto

 

“se passa num coração feminino, porque é muito astuciosa "

 

-a filha de Eva, e sem egual na arte de fingir e enganar...

 

Não se precipite por tanto em formar sôbre ela juizo de-

 

finitivo-e em lhe conceder plena e cândida confiariça, que

 

viria a falsear a direcção e a terminar em amargas de-.

 

-— cepções. Esteja antes na espectativa de descobertas no-

 

“vas “e surpreendentes. “x 8 em presença de revelações

 

inesperadas, seja tão senhor de si, que: não transpire da

 

sua parte nem espanto, nem atitude impaciente; seria

 

“sufocar novas declarações e reforçar o acanhamento...;

 

antes, sempre igual, paciente, bondoso e. seréno, felicite a

 

“alma pela sua sinceridade e franqueza.

 

- - Se tiver de mudar de'atitude, será sómente para se

 

- tornar mais terno e paternal, à medida "que se palace e

 

" transpirem. as ir

 

 

 

 

 

— Bondade digna. e sobrenatural. |

 

 

 

; certo que uma afeição santa dilata a confianga e

 

facilita as comunicações, mas a afeição santa há-de con-

 

 servàr muito alto os corações e nunca os desviar de Deus

 

mergulha as raízes na estima e amor recíprocos, que longe

 

. de fomentar. familiaridade e sentimentos meigos e ternos,

 

antes os dignifica e sobrenaturaliza. Como pensavam bem'

 

os Santos, pondo-nos de-sobreavizo contra os testemunhos

 

de afeição demasiado humana, a que tanto se inclina o

 

coração feminino! Por mais puras que sejam as intenções

 

_ teme sempre a prudência os laços, de malhas imperceptiveis

 

que entretece a afeição natural. Seja, sim, o confessor

 

inesgotável em bondade, mas sempre nobre e assás austéro;

 

tenha horror a carícias e meiguices e, fóra do. confessio-

 

. nário, conserve sábia distância com as penitentes, porque,

 

 

 

im do perigo, a que se expõe pessoalmente, raostrz:

 

 

 

Co-se muito humano, arrisca o prestígio sobrenatural, que

 

ex^-ce sobre os A tão santa sugestão e rouba à C

 

recção o vigor sotente que electriza as almas e as form =

 

 

 

 

 

"eS T

 

 

 

 

 

240 | DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA ^ ^ |.

 

; Md N | a A : E. j ) é |

 

 

 

em $ólidas virtudes; tanto mais: que seria um crime, uma

 

 

 

traição, desorientar as que tem' por ofício conduzir para

 

 

 

 

 

“Deus. |

 

 

 

 

 

A p tende principalmente a direcção da

 

donzela | a Po c o 58

 

 

 

 

 

A resguardar-lhe o coração, de sorte a iltbá-lo de todo

 

o contacto de impureza, a torná-lo uma fonte de ardente

 

piedade e um precioso instrumento de bem, na vida.. `

 

 

 

 

 

1.º — Dirigir os primeiros cesfórços de formação no

 

coração da donzela, nada tão necessário e difícil, porque

 

a mulher vale o que valer o seu coração. Ela não vê, ge-

 

ralmente, não julga, nào decide, nào vive, senão pelo co-

 

 

 

 

 

ração. Está toda onde tiver o coração.

 

 

 

 

 

2.0 — À. necessidade de amar, que a caracteriza, traz

 

consigo, ém tôda a idade, mas especialmente na adoles-

 

céncia, perigos lancinantes... O coração da donzela é

 

como um vulcão em actividade, onde frémem impacien-

 

tes, vagas de ternura e de afectos. i

 

* Os eflúvios de afeição que traüsbordam de dentro

 

“da sua alma semeia-os ela, ardentes como fógo, pelos ca- '

 

, minhos, que calca, perfumando-os' com as graças delicadas

 

de que lhe deu o segrêdo a natureza... Por onde passa

 

desprende uma atmosfera inebriante, que convida ao amor.

 

 

 

Nisso vemos uma disposição providencial, que faci-

 

lita a eclosão das famílias..., mas quantos perigos de

 

profanação até soar a hora de fundar um novo lar e de.

 

fixar o seu destino | porque é tal a lei da natureza decaída

 

que não podem permanecer virginais muito tempo as

 

afeições entre diferente sexo... ; elas lefantam no ín-

 

timo do'nosso ser uma efervescência lasciva tão forte e

 

importuna que não raro geram o delírio e, na ocasião,

 

precipitam no crime... É raro, de facto, recusar obsti-

 

nadamente a donzela o que com instância lhe pede uma

 

 

 

 

 

afeição apaixonada, que no seu coração, encontrou éco.

 

 

 

 

 

^

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS DONZELAS Ue DAT.

 

“E, prêso éste, é dificil não se tornar um joguete lúbrico nas

 

mãos daquele que o conquistou. A piedade, a virtude e o

 

pudor protestam a princípio com energia, mas fala mais

 

alto a voz do coração e abaía aquelas reivindicações, que

 

se tornam cada vez mais tímidas... Outrora, revoltar-se-ia

 

a sua dignidade a tal ousadía e estremeceria de horror à

 

menor aparência do mall... mat hoje, com a sua va-

 

rinha mágica, o amor fez tudo belo e radiante, os excessos

 

mais graves tornaram-se como pequenas negligências, não

 

só desculpáveis, mas até encantadoras...; quando pois

 

se asfixia assim a virtude, sob as pressões pérfidas do

 

amor, quanto é difícil Fesuscitáila | as lembranças lúbri-

 

cas como que se estamparam na região dos' sentidos e a

 

cada instante agitam os germens da volúpia. ..; repre-

 

senta-os a imaginação com, sófrega e grosseira embria-

 

“guês e descarrega sôbre a virtude novos golpes... Eis

 

então perdido, apagado para a donzela o seu mais belo

 

adôrno, o seu maior tesouro e perdidos os encantos a que

 

nem sequer resistia o Espírito Santo: «gratia supér gra-

 

tiam mulier pudorata...». Ainda que não degenere em

 

tais excessos a afeição, são contudo tristes, lamentaveis

 

os estragos nã alma; se em toda a mocidade se ocupa a

 

donzela em mendigar de criatura em criatura, cria em

 

volta de si uma atmosfera de leviandade, de vaidade, de

 

versatilidade, de tibieza, que dissipam todos os belos re-

 

cursos da idade juvenil e preparam pela loucura a inau-

 

guração dos encargos gravissimos da maternidade.

 

 

 

 

 

3.0 — Não obstante todos os perigos a que expõe a

 

“afeição feminina, abstenha-se o director de estiolar na

 

donzela a faculdade e necessidade de amar... ; atrofiar-

 

he o coração seria insulto à obra do Criador. Em vez

 

de desarraigar e.arrancar os tesouros de ternuras, com

 

que a dotou a Providência, zmporta conduzi-las a uma ex-

 

pansáo completa. Quanto melhor souber amar, tanto mais

 

se aproxima da perfeição do seu sexo e Se torna compe-

 

tente para realizar com fruto a sua missão. Ora, nada ha

 

tão próprio para atiçar e renovar estas chamas, como a

 

 

 

 

 

Y . C 45 | AR. . ' > r-

 

5. Ux I is A

 

 

 

 

 

242 '* DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

«aproximação da fonte suprema dé todo o amor. - Empe-

 

nhe sé pois em lhe inspirar uma devoção muito terna ao

 

S. Coração de Jesus e á SS. Eucaristia.

 

 

 

Ali encontrará o objecto-concreto e palpável que re-

 

clamam tão imperiosamente as aspirações da sua alma;

 

ali, poderá dilatar o coração; entranhar-se profundamente

 

nesse oceano infinito de caridade e preludiar a vida de

 

amor, forte e suave, que mais tarde lhe será de profícua

 

influência,

 

 

 

Mas, como comunicar està fervente idade?

 

 

 

Infundindo-lhe, primeiro, pela virgindade grande es-

 

tima e admiração: é bela, é sublime, ê a sua maior ri-

 

queza..., e grande estima pelas'alegrias duma vida que

 

só pertence a Deus... Dir-lhe-ha: «mais tarde a tua

 

vocação ha-de dividirite o coração, .., consagra por isso

 

até lá a Deus N. Senhor os melhores anos da tua moci-

 

dade, reserva-lhe as primícias da tua vida. Fecha os

 

olhos às criaturas enquanto não sabes a escolha que

 

has-de seguir. Um dia ser-te-ha lícito sorver a taça das

 

afeições terrenas e inebriar-te até à saciedade. Por agora,

 

sacrificando generosamente a tua natureza, contenta-te

 

com as alegrias puras do amor divíno e com as consola-

 

Tões inefáveis duma piedade fervorosa; nada ha que

 

tantas bençãos possa atraír sôbre o teu futuro, inician-

 

do-te no amor verdadeiro, terno, forte, durável e pou-

 

pando-te muitas e angustiosas decepções».

 

 

 

 

 

IV — DIRECÇÃO DOS ESTUDANTES

 

 

 

 

 

Na direcção dos colegiais e pensionistas deve exer-

 

cêr-se particularmente a vigilância do director :

 

 

 

 

 

1.º — em combater a rotina nos exercícios da piedade

 

e sobretudo na recepção dos sacramentos: da Penitência

 

e Eucaristia.

 

 

 

O instinto de imitação com efeito conduz a praxes,

 

que se convertem em hábitos, êstes degeneram em ro-

 

tina e a rotina rechaça a piedade.

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DOS ADULTOS | 243

 

 

 

 

 

zó —É preciso, nos pensionatos de meninas, pre-

 

caver contra a Jzpocrista, com que tendem, simulando

 

piedade e virtude, a captar a estima e favor dos supe-

 

 

 

 

 

riores:.. (Quanta prudência não é precisa para regula-

 

'mentar bem a frequência da comunhão |

 

 

 

 

 

3.º — Urge ser inexorável com as amizades particu-

 

Jares, verdadgiro flagelo das comunidades; destroem a

 

piedade, arriscam a virtude, peiam a aplicação ao estudo

 

e avariam tóda a obra de educação.

 

 

 

 

 

4.9 — Ingerir-se prudentemente entre mestres e alu-

 

nos, para obstar a equivocações, dificuldades que possam

 

 

 

 

 

surgir e ser inexorável com as cabalas, intrigas, conluios

 

e com o espírito de insubordinação.

 

 

 

 

 

| 5.9 — Estimular ao trabalho e ao estudo. A ociosi-

 

dade é a ferrugem da inteligência e do coração e o fer-

 

mento das disposições mais ignóbeis.

 

 

 

 

 

V — DIRECÇÃO DOS ADULTOS

 

 

 

 

 

Importa que os adultos:

 

 

 

 

 

I? observem os deveres sociais. São êstes tão

 

.descurados às vezes, que é como se não existissem.

 

 

 

contudo muito grande a sua importância. Não os obser-

 

var é lançar a desordem na sociedade, semear em toda a

 

parte a discórdia e o mal estar. Cumpre por isso Zasistir

 

no respeito à autoridade, na dedicação à causa publica e

 

aos interêsses da Religião, na benevolência com os inferio-

 

 

 

 

 

res e na prática da justiça, da probidade e da igualdade

 

com todos, particularmente com os pobres.

 

 

 

 

 

2.º — Cumpram os deveres de estado, Variam es-

 

tes consoante a profissão; importa tê-los em grande

 

conta, porque caracterizam a via especial que cada um

 

tem de trilhar, servindo a Deus, para chegar à salvação.

 

 

 

 

 

244 DIRECÇÃO DE?CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

T B vac xx

 

Querémós tratar aqui de.trés categorias especiais: a) com

 

“asspessoas que têm profissão de ensinar, insistir na vigi-

 

“lância sÓbre os alunos, na preparação conscienciosa das

 

lições ou prelecções e na necessidade de desempenhar

 

'bem a função de educador. b) — As pessoas que pro-

 

‘fossam a medicina curem em adquirir os conhecimentos

 

necessários para não pôrem em risco a saúde dos clien-

 

tes, tenham solicitude em tratar devidamente os enfêr-

 

. mos, previnam êstes da necessidade de receber, o bap-

 

tismo ou os últimos sacramentos e obstem ʻo mais pos-

 

sível às práticas abortivas ou anti-conceptivas. c) — os

 

comerciantes é necessário precaver contra a maldita cu-

 

, biça, que arrasta a fraudes, falsificações, lucros exage-

 

rados e negócios desleais. — Véle tambem por que os

 

“ estalajadeiros e taberneiros não consintam- excessos es-

 

candalosos... reuniões viciosas... divertimentos peri-

 

. gosos... e infracções às leis da. Igreja.

 

 

 

 

 

VI— DIRECÇÃO DOS VELHOS

 

 

 

 

 

Que razões nos persuadem a interessarmo-nos espe- |

 

cialmente pelos velhos, no que respeita à direcção: Em |

 

todos os tempos êles se impuseram à veneração. simpá-

 

tica do mundo e são também o: indispensável contrapêso

 

que lhe sustém o equilíbrio.. .; são o tesouro da Igreja,

 

que enriquecem com um passado de merecimentos. ..,

 

| são uma provisão magnífica de experiência e de prudên-

 

cia...; são a messe a curvar-se já deante da foice..., são

 

a preciosa colheita que o Pai de famílias vai conduzir

 

para os seus celeiros... Como desprezá-los e abando-

 

ná-los, quando podemos ainda purificar e aperfeiçoar

 

messe tão madura?! Curve-se, incline-se o Confessor

 

com ternura deante dêstes que. são hoje ruínas na terra

 

e serão àmanhã galas no céu.

 

 

 

“Chamado a socorrer tais penitentes, prapare-os para

 

assegurarem a sua entrada no paraizo. Pela aceitação

 

generosa da enfermidade, dos desgôstos e tédios, aju-

 

de-os, a completar a suprema purificação, que os isente

 

 

 

 

 

| DIRECÇÃO DAS PESSOAS CASADAS  . 245

 

 

 

 

 

do Purgatório..., a aproveitar para a peniad o resto

 

da existência, que o zempo já não aprecia... e a fazer

 

resplender para bem da Religião a auréola de prudência,

 

que os anos teceram em volta da sua fronte calva. Ha-de

 

precavé-los contra as fraquezas do seu coração extenuado,

 

obstando a que ternuras e meiguices extremas neutrali-

 

zem a bôa En da juventude, que éles tanto apre-

 

goam e encarecem... Ha-de ocupar-lhes o pensamento,

 

em Deus, na esperança do céu, na paixão e morte de

 

N. S. Jesus Cristo e numa 'devoção cada vez mais terna

 

para com a SS."* Virgem.

 

 

 

 

 

Ill - DIFERENTES ESTADOS

 

1 — DIRECÇÃO DAS PESSOAS CASADAS

 

 

 

 

 

Pontos em que é preciso insistir :

 

 

 

 

 

1.º — Deve evitar o marido: a) mau humor fre-

 

quente, repreensões e ralhações intempestivas, exaltações `

 

exageradas... à) causar à consorte resfriamento no amor

 

que ela lhe consagra; c) molestá-la e desgostar — com

 

 

 

 

 

saídas muito frequentes..., despêsas excessivas... ., abu-

 

sos de autoridade. .., demasias no beber...; com de-

 

monstrações de desconfiança, de frieza e grosseria... e

 

 

 

 

 

sobretudo com a infidelidade matrimonial. 4) principal-

 

“mente, não a arrastar à cumplicidade em práticas que

 

a natureza repudia e que são ao mesmo tempo violação

 

das leis santas do matrimónio. |

 

 

 

 

 

2.º — Terá a mulhér a peito o seguinte:

 

 

 

 

 

a) — Consagrar desvelado amor ao marido. ..;,0) —

 

cumprir suas ordens e seguir o seu govêrno e direcção,

 

aparte o caso de abuso de autoridade. ..; c) — evitar le-

 

viandades e imprudéncias que deem aso a desconfian-

 

ças...; d) — evitar desperdícios e gastos excessivos em

 

satisfazer a vaidade e sensualidade. ..; e) — cuidar pela

 

 

 

 

 

246 | DIRECÇÃO DE CONSCIÊNCIA

 

 

 

 

 

sua diligência e solicitude, em transformar o lar num re-

 

canto de paz e felicidade; f) — abster-se de modos e pa-

 

lavras irritantes, que provocam facilmente a ira e a im-

 

paciência; g) — evitar certas reflexões e queixas signifi-

 

cativas, que são provocação para infidelidade aos deveres

 

do matrimónio. à à

 

 

 

 

 

Dos pais que há-de exigir o confessor, tendo, a

 

seu cargo dirigí-los ? |

 

 

 

Que éles considerem como missão sua essencial qua-

 

tro deveres: o da educação, o da autoridade, o da vigi-

 

láncia e o da correcção. !

 

 

 

1.º — Educação. a.— Fazer Os sacrifícios necessá-

 

rios, a bem da saúde e desenvolvimento físico dos fi-

 

lhos..., evitar escrupulosamente as imprudências, que

 

possam danificar a saúde e a integridade corporal dos

 

mesmos... não lhes impór trabalhos acima das suas fôr-

 

cds. B. — proporcionar-lhes instrução consentânea aos

 

seus devéres..., ministrar-lhes -sobretudo bôa formação

 

religiosa. ., ensiná-los désde a infância, pelo bom exem-

 

pló e bons conselhos, a praticar a virtude. . +<, doutriná-

 

-los com admoestações sóbrias, mas persuasivas, instan-

 

“tes e cheias de unção. c. — Preparar-lhes posição social

 

conveniente, de harmonia com a primeira educação e

 

classe da familia,

 

 

 

 

 

| 2.º — Autoridade. a. — Não dêem margem a de-

 

sobediéncias com ordens incongruentes ou contrárias à

 

consciência. B. — Mandem pela forma que mais firmem .

 

a obediência: a) com firmeza e autoridade, sem dureza

 

entretanto, nem rigidez, de sorte que os filhos compreen-

 

dam que teem de se submeter e lhes é impossível insu-

 

bordinarem-se; b) — Com sangue frio e bondade, para

 

fugirem de os maltratar, de lhes perderem o afecto e

 

para não azedarem o carácter; c) com fôrçae perseve-

 

 

 

 

 

rança, sem abdicarem em face dos caprichos ou resistên-

 

a : a |

 

 

 

 

 

: ao

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DOS CELIBATARIOS “247

 

 

 

 

 

cias infantís. c. — Sancionem o mando: a) reprimindo

 

qualquer desobediência, com energia nos casos graves...,

 

com justa proporção do castigo para a falta... com guie-

 

tação, para nào cederem à ira e à impressão do mo-

 

mento, deixando transparecer em tudo os sentimentos

 

duma afeição recta e verdadeira, que corrigindo não visa

 

senão ao bem dos filhos..., com habilidade e .rectidáo

 

“atendendo ao temperamento e mais circunstâncias. Db) —

 

estimulando a obediência, com palavras e incitamentos,

 

com provas de afécto e de tempos a tempos, com remu-

 

nerações.

 

 

 

 

 

3.º — Vigilância. a)--. Nunca abandonem as crian-

 

"-Ças a si mesmas, particularmente nas circunstâncias de

 

“perigo para a fé ou para a inocencia; 4)-— não as con-

 

"fiem. a pessoas estranhas, que não sejam de virtude com-

 

provada, ou que não tenham a graça de estado para as

 

formar. c) — Não as esqueçam, nem percam de vista.

 

4. o — Correcção. Importa: a) — reprimir pronta-

 

i mente, logo que despontem, as más inclinações, em par-

 

ticular a imodéstia, a mentira, o furto, a gula: e castigar,

 

se não bastarem as repreensões; 4) — escolher o castige

 

em proporção com a gravidade da falta e o tempera-

 

mento da criança; c) — Não castigar com arrebatamen-

 

tos nem com transportes de zzz ou màu humor.

 

 

 

 

 

il — DIRECÇÃO DOS CELIBATARIOS

 

E | Combater néstes:

 

 

 

 

 

.— 0 egoismo. Revela-se éste por várias formas:

 

a) k avareza. Enquanto por um lado os que são pais

 

teem para o fim da sua vida a contar com o amparo dos

 

filhos, cuidam os celibatários, privados de tal garantia, de

 

angariar para a velhice pecúlio e recursos, a que possam

 

ater-se. O receio de se verem sós e abandonados no de-

 

‘clinar da vida, leva-os a amontoar economias, instinto

 

 

 

 

 

!

 

 

 

 

 

248 4.  . DIRECÇÃO DE CONSCIÉNCIA -

 

que não poucas vezes degenera-em: sórdida avaréza...;

 

„e quanto esta tendência endurece o coração! 5) pelas

 

preocupações excessivas com a saúde. Pelo afecto mútuo,

 

“que reparte o amor dum para o outrc, desaparece ordi-

 

:náriamente esta solicitude entre casados, mas o celibatá-

 

.rio concentra em si mesmo quanto é afeição e sente-se

 

levado a tomar pela sua pessoa uma atenção impaciente |

 

e aflictiva; acontece depois qué qualquer anormalidade |

 

o inquieta...: uma simples indisposição o aterra..., oS.

 

mais leves sintómas tomam. proporções volumosas..., e.

 

.daí aos cuidados e apreensões, que os cobrem de ridí-

 

. culo e fazem um ídolo do seu corpo, é pequena a distân-

 

cia e tambem são poucos os que a nào transpõem !

 

 

 

 

 

2.^—0 desabrimento ou azedume. A maior parte

 

“das mulheres celibatárias são-no por resignação. E com

 

pezar que suportam o «veredictum» do mundo, que não

 

lhes proporcionou fundarem um lar. Contra o sexo que

 

as desprezou acumulam venénó e não perdoam o menos-

 

prêzo a que foram votadas; quanto às rivais, que mais

 

felizes conseguiram fixar-se, olham-nas com cíúme e aver-

 

são. .; são, dum lado decepções, do outro -corroída in- |

 

vejal,.. - É tudo isto o bastante para azedar o coração,

 

afiar a lfágua, viciar a vida, corromper o carácter e tor-

 

. ná-lo insuportável. | | 7 85

 

3.º— O sentimentalismo. Privados das ternas afei-

 

ções da familia e não as compensando com o amor de .

 

Deus, córre-lhes o coração loucamente atrás das criaturas

 

e ousa até fixar-se em pessoas, que Deus reserva unita-

 

mente para Si. Ou então, desiludidos, voltam-se tardía-

 

mente para.a piedade, onde procuram mendigar consola-

 

ções. sensíveis, e, se lhes falta verdadeira direcção, cáem

 

quási sempre num sentimentalismo miserável; nas estrei-

 

tas veredas duma piedadé mesquinha e rotineira, quando

 

nào acabam por despenhar-se nos desfiladeiros extrava-

 

gantes do histerismo. : à |

 

 

 

 

 

!

 

i

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DOS CELIBATARIOS 249

 

 

 

 

 

4.o -- Caprichos e quimeras. Frustrados nas ar-

 

dentes esperanças das suas ateições, acabam talvez por

 

maldizer o mundo e por deixar atrofiar completamente o

 

coração. ..; resignam-se então, na impossibilidade de

 

ascenderem mais alto, a enveredar as suas afeições para

 

-os- seres inferiores: uma ave, um cão, um cavalo; um

 

animálculo qualquer, não só prende e cativa o seu cora-

 

ção mas. torna-se. até o centro do seu.viver. E ei-los

 

por fim ilaquiados nas malhas dos caprichos e manias,

 

que tornam tão ridícula a sua vida e tão mesquinha e

 

ignóbil a sua existência.

 

 

 

 

 

Como há-de o Director obstar a tôdas estas

 

desordens?

 

 

 

 

 

I.o — Inspirando ao celibatário um abandôno piéno

 

 

 

nas mãos da Providência.

 

 

 

Persuadir uma alma de que Deus não deixa ao

 

| "abandómo os que filialmente confiam nÉle, é com certeza

 

"inmunízala contra la adicción a la codicia.

 

 

 

 

 

2o - Cultivar en su corazón una ardiente y sólida

 

piedad, que te transporta enteramente a Dios y a la

 

ata a salvo de la profanación en tus afectos.

 

 

 

 

 

(009 ^ - - Lo insté vigorosamente a hacer obras de caridad

 

"e: zelo, para que salga de sí mismo, para usar

 

el bien de su actividad, y sustraerse de los obstáculos con tanta frecuencia

 

caliente de murmuraciones, chismes y preocupaciones.

 

acciones inoportunas, una vida preciosa, que no se absorbe.

 

vida por los cuidados y contratiempos de la gobernanza

 

familia.

 

 

 

 

 

: 4 - Sugiera un profundo amor por la virginidad y

 

- gran aprecio por el celibato cristiano. |

 

 

 

 

 

REY iW PS ig

 

 

 

 

 

230 m | DIRECCIÓN DE RESTRICCIÓN

 

“UNA — DIRECCIÓN. DE SACERDOTES

 

 

 

 

 

“Contra lo que erige hay. 0. Director. para prevenir

 

y salvar las almas sacerdotales?

 

 

 

 

 

Io - Contra las relaciones dri PO Estos son

 

| la trampa principal, en la que los esfuerzos del infierno tratan de

 

para sorprender la virtud sacerdotal. `San Agustín vio

 

para eclipsar virtudes que parecían tan sólidas como las del

 

grandes santos. Así que no puedo temblar de miedo.

 

“De quienes viven en asiduo contacto con el

 

¡plataforma! En dos momentos de la vida esto es particularmente

 

más grave: a) Los primeros años del sacerdocio están circulando

 

plagado de obstáculos.

 

 

 

Enamorado de la virginidad, 1 por la virginidad corre

 

instintivamente el joven sacerdote ... A través de las nubes -

 

desde la abstracción, vislumbró esta virtud encantadora y su

 

magia misteriosa cautivó su corazón. juró amarla y

 

"da tu vida por ella ... Pero, recién salido del asilo, en

 

que llevaron a cabo su formación. sacerdotal, siesta

 

virtud en su forma concreta, aún más bella, más su-

 

blime .. - Véalo reflejado en tantos rostros jóvenes y llenos

 

de candor e inocencia, y particularmente encarnado en el.

 

 doncella virtuosa. ¿Quién no ve el peligro de caer?

 

en estas visiones vertiginosas, que arrestan, cautivan, enredan.

 

seducen y seducen! Perversidad y caducidad del corazón

 

¡humano! la admiración y la simpatía abrumadora degeneran

 

rápidamente y dar rienda suelta al enemigo para iniciar a.

 

su nefasta obra; por qué, bajo la bruma de los afectos que

 

depravado, ¿con qué frecuencia se metamorfosea el corazón?

 

de un ángel a un diablo! Tanto más que la hija de '

 

Eva 'sobrevive en mentiras y falsas apariencias. Cuándo-

 

A veces logra mantener cautivo el reflejo de la virginidad,

 

sin conservar la virtud.

 

 

 

. Y sucede que donde «creímos ver ángeles de luz, sé.

 

nos encontramos con espíritus oscuros, enmascarados y pérfidos- ''

 

mente transfigurada ... |

 

| "Abeirar.se déles é morte quàsi certa... : O perigo

 

 

 

 

 

' DIRECÇÃO DOS SACERDOTES oe

 

 

 

 

 

existe em tôda a parte, é, porém, maior nas cidades,

 

onde o inferno se empenha sem organs em desvirtuar a

 

pessoa do padre.

 

 

 

B) Perigos terriveis podem surgir na idade LE T

 

: "Quaado a natureza, após o seu pleno desenvolvimento,

 

sente a proximidade da senectude, nào admira que vio-

 

* Jentas convulsões a venham abalar.

 

. Xe Parece que então se lhe impõe com violência deses-

 

. perada o instinto da conservação da espécie e a intima

 

com: insolência a pagar o seu tríbuto à consolidação da

 

 

 

 

 

- humanidade. “A carne revolve tôdas as energias e

 

 

 

 

 

D k salta a almà com a mais cínica violência: É a hora dos

 

; grandés combates e dos gloriosos triunfos, prelúdio da

 

í doce acalmía e paz inalterável da velhíce. Mas, enquanto

 

.dura.a luta, quanto importa vigiar e'combater com de-

 

- nodo, bem como repudiar as relações imprudentes, que

 

. daríam 'ao inimigo terrível vasto campo de acção. e de

 

! perversão | |

 

 

 

| Para todos é necessária a RE e e em tôda a

 

; idade; mas que dizer do levita que nos anos'da infância

 

e adolescência houvesse pago forte tríbuto à mísera pai-

 

 

 

 

 

xão da concupiscência! E verdade que, graças à influência .

 

 

 

 

 

- santificante do seminário,” poude reconquistar na ponta

 

“da espada a graça duma castidade, perfeita, mas, liberto

 

. por fim da disciplina potente da vida de comunidade, em

 

^ contacto quotidiano com e mundo, repleto de .ciladas,

 

 

 

 

 

nào sentirá acordar de novo o estímulo. da carne e das.

 

 

 

 

 

= ruins paixóes?... Nào irá o fogo amortecido, mas la-

 

 kénte.sob a cinza, incendiar-se de novo e levantar um

 

'espeso vórtice de humo, capaz de sofocar incluso a los más ...

 

 

 

 

 

¿Lees virtud? ... Cuánta prudencia y vigilancia hay

 

 

 

 

 

señor el ministro de Jesucristo! .. usted

 

 

 

 

 

; 4? - Contra un porte excesivamente mundano.

 

El deseo de la Iglesia en este punto claramente rastrea el

 

Concilio Tridentino en estos términos: «Decet omnino cleri-

 

“Cos in sortem Domini vocatos, vitam moresque sucs

 

omnes componere ut habitu; gestu, incessu, sermo-

 

 

 

 

 

[

 

1

 

I

 

I]

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

292 17 DIRECCIÓN DE CONCIENCIA

 

 

 

 

 

aliisque omnibus rebus- nisi tumba, moderatum acre

 

 

 

 

 

Jigione plenum praese ferant '. , Esta gravedad, im-

 

 

 

 

 

gnadah hacer. espíritu de religión, del que hablas. el Ayuntamiento,

 

debe ser un rasgo distintivo en la vida de quienes eligen

 

 

 

 

 

volviéndose hacia el Señor en busca de patrimonio, se alejaron y se separaron.

 

 

 

 

 

raro en el mundo; no admite costumbres dudosas ni

 

Irívoros, modales extravagantes, lenguaje desenfrenado.

 

rada,; chocarrices, volubilidades de cabêça e de olhar,

 

andar -afectado, modos bruscos é pretenciosos. A gravi-

 

 

 

 

 

dade sacerdotal é antes o reflexo duma alma tranquila e

 

-serêna; senhora das suas impressões, alimentada por sån-

 

tos e aústeros pensamentos, prudente e reflectida. Gran-

 

 

 

 

 

muitos escolhos do mundo. : : | |

 

Pelo contrário, uma vida dissipada, frívola e mun-

 

 

 

 

 

geia ao padre simpatia.e confiança e resguárda-o contra

 

 

 

 

 

dana, faz desaparecer de diante dos olhos o homem de

 

 

 

 

 

Deus^e quebra as balizas àlem das quais devia sempre

 

abrigar-se a virtude e piedade sacerdotais...; valerá ao

 

padre talvez simpatias humanas: entusiásticas, -populari-

 

dade mesmo e a ilusão de fecundo apostolado, mas o

 

bem produzido será o mais: das 'vezes fantástico, fictício

 

e falho de base sólida. Para exercer sôbre as almas uma

 

influência profunda e eficaz deve b padre ficar sempre tal

 

como o designa S. Paulo: o homem de Deus, o alter ego

 

de Jesus Cristo. SO pu

 

 

 

 

 

3.0 — Contra a perda de tempo. São imensos os

 

prejuízos e perigos que ocasiona a preguiça e preciosos

 

 

 

 

 

os instantes duma vida consagrada ao serviço de Deus e

 

ao bem das almas. O bom emptégo do tempo imuniza

 

o padre contra os escolhos. da ociosidade e “adestra-o

 

para o desempenho cabal da sua missão. E verdade que

 

pode êle aos olhos do mundó passar por muito regular e

 

irrepreensível, sendo aos olhos dé Deus e da Igrejà um

 

servo inútil e indigno: para os fieis, em geral, dizendo

 

missa, ensinando o catecismo, visitando os enfermos e

 

 

 

 

 

ouvindo: algumas confissões, paréce que cumpre: o seu

 

 

 

 

 

dever é leva como deve a vidá de' ministro de Deus, mas,

 

 

 

 

 

A

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DOS SACERDOTES ^e. ARE

 

 

 

 

 

“além de tudo isto, quanto tempo poude perder..., tempo

 

. precioso que devéra aproveitar e de que dará estreitis-

 

sima conta! Ora, para ser bem empregado, deve o

 

> tempo distribuir-se judiciosamente pelos exercícios de pie-

 

“dade, trabalhos essenciais do ministério sacerdotal, obras

 

e zélo e caridade, estudo e descanso. Não pode ser arbi-

 

“trária esta distribuição, ou feita a capricho, consoante a

 

impressão do momento, mas há-destraçá-la de antemão,

 

.com pêso e reflexão e consigná-la num regulamento,

 

- com a chancela do Director. |

 

- ^. Disposições fundamentais que no coração do

 

É Paare, seu cliente, deve radicar o Director espi-

 

ritual. | i

 

 

 

 

 

| 1.º — O desejo da santidade sacerdotal. Nobrêza

 

obriga, como sóem dizer! A vida do padre devê pois

 

harmonizar-se com a grandeza das funções que desem-

 

“penha. | |

 

—. . Como é triste e desolador ver um encargo sublime

 

desempenhado por um perverso, ou sômente medíocre !

 

Estólida coisa! prerogativas divínas nas mãos dum indígno

 

you à mercê duma alma vulgar! - Tantó mais que o padre

 

*deve ser o modêlo e exemplar para o rebanho que tem

 

confiado. Há-de ser, pois, a sua vida um reflexo da

 

doutrina do Mestre. Importa que os fieis vejam nas suas

 

 

 

+ acções, muito mais do que nas palavras, a norma de pro-

 

 .cederem, «forma facti gregis».. | Demais, as bençãos que |

 

já Deus lhe há dispensado, predilecções, prerogativas,

 

 

 

. tantos benefícios e graças..., como há-de pagar tão

 

grande dívida, senão aplicando-se à santificação do seu

 

viver e mostrando-se digno quanto possível dos privilé-

 

gios e dons que recebe constantemente! E como Deus

 

usa servir-se dos santos para operar no mundo grandes

 

prodígios de santificação, tornará o padre mais fecundo

 

 

 

e fructuoso o seu apostolado se se empenhar com tôda a

 

alma em se santificar. Não perca de vista que a santi-

 

dade sacerdotal tem o seu código particular; tem um

 

 

 

 

 

a SE E AE :

 

254 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

ideal muito. elevado é exigências muito amplas. Ás leis

 

gerais da perfeição cristã, acrescem as obrigações parti-

 

culares; a par dos devêrês fundamentais que assentam

 

no Decálogo, ha o ónus grave das virtudes eclesiásticas.

 

Dão-lhe por isso fisionomia especial as /eis canónicas e as

 

prescrições litúrgicas. A castidade perpétua libérta-o dos

 

cuidados e encargos, que arrefecem o fervor e compri-

 

mem o zêlo. No convívio íntimo com a Divindade en-

 

contra vigoroso impulso para cumprir os seus devêres e

 

elevar-se a alta perfeição. Importa, pois, não esquecer,

 

na direcção, êstes princípios e dar à santidade eclesiás-

 

tica a orientação que' lhe “é própria e uma envergadura

 

âmpla e magnânima. |

 

 

 

 

 

2º — 0 amor da Liturgia. É um tesouro a litur-

 

gia católica |... mosaico admirável de orações, preceitos

 

e exemplos, que a alta sabedoria da Igreja: argamassou

 

com arte inegualável e que constituem para a alma uma

 

satisfação plena de tôdas as suas aspirações. O alimento

 

divíno da piedade tem-no, em dóses comedidas e pru-

 

dentes, tão sabiamente distribuído, que a alma e os seus

 

apetites se saciam inteiramente, sem vislumbre de enfado

 

ou fastío. O lirismo, os arroubos de eloqüéncia, as altas q

 

espéculagóes da filosofia, as nobres aspirações duma só-

 

bria piedade, entremeiam-se nas suas páginas tão caden-

 

ciadamente, que nelas se delicfam o poeta, o orador, o

 

filósofo e o asceta. , Aparecem-nos, ora o Espírito Santo;

 

o divíno Mestre, a Igreja, ora os Santos Doutores do

 

cristianismo, os heroís da santidade, que veem cada qual

 

por sua vez, insuflar na alma os mais belos sentimentos,

 

as resoluções mais santas.: Ouvem alí os principiantes as

 

reflexões austeras e as advertências graves; que infundem

 

santo terror. ..; desviam assim do pecado e retiram do

 

vício. Os progressivos vêem passar deante dos olhos su-

 

gestivos exemplos, que o instinto de imitação lhes leva a

 

seguir e que arrastam a, alma ao exercício: das mais

 

admiráveis virtudes. Os gerfeitos sorvem a longos tragos

 

O amor mais puro, impulsivo e prófundo. Digno de cen-

 

 

 

 

 

“DIRECÇÃO DOS SACERDOTES r 255

 

 

 

 

 

sura é pois o padre que menospreza influências tão salu-

 

tares da santa liturgia. Seja, portanto, a oração da

 

Igreja, a piedade da Igreja, a base da sua piedade, o ali-

 

mento primacial da sua devoção. Coopere nésse exercí-

 

tio todo o seu ser: o córpo, a alma e o coração; reco-

 

menda-o a Igreja com três palavras duma concisão sábia

 

¿€ lüminosíssima: digne, attente ac devote. a) — Digne:

 

Deve ser exacta a observância das rubricas. Cuidará o

 

Director porque o discípulo as estude, as assimile e as

 

recorde frequentemente. Não são elas objecto muito

 

“próprio para leitura espiritual ou para penitência sacra-

 

mental? Como seria oportuno no retiro de cada mez,

 

fever as regras e prescrições Jitárgicas, pois não repetem

 

mesmo cada dia os bons cristãos o texto dos manda-

 

mentos? Mas éste conhecimento adquire o padre, não

 

. para fazer alarde de erudição e satisfazer a sua vaidade,

 

mas para conformar com as prescrições o seu porte e a

 

sua vida. É à teologia moral e aos Doutores da Liturgia,

 

que compete computar a gravidade das transgressões,

 

mas o padre pio e interior conduz-se mais pelo espírito

 

de docilidade e desejo de perfeição, do que pelo temor

 

de incorrer nas pênas eclesiásticas ou divinas. Tem êle

 

sempre em vista executar bem tôdas as cousas e particu-

 

larmente às funções sagradas; sabe que pràticamente a

 

única nórma de rectidão é a direcção da Igreja, que o

 

Espírito Santo governa; por isso é que exerce os actos

 

litúrgicos, não segundo as suas preferências e modos de

 

vêr, mas segundo as regras sagradas da Liturgia. b) æt-

 

tente. — Para tirar proveito da escola de perfeição, que é

 

a Liturgia, .cumpre prestar.lhe tóda a atenção. Pode na

 

aula esforçar-se até ao cansaço o professor e exibir sá-

 

bias e elevadas explanações, mas será tempo perdido se

 

não prestam atenção os discípulos. Por conseguinte, fi-

 

xará o padre tôda a atenção no sentido das ceremónias

 

e palavras litúrgicas, compenetrar-se-há do espírito da

 

Igreja para saborear até à medula o significado dos tex-

 

tos sagrados; serão abôno e garantia da sua atenção a

 

inteligência dos Livros Santos e escritos dos autores

 

 

 

 

 

e, AERA a: A PA e ou aps 0 M oa

 

256.5. à DIRECÇÃO DE “concrete CRE a

 

 

 

 

 

eclesiástiõos, a preparação cuidada pára'* ^s- fincoês: sagra-

 

“das, o recolhimento habitual, a meditação, a. vigilância

 

em remover as circuntáncias de tempo e de lugar, que

 

“absorvem o espírito e dissipam a alma. c)— Devote. —

 

A atenção prepara a devoção ealimenta-a, sem. se con-

 

fundir com ela. A devoção essencial só exige uma von-

 

tade generosa, pronta a entregar-se a Deus ; mas só é

 

 

 

completa quando entra em exercício, acompanhada de

 

sentimentes, que partindo” do córação, agitam e abalam

 

as faculdades sensíveis e transportam todo o sér aos cu-

 

mes elevadíssimos do sobrenatural. ' Supõe esta devoção

 

uma alma que combate, se calota, reflete e medita. `

 

 

 

 

 

3^ À Fidelidade na. meditação. Deve cada dia |

 

ter O padre tempo determinado para' a meditação. Sa-

 

cerdote algura, diz Pio x, pode escusar-se, sem incorrer

 

no anátema de negligente e pródigo do bem da sua alma,

 

de fazer assíduamente a meditação. Quando razões espe-

 

ciais Oo» não impeçam, utilíssimo seria tomar como téma

 

dela os ofícios litúrgicos de cada dia. Obsta assim ao

 

capricho na escôlha “do assunto, mostra deferéncia.e res-

 

peito para com a Igreja, inícia-se melhor no conheci-

 

mento da Liturgia, prepára-se com mais fervôr e edifica-

 

ção para o desempenho das suas funções, presta à pie-

 

personal ity excelente comida y obtiene todos los

 

ejercicios diarios (oficio divino, misa y meditación)

 

converger: para el mismo y único objeto. Que tan fuerte,

 

La presión sobre la vida del sacerdote no debe ejercer esta

 

concentración de todos los ejercicios en uno y el mismo

 

Asumo L

 

 

 

 

 

40 — Dignidad sacerdotal. "Hacia el

 

sacerdotes, sería una falta grave olvidar este sentimiento,

 

que de hecho tiene derecho al lugar de honor. Además del prestigio

 

giorde que cubre el sacerdocio, tiene una influencia particular

 

en la sociedad, es un maravilloso agente de edificación,

 

un estímulo para la perfección y supone un todo. en

 

virtudes. que mantiene en continuo: actividad. |

 

 

 

 

 

DIRECCIÓN DE SACERDOTES 0257

 

 

 

 

 

a) - Nimbado por una aureola de dignidad, el sa-

 

El sacerdocio atrae la veneración y la confianza de los pueblos. Está dentro-

 

discutibles, las apariencias ejercen una influencia fatal.

 

sobre la opinión pública. Normalmente se juzga al sacerdote

 

por la presentación externa y prácticamente medir la excepción.

 

indulgencia del sacerdocio por la soga de la gloria con la que

 

faja; por tanto, cuando el mundo encuentra que el sacerdote

 

 

 

& Presenta algo trivial y vulgar, confunde en un

 

El sacerdocio y la persona que lo encarna es una miseria común.

 

 

 

Si, por el contrario, la figura del sacerdote aparece sin

 

puesto en una imagen de honor y divino, opera en los espíritus

 

.una transformación admirable, en la que la idea del sacerdote

 

.docio está indisolublemente unido a la idea de majestad y

 

sublimidad; y respeto por la Religión y el sacerdote im-

 

 

 

 

 

se pone, con irresistible necesidad, a los pueblos cultos y

 

deseducado.

 

 

 

 

 

b) - Se funda el sentimiento de dignidad sacerdotal

 

en la conciencia, que el sacerdote tiene del excelente lugar que

 

ocupa en la sociedad sobrenatural, como representante de

 

Deus e ministro de Jesus Cristo. Como homem de Deus,

 

êle compreende que deve dignificar o seu mandato e con-

 

servar-se à altura do munus glorioso que lhe foi confiado.

 

 

 

& lal mentalidade supõe vistas alevantadas, nobrêza de

 

sentimentos e muito espírito de fé. Não pode portanto

 

abrigar-se senão no padre de vida interior, que, com a luz

 

sobrenatural, se habituou a ver as coisas com espírito de

 

fé, independentemente das visões turbulentas que pro-

 

porcionam o amor próprio e os preconceitos mundanos.

 

 

 

|. €)— Para conservar todo o brilho da sua dignidade,

 

deve o padre recorrer a um número importante de virtu-

 

 

 

“des: & a humildade, que fascinada pela sublimidade de

 

 

 

Deus, cujo espírito inunda a alma sacerdotal, esquece a

 

própria personalidade, para só engrandecer ao Senhor;

 

é a castidade, que remove as mais léves nódoas e repéle

 

os mais pequenos golpes, até ocultos, das paixões ignó-

 

beis; é a caridade, que corta os propósitos desdenhosos

 

 

 

 

 

17

 

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

w qe

 

-> '

 

 

 

 

 

258 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA : ` E.

 

 

 

 

 

do egoísmo; é particularmente a mortificação, sob tôdas

 

as formas, cuja influência mantém à altura da excelência

 

sacerdotal todo o seu porte e todo o seu viver.

 

 

 

 

 

IV — DIRECÇÃO DAS RELIGIOSAS

 

 

 

 

 

Que fim principal deve ter o Confessor na di-

 

recção das religiosas ? | |

 

 

 

Conseguir três coisas: fidelidade perfeita aos trés

 

votos (pobreza, castidade e obediência), recolhimento e

 

observância da Regra.

 

 

 

a) —Os votos constituem a essência da vida religiosa.

 

Observando-os, faz-a religiosa” uma completa imolação de

 

si mesma e de todos os seus haveres e suprime os prin-

 

cipais obstáculos que desviam de Deus,. centro da perfei-

 

ção. A pobrêza rebate a cubiça que escraviza tantos

 

infelizes, porque faz renunciar por amor de Deus aos

 

bens déste mundo. A castidade faz triunfar da concupis-

 

cência e sacrifica os prazéres sensuais legítimos, pela re-

 

nuncia às consolações da família. A obediência refreia a

 

vontade, esmaga o orgulho e faz a Deus sacrifício do que

 

o homem possui de mais precioso, a liberdade. Quem

 

não compreende que os votos religiosos são remédio

 

precioso contra as três concupiscências e sacrificam no

 

altar da glória de Deus, os bens da terra, as satisfações

 

dos sentidos e a independência da vontade?

 

 

 

 

 

b) — O recolhimento é, pode dizer-se, a alma da vida

 

religiosa. O fervor, só o alimenta uma atmosfera de paz

 

e tranquilidade. o e ^u

 

 

 

Com-efeito, tudo quanto projecta a alma para o ex-

 

 

 

 

 

teriotjafásta-a de si mesma e de Deus, divide as suas fa-

 

 

 

 

 

s*éuldades e expõe-na às investidas dos inimigos de fora.

 

 

 

 

 

“+ Para aproveitar e progredir deve a religiosa concen-

 

‘trår suávemente as faculdades e aplicá-las, pela luta com

 

o defeito dominante e pela aquisição das virtudes, ao tra-

 

 

 

 

 

VIKECÇAU DAS KÉLIGIOSAS 259

 

balho da vida interior. Uma religiosa sem recolhimento,

 

deixa-se avassalar pelo espírito do mundo, começa a viver

 

em tibieza, desgósta-se pouco a pouco da sua vocação e

 

compromete o espírito da vida de comunidade.

 

 

 

 

 

c) — Práticamente tem a observância da Regra im-

 

portância máxima. E a regra que garante a boa ordem

 

na comunidade, que ressalva os votos e alimenta o fer-

 

vof Quando as religiosas deixam de a observar, desli-

 

zam pouco a pouco em caprichos, seguem as inclinações

 

pessoais e cáem na imortificação, nas perdas de tempo e

 

na vida distraída; um mal estar geral paira então e pesa

 

sôbre a comunidade, o fervor desaparece, as vocações

 

vacilam e as defecções sucedem-se assustadoramente.

 

 

 

 

 

Os inimigos do recolhimento, que o Director

 

deve combater, são, àlém da inobservância da regra:

 

 

 

 

 

1º— As relações frequentes e íntimas com as pessoas

 

do mundo. Há relações que são necessárias e que ofere-

 

cem mais vantagens do que inconvenientes e estas são

 

admissíveis, porque, é inegável, teem verdadeira utili-

 

dade. O que importa é empregar os meios para retirar

 

ou neutralizar a sua influência funesta, como suprimir

 

,conversagóes supérfluas, rebater a curiosidade e acatar de

 

contínuo a presença de Deus.

 

 

 

 

 

2° — À aplicação febril nas ocupações exteriores,

 

que se funda, ora no temperamento, ora em algum de-

 

feito, como a vaidade, a ambição, etc. o |

 

 

 

3." — As amizades particulares, que absorvem o co-

 

ração e preocupam o espírito, perturbam a almae, lan-

 

çam em ruina a vida interior. São elas a lepra das co- -

 

munidades. | ! Im

 

 

 

 

 

4.9 — Os ciúmes. São instintivos na mulher. Lar-

 

gando-lhes as rédeas, envenenam a alma, e paralizam a

 

 

 

 

 

Er Ro g EE a A GOAL ON DOG ETce

 

e Ju > : " T1 * ) - +

 

 

 

 

 

. a E! a X

 

Uu SE ER

 

260 , DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

vida religiosa: Chega-se até, sob o império desta pai-

 

xão, a fiscalizar com azedume'a distribuição dos empré-

 

gos, o número de comunhões, e o tempo de demora no

 

confessionário. Torna-se tudo isto, alimento de murmu-

 

rações e perfídias e pábulo a pensamentos mais e mais

 

vexatórios. É

 

 

 

-a Emquanto o Director nào formar em linha fs fôrças

 

da alma contra esta disposição diabólica, serão inteira-

 

mente estéreis os seus esforços.

 

 

 

 

 

Dever do Director quanto à observância da

 

Regra.

 

 

 

 

 

1.º — Deve falar da Regra com respeito e velar pela

 

sua observância. Deve esta, sem dúvida, ser interpretada

 

com certa largueza de vistas e não ser imposta com mais

 

rigor do que são os mandamentos. Mas nào esqueça o

 

Confessór que não possui jurisdição no foro externo e

 

portanto nào pode dispensar, no todo ou na parte, da

 

sua observáncia. 4

 

 

 

Reduz-se a sua missão a interpretá-la nos casos par-

 

ticulares, em vistas do bem pessoal do penitente, sem

 

nunca prejudicar o bem geral da comunidade. Faça, pois,

 

abstracção das suas ideias e modos de ver pessoais, co-

 

nheça as instituições e usos legítimos, encáre-os com o

 

sentimento de respeito sobrenatural, a que de facto teem

 

direito pela aprovação da Igreja, e abstenha-se sempre

 

de manifestar seja diante de quem fôr, o mais pequenino

 

menosprêzo por qualquer artigo ou disposição da mesma.

 

Certas detefminagóes, ao parecer pouco consentáneas à

 

natureza humana, provocam facilmente irrisão ou comi-

 

seração, e contudo teem numa comunidade de mulheres

 

importância verdadeira. Estimulará, portanto, a genero-

 

“sidade: das penitentes, para que procurem na exacta obser-

 

 

 

 

 

vância da Regra, messe abundante de actos de renúncia, .-

 

de mortificação e expiação, e a ocasião oportuníssima de `

 

 

 

 

 

fundamentar na alma aquéla disposição preciosa que N.

 

Senhor proclama como indispensável à vida cristã e per-

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

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MC P COMER, bs os

 

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irei U DE ap^

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS RELIGIOSAS 261

 

 

 

 

 

, feita: sz quis vult venire post me, abneget semetipsum et

 

tollat crucem suam quotidie... E quanto ao rigor em a

 

observar, poderá fazer certa concessão à natureza, apli-

 

cando às suas disposições os princípios teológicos nos

 

casos que dispensam da lei, 'mas, se a prudência o per-

 

mite, nfüito preferível seria incender dentro da alma da

 

peuitente uma tão grande flama de fervor, que ela se

 

transportasse a observar espontáneamente disposições e

 

particularidades, de que em rigor estava dispensada.

 

 

 

 

 

2.º — Observar rigorosamente o silêncio. É indispen-

 

sável. Nas comunidades religiosas muito mais do que

 

em qualquer outra parte, deve repetir-se a palavra do

 

 

 

f Espírito Santo: «in multiloquio non deerit peccatum». E,

 

em verdade, de que valem as muitas conversações? Fal-

 

tando assunto palpitante para falar, desliza-se insensível-

 

mente para questões mesquinhas, estéreis e inúteis, e

 

bem depréssa, em resultado, começam animosidades, ciú-

 

mes, susceptibilidades, má vontade e ódio, que não dei-

 

xam de ter imediata repercussão no interior, com detri-

 

mento evidente para a alma. Lance pois, o Confessor

 

um freio às línguas intemperantes e desmedidas e impó-

 

nha de tempos a tempos peniténcias e novênas de silên-

 

cio. absoluto.

 

 

 

 

 

Obediência.

 

 

 

 

 

I.o — Fidelidade exterior. Pode a religiosa faltar

 

a esta por trés modos: a) gecando contra o4voto; recal-

 

citrar contra o superior que manda legitimamente em

 

nome da obediência, é falta grave em si, em razão do

 

fim que o superior se propóe, ou em razào das circuns-

 

táncias; b) gecando contra a virtude da obediência.

 

Quando o superior legítimo dá ordens formais, concer-

 

nentes à boa administração e ordem da comunidade, im-

 

.porta obedecer-lhe, logo que nào conste claramente que

 

exorbita dos seus direitos. c) gecando contra a perfeição

 

da obediência. O bom religioso conforma-se de boa

 

 

 

*

 

 

 

 

 

262 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

&

 

 

 

 

 

mente com os' desejos legítimos do superior, atende às ,

 

 

 

 

 

suas advertências e obedece até só com corihecer;a sua

 

vontade, sem carecer de ordens formais. Exigirá, por

 

isso, o Confessor obediência no que fôr obrigatório e dó-

 

cilidade no que simplesmente de conselho; usa gará a

 

degobediência propositada no-que não é estrictamente

 

 

 

igatório e a razão é que absteem-se muitas’ ved os

 

superiores de impor com fôrça de preceito, recomenda-

 

ções que não deixam de ter importância, com receio de

 

proporcionar aos tíbios ocasião de falta; está outra razão

 

na grave desordem que seria o hábito de omitir sistemà-

 

ticamente o que não é PX rigor obrigatório.

 

 

 

 

 

2.º — Espirito de obediência. Importa que não

 

“seja puramente material, farisaica ou maquinal a fideli-

 

. dade em obedecer. Áinda que no cumprimento da lei,

 

intender o que intende o legislador não obriga sob pre-

 

ceito, Ro deve contudo abstrair complétamente o reli-

 

gioso dessa intenção. Antes, devendo tender para a per-

 

feição, cometeria falta considerável se descuidasse em

 

absoluto o fim que téve o superior ao determinar tal ou

 

tal disposição. Compenetrando-se, “portanto, do espírito

 

da obediência, recordará a. palavra.de S. Paulo: «littera

 

legis occidit spiritus autem vivificat». Uma fidelidade

 

exteriormente irrepreensível, podê&rá em rigor evidenciar

 

nm bom religioso, mas por si só, não conduz ao fervor e

 

à perfeição. Deve, por isso, para atingir o seu escopo,

 

ser céga, ju constante e prudente, a obediéncia.

 

 

 

 

 

Obstáculos à obediéncia, que o Confessor tem

 

 

 

 

 

de combater. ou

 

 

 

 

 

“1.0 —Antipatia eom o Superior. É certo -que

 

"a, tanto pode ter razão «^ ser, como existir sem mo-

 

2 justificado. Çuando n: zomunii-de r ha fervor,

 

^ maitas v.ze. ux» pres iga de zi > Ou

 

 

 

 

 

E

 

1 "ye ri

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

Ae * ^

 

 

 

 

 

> 

 

 

 

 

 

à

 

 

 

 

 

E

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

"a Tii

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS RELIGIOSAS | 263

 

 

 

 

 

vantar o espírito de piedade. Pode a aversão nascer dè

 

falta de tacto e habilidade ou de rigidez extrema no*su-

 

‘perior, bem como nêste a tibicza manifesta lhe pode

 

.conciliar simpatia e confiança. Seja como fôr, tem de o

 

Director obviar ao mal, quer suprimindo a causa, quer

 

“desenvôlvendo entre os penitentes o verdadeiro espítito

 

ide fé e de religião. - a

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

.-." 2º — Afeições humanas. É da natureza da mulher

 

'o afeiçoar-se facilmente. Por isso, quando as religiosas

 

adquirem com a superiora afeição muito humana, são dó-

 

ceis e obsequiosas, porém esta obediência que se torna

 

lisonja, não só suscita ciúmes e animosidades, mas é

 

“tambem imeritória, por lhe faltar o princípio sobrena-

 

‘tural como fundamento; e demais arrasta a alma com

 

“rapidez para uma atmosfera de aridez e tibieza. | |

 

55 734 — A rotina. É o maior.escolho da vida reli-

 

“giosa, O hábito é como segunda natureza e, por virtude

 

“dêle: torna-se a vida do religioso um viver automático.

 

Para seguir no movimento da comunidade, já não ha es-

 

forgos a empregar como no princípio e prescinde-se dos

 

impulsos de fervor; a obediência torna-se maquinal, sem

 

üm sópro de vida interior. Por conseguinte, precisa O

 

religioso caído nesta habituação, de recolher-se muitas

 

vezes interiormente, de reiterar as suas intenções e de

 

vitalizar os seus actos, com o espírito de fé e piedade!

 

 

 

 

 

3

 

 

 

 

 

Pobreza.

 

 

 

 

 

1. —4 religiosa áeve ser fiel ao compromisso tomado

 

perante Deus e a Igreja, pelo voto, e, portanto, salvo o

 

caso de costume legítimo, de permissão tácita ou devida-

 

mente presumida do Superior, não pode apropríar-se do

 

que está a uso de outrem, não pode. teter como seu

 

qualauer objecto, não pode dar, nem “receber, compro

 

| sender, o irocar, seia o que fôr, não pode destino

 

 

 

 

 

«E 'ersc. ique: valor cr: 'he esteja co25ao

 

 

 

 

 

ESA

 

OT AGE z

 

f + “ga e = -

 

 

 

 

 

Rs

 

 

 

 

 

E. ^ DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

nem deixar perder ou deteriorar, nem dispor, seja do ,

 

 

 

 

 

modo que: fôr. E T. E ae P.

 

 

 

 

 

2. — Pratique a virtude da pobreza, desapegando o

 

coração dos bens da terra. Veja, não suspire pelas ri-

 

quezas, a que renunciou, nào alimente no íntimó' do co-

 

ração desejos por coisas que lhe são ilícitas ou repudia a

 

sua profissão, não conserve o supérfluo para o seu yso e

 

nem sequer deixe Ape o P" 'ao que lhe é lícito

 

usar.

 

 

 

 

 

3.º — Tenha tambem o espírito de pobreza, conten-

 

tando-se com o que de somenos ha na comunidade, con-

 

siderando-se como um pobre, reconhecida por quanto

 

lhe fazem e suportando com alegria as privações que

 

acarreta a pobreza efectiva.

 

 

 

 

 

 Castidade.

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

° —Evitará tóda e guila falta interior e exterior

 

contra está virtude. Não pode: prevaricar contra ela,

 

sem se tornar ré de dois pecados: um contra o sexto

 

mandamento e outro contra o primeiro, pela infração

 

do voto.

 

 

 

 

 

= 20 — Evitará tóda a imprudência, que ocasione pe-

 

rigo, grave ou leve contra a pureza.

 

 

 

 

 

7o 38 Apesta -há à plicas da castidade, pela vi-

 

| giláncia dos sentidos, resguardo da imaginação e do co-

 

ração, particularmente, por forma que todo o seu:ser se

 

sinta inteitamente desapegado das criaturas e transpor-

 

eae para Deus com todo o ardor.

 

 

 

 

 

APÉNDICE. — DIRECÇÃO. DAS VOCAÇÕES

 

 

 

 

 

Os dan de vida, instituídos pela Providência di- :

 

vína são, Segundo o grau de dignidade: Aa.

 

" = o

 

 

 

 

 

a » Rs

 

ves a x E A or

 

i j Eos ELS, "e ek

 

s A i E Dt ia Si CRE E a.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS VOCAÇÕES . ! 265

 

 

 

 

 

1.º — O Sacerdócio. Entra-se néle pelo sacramento

 

-. da ordem, que imprime na alma um carácter indelével,

 

 investindo o ministro de Deus dum poder sobrenatural e -

 

como que compenetrando-o duma poténcia divína, que o

 

. torna capaz de exercer as funções mais sublimes e rea-

 

-lizar as operações mais admiráveis, no domínio espiritual,

 

 

 

 

 

2º — O estado religioso.  Obriga-se o religioso,

 

neste éstado, a tender para a perfeição cristã, pela prá-

 

tica dos trés votos de pobreza, castidade e obediência.

 

A vida religiosa suprime a maior parte das ocasiões de

 

pecado, multiplica os meios de santificação e desliga

 

duma grande quantidade de preocupações terrênas.

 

particularmente vantajosa e geralmente recomendada,

 

como muito mais propicia para a EE

 

 

 

 

 

“3º — O celibato. Com a ajuda da graça de Deus,

 

é possível para todos e tambem muito de recomendar.

 

O S. Concílio de Trento anatematiza quem pretender

 

 

 

 

 

Pd

 

 

 

 

 

que não é um estado melhor e mais feliz do que o ma-

 

trimónio.

 

 

 

 

 

." 49—0 matrimónio. Tem o último lugar. É

 

muito inferior à virgindade e pode dizer-se, dum modo

 

geral, que não é obrigatório para ninguem. E certo que,

 

elevado à dignidade de sacramento por N. S. Jesus

 

Cristo, constitui um estado bom é santo, em si, oferece

 

.. até preciosas vantagens, mas ao mesmo tempo apresenta

 

graves inconvenientes, como declara S. Paulo numa das

 

epistolas aos Corintios. Compreenderam-no bem os

 

. Apóstolos, quando disseram ao Salvador: «nêsse caso,

 

é mais vale não casar».

 

 

 

 

 

“Quais os sinais que indicam quá um jóven pode

 

aspirar ao sacerdócio ?

 

 

 

 

 

5 1.º — Um atractivo sensível e irresistível, que arrasta

 

“O Coração, antes do qualquer reflexão, para as funções e

 

 

 

 

 

1 ye

 

 

 

 

 

266 s DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

devêrêsssantos do sacerdócio. ‘Dets cóbiunica tais intli-

 

niaçõés para-significar a sua vontade e encaminhar pára

 

os: degraus en altar os passos do futuro. levita. |

 

 

 

 

 

DAC vo O: impulso que comuríita: à alma oiconheci-

 

sitio: “esclarecido e convicto das vantagens sobrenaturais

 

"éste estado.- É donde nasce muitas vezes o desejo: deci-

 

dido de ser alistado na milícia. sagrada: -

 

 

 

 

 

y:

 

 

 

 

 

3: ol. Pode mbam, independentemente dêstes atra-

 

tivos: sênsíveis ou reflectidos; cônsiderar-se chamado,

 

aquêle; que, manifestando aos 'sáperiores eclesiásticos, `

 

-com tôda a: franqueza e sinceridade, as*suás disposições |

 

` Hiteriores, “o Bispo convida à: recepção das ofdená sa- `

 

: gradas. f x :

 

 

 

 

 

Quais são as almas « de o Director deve orien-

 

tar para, a vida religiosa ? ,-

 

 

 

^ fia que, por uma jr especial e um. atrai-

 

tivo persistente, Deus tapae a daminse inteiramente.

 

a Ele. : am A a E

 

 

 

mn 9. As que fizeram voto dé pitay em vitigito ou;

 

adquiriram- por experiência própria, a convicção de que:

 

se nào podem salvar no mundo, ou ainda as que. sentem.

 

o desejo de-ser chamadas a vida. perfeita. Seja qual fôr

 

a repugnância que tenham pelo" "estado religioso, . devem .

 

“ser difigidas estas almas por'forma 'a “realizarem às dis-:

 

à pos e»aptidóes, que tornem: possível a sua: (admissão:

 

“numa. coilinidade religiosa. :

 

 

 

 

 

Quais deve afastar da vida religiôsa ?

 

 

 

 

 

7.º — As que um dever gi ave liga a uma amilia, ou

 

2 deu: público retem no meio do - zur

 

 

 

 

 

DIREÇÃO DAS VOCAÇÕES ` ` 267

 

 

 

 

 

din - As que sofrem enfermidade indômpatível com.

 

 

 

os deveres, e exigências da vida de comunidade.

 

i 3º ““ Aquelas a quem fraquéza ou miséria incurável,

 

“não permite esperanças de poderem viver habitualmente

 

 

 

 

 

fiéis às obrigações graves da vida religiosa. EO.

 

 

 

 

 

“Quais destina Deus ao celibato?

 

 

 

 

 

1.º As; que nào convindo para a vida religiosa,

 

 

 

 

 

isão afastados do matrimónio por uma. impossibilidáde |

 

 

 

 

 

material ou moral,

 

 

 

 

 

E ie 2.* — As que, experimentando atractivo pronunciado

 

e constante pela. virgindade e repugnáncia. instintiva pelo

 

 

 

 

 

matrimónio, nào sentem vocação para as austeridades. e

 

Opoe da vida religiosa. i

 

 

 

 

 

! "-

 

 

 

 

 

“Quais importa impelir para o matrimónio?”

 

 

 

 

 

Ei d EX 0 - Aquelas, a quem, o bem espiritual ou pacas |

 

t dura nação, exige êsse sacrifício.

 

 

 

 

 

“2.º — As que-a êle se obrigaram por promessa « e as

 

 

 

 

 

; que.não. podem reparar as .conseguéricias duma fdita. ou.

 

 

 

 

 

| s que tiveram, senáó pelo casamento.

 

 

 

 

 

E tar: as recaídas.

 

 

 

 

 

E"

 

 

 

 

 

ig: As que se tornáram tão escravas de hábitos

 

criminosos, que não teem outros meios eficazes para evi-

 

 

 

 

 

- Almas que não sentem nenhuma vocação.

 

 

 

 

 

5 Conservem estas intacta a liberdade de escolher

 

espontâneamente qualquer estado. É que Deus lhes

 

 

 

 

 

' deixe « faculdade de se decidírem por tal ou tal outra

 

 

 

 

 

voc... io, mais perfeita ou menos perfeita. Eis, substan-

 

cial»... a linguagem que lhes pode dirigir o” Con-

 

 

 

 

 

A X ENTE A

 

 

 

 

 

i

 

 

 

 

 

TENCIA

 

 

 

 

 

V runis

 

 

 

 

 

pi E

 

268: ` ” DIRECÇÃO, DE A

 

 

 

 

 

feiitoc Eigse Bs casais, Vibo: se réferíü c Ò čelibato,

 

é mélhor; se tendes ânimo de vos: ;imolar na' vida reli-

 

gioia, é perfeito.

 

 

 

 

 

` Disposições que é preciso. “Conseguir dos aspi-

 

 

 

 

 

rantes ao sacerdócio. -

 

 

 

 

 

— Uma piedade sincera, que hão-de adquirir pelo

 

hábito da meditação, da leitura- espiritual, pela frequen-

 

tação dos ofícios sagrados e dos sacramentos, pela fide-

 

 

 

 

 

lidade a qualquer prática espécial: de piedade, aprovada

 

 

 

 

 

| pelo Director, por um portè exemplar na loração e-no

 

lugar santo, dando à piedade: uma orientação. decidida-

 

mente "eucarística, pois deve Ser a Eucaristia o` objecto

 

principal, o modélo. e o alimenito dà sua A

 

 

 

 

 

2º — Observem sempre « é em; -tóda a parte as regtas |

 

 

 

 

 

woe

 

 

 

 

 

damiodéstia mais edificante «ix, fugindo de convêrsas in-

 

convenientes, de vistas indiscfetas;. de posições suspeitas

 

 

 

 

 

ou moles e de-propósitos insulsos:ou triviais; sejam: ini- `

 

 

 

 

 

| sd irredutiyeis das atia ges. MEUM

 

; - A. É

 

/3.0 — Formem-se nà olédi£ncia. pronta e generosa,

 

que. mais tarde hão-de. observar icom os superióres .da

 

santa Igreja; sustentem e defendam por tôda à parte,

 

 

 

 

 

nos limites da prudência e do zêlo, os direitos da auto: .

 

 

 

 

 

ridade legítima e habituern-sé: a uma vida. disciplinada,

 

 

 

 

 

conformando-se generosamente cóm as minuciosas pres-

 

 

 

 

 

crições. do. regulamento.

 

 

 

 

 

ET o: oL Apliquem-se decididamente ao estudo, em to-

 

“dos o$^seus ramos, para adquiritem: a sciéncia vasta e

 

. Sólida, : ique a Igreja espera. dos dus ministros.

 

4S. ce c em edifica r ao pró-imo com um

 

orte sempre e-^mplar, num mixi: d re implicite

 

ade e dignidade cristá.

 

JH.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS VOCAÇÕES |. 269

 

 

 

 

 

TE em se entregar a exercícios de cari-

 

» dade e zélo, áuxiliando com o seu concursô e dedicação,

 

as obras moralizadoras e religiosas, que a Igreja reco-

 

menda (Conf. de S. Vicente de Paulo, óbulo dos pum

 

e das escólas, obra das Missóes, etc.).

 

 

 

 

 

Disposições que deve imprimir nas almas que

 

o à vida religiosa o Director espiritual.

 

 

 

 

 

—- —19— Apliquem-se S ao amor de Poss;

 

| praticando diáriamente os exercícios da meditação e lei-

 

tura. espiritual, e excitando .em si, pela comunhão fre-

 

quente ou quotidiana, desejos ardentes de perfeição cristã.

 

 

 

 

 

| — Façam habitualmente verdadeiros esforços para

 

evitarem as menores faltas e corrigir os defeitos princi-

 

pais; nêsté intuito, pônham todo o empenho em se.con-

 

“fessarem bem e em fazerem cuidadosamente todos os

 

| dias o exame de consciência, .

 

 

 

3. à "Ténham pela virgindade grande estima.

 

cultivem com esméro a virtude da puréza e fujam sem-

 

pre dos prazéres mundanos e das ocasiões perigosas.

 

 

 

 

 

^4. ° — Evitem preocupações de vaidade, particular-

 

| mente no vestir e no falar..

 

 

 

 

 

| o Combatam a. vontade própria e o  espítito de

 

independéncia.

 

 

 

 

 

6.º — Sujeitem- se a um regulamento de vida, que

 

lhes proporcione viver recolhido e interior.

 

 

 

 

 

. 7.2 — Tenham em especial sinceridade perfeita com

 

el V Cohtesmor. abriendo completamente el estado de conciencia.

 

 

 

 

 

LT. US P qr

 

 

 

 

 

c ^

 

 

 

 

 

270 4 DIRECCIÓN DE. Conciencia

 

 

 

 

 

Provisiones, que es importante obtener de las personas.

 

que son: pronunciado por matrimonio. * —— |

 

 

 

 

 

Cumple: 1o - Hacerlos aptos para los deberes que

 

les impondrá su estatus más tarde. el joven sabrá

 

acostumbrarse a una vida sobria, digna y económica; La

 

doncella será trabajadora en las virtudes de la vida doméstica,

 

viviendo trabajadora, honesta y reflexiva.

 

 

 

4

 

 

 

2o - Acostúmbrate al sufrimiento, con paciencia, la des-

 

hechos e imperfecciones de otros, ya que habrá necesidad

 

más tarde en las continuas adversidades de la vida matrimonial.

 

 

 

 

 

dm en ea cm mm im

 

 

 

 

 

mam wm nal

 

 

 

 

 

T

 

bueno DPI

 

 

 

 

 

3.0 - Formarse en sentimientos de piedad pecaminosa

 

cera, ya que demandarán en el futuro un hogar bendecido

 

por Dios y las obligaciones de la educación y formación religiosas.

 

del Aion, |

 

 

 

 

 

La

 

y hasta

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

-. «

 

 

 

 

 

Ito.

 

 

 

 

 

4º — Evitarem divertimentos e quanto desoriente o

 

 

 

 

 

z

 

 

 

 

 

espírito e o coração: leituras profanas.. , conversações »

 

frívolas..., vaidades. .., imodéstia no vestir..:, etc. d

 

«

 

 

 

5.º — Serem prudentes nas afeições e relações: E

 

 

 

 

 

a) — No entabolar relações em ordem ao matrimó-

 

 

 

nio, entram em linha de conta: primeiro, a conveniência :

 

: da pessoa, isto é, sentimentos religiosos, sinceros, cons-

 

tantes e profundos e dedicação, não ambígua, pelos inte- |

 

rêsses da Religião; segundo, a harmonia de carácter; žer- i s

 

ceiro, a saúde, o género de educação, o estado de for-;

 

tuna, etc. (São de ordem secundária evidentemente os. "

 

 

 

 

 

predicados físicos, formosura, etc.).

 

 

 

 

 

” 4

 

 

 

 

 

af » - '

 

A A AA tH A

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

j

 

 

 

b) — Não fonnte no coração afeições vivas, impa- ^ : :

 

cientes, por pessoa doutro sexo, sem intenção decidida de.

 

 

 

casamento.

 

 

 

 

 

ove

 

 

 

4 j

 

"wi

 

"m M

 

 

 

 

 

- c) — Não. entrem em namoros ou conversas amató-

 

 

 

 

 

i

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS VOCAÇÕES + OSEE

 

 

 

 

 

rias sem estar para próximo o enlace matrimonial. E

 

“chegado o tempo de entrevistas nêsse fim, sejam estas

 

“ raras e breves, pois a demora e a frequência são ocasião

 

-dė excitações sensíveis e sensuais inteiramente inúteis e

 

 

 

talvez pecaminosas; evitem conversas equívocas e provas

 

. de afeição baixas ou indignas; tenham porte respeitoso

 

 

 

e reservado, sem espécie alguma de familiaridade; repu-

 

“diem os encontros nocturnos ou em lugares perigosos,

 

bem como as correspondências banais ou inúteis; não

 

“aprazem lugar oculto para se entrevistarem, nem sequer

 

.cont a melhor das intenções; nào tomem conjuntamente

 

"parte em divertimentos, jogos, danças, em. família que

 

.seja. E depois da visita ou de correspondência trocada,

 

 mortifiquem a imaginação, banindo pensamentos, lem-

 

4 branças e fantasias sensuais. 3

 

 

 

 

 

y

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

CAPÍTULO QUARTO

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA

 

 

 

 

 

Conservando na sua obra uma unidade sublime, im-

 

prime-lhe contudo Deus uma extrêma variedade. É o

 

que faz a beleza do mundo, tanto natural, como sobrena-

 

tural. Daí nas almas quanta diversidade de fisionomias|]

 

pois, não são menos variados ós caminhos que conduzem

 

à santidade.

 

 

 

A maior parte das almas santificam-se nas 7725 co-

 

muns, em que Deus opera pelas influências ordinárias da

 

graça, mas um cérto número são levadas por caminhos

 

extraordinários, em que Deus, para as aperfeiçoar, toma

 

com elas contacto mais imediato, tão íntimo, que toca pela

 

união do paraíso. É indispensável que o Director saiba

 

fazer"um justo discernimento é conhêça os vários trámi-

 

tes e processos da Providência, porque, na sua acção

 

sôbre as almas, tem de obedecer aos desígnios de Deus

 

e secundá-los, longe de os contrariar. Donde se vê,

 

quanto é necessário conhecer bem esta sciéncia divína,

 

que, no dizer de Santa Terêsa, é de importância extrêma

 

no guia espiritual. Dois êrros deve evitar, graves e no-

 

civos: rejeitar à prióri, os caminhos místicos, por se

 

revelarem nas almas com singularidades e extravagâncias,

 

para quem as não vê senão com olhares inexperientes —

 

e a arrogância temerária de comprimir e coarctar a

 

acção divína dentro de limites acanhados ou degradan-

 

tes, o que causaria a almas de eleição atrasos e desvíos

 

tão lamentáveis, como já amárgamente censurava a Re-

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA 273

 

 

 

 

 

formadora do Carmelo. Mas, erér muito fácilmente na

 

“vocação mística duma alma, é tambem expor-se a sérias

 

ilusões e dar ensejo a insídiosos manejos do demónio,

 

que contraría quanto pode as obras de Deus e se trans-

 

figura em anjo de luz para fazer vingar a sua acção

 

nefasta. -

 

 

 

Cumpre portanto que o Director estabelêça diagnós-

 

tico seguro e por conseguinte tenha ideias claras e pre-

 

cisas sôbre as vias extraordinárias, de que se ocupa a

 

teologia mística.

 

 

 

Noções gerais

 

 

 

 

 

Correlação da Mistica com a Ascética

 

 

 

 

 

Uma e outrá teem um ponto de contacto, que as

 

liga e une: 4 união com Deus pela contemplação. Mas a

 

“teologia ascética trata da contemplação, a que.podemos

 

"chegar pelos esforços da nossa piedade, e a teologia mts-

 

tica da contemplação elevadíssima, que vem directamente

 

de Deus. A ascética não leva as suas investigações alêm

 

“dos domínios da oração e da contemplação; estuda pró-

 

priamente e aprofunda as virtudes cristãs, a sua natureza

 

e espécies, as dificuldades e obstáculos, os auxiliares e os

 

- contrários. A mística circunscreve o seu estudo aos fend-

 

" menos sobrenaturais, que se chamam «estados misticos».

 

 

 

 

 

O que são os estados místicos?

 

 

 

 

 

São uns estados inteiramente acima da alçada da

 

nossa naluréza, comportando um género de conhecimento

 

tal, que é absolutamente impossível, que os nossos esforços,

 

por mais industriosos que sejam, o possam produzir, por

 

um instante mesmo ou no mais insignificante gráu.

 

 

 

Nem todos os actos sobrenaturais estão fora do al-

 

cance da nossa naturêza; até um certo número são, não

 

só possíveis a todos os homens, mas obrigatórios: orar,

 

fazer actos de fé, de esperança e de caridade, etc. É

 

certo que para sérem efectuados sobrenaturalmente, é in-

 

 

 

 

 

2 . ` ko e -

 

274 RU AE: "DE, CÓNSCIENCIA

 

“dispensável o auxílio da graça, mas esta, na ordem pre-

 

sente das coisas, nunca'falta às almas de: boa “vontade.

 

"Por isso, o que, por. exemplo, quizer ofar, pode fa-

 

 

 

 

 

ato e conseguí-lo sobrenaturalmente, ao menos até |

 

 

 

 

 

certo ponto, porque Deus está com a graça à disposição

 

- da sua boa vontade. Mas, ha actos sobrenaturais, para a

 

 

 

 

 

maior parte dos homens- z7realizáveis, por mais desejos |

 

que alimentem e por mais esforços que façam, para os |

 

 

 

 

 

produzir. E aquêles poucos que obtiverem o privilégio

 

de os efectuar, sentem perfeitamente que o devem a

 

uma graça especial, que dêles não depende, Profetizar,

 

“por exemplo, é um acto sobrenatural, que ninguem pode

 

realizar, serfn chamamento de. ordem miraculosa e sem

 

privilégio especial de Deus. Segue-se, pois; que quem

 

 

 

 

 

possui o dom de profecia, está num estado místico; da:

 

mesma sorte, o que é instrumento de visões reais e au- į

 

 

 

 

 

ténticas, o que recebe revelações, etc.

 

 

 

 

 

Observação. — Chamam tambem os autores aos es-

 

 

 

 

 

tados místicos, estados extraordinários, porque ultrapas-

 

sam as vias ordinárias da Providência. .., passivos, por-

 

 

 

 

 

que a actividade humana não os pode produzir ..., sobre- |

 

 

 

 

 

naturais, porque estão tanto acima. da naturêza, que!

 

. nunca por si o homem os pode alcançar.

 

 

 

 

 

Principais estádios dos estados místicos.

 

 

 

 

 

Além dum estádio intermediário, que serve de tran-

 

sição entre a contemplação adquirida e a contemplação

 

infusa ou mística, ha dois outros, de principal importân-:.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

i

 

 

 

 

 

a

 

F

 

fi

 

ç

 

r

 

l4

 

i

 

 

 

 

 

cia, o primeiro dos quais comporta vários gráus: a união,

 

não transformante ow noite do espírito e a união transfora

 

 

 

 

 

mante ou desposório espiritual.

 

 

 

 

 

Li

 

 

 

 

 

Explanação,

 

 

 

 

 

d e» IN OS confins das via à L[ra-Se 1

 

 

 

 

 

É estádio que S. João da Cruz, Chama | ios sei

 

 

 

 

 

Te

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA |. 275

 

 

 

 

 

. dos». Contem, posto que em estado latente, algo já da

 

"unión mística, caracterizada, - a) por una hábil aridez.

 

*. tual, que surge de la dificultad de razonamiento y atonía

 

de la imaginación; 4) por un recuerdo confuso de Dios,

 

fijo y angustioso. |

 

 

 

`El P. Poulain define su naturaleza designándola

 

piel. nombre de unión submística. Tiene como objetivo

 

purifica el alma y prepárala para la dulzura de la unión

 

misticismo, que un día debe sucederle.

 

 

 

 

 

2.— La primera etapa de la unión mística se llama

 

unión xdo-transformadora, en contraposición a la unión del segundo

 

“Estadio, que opera en el alma y en las facultades a.

 

 

 

maravillosa ubicación. También se llama xoite do spirit,

 

por las plumas con las que mezcla los dulces,

 

. de la cual es la fuente ..., y sin embargo la ligadura de las potencias, por-

 

que las facultades están tan impulsadas a producir

 

voluntariamente reflexiones y oraciones, que las diríamos

 

conectado. | es decir.

 

'Esta, primera etapa admite tres grados sucesivos, |

 

que los autores subdividen aún más:

 

 

 

 

 

R.- La quietud, llamada así por la

 

aterrizaje, que hace experimentar, justo después de la angustia y

 

martirios de unión submística o noche de los sentidos.

 

Este primer grado de ligadura de potencias aún no ha

 

excluye completamente las distracciones: no está encarcelada

 

pero la voluntad. Admite dos gradaciones: la colección

 

infundido, a veces acompañado de "silencio adfhirative, * y

 

el descanso o contentamiento místico y el goce divino.

 

 

 

 

 

B.- La unión plena, que la llaman, porque,

 

cautivadora imaginación, inteligencia y voluntad, excluye

 

todo el pensamiento extraño y la distracción, incluso invocando

 

voluntario. Esta abrumadora captura de universidades,

 

^ c duz-s: ror de varias formas: por ebrio esport.

 

 

 

que © alma, en glorioso delirio, ignora si yo ...

 

 

 

fala, . vive, se chora (S " Terêsa),..: e peio

 

 

 

 

 

; AT cu A E. i ^ ri» poor

 

276 | E | pexecçãd DE cÓNscHNCIA. SU

 

x b.

 

spirituál, que, sob a acci do ER produz: um “tão

 

grande abatimento, que: a alma: perde. completamente o

 

“conhecimento de si e das coisas,

 

 

 

c.— A união extática, due avassala a iiti tão

 

completamente, que suprime em absoluto a acção dos

 

sentidos, transportando o córagáo para as bens celestiais.

 

Segundo o P. Poulain o êxtase; chama-se : 8) êxtase sim-

 

ples, se-se produz suávemente, a;pouco e pouco, sem

 

violéncia. Supóe-se ordináriamente que nào envolve re-

 

velações; b) ræpto, quando é. sübito e violento; e c)

 

arroubo. do espírito, quando, diz Santa Terêsa,-o rapto é

 

tão e que parece epatar O -— do corpo.

 

 

 

 

 

3.º — O “segundo estádio: chain wá união transfor-

 

 

 

mánte.ou tálamo espiritual. ' E 4

 

'o ponto mais excelso ;dos:estados místicos; nela

 

 

 

se consumam, na medida. compatível com ;a vida pre-

 

sente, os dons mais extraordinários da bondade divína.

 

 

 

- Caracterizam éste estádio três elementos principais :

 

F1 a união quàsi continua, quàsi ininterrupta, £075 Deus;

 

b) na alma, a consciência de. participar, mos seus actos,

 

devida divina, e c) de- estar como que transformada

 

em Deus, Numa palavra, no:desposório espiritual, Deus

 

“apodéra- se não só da vontade, como na quietação, e

 

das potências, como na união plêna, mas tambem de

 

todo o.sêr (substância. evida), de sorte que a vida de

 

Deus e a vida do homem como se fundem numa só vida;

 

trânsformada na. de Deus a vida da alma. vd

 

 

 

 

 

Diagnóstico da união mística

 

 

 

 

 

Quai é a característica fündamental que faz re-

 

conhecer numa alma: cs estados místicos?

 

 

 

 

 

^V Js um conhecimento X Der. CI dd 7 qo. (EM na

 

sua parte intelectual; de que possui a - teste,

 

 

 

 

 

ms SOS neg

 

om + ;

 

"^,

 

 

 

 

 

eo

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA | 273

 

 

 

 

 

2 conhecimento que apresenta cer a analogia com o “sentido

 

“do tacto.

 

 

 

 

 

=, Pi

 

 

 

 

 

-Explanação,

 

 

 

 

 

1. — Em tôda a união mística, ha pela inteligência,

 

- um-certo. conhecimento zxferimental] de Deus. 'Para pos- '

 

-suír-a Deus: basta o estado de graça, mas não basta para

 

'O sentir, nem sequer para pensar em O sentir. Podemos,

 

“pêlo nosso esfôrço, aplicar em Deus o espírito e recordar a

 

sua presença em nós, mas não vão mais longe às nossas

 

' foras. Ora, sob a acção da graça, os estados místicos

 

 ümspeniam no mais íntimo da alma, um sentido espiri-

 

' tual, que nos faz perceber a presenga de Deus, no ámago

 

do: nosso ser. Tórna-se-nos assim Deus palpável, em

 

certo modo, porque nos sentímos em contacto com a

 

-Divindade e mergulbaðos nEla..

 

| o 2. - Esta percepción ”presenta de-Deui. analogías

 

"con la percepción de objetos materiales, por el sentido de

 

. tacto. Almas místicas, dicen, sienten

 

tiene una impresión espiritual, que no se parece a nada

 

las impresiones del sentido de la vista, ni del oído, sino

 

> más bien parece un contacto espiritual. El objeto del conocimiento

 

- el cemento es un acto de fusión, que se ejerce sobre el alma.

 

Ahora: para comparar esta impresión con el acto de ver o

 

escuchar; para esto era necesario dar conocimiento de la naturaleza.

 

- Oración íntima del ser que. chevron, o uno de tus pensamientos

 

1 mentos. Por lo tanto, nadie debe dormir con

 

expresiones como las siguientes que leemos de ciertos san-

 

toques: toques divinos, abrazos, contactos, abrazos, infusiones,

 

inmersiones, etc. |

 

 

 

 

 

Otros personajes, de orden secundario, del

 

estados místicos. - |

 

l | di:

 

El P. Poulain enumera diez, pero los principales, por

 

^ digamos que ^; ^ c, son los siguientes:

 

 

 

 

 

- NOSOTROS

 

 

 

 

 

PET AI

 

| oO ER ETS LX.

 

278. * la DIRECCIÓN DE. CONCIENCIA `| D

 

 

 

I.) La unión mística es completamente independiente

 

de la voluntad, para que el alma no pueda hacerlo,

 

cuando quieras, o haz que se detenga directamente, cuando

 

te parece que no lo prolongues, cuando lo desees, ni lo aumentes.

 

darte la intensidad. Depende completamente de los beneficios

 

placit de Dios. y 3 Eli

 

 

 

2º - Esta unión se realiza inuma. contemplación, que

 

no producen razonamientos, ni consideraciones, - ni. imk-

 

genes interiores de orden sensible. Es de naturaleza tan diferente.

 

ferviente de la oración ordinaria, aunque sea muy perfecta,

 

que ya los principiantes de la unión mística se dan cuenta y

 

admirar. usted está

 

 

 

 

 

| 30— A la contemplación mística se dispensa; cada vez

 

más, el trabajo o esfuerzo humano, como

 

torna mais perfeita a união. Éste- trabálho, segundo o

 

autor acima citado, consiste: a) em repelir as distrações,

 

que aparêçam, (nos gráus inferiores); b) em produzir,

 

uma vez ou outra, actos adicionais, para bs quais a alma

 

se sente inclinada e com facilidade; c) em reprimir `o

 

tédio, causado pela semi-aridêz, quando a quietação é

 

frouxa, E. y !

 

4.º — Deus, envia às almas que favorece com a con-

 

templação mística, provações mumerosissimas. Por vêzes,

 

já de per si traz o estado místico sofrimentos peculiares

 

que invadem a alma na oração. "Grande causa de sofri-

 

mênto, por exemplo, é a necessidade irresistível de al-

 

cançar cada vez mais de perto a posse de Deus; o que

 

não admira, pois não é um instínto da nossa alma gozar

 

mais e mais o que satisfaz as aspirações mais profundas

 

do nosso ser?... ora, a alma sente-se impotenté de au-

 

zmentaf a união, que. começou; eis a origem dum ver-

 

'adeiro martírio, que se chama axgústia de amor; e

 

inguem aparece que proporcione -cascil2^^-^, pare sudo

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA pa E “279

 

 

 

 

 

jS RAS. união mística dá impulso às virtudes, -par-

 

Mar hti - ao: espírito de sacrifício e à humildade,

 

 

 

 

 

a mesmo: no que está tem de maís elevado, — o amor das

 

: “humilhações. - E até acontece produzir na alma um. apèr-

 

 

 

 

 

TARE instantâneo.

 

 

 

 

 

6 — O. estado místico opéra sóbre 0 “côno e récipro-

 

: tament: E por isso que, mesmo nos estádios inferiores,

 

 

 

 

 

“a vista?pode turva-se, os membros entorpecer, a dicis

 

: ção. afrouxar, a. circulação abrandar, etc.

 

 

 

 

 

ge e Fenómenos exteriores

 

 

 

 

 

T- Reaórüedós de glorificação. -

 

 

 

 

 

tw;

 

*

 

 

 

 

 

Salida a udi&e" mística uma certa: participação. ante-

 

 

 

 

 

É cipada. da vida do céu e estabelecendo uma espécie: de

 

— fusão entre a alma e Deus, é lógico que as pessoas que a

 

"possuem, gozem desde jd prerogativas diversas, próprias

 

 

 

 

 

do estado glorioso, e se tornem a séde de manifestações,

 

 

 

 

 

em que.as scintilações dos atributos divínos se revelem

 

| visivelmente.

 

 

 

 

 

;

 

via

 

 

 

 

 

b ' l i A.

 

"pe L- Ha almas místicas que recebem miraculosa-

 

 

 

 

 

. mente conhecimentos, que antes não possuiam, tais

 

; como, o dom de compreender umá língua estranha, -o

 

 

 

“ dom de atingir um estilo e eloqüéncla, que a todos causa

 

. admiração (Santa Catarina de Sena, Santa Rosa de. Lima,

 

ù Santa Maria Magdalena de-Pazzi), etc. ^" i

 

 

 

 

 

52. ° — Deus exerce sôbre o côrpo de certos adia

 

 

 

 

 

. uma acção tão prodigiosa, que muitas vezes Éle lhes vale

 

de alimentação, assim como no céu é o alimento que

 

 

 

 

 

“sustenta a vida dos eleitos (Santa Catarina de Sena);

 

 

 

 

 

` ^ então essa influência dispensa-os do sóno (Santa Eudes

 

. *vina); e por isso não admira, que, sendo Éle o auctor de

 

 

 

 

 

tantos <sacantos esvalhados pela Natureza, faça tambem

 

'scint/^ =-- santo: influências que extzsiam os sentic

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

1

 

 

 

 

 

280' DIRECÇÃO -DESCONSCIENCIA:

 

 

 

 

 

“concedendo: a uns emanações de: ger fu mes: finíssimos

 

(S. Filipe-Néri, S. João da Cruz), de licóres «balsámicos

 

a outros-(Santa Teréza, S. Nícoláu de Mira), a êstes bri- ~

 

lhos: e esplendores celéstes (Santa Inês), aquêles scintila-

 

ções luminosas (S. Luís Beltrão; S. Colombino de Sena) .

 

 

 

 

 

“3º — Outras vezes, transforma: os sentidos, por

 

forma. a: dar-lhes um alcance miraculoso, semelhante-ao

 

efeito dos dotes dos corpos gloriosos, como “ver através

 

-duma parêde, lêr no rôsto o estado: duma alma..., sen-

 

tir a infecção que exala o pecado: impuro (S. José de

 

Cupertino), perceber na hóstia:da Comunhão sabor deli-

 

ciosíssimo (S. Felix Cantalício); fazer ouvir a voz a dis-

 

 

 

tância considerável. |

 

 

 

< 44. Acontece, no êxtase particularmente, fazer

 

Déus: participar o. córpo dos santos'da sua espiritualidade

 

e das qualidades da resurreição, dando-lhe a agilidade |

 

e a subtileza, libertando-o até das leis da gravidade e do

 

espaço, de sorte a ficar umas. vezes suspenso no ar, sem

 

apoio, por muito tempo (S. José de Cupertino), e outras,

 

a penetrar, sem entrada, em lugares fechados e a encon-

 

trar-&e presente simultâneamente em vários, lugares

 

(Santo António, Santo Afonso; S. Francisco Xavier).

 

 

 

 

 

^ -8$.0— Recebem tambem: ós.santos frequentemente o

 

dom de curar os enfermos `ô o dominio sôbre os sê-

 

res materiais, bem como sôbre os demónios; e assim.

 

restituem a saúde sem remédios naturais, ressuscitam

 

mortos, multiplicam as substâncias, aplacam as fôrças re-

 

vôltas da natureza e expulsam os démónios.

 

 

 

 

 

6:º — Comunica tambem Deus aos santos, por modo -

 

sobrenatural, os padecimentos do divino Crucificado.

 

Estigmãs miraculosos conhecemos em S. Francisto de

 

* geo C mst E 6s - qv p `

 

SSIS, Sania tatarina de 2110 se ;

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA 281

 

: = TI— Fenómenos de iluminação. e

 

 

 

 

 

: « Quando Deus quér iluminar uma alma, já no desí-

 

gnio de a elevat a uma contemplação mais perfeita de Si

 

mesmo e das coisás divínas, já com o fim de lhe confiar

 

uma obra de zélo e caridade, infunde-lhe ideias. novas

 

sobrenaturais, que ela nem sequer suspeitava; sáo.como

 

relâmpagos: que a deslumbram e transportam. É o que

 

faz nas revelações e nas visões.

 

 

 

 

 

“a: -- Revelações. Deus pode revelar-se à alma e

 

comunicar-lhe ideias novas: a) por palavras exteriores,

 

que, como a palavra natural, produzem impressão no

 

nervo auditivo; à) por palavras imaginativas, que, per-

 

" cebidas sem ferir io ouvido, afectam directamente a re-

 

 

 

gião cerebral, onde está localizado o sentido da imagina-

 

"ção ou fantasia; c) por palavras, intelectuais, que férem'

 

imediatamente o espírito, sem concurso algum da sensi-

 

“bilidade interior ou exterior, isto é, palavras que consis-

 

tem numa simples comunicação do pensamento, sem lo-

 

cução, nem emprêgo algum de linguagem humana.

 

 

 

 

 

B. — Visões. Podem compreender-se igualmente em

 

três “espécies: a) visões oculares, produzidas na retina

 

por vibrações luminosas, que Deus efectúa directamente, ,

 

ou por intermédio dum objecto material, que faz compa-

 

recer diante dos olhos; b) visões imaginativas, produzi-

 

das.por uma imagem semelhante à que reproduziria na

 

fantasia a visão dos objectos materiais; c) visões intelec-.

 

“tuais, percebidas na inteligência, sem concurso da sen-

 

sibilidade. | 3

 

 

 

 

 

c. — Discernimento dos espiritos.

 

 

 

«Deus começa já desde esta vida, a iniciar os seus

 

amigos nos segrédos, nào só da sua divindade, mas tam-

 

bem nos segrêdos das almas, já por amor daquêles, a

 

quem concede estas manifestações, já no interésse das al-

 

 

 

quem os santos, alumiados sôbre o seu estado, »o-

 

 

 

 

 

282 ji" DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

s XE |

 

dem-dizer uma palavra, que as toque e converta e minis-

 

trar conhecimentos, que as iluminem, consolem ou ater-

 

rem e emfim orientem,'para o seu escopo final». (Sauvé,

 

États mystiques).

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO DAS ALMAS MÍSTICAS -

 

 

 

 

 

Com respeito aos que "aspiram às graças dos

 

estados místicos, que fará o Director? `

 

 

 

 

 

1.º — Persuadirá que desejem e peçam a graça da

 

contemplação mística, mas não os fenómenos exteriores

 

que a acompanham. Diz Alvarez da Paz, «que é preciso

 

distinguir da contemplação mística os dons particulares

 

que lhe podem sobrevir, como os êxtases, os raptos, as

 

visões, quer corporais, quer da imaginação. Desejar ês-

 

tes dons e pedí-los é coisa interdita. Até aquêle que os

 

houvér. recebido deve declinar com humildade tão -teme-

 

rosa honra e pedir ao Senhor que antes o deixe caminhar |

 

pela estrada real do sofrimento. E-quanto à contemplação |

 

mística em si, será lícito desejá-la? porque não? não é

 

ela o meio mais eficaz de alcançar a perfeição? E se é

 

lícito” e legítimo desejar o fim, como será ilícito desejar

 

o meio que a ela conduz? É um dom; para o alcançar

 

importa desejá-lo e pedí-lo». (De Inquis. Pacis, 1. v —

 

part. 11. c. xu). O mesmo ensina Santa Terésa no «Ca-

 

"minho da perfeição». Cap. xx.

 

 

 

 

 

2.?— Esforçar-se-ha por criar disposições que possam

 

preparar a alma para êstes dons: a) a melhor disposição

 

para Deus conceder os estados místicos é uma grande

 

pureza de coração e a prática generosa das virtudes sóü-

 

das; é no que, antes de mais, é mister formar as almas

 

que aspiram à contemplação. 5) o amor da solidão, com-

 

patível com os devéres de estado, a prática da obediência

 

e da caridade. |

 

 

 

A inclinação para uma vida retirada, que fósse

 

causa de infidelidade às nossas obrigações e aso para

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA ^ | . 283

 

 

 

 

 

murmurações a. nosso respeito, não é inclinação segundo

 

a vontade de Deus e portanto não pode dispôr para a

 

sua graça. Diz judiciosamente o P. Poulain: «os santos

 

começaram qüàsi todos por uma oração aturada e cons-

 

tante; é o caminho da alta oração. Não digo que devam

 

. Ser longos os nossos exercícios, porque pode impór-nos

 

a obediéncia devéres que reduzam necessáriamente ao

 

indispensável a nossa oração. Deus então não pode quei-

 

xar-se da nossa inobediéncia. Ọ que digo é que devê-

 

-mot-desejar e gostar de estar muito tempo com Deus.

 

Quando é sincero êste sentimento, encontraremos com

 

“certeza horas livres para Deus, evitando particulafmente

 

sobrecarregar-nos de motu próprio com uma série grande

 

de ocupações, que a obediência não impõe, mas apenas

 

permite». (Grâces d'oraison, cap. xxvi, 24). |

 

 

 

 

 

. Como procederá com as almas que Deus favo-

 

rece com as graças místicas? |

 

 

 

 

 

nLt-E preciso certificar-se se a alma realiza verda-

 

.deiramente os caracteres comprovativos da sua vida

 

- mística.

 

| | o "e

 

-2.0 — Cumpre prestar-lhes depois auxílio. nas pro-

 

.Va(óes inerentes a êstes estados, dar-lhes alívio nas suas

 

angústias, dissipar as perturbações, reanimá-las nos té-

 

- dios e obstar ao desânimo e desalento, fatal à sua perse-

 

verança. | ?

 

 

 

 

 

3.º — É preciso conservá-las num estado de humil-

 

dade, sempre crescente, à medida que maiores forem os

 

favores recebidos, porque o Senhor prefere sempre com

 

a sua graça os humildes.

 

 

 

 

 

4.0 —— Suprimam, sem escrúpulo, nos exercícios de

 

piedade, que são ocasião da contemplação místico, ss

 

actos ou orações não obrigatórias, em que encontrem ».

 

dificuldade; para as orações obrigatórias, imponha:

 

 

 

 

 

Va ^

 

e : a

 

tA

 

 

 

 

 

COSE o. DIRECÇÃO: DE CONSCÍENCIA

 

 

 

 

 

certos actos exteriores, que impeçam a-Jigação das po-

 

tências e assim as pogerio nme"

 

 

 

 

 

. B5 — acção divina associem a acção pessoal, ső-

 

“enquanto não obste à primeira.

 

 

 

 

 

Com as almas que crêem haver visões ou re-.

 

Yeates, que fará o Director?

 

 

 

a indispensável a maior circunspecção. É teme-

 

sidade ,repudiar à priori qualquer fenómeno desta natu-

 

reza; pois os processos de canonização provam, que a

 

Igreja admite a sua possibilidade e realidade; mas obsta

 

a prudência a que se dê crédito, sem exame, aos factos

 

“extraordinários, que certas pessoas relatam como divinos.

 

Não se pronuncie precipitadamente o Director, nem num

 

-sentido, nem noutro.

 

 

 

 

 

2º — Sem curiosidade, nem vanglória, ouvirá com

 

paciência as confidências nesta matéria, evitando repulsa

 

-ou ingénua admiração.

 

 

 

 

 

edm ^ — Fará que se tornem mais humildes, repelindo

 

pensamentos de orgulho e. desconfiando de si mesmas,

 

dóceis e abertas com o confessor, excessivamente 7ese7-

 

vadas em publicar as revelações e visões, que julgam ter

 

e cheias de zélo em aproveitarem estas graças para se

 

santificarem.

 

 

 

 

 

4.º — Usará de severidade.com as almas que demons-

 

trem grande apégo a estas graças e por isso vaidade e

 

depu n

 

 

 

 

 

5.0 — Deve orar e pedir, edaminar e consultar, para

 

averiguar se os factos extraordinários são naturais, .dia-

 

bólicos ou divinos.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA 285

 

 

 

 

 

-6.o — Concluindo. que não são divinos, obrigue com

 

nera a desprezá-los. |

 

 

 

 

 

 Sinais que indicam a origem divina duma vi-

 

são ou revelação.

 

 

 

 

 

— Ha sinais certos que provam peremptória-

 

mento que uma revelação é divina e tais são os milagres.

 

e as profecias, que realizam a um tempo a verdade his-

 

tórica, filosófica e relativa.

 

 

 

 

 

° — Ha os sinais presuntivos, que tornam prová-

 

vel o carácter divíno da visão ou revelação:

 

 

 

 

 

a) — quando a pessoa, que se supõe favorecída é pa--

 

cífica, judiciosa, perfeitamente equilibrada, duma sinceri-

 

dade a tôda a prova, inimiga da vaidade, da singulari-

 

dade e ostentação. .., quando não deseja, nem procura os

 

favores extraordinários e não aproveita deles senão

 

para se tornar mais circunspecta, virtuosa e humilde...

 

e finalmente quando já chegou aos estados místicos mais

 

«elevados. |

 

 

 

b) - — Quando a visão ou revelação é em tudo objecto-

 

de edificagáo, de molde a conduzir à virtude e deixa a.

 

alma, depois de lhe causar certo temor, na paz mais pro-

 

 

 

 

 

| funda.

 

 

 

 

 

. Sinais que indicam a não divindade da visão.

 

ou revelação.

 

 

 

 

 

I."— Sinais certos: a) — quando encerram coisas:

 

contrárias à fé e à moral cristã, ou indignas de Deus,

 

sapientíssimo e santo.

 

 

 

 

 

b) — quando excitam directamente as paixões s^

 

 

 

 

 

conduzindo à sobêrba, à presunção, à sensualidade

 

c) — quando se dissipam com o sinal da Cruz, com a

 

 

 

 

 

286 i DIRECÇÃO DE consciencia

 

 

 

E cm ds V»

 

 

 

“vocação do nome de: jese. com a pressus duma relí-

 

F quia ou com o uso de: gus benta. |

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

|| t2. — Sinais presuntivos: a) — atdi é pecadora |

 

"a Fa que as patenteia,.., inclinada à sobêrba,.., ou, |

 

 

 

pelo menos, pouco adiantada na vida espiritual.. , su- |

 

jeita a ilusões. .., exaltada..., histérica; usado, tendo |

 

lido livros de mística, ficou com o desejo ardente de m

 

 

 

 

 

cebër êsses dons. .., quando se envaidece com êsses su-

 

postos favores... e 'sé irrita: por o Director. nào wi

 

crédito de boa mente-a. täis factos. E

 

 

 

 

 

|]

 

1

 

 

 

 

 

DA

 

 

 

 

 

da a

 

bd) — Quando as visões e revelações dadaa mais a |

 

sátisfazer a curiosidade do que a edificar o próximo. og

 

quando não teem outro escopo. senão resolver uma ques- |

 

tão controversa em teologia, história, astronomia, arqueo- |

 

logia. .., quando são extravagantes e só encerram a dou-s

 

trina comum dos livros ascéticos..., e quando apresen- |

 

tam. sêres humanos ou.angélicos sob formas ridículas oug

 

de aspecto bestial. ~y s

 

Devem admitir-se confiàdamente todos os por-

 

meñores : que encontramos nas revelações e visões a

 

dosySantos ? à.

 

 

 

 

 

á :

 

 

 

Não, por muitas razões: | ET

 

 

 

XE | | | E

 

“1.º — porque, às vezes, ha alterações no texto, ao cort

 

tigir certas expressões, no desígnio de as tornarem mais: R

 

claras e aceitáveis. * js

 

 

 

 

 

,

 

|

 

 

 

 

 

T.

 

-

 

'

 

 

 

 

 

2. ? — Porque a revelação: pode ter sido: mal interi |

 

pretada pelo que a recebeu. Diz a éste respeito S. João”,

 

da Cruz: «as profecias e palavras que na antiguidade. j

 

 

 

 

 

Deus: dirigiu a certos pe: magas não se realizaram se# 3

 

gundo as previsões dês es, porque as t»navem muito à

 

letro 4 sta "ae judem

 

 

 

 

 

ssduicds cdliido, c.v.

 

 

 

 

 

DIRECÇÃO MÍSTICA 287

 

 

 

 

 

3º — Às visões que representam scenas históricas,

 

 

 

 

 

d como nào teem por fim instruir-nos sôbre costumes e lin-

 

 

 

 

 

A^

 

a

 

s

 

 

 

 

 

guagem daquelas épocas, nem: orientar-nos sôbre ques-

 

.tóes arqueológicas, não podemos pretender nelas exacti-

 

dão perfeita nestas questões.

 

 

 

 

 

4.º — Como na acção divina pode imiscuir-se a acti-

 

 

 

 

 

. vidade natural dos videntes, é possível que desejos e

 

 

 

 

 

“cadeias preconcebidas se agitem na alma no momento da

 

 

 

 

 

“revelação sobrenatural e nào possam depois discernir-se

 

. do que-vinha de Deus directamente.

 

 

 

 

 

Como concluir pela divindade dos extases ?

 

^w.

 

 lémos-de seguir os mesmos sinais que seguimos

 

para as visões e revelações. Diz o P. Poulain «que a

 

dois quesitos deve atender-se particularmente nesta maté-

 

 

 

 

 

. ria: -I° — em que se ocupa a alma, quando está privada

 

 

 

 

 

dos sentidos? está cativada por conhecimentos intelectuais

 

de'ordem superior, e arrastada por um amor imenso, ar-

 

 

 

 

 

-dentíssimo ? 2.? —que gráu de virtude tinha antes de chegar .

 

 

 

 

 

éste ponto e que progresso e aumento resultou depois?

 

Se forem favoráveis as respostas, teremos probabilidades

 

pela sobrenaturalidade do éxtase. Com efeitó, o demónio

 

ea doença não levam a imitação a tão alto gráu. Quanto

 

aos efeitos. psicológicos, não podemos concluir dêles, or-

 

dinariamente nenhuma indicação. A alienação dos senti-

 

dos pode apresentar as mesmas aparências no êxtase di-

 

 

 

 

 

vino e no êxtase suposto; contudo, podem acrescer-lhe

 

 

 

 

 

fenómenos, que” não só deixem de parte a hipótese da

 

doença, mas tambem revelem uma causa sobrenatural,

 

divina ou não divina, como no caso de levitação». (Grá-

 

ces d'oraison, p. 395, n.º 67).

 

 

 

 

 

£

 

 

 

 

 

^

 

 

 

 

 

^ »* %

 

EPÍLOGO

 

 

 

 

 

— 0000 — -

 

 

 

 

 

^

 

 

 

-$

 

“e

 

 

 

^"

 

 

 

 

 

Spiritus ubi vult spirat. Por tóda a parte pode ter

 

a divina Bondade almas privilegiadas, que destine às'vias

 

extraordinárias da santidade. Seria triste, por isso, e de

 

lastimar, que a ignoráncia ou os preconcéitos do Direc-

 

tor, em vez de auxílio, fossem estórvo aos desígnios de

 

Deis. | -

 

 

 

Se não podemos exigir deftodos os sacerdotes igual

 

inteligência dos caminhos e estados místicos;*indispensá-

 

vel é contudo que sôbre o assünto possuam ideias bem

 

claras e exactas; aliàs, gránde detrimento hão-de causar

 

a essas almas de eleição. `

 

 

 

O pouco que deixamos dito àcêrca desta matéria

 

será o bastante para que o sacerdote prudente saiba du-

 

vidar e conservar-se de sobreaviso. E se com o auxílio

 

destas noções vier a descortinar uma alma com tendên-

 

cias místicas, os grandes tratados ou obras de valor, lhe

 

ministraráo conhecimentos decisivos, com que possa

 

valer à alma necessitada. E no caso de duvidar de si

 

mesmo, por sé julgar incapaz ou com falta de tempo,

 

tenha consciência e coragem bastante para enviar a guia

 

mais experimentado a alma que não tem fôrça para

 

dirigir. $

 

 

 

è

 

 

 

 

 

te

 

pe *

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO

 

 

 

 

 

————

 

»

 

 

 

 

 

D da »

 

E X. A

 

 

 

 

 

CAPÍTULO DE INTRODUÇÃO

 

 

 

 

 

T — Noção geral da direcção. “No sentido activo,

 

onsite a direcção espiritual na acção do Confessor,

 

~ posta*à disposição das almas, para as ajudar a encontrar

 

' “seguramente o caminho que as ha-de conduzir à santi- -

 

. “dade a que Deus as chama, enveredando por éle e pros-

 

; Egingo através. de tôdas as dificuldades.

 

 

 

“IL — Divisão. — Direcção pastoral: a que pro-

 

"porciona a certa Mots de almas, os meios gerais para

 

«ge: santificar e chegar : a salvação ;

 

| “2º Direcção de consciência: a que tem por objecto

 

| E cada alma em particular, ajudando-a a triunfar das difi-

 

“culdades e a prosseguir pelo caminho que a gere condü-

 

“zir para Deus. |

 

»" $ 4 Subdivisión: a) Dirección Mística, que se refiere a la

 

“Almas que: Dios conduce a la santidad por caminos extraordinarios.

 

“Jóvenes; - b) Dirección ascética, que es la de las almas que usa

 

. * conduce a través. rutas ordinarias o comunes.

 

 

 

 

 

vj

 

 

 

 

 

4 PRIMER LIBRO

 

DIRECCIÓN DE CONCIENCIA

 

 

 

 

 

"Capítulo uno. - De la dircachió de conseiencia

 

en general

 

 

 

 

 

mmm

 

aire

 

 

 

 

 

^. I. - Necesidad di —a. para iterar

 

| ción requerida generalmente: - a) para aquellos que tienden a

 

- la vida perfecta. - 5) a quienes se encuentren en perfecto estado.

 

 

 

 

 

«9

 

 

 

 

 

J 297. DIRECCIÓN DB. CONCIENCIA"

 

 

 

 

 

perro; - c) y especialmente a los sacerdotes con cargo

 

 

 

 

 

de las almas. .

 

 

 

 

 

allí

 

 

 

 

 

LA

 

F

 

 

 

 

 

- Objeto de la gestión. > Entiende, en general,

 

sulle contribuye a purp, Pobustecer e. unir el alma

 

con Dios. En la especialidad se ocupa de: a) nuestro

 

miserias ": faltas, imperfecciones, enfermedades espirituales,

 

peligros del alma. - 4) De nuestros recursos espirituales:

 

aptitudes, atractivo, buenos hábitos, ayuda externa que

 

ayuda en la virtud.

 

 

 

 

 

„3. - Frecuencia: de gestión. Varía dependiendo de "nosotros-

 

la necesidad del penitente y los medios en que se ejerce. Re-

 

gran práctica: a) conceder cuánto es necesario o, en serio-

 

mente útil. - 4) cortar lo que tiene inconvenientes,

 

que no compensan la utilidad real *. -,

 

 

 

 

 

4.- Papel a desempeñar por el Padre en la dirección. -

 

- Debe considerarse como encomendado especialmente

 

 

 

por 'Providencia para dirigir las almas;

 

 

 

2do - Esta tarea debe aplicarse con z / o, y tor- *

 

narse capaz de producir frutos abundantes, adquiriendo: a)

 

ciencia.— 5) Prudencia, "sobrenatural.

 

rito de caridad, huyendo, por vía de fanatismo,

 

vanidad, espíritu mundano y afectos humanos.

 

 

 

3.0 - La obligación es mucho más urgente, siendo la-

 

padfe Confesor oficial de comunidades religiosas. |

 

 

 

 

 

es 5. - Cualidades de dirección. - Debe ser: a)

 

recaída, suponiendo por tanto; en conocimiento confesor

 

profundidad de caminos espirituales, ciencia teológica segura,

 

precisa y completa. —B) prudente, es decir, impregnado |

 

. de esa sabiduría sobrenatural !, que cien para deshacer el

 

 expedientes humanos que pueden ver el aire, corte principal

 

plenamente con los recursos de la gracia, © piensa en hacerlo

 

fructificar. - c) firme, continuando invariablemente hasta

 

al final, contra todas las vicisitudes y obstáculos. — d) Ca-

 

ritual, es decir, lleno de dulzura y amor, sin remordimientos.

 

 

 

 

 

-

 

 

 

 

 

¡y!

 

 

 

 

 

ee |

 

et

 

pisar

 

 

 

 

 

-

 

después de todo

 

 

 

 

 

m ^

 

^

 

 

 

 

 

PD. P ER)

 

"Pájaro

 

m EN SENOA

 

hasta Pr REIR

 

4 perro

 

SOL

 

"vr 1

 

 

 

 

 

| i RESUMEN DIDÁCTICO DEL ASCETISMO por P. 291

 

 

 

 

 

Ppulez, tampoco. aburrimiento, en presencia del más "Getldlous mi-

 

grave. - e) diversificado, en función de las necesidades del

 

palmas. |

 

 

 

 

 

AR Capitalo IL. - Código de la Junta de Kanaan

 

AE | de la conciencia en

 

 

 

EEL Disposiciones generales que deben cumplirse

 

la quinta lata de penitentes

 

 

 

 

 

ha - Sinceridad. - R. - Es necesario, porque, habiendo

 

"la dirección por objeto de las cosas más íntimas, de las cuales sólo

 

: Dége, y el alma son testigos, sólo la sinceridad puede

 

`proporcionar al director las aclaraciones que. hay. señor.

 

 

 

 

 

| PE Dere entiende. cuanto cuesta el movi?

 

mente espiritual del: alma: faltas, inclinaciones ;, dificultad *

 

Ese, etc. 5

 

 

 

 

 

| Signos de sujetadores en V. „Puede indicar a Dilsctor que no

 

sinceridad y experiencia con la gracia de Dios,

 

para ayudar al discernimiento,

 

D.- Para lograr el | sinceridad, eso es una mierda. Exp-

 

. :,. a) Gánate la confianza del penitente. - 4)

 

"ayuda. las declaraciones con digna bondad y calma. - C)

 

Facilitar las confidencias mediante el arte de cuestionar. - D)

 

dile a Dios por los penitentes la gracia de la sinceridad.

 

a 2. E Espíritu de oración. - a. Es necesario, porque

 

sin Dios, no podemos hacer nada. ^ A. 7

 

 

 

 

 

za Mats +

 

 

 

 

 

4

 

 

 

 

 

4 T y H "aa p. Es 3 l

 

 

 

peor O x

 

 

 

AT aec Está al alcance de todos, porque solo Hrige

 

"Curso cercano" a. oración. ¿Y el? 2g

 

 

 

 

 

Lars "usen E Es favorecer, convencer a la geritetitis de su 2e-

 

«Sessity, llevándolo poco a poco a recitar“ 1. -

 

 

 

 

 

| 292 DIRECCIÓN: DE

 

 

 

 

 

. que generan un ambiente propicio para la piedad.

 

 

 

 

 

)

 

 

 

 

 

Et EUN NEA

 

 

 

 

 

acciones fáciles, que le son sugeridas, y a prácticas externas,

 

Y

 

 

 

 

 

HD

 

 

 

 

 

V 3. - Generosidad. - a. 'Es necesario, porque Dios

 

 

 

 

 

concede tu gracia en la proporción de generosidad.

 

| Para q. a-N-A

 

 

 

 

 

vB Provocar generosidad: a) Estimular. La

 

 

 

 

 

voluntad de acuerdo con las leyes psicológicas. - a) inspeccionar el

 

 

 

 

 

“Cumplimiento de las resoluciones .:— c) felicitar, por la

 

 

 

 

 

Fuerzas realizadas. - s

 

 

 

¡Eso es!

 

 

 

= 4 — Docilidad. - a. "Es necesario, de lo contrario sería inútil

 

la acción del director. = 4 yo

 

 

 

, B.- Los medios para lograrlo son: a) Convencer de la

 

Tu necesidad. - 4) - facilitar, * obediencia, con la exclusión de '

 

 

 

 

 

"son de exigencias exageradas, disponiendo hábilmente el

 

 

 

 

 

aceptación de medidas costosas y uso prudente

 

 

 

 

 

firmeza. ad sl

 

1 y.

 

 

 

 

 

IL - Principios generales que gobiernan la vida.

 

sobrenatural

 

 

 

 

 

1. — La ley principal de la vida espiritual es la conformidad.

 

 

 

 

 

lo más perfecto posible; con la voluntad. de Dios, |

 

 

 

 

 

obedecerle y aceptar que su Providencia

 

nos impone. De hecho, para que el hombre pueda alcanzar

 

la expansión completa de tu ser para la consecución del fin

 

el último, que es la gloria de su Creador, es algo indispensable.

 

 

 

 

 

| Es válida la absoluta conformidad con el beneplácito divino.

 

 

 

 

 

* 2. - La obra importante de la vida espiritual; estafa-

 

 

 

 

 

sistema: a) utilizar racionalmente las criaturas, segundo -

 

 

 

 

 

el plan divino. - a) al impresionar nuestras facultades el

 

la debida preparación para que puedan utilizar racionalmente

 

criaturas. . "Ue LC à |

 

 

 

 

 

'

 

 

 

 

 

“3 - La disposición fundamental para vivir sobrenatural

 

 

 

 

 

v

 

 

 

 

 

DJ E

 

 

 

 

 

cos "" Resumen ENSEÑANZA DEL ASCETISMO sm y MS

 

 

 

 

 

 rally € la indiferencia antecedente a la

 

; tatures, para no regular la elección excepto de acuerdo con

 

"las acusaciones de Dios. |

 

 

 

 

 

DANE eT eae SD X YN EIER

 

 

 

 

 

a “HI. - Medios generales que favorecen el progreso

 

HC ui espiritual |

 

 

 

 

 

A 2. Y

 

I. voluntad

 

 

 

 

 

ERTED Pi E

 

 

 

 

 

JT

 

 

 

 

 

po ^

 

 

 

 

 

Ce- o ^ A. Significa que libre de obstáculos

 

c =, Escape de ocasiones. - 1o - De la ocasión en ge-

 

Lima. - a. Noción: cualquier persona o cosa que - da

 

forma u otra: lleva a ofender a Dios. - Próximo,

 

. cuando arrastra al mal con tanta violencia, que sólo con

 

. "muy difícil, y por lo tanto, en raras circunstancias, si

 

-. puede superar. - Por cierto, a distancia. -

 

 

 

 

 

- edad del árbol madre

 

 

 

 

 

Tt AO.

 

"^. ^ t

 

 

 

 

 

"El ^ E -— El director debe removerlos celosamente   proponer-"

 

i advertido del peligro que presentan, - ".— ^:

 

 

 

la C. - Para ello, utilizará la vigilancia y la destreza para

 

. descubre el peligro, sabrás notificarlo con franqueza, pronto

 

: Déjalo aparecer y sé firme para quitarlo.

 

 

 

 

 

O al menos hacerlo inofensivo. .

 

 

 

 

 

^ ro

 

 

 

 

 

“4 2º - De la ocasión, en particular. -

 

 

 

 

 

VIT

 

una.

 

 

 

 

 

dd T ex PSA

 

 

 

 

 

ER BE Bailes y bailes. -La. Estos ejercicios físicos,

 

"que nacen de la necesidad que sentimos de manifestar

 

“Fuertemente los sentimientos, que nos exaltan, pueden repercutir.

 

ser de carácter recreativo, lúdico o religioso.

 

 

 

 

 

después de m "oss, Te

 

condimento qr

 

"T

 

 

 

 

 

ESI B. - Generalmente ,. presentar el peligro ver-

 

. dardo:. a): ciertos bailes son inmorales debido a la táctica

 

; tös y contactos, que ellos obligan. —Ġ) las bolas. puede ser |

 

- prohibido: a) debido a bailes incómodos, que

 

;. admitir; b) 'debido a circunstancias favorables ==:

 

= las ”pasiones: compañía, música, orgías, soledad, tr.

 

 

 

 

 

pero *

 

RE S7 `a

 

A $,.

 

 

 

 

 

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y.

 

 

 

 

 

SAS EEE:

 

 

 

 

 

V

 

 

 

 

 

* ^ x

 

 

 

 

 

53

 

 

 

 

 

394 | niiko. DE consimcra a

 

 

 

 

 

de la noche, etc .; c) por diui d obstáculos que levantan

 

a una vida perfectamente cristiana: lujo, disipación, CG

 

 

 

 

 

- El director debe luchar contra ellos: 1) seadh ver

 

por un lado la belleza de la virtud y por otro los peligros

 

que estas diversiones suscitan contra ella. 4) -

 

preguntándose por qué los penitentes se unen a asociaciones

 

que prohíben los bailes.

 

 

 

 

 

“2.— Companhias. — Desviãr os penitentes de tóda a

 

pessoa, cujo trato (conversás e; exemplos) afasta da vir-

 

tüde e arrasta para o vício.

 

 

 

 

 

3. — Leituras. — Proibir tôda a publicação, cuja lei-

 

tura produz a dissipação, enerva a disciplina, contagia os

 

bons costumes e enfraquece a crença religiosa.

 

yb

 

 

 

4. — Vestuário imodesto. — a: Urge combatê-lo, por-.

 

que a desenfoltura no vestir é a negação: doipudor, insi-

 

dia‘ à castidade, alimenta a vaidade, arrisca a saúde, con-

 

“some recursos preciosos que 'déviam utilizar-se para O

 

bem e malbarata em futilidades o tempo que o cristão

 

deve empregar dighaments

 

 

 

 

 

p. — São repreensíveis e condenáveis todos ðs mo-

 

dos-de vestir, de molde a fomentar as paixões sensuais,

 

já patenteando membros que num país cristão é uso co-

 

brir, já manifestando, veladamente que seja, lugares que

 

no côrpo a mesma natureza convida a esconder; igual.

 

menté os que sujeitam em demasia os meinbros, quer

 

- martirizando o côrpo e impedindo o seu desenvolvimento,

 

quer sacrificando os interêsses do pudor. e do recato, aos

 

da: ira e da vaidade.

 

 

 

 

 

c.— Empregar meios conducentes ao extermínio dos

 

éxcessos da moda; 4) atraír' a atenção para o quadro

 

lastimoso de tantos infelizes, que nem sequer póssuem o

 

necessário para viver, fazéndo: compreender que na mo-

 

 

 

 

 

i

 

em

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO. 205

 

 

 

 

 

»déstia está o melhor ornamento. — 6) prevenir contra os

 

.-decotes, fazendo ver o destino providencial dos vestidos,

 

„inspirando horrôr ao escándalo e fazendo ler vidas de san-

 

 

 

e» de:'condicào elevada.

 

 

 

 

 

jo 5. — Espectáculos e teatros. — Combatê-los enérgica-

 

mente, apontando a propósito os perigos, que referimos

 

a quando das más leituras.

 

 

 

 

 

«II Luta contra as tentações. — a. A tentação é

 

uma incitação para o mal, pela acção, singular ou con-

 

Jeata; dos inimigos da alma: mundo, diabo e carne.

 

 

 

 

 

B. — O director deve dispor o penitente a tomar a

 

atitude devida, em face das tentações: a) não combatida,

 

a tentação conduz sucessivamente a vários graus de cul-

 

pabilidade: a sugestão converte-se rapidamente em pen-

 

 

 

 samento, depois deséjo, em seguida propósito e por fim

 

«acto; os actos geram hábitos e Éstes o vicio — 4) Com-

 

bátida, porém, proporciona à alma, vantagens preciosas:

 

“aumenta o amor de Deus, os merecimentos e a recom-

 

pensa, conserva na humildade e na oração e inclina à

 

, Comiseração.

 

 

 

 

 

— Atitude com as tentações: a) Antes: nào se

 

dicor, nào as desejar; prevenir-se contra elas e esperá-

 

-las sem inquietação. — b) Na hora da tentação: para

 

umas, o máximo desprézo;. para outras, recorrer à ora-

 

ção, à diversão e renovar as resoluções. — c) Depois: no

 

caso de triunfo, alegrar-se e agradecer; se consentiu, hu-

 

milhar-se e reparar; na dúvida, nào se deter a examinar,

 

- mas concluir do princípio: «ex communiter contingentibus

 

v prudens fit praesumptio».

 

 

 

"a /

 

 

 

— Direcção das almas tentadas : a) Deve o peni-

 

nim primeiro descobrir as principais tentações. — 6)

 

Examine depois o director com tacto e prudência a ori-

 

gem e natureza da tentação e as disposições da alma

 

 

 

 

 

2901. DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA A VE

 

: bt |

 

para. ‘com ela; c) estidialei "as ias iridólentes; temerá-

 

-rias;ou pusilânimes. —=:d) à fortifique as, E ScG apres-

 

tando-as para novos éxitos.

 

 

 

III Mortificação, — a. Natureza. — Consiste em

 

combater, afastar ou destruir as obras e inclinações vi-

 

ciosas da nossa natureza corrompida.

 

 

 

 

 

B. — Importância. — a) Proclama Jesus Cristo no

 

Evangelho a sua necessidade fundamental. — 6) vanta-

 

gens preciosas: desvia-nos do pecado e das imperfeições,

 

dá satisfação à justiça divina, consolida e-desenvolve nas

 

virtudes, activa o fervor, garante a perseverança, imprime

 

semelhança com Jesus Cristo e: 'afugenta o demónio e as

 

tentações. i

 

 

 

- |

 

 

 

c. — Prática. — Principios: a) Tem. por fim domar

 

a natureza, sanando e aperfeiçoando, e não destruí-la. —

 

à) Deve marçhar do principal para o acessório. — c)

 

Deve acomodar-se às fôrças, necessidades espirituais, gé-

 

nero de vida e tempefamento de cada um.

 

 

 

| )

 

 

 

D. — Táctica para formar na mortificação: a) fazer

 

compreender a sua importância e necessidade. — 6) Tor-

 

nar amável ao penitente esta virtude pelo exemplo de

 

Jesus Cristo e dos Santos; c) propôr para cada mortifica-

 

ção uma intenção nova e adequada. : boc

 

 

 

 

 

IV. Tribulações. — a. Noção. — São tôda a espé-

 

cie de sofrimento, que a Providência nos envia para nos

 

desapegar da terra e levantar para o céu.

 

 

 

 

 

B. — Razões por que deve o Director vater às almas

 

atribuladas. — As tribulações são benéficas ou nocivas

 

consoante o uso que delas,se fizer: — a) Bem aprovei-

 

tadas, purificam, convertem, santificam e proporcionam

 

consolações inefáveis. — 5) Desprezadas, desorganizam in-

 

 

 

 

 

“RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO |. 297

 

 

 

 

 

É téiramente';o maquinismo da vida espiritual, ocasionam

 

 

 

“-desepêros, blasfémias, ciúmes, vinganças, etc.

 

 

 

"t 4 c.— Direcção: a) nào pedir nunca a tribulação. —

 

 

 

| b) valer-se dos meios ordinários que a prudência indica

 

pára evitar certas tribulagóes.— c) Aceitar as InCUitÁvEIS,

 

como vindas da mão de Deus. !

 

 

 

. 5. p.— Para que sejam bem aceites, taça o Director :

 

 

 

4) compreender as vantagens acima enumeradas; 4) As

 

muitas tribulações são prova tantó maior do muito amor

 

de Deus para connôsco. — c) nada mais sensato do que

 

abandonar-se fllialmente nas mãos de Deus. |

 

 

 

 

 

- Tribulações, em especial. 1.— Aridez espiritual.

 

— a. Noção: é o estado da lalma que, apesar-de todos

 

os. esforços, não pode, no momento da oração, excitar

 

pensamentos piedosos, nem afectos de devoção.

 

 

 

“o B. — Causas. — O pecado, o vício; a doença, o can-

 

| saço nervoso; as preocupações excessivas, OS negócios

 

“absorventes; a leviandade, a dissipação; a provação vinda

 

 

 

 

 

r de Deus. !

 

 

 

 

 

| c. — Remédios: Estimular: a generosidade do peni-

 

tente a empregar os meios de reacção que exigem as

 

: diferentes causas da aridez; felicitar a alma que faz

 

» quanto pode; eleve, .nas ocupações, frequentes vezes o.

 

- "coração para Deus. | |

 

 

 

 

 

e m Os escrúpulos, — A. Noção: é um temor aflic-

 

tivo e intundado de pecar ou de ter pecado (Poulain).

 

 

 

 

 

' g.— Causas: temparamente melancólico e tímido;

 

forte impressionabilidade da imaginação que falseia o ra-

 

. ciocínio; “educação oprimida; convivência com pessoas

 

¿i escrupulosas; direcção mal orientada; desejo excessivo

 

 

 

 

 

208 ^ DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

da. certeza no que respeita à à salvação; manejos person

 

do demónio. & d

 

 

 

! o — Incowvenientesis 2) O: iescrüpulo! é um erro; à)

 

é; origem de perturbação ; c) é causa de: relaxamento e

 

até de perversão; d) é um perigo para a saúde e para

 

 

 

 

 

a sic E |

 

 

 

 

 

-— Tratamento da alma eserupulosa : a) Aos

 

m sintómas, estudar até) diagnosticar. — 5) Feito

 

isto, àrmar-se de paciência,'caridade e zêlo para prescre-

 

ver OS meios necessários e para' os aplicar com bondade:

 

e firmeza inflexível; mas a primeira condição é uma obe-

 

diência céga e invariável às determinações do director. —

 

c) Exigir fidelidade inviolável às três regra seguintes:

 

não acusar nunca as dúvidas ou tentações na matéria do

 

escrúpulo; não repetir as acusações das confissões passa-

 

das; nas decisões, não se preocupar com as dúvidas, mas:

 

agir resolutamente.

 

 

 

 

 

3. — Possessão e obsessão. — a. Noção. —São atá-

 

ques diabólicos, dirigidos contra os sentidos externos:

 

ou internos do homem, onde provocam operações ou'

 

im pressões, anómalas e dolorosas: a) chama-se obsessão,

 

quando a acção diabólica atinge sómente. o côrpo e as

 

faculdades sensitivas e não as faculdades intelectivas. —

 

b) e possessão, quando o demónio inváde' tão profunda-

 

mente o córpo humano, que parece incarnado nêle, fazendo,

 

as vezes em certo modo da. alma, que êle substitue, pois.

 

esta perde o conhecimento, nào tendo à sua disposição os

 

instrumentos materiais, mediante os quais exercia a sua

 

actividade intelectual.

 

 

 

 

 

B. — Permite-as Deus : à) para nos inspirar aversão:

 

ao demónio. — 6) para nos'fazer temer o pecado mortal

 

—c)'e o inférno; d) para nostexercitar na paciência e

 

mortificação, purificando-nos ao “mesmo tempo.

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO 209:

 

 

 

 

 

ih c. — Almas vexadas pelo demónio: a) Certificar-se

 

iz, se: “há realmente obsessão ou possessão. — à purificar a

 

 

 

 

 

^; consciência de modo a tornar insuportável na alma a re-

 

 

 

 

 

= sidência do demónio; c) submeter a regime. médico e.

 

Sanitário a pessoa vexada de sorte a reagir. contra a

 

“acção diabólica; d) recorrer 'ao jejum e à oração -— €)

 

. exorcísmos.

 

 

 

 

 

3 ido Horses dos homens. — a. Natureza:

 

 

 

xi pessoas virtuosas, particularmente as almas err nda es-

 

 

 

tão expostas a tôdata espécie de contradições e de vexa-

 

 

 

/ mes, por parte dos maus e muitas vezes per pus dos

 

bons.

 

 

 

 

 

B. — Direcção: a) iealenvunducs- lhes grande bondade;

 

` b) Alentar-lhes a paciência e a coragem, recordando o

 

E papel providencial das tribulações.

 

 

 

 

 

Av, 3 5. — Ilusões. I: — Ilusão, em geral. — ^. Noção:

 

 

 

 

 

*. No sentido moral, há ilusão, quando a inteligência não:

 

“apreende o objecto do conhecimento segundo. à luz da

 

verdade, mas sob um falso brilho, que a transvia na di-

 

rectriz da vida.

 

 

 

 

 

—- Origem: a) a pobreza da nossa razão. — b) O

 

m dis das paixões. — c) A influência do meio. — d) Os

 

.ardís do demónio.

 

 

 

| IL. — Em especial: 1.0 —Z/usóes a respeito de Deus:

 

a) fazer da bondade divína uma ideia que favorece a pre-

 

. sunção. — 4) Conceber a justiça divína, sem lugar para a

 

misericórdia.

 

 

 

 

 

2.0 — Ilusões com respeito a nós: a) quanto ao es-

 

tado da nossa consciência: tranquilizar-nos indevidamente.

 

— b) quanto ao grau de santidade: deduzí-lo de sinais

 

 

 

 

 

.. falíveis, como as consolações sensíveis na oração, as

 

 

 

 

 

. obras exteriores de piedade e de penitência, a retu:

 

 

 

 

 

300 DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

bância das boas obras, a estima das pessoas virtuosas, a

 

falta de dificuldade na virtude, a regularidade exterior. —

 

Cc) quanto aos nossos conhecimentos em espiritualidade: o.

 

perigo de ter em menos conta a leitura espiritual. — d)

 

Sóbre as nossas aptidões e destino sobrenatural:' As aspi-

 

rações impacientes a aflictivas.

 

 

 

 

 

3.º — Ilusões com as criaturas: a) àcérca do meio

 

em que se vive, que fazemos responsável pela nossa ti-

 

bieza..— à) Amizades e simpatias que falseiam o nosso

 

modo de julgar. — c) quanto à direcção: depreciar, exa-

 

gerar, compreender mal a sua necessidade.

 

 

 

 

 

III. — Remédios gerais:.a) a oração mental e o re-

 

colhimento. — 2) mortificar o amor próprio, a carne e

 

viver com grande pureza de coração. — c) estudar em li-

 

vros de sólida doutrina as vias espirituais. — d) exami-

 

nar atentamente e muitas vezes o íntimo da nossa cons-

 

“ciência. — £) ater-nos com docilidade, às advertências do

 

Director.

 

 

 

 

 

B. Meios de santificação

 

 

 

 

 

1.—A Comunhão.— Regras práticas: a. Vantagens

 

da comunhão frequente. s. — zêlo em assegurar o estado

 

de graça e a intenção recta e pía. c. — prescrições: a)

 

proscrevé-la na certeza moral de faltarem as disposições

 

essenciais; b) ndo a aconselhar, quando essas disposi-

 

ções inspiram cuidado ou receio; c) gersuadí-la com vi-

 

gor às almas bem dispostas. > ,

 

 

 

D. — Nada omitir do que possa tornar a comunhão

 

. fervorosa quanto possível. ui

 

 

 

 

 

2. — Confissão. — a. Freguência. — Confessar-se tan-

 

tas vezes quantas exigir o estado da consciéncia, per-

 

mitirem as circunstáncias de tempo e lugar e persuadirem

 

os interésses da alma inteligentemente compreendidos.

 

 

 

 

 

B. — Fervor : fazer o melhor possível cada confissão.

 

 

 

 

 

RESUME DIDACTICO DE ASCETISMO 3OI

 

 

 

 

 

Para isso: 2) suprimir quanto comprometa a dignidade

 

e o fruto do Sacramento; 4) empregar os meios para

 

que a confissão seja fervorosa: meios eficazes de conse-

 

guir a graça de se conhecer, de se declarar bem, de se

 

arrepender; de conseguir um bom director e de secun-

 

“dar a sua acção; de desenvolver em si as meihores dis-

 

“posições para a acção do sacramento: aprêço pela con-

 

fissão, sinceridade perfeita, Ódio ao pecado; resoluções.

 

3. — Oração. I. — Oração em geral. a. — noção:

 

' é um colóquio com Deus, a quem exprimimos os nossos

 

sentimentos de devoção e expômos as nossas necessida-

 

des. É vocal e mental, segundo é o côrpo ou a alma o

 

agente principal. l |

 

 

 

 

 

B. — Importíncia. — a) É de necessidade de meio e

 

de necessidade de preceito. — 4) Tende por sua natureza

 

a dar glória a Deus e a criar em nós disposições funda-

 

mentais de justificação. — c) é infalível na eficácia, se-

 

gundo as palavras formais do Salvador.

 

 

 

 

 

c. — Condições exteriores. — a) A oração pode ser:

 

feita em todo o tempo e lugar e admite qualquer posição

 

corporal. — 2) Latitude esta que podem restringir as cir-.

 

cunstáncias. — c) O desejo da perfeição prefere posições

 

mortificadas que traduzem melhor o sentimento da pie-

 

dade.

 

|. p.— Qualidades: a) atenção ou comparticipação do:

 

espírito; 4) devoção ou participação do coração.

 

 

 

 

 

E. — Fara que seja infalivel: a) pedir o que inte-

 

ressa realmente à nossa salvação. — 4) pedir com boas:

 

disposições; c) com perseverança.

 

 

 

 

 

r.— Ordem práticá: a) primeiro, as orações de

 

obrigação. — 7) as que teem mais utilidade subjectiva; —

 

c) selecionar em razão de excelência objectiva. — d)

 

 

 

 

 

302 . DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

ainda que valham o mesmo, preterir às devoções particu-

 

lares as que contribuem para edificação do próximo e

 

associam a alma à oração social da Igreja.

 

 

 

 

 

TI. — Espécies de oração. 1.— Oração vocal. : a. —

 

noção: é o colóquio com Deus, manifestado exterior-

 

mente por palavras ou pelos sinais que a suprem: es-

 

crita, lágrimas, etc. — Pública, privada, litúrgica, não li-

 

túrgica, particular ou comum.

 

 

 

 

 

B. — Vantagens. — a) associar o côrpo às homena-

 

gens prestadas a Deus; 4) prender mais a atenção. —

 

<) dar aos sentimentos mais consistência; d) confor-

 

marse com. o que recomenda o Salvador; e) é um meio

 

que pode bastar para a santificação.

 

 

 

 

 

c. — Regras práticas: a) não sobrecarregar com

 

muitas devoções. — 4) não ser escravo das muitas ora-

 

-ções; c) restringir às vezes a oração vocal em benefício

 

da mental. — d) fidelidade às orações usuais na prática

 

da Igreja. | ; o

 

=. D.— Fórmulas: Primeiro as que provocam mais

 

«devoção e traduzem melhor o sentir do coração.

 

 

 

 

 

2. — Oração mental. a. — Noção. — É uma elevação

 

-da alma a Deus — para o reverenciar e suplicar, — para

 

melhor o servir e glorificar.

 

 

 

 

 

B.— Espécies: a) Discursiva ou meditação, quando

 

predomina o esfôrço da inteligência; 2) afectiva, quando

 

.entra em maior escala a vontade e o coração. — c) intui-

 

tiva, quando a actividade se concentra num só pensa-

 

mento afectivo, dominante.

 

 

 

 

 

/ p. — Métodos: Escóla de Santo Inácio: a) princí-

 

pio da oração: adoração, oração preparatória, prelúdios

 

{composição do lugar, graça especial). — à) Córpo da

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO 303

 

 

 

 

 

oração: exercício da memória, — do entendimento, -- da

 

vontade. — 4) Conclusão: colóquio.

 

 

 

Escóla de S. Sulpício: a) preparação: presença de

 

“Deus, acto de contrição, invocação. — 6) côrpo da medi-

 

“tação: adoração, comunhão, cooperação. — c) Conclusão :

 

-: acção de graças, detestação, ramilhéte espiritual..

 

 

 

 

 

| 4. — Leitura espiritual. — a. Importância. Amplia

 

„os nossos conhecimentos espirituais; desperta as energias

 

latentes da nossa alma; dá mais precisão aos nossos

 

 

 

- «conceitos.

 

 

 

 

 

`>

 

 

 

 

 

sm

 

 

 

 

 

— Escólha: de espiritualidade sólida e ortodóxa;

 

t com as actuais direcções da Igreja e com as

 

necessidades da alma.

 

 

 

 

 

4. — Retiro. — a. Vantagem: meio potente de fu-

 

gir do pecado; dá nova orientação e vigoroso impulso

 

“para o bem.

 

 

 

 

 

B. — Condições de êxito: a) recolhimento absoluto —

 

 

 

 

 

4) oração assídua — c) reflexões penetrantes e apro-

 

-.priadas.

 

 

 

 

 

6. — Exame de consciência. -- a. Noção: é uma

 

inquirição-cuidada do estado da nossa vida moral, para a

 

revigorar e aperíeigoar, corrigir e levantar, consoante, no

 

todo ou em parte, a acharmos orientada ou não para

 

 

 

 

 

Deus e para a sua glória, pela conformidade com o seu

 

beneplácito.. |

 

 

 

 

 

— Espécies: a) exame de vigilância: vigiar o mo-

 

“vimento do nosso espírito e do nosso coração, para co-

 

nhecermos a sua orientação. — 4) Exame geral: indagar

 

os nossos pecados, para os deplorar, apagar e reparar. —

 

£4) Exame particular: pesquiza das faltas e tendências,

 

especializada num só ponto. — d) Exame de previdência:

 

prevêr as ocasiões em que é preciso vigiármo-nos.

 

 

 

 

 

4 - há Vo D. x .

 

204: DIRECÇÃO DÉ CONSCIENCIA 4 A

 

 

 

 

 

c. — Prática do exame particular: escolher a maté-

 

ria; bem determinada, dum exercício relativamente fácil,

 

apropriada às principais necessidades da alma. Profligar

 

primeiro os defeitos escandalosos e capitais. Trabalhar

 

bem as disposições fundamentais da vida e da perfeição

 

cristãs. Dividir bem a matéria. Fiscalizar práticamente.

 

 

 

 

 

D. — Método: a) Sentimento da presença e bondade

 

de Deus. — b) Invocação do Espírito Santo. —-c) relance

 

do espírito sôbre a consciência; d) Contrição. — e) re-

 

soluções.

 

 

 

 

 

7. — Provações. — Noção! sistêma de formação es-

 

piritual, que inspirando-se simultâneamente no pensa-

 

mento basilar de Santo Inácioó: e de S. Sulpício especia-

 

liza e universaliza ao mesmo tempo, o esfôrço da alma,

 

circunscrevendo-o a uma área muito restricta e só o con-

 

conservando nela um tempo determinado, de sorte a per-

 

correr sucessiva e progressivamente os diferentes está-

 

dios, que conduzem à vida cristã e à verleid evangelica

 

 

 

 

 

Cap. III. — Diferentes espécies de direcção

 

$

 

Artigo 1.º — Estádios da vida espiritual

 

 

 

 

 

I. Direcção dos pecadores. — a. Considerações ge-

 

rais para tóda a categoria de pecadores. O pecado é di-

 

gno de imenso horrôr: a) em.si mesmo, é o verdadeiro,

 

o único mal que existe; 2) nos seus efeitos: fealdade,

 

. estragos, castigos, escravidão.

 

 

 

 

 

` B, — Diferentes categorias de pecadores:

 

 

 

 

 

. 1.º — Almas dominadas pela impureza: a: Urge

 

curá-las: perigos da impureza. Paixão impetuosa, tirá-

 

. nica, tristemente fecunda, descristianizadora. |

 

 

 

 

 

M

 

 

 

 

 

| RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO  - 305

 

| B. — Dificuldade em confessar as faltas, na contrição

 

* “e no propósito.

 

P i |

 

^  €. — Função do Confessor: a) conseguir, apezar-de

 

' tóda a repugnáncia, uma declaração completa. — 4) inda-

 

^ gar as causas, para remediar; c) infundir grande horrór

 

pela impureza e grande. estima pela virtude contrária. —

 

d) traçar o regime a seguir: debilitar a acção dos ini-

 

' migos: sobriedade, fuga das ocasiões, oração; fortificar

 

«a alma: devoção a Maria SS."*, prática da piedade, sa-

 

 cramentos. |

 

 

 

 

 

¿į . 2?— Almas atreitas à injustiça. a. — Quanto im-

 

 

 

porta remediar a éste estado de alma. — À injustiça, que

 

 

 

se comete por muitos modos é um grande mal e um

 

 

 

grande perigo: a) compromete a salvação; b) fermenta

 

. a deslocação social; c) desacredita o cristianismo.

 

 

 

 

 

| ». = B. - Remedios: - El director debe: a) inhalar vivo

 

 

 

horror por la injusticia, mostrando desorden, peligros,

 

...La locura. - 6) investigar las causas para aplicar los remedios.

 

- '. dios mismos, como se señala en este trabajo.

 

 

 

 

 

3º --- Irreligión. A.— Diferentes formas, bajo el

 

- cuál es el déficit del sentimiento religioso: dis-

 

“Pecho con la majestad de Dios, con su santo nombre,

 

"con la palabra divina, con las cosas sagradas y

 

"divinas, con los lugares santos, con los días santos,

 

 cated. Y

 

 B — Gravedad de este estado. - Los deberes religiosos

 

son los más importantes, urgentes y ventajosos. La tuya

 

La violación fue a menudo la causa de graves flagelos en

 

pueblos e individuos.

 

 

 

 

 

C. c- Remedios: a) Contra la mentalidad hostil a

 

Religión: busca la causa y lucha contra ella hasta que se disipe,

 

“Para desencadenar el espíritu de prejuicio e ignorancia,

 

 

 

 

 

hacia

 

 

 

 

 

~ <} 5

 

Hacia

 

 

 

 

 

306. | DIRECCIÓN DE CONCIENCIA:

 

 

 

 

 

hacer o neutralizar malas influencias, hacer que el

 

persona del sacerdote. - 6) Contra la indiferencia religiosa: res-

 

pechos humanos, excesivo cuidado de la vida presente, La

 

“Medio ambiente, la falta de educación inicial. - --c) Contra el

 

lecturas irreligiosas, sugieren lo siguiente: hijo miserable

 

que favorece a los detractores de sus padres; es un veneno

 

“Que se absorbe todos los días; síntoma triste, cuando

 

da preferencia a los periódicos que blasfeman de lo que creemos.

 

mos; las excusas dadas para proceder son miserables

 

así; d) Contra la blasfemia: 'Horror que debe haber un

 

. & este pecado; - reparar al blasfemo toda blasfemia.— e)

 

Contra la profanación de los domingos: es ingratitud, es inde-.

 

lyness; peligros. - f) rie el sacrilegio: gravedad y

 

Escena de este pecado.

 

 

 

 

 

"Direcciones. Detrás de las tibias. - A. Noción: son los

 

almas cuya vida sobrenatural y lánguida no

 

les permite practicar la virtud.

 

pero con indolencia y cansancio espiritual.

 

 

 

 

 

"B. - Signos característicos: 1er grado: facilidad de

 

el pecado venial. - 2º grado: permitir. a ti mismo cuanto no es

 

manifiestamente un pecado mortal. een du degree: conservar

 

afecto al pecado mortal.

 

 

 

c.— Causas: - a) Ciertas disposiciones, que erosionan en el

 

su base la vida espiritual: disipación, afectos apasionados.

 

“De, aversiones; ciertos defectos, que aprovechando las tendencias

 

"Los dientes fundamentales del alma lo proyectan a innumerables

 

infidelidades: pecados capitales. - 4) las insuficiencias de

 

ejercicios espirituales. - c) la rareza de la comunión.

 

 

 

 

 

"Curación de la tibieza". - a) lo deseo ardientemente.

 

| es empregar os remédios convenientes: alimentação

 

espiritual suficiente ; — acometer com resolução os defei-

 

tos-que a causam; — logo nó princípio, abraçar certas

 

práticas de piedade, breves, boas de lembrar, fáceis de

 

 

 

 

 

"

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO 307

 

 

 

 

 

“cumprir e particularmente eficazes para despertar na vida

 

“espiritual ; — fidelidade ao exame particular. |

 

 

 

 

 

E — Defeitos que originam a tibieza: a) soberba :

 

 "apégo desordenado à propria excelência ou tendência para

 

^nos engrandecermos, o que pode ser por dois modos:

 

«pela estima exagerada de nós mesmos e pela estima imo-

 

"derada, que pretendemos os outros tenham de nós. b)

 

+» Avareza: amor desordenado às riquezas, isto é, aos bens

 

^déste mundo, particularmente -ao dinheiro. .c) luxúria :

 

- paixão desordenada pelos prazeres dos sentidos. d) tra :

 

"movimento desordenado da alma, que se arrebata com

 

“ violência para afastar de si o que considera: nocivo. — e)

 

“gula: apêgo desordenado aos prazeres da mesa; f) za-

 

“veja; tristeza por ser igualado ou sobrepujado pelos ou-

 

“tros; g) preguiça: amor desordenado do repouso.

 

 

 

 

 

: 3. Direcção das almas piedosas. a. Noção da

 

 

 

- piedade; benéfica disposição do coração para amar a

 

- Deus. atracção veemente para as cousas divinas.

 

 

 

A Pessoa piedosa — a que realiza êste estado.

 

 

 

 

 

^ B. — Necessidade da direcção das almas piedosas : a)

 

= sem direcção, caem na singularidade e desacreditam a

 

- piedade; — 2) bem dirigidas, tornam-se admiraveis auxi-

 

-liares do padre e a glória da Religião.

 

 

 

c.— Dum modo geral, aperfeigoá-las por todas as

 

“formas, o mais possivel, de sorte a torna-las benquistas

 

` de Deus e dos homens e social e individualmente -seres

 

 

 

- “espirituais completos. | | |

 

 

 

 

 

D.— Em especial: r.^ Formação da inteligência : a)

 

- necessidade. — Esta formação, muito. importante para a.

 

-orientação e progresso constante nas vias duma piedade

 

ampla e sólida, falta muitas veses nas almas que se en-

 

- tregam à piedade. — b) objectivo: infundir convicções,

 

. ádeias claras, exactas, amplas, elevadas, sôbre as coisas

 

 

 

 

 

».

 

,/ $

 

 

 

 

 

308  . ` DIRECÇÃO DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

réligiosas. .. é dar ao éspirito uma orientação sobrena-

 

 türal.' c) meios: banir os livros de ‘piedade mesquinha;

 

 récomendar o Evangelo e litros de piedade sólida ; pra-

 

ticar diariamente o. exercicio da meditação; frequentar

 

cursós da religião ; recéber como penitência, a leitura de

 

. qualquer pagina fulgurante e vivilicante. Ler'sobriamente

 

e com método. Reformar as ideias defeituosas.

 

 

 

 

 

2.º Formação da vontade. a) necessidade. Formar

 

"Bem a vontade é conceder um: general de valor às facul=

 

dades da alma. — b): objectivo : tornar a vontade firme-na

 

resistência, resoluta nas: decisões, enérgica no “esfôrço, .

 

cónstante e pronta na execução, pura e desinteressada nas

 

aspirações. Ae A ET | |

 

 

 

 

 

- `c) meios: lançar mão das diversas influências que po-

 

dem exercer sobre a vontade benéfica acção : excitação:

 

da graça, percepção. nítida do escopo ʻa alcançar ; força

 

impulsivo dos motivos que põem em acção, apoio dos sen-

 

timentos que conspiram'no 'mesmo objectivo ; ámbiente

 

benéfico; bons exemplos; influência de santas sugestões.

 

 

 

 

 

“3º Formação do coração: a) necessidade. — E" não

 

menos do que à inteligência um motor poderoso da facul-

 

“dade responsável, b) fim:' comunicar ao coração uma sin-

 

gúlar delicadeza, que ogarrasté a comover-se 'ficilmente,

 

sob às inspirações da jfé. €) meios. Suprimir qualquer

 

acto grosseiro ou voluptuoso. Acostumá-lo a admirar as

 

belezas da natureza e da Religião. Concretizar num acto

 

“éxterno os bons sentimentos.colhidos. . ^ ^ -

 

 

 

 

 

-— 429 Formação da consciência. — a) necessidade. —

 

A. consciencia é:o: guia: prático da alma na, vida moral.

 

— b) objectivo :` tornara consciência iesclarecida, recta ^a

 

delicada;— c) meios: fornecer ao, penitênte bons exames.

 

de consciência, dar-lhe decisões peremptórias, nas'dúvi-.

 

das; rectificar a: consciência: quando éxtravia;. combater

 

. os escrápulos: e o laxismo;* prevenir “contra a singulari-

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO 309

 

 

 

 

 

. dade e fanatismo, impregnando a alma de princípios no-

 

bres, de alcance prático; vigiar sôbre os mais leves movi-

 

mentos e inquietar-se á simples aparência do mal.

 

 

 

5.º — Formação do exterior. — a) Necessidade. -- Os

 

defeitos exteriores escandalizam. Pela reacção do exterior

 

sôbre o interior, a, perfeição exterior repercute-se sôbre

 

| as disposições. — b) fim: desterrar os defeitos que es-

 

candalizam ; melhorar o porte e torná-lo agradável, edi-

 

ficante.

 

 

 

 

 

6.º — Virtudes sobrenaturais. a) necessidade: a) a

 

` piedade tende por si naturalmente para a virtude. a) A

 

boa formação das faculdades da alma não tem outro obje-

 

ctivo: praticar constantemente a virtude. b) fim geral.

 

Fazer da pessoa piedosa uma imagem viva de Jesus Cristo

 

- particularmente pela humildade, mansidão, prudência e

 

 

 

 

 

simplicidade. c) disposição priminin desejo ardente da

 

pereigo; |

 

 

 

 

 

A. . Piedade. a) Noção. Em sentido restricto, 6 uma

 

+ disposição que nos leva a cumprir assiduamecte, com ge-

 

. nerosidade e amor filial todas as práticas religiosas que

 

|. conveem ao vosso género de vida. b) meios para conse-

 

.guir uma piedade verdadeira: formar dela uma noção

 

„exacta; estimá-la e desejá-la ; ser pronto no exercício, na

 

 

 

 

 

pena de vextering na intenção precisa e nas práticas

 

eficazes: |

 

 

 

 

 

B. — Humildade. a) noção. Leva ao próprio des-

 

--prêzo e a aceitar o desprezo dos outros. b) meios de a

 

cultivar: convencer da importancia primordial desta vir-

 

‘tude (justiça, semelhança com Jesus Cristo, vantagens);

 

exercer-se nesta virtude pelo exame particular sobre os

 

diferentes aspectos da humildade; reserva, nos juizos,

 

nas palavras e atitudes.

 

 

 

 

 

— Mansidão. a) noção. Virtude que nos leva a

 

 

 

 

 

x

 

 

 

 

 

310. DIRECÇÃO: DE CONSCIENCIA

 

 

 

 

 

proceder com o próximo pelo modo mais agradável e

 

aprazivel. — 4) método: 4) infundir grande estima por

 

'està virtud (palabras de la Escritura, ventajas de la mansedumbre

 

dar); 4) ejercítalo a través de la práctica: desde el examen privado hasta

 

"pasando cada una de las disposiciones, que en conjunto componen

 

-la admirable virtud de la mansedumbre: caridad, paciencia, dedicación

 

.dicación y afabilidad. * ^ /:

 

 

 

 

 

pag. - Prudencia: a) noción. La prudencia o la discreción es

 

una virtud que nos hace: discernir y adoptar y qué más.

 

se adapta a nuestra alma espiritualmente, y nos impide

 

trae la exageración en el ejercicio: de las buenas obras. 4) Método:

 

a) hacerlo querer, dada su importancia (advertencias -

 

de la Escritura), - Necesidad: 4) ejercitarla mediante el examen |

 

particular en los siguientes puntos: consulte con Dios y

 

de la acción ..., proceda. sin: precipitación ...

 

“Termine bajo la impresión del momento. |

 

 

 

 

 

c E. - Sencillez. a) Noción: virtud que nos pone

 

en la disposición habitual para evitar el disimulo y la disimulación

 

lize, que no impone prudencia y todo el rodeo que tenemos |

 

desviado de. fin supremo. '2) - Método: comunicar estima.

 

por esta virtud (amonestaciones de la Sagrada Escritura, - de la Dou-.

 

tor de piedad — ventajas de esta virtud); ejercicio, por-

 

examen privado, sobre mentira, duplicidad,

 

géneros, afectación, - las evasiones del amor propio.

 

 

 

 

 

4.- Dirección de las almas perfectas. La. Noción de:

 

perfección: las almas perfectas son aquellas que, habiendo domesticado la

 

inclinaciones perversas de la "naturaleza, han adquirido bastante

 

mente el hábito de las virtudes, para seguir generoso

 

 

 

y tenazmente en la práctica, haz el bien. | M.ad | |

 

 

 

 

 

^ m Fin: a) para protegerse 'contra el peligro de ”tibieza y

 

- b) generar nuevos avances; 0) tomar las facultades.

 

da. alma para tomar el contacto más íntimo con Dios

 

posible. PIE

 

 

 

 

 

LI

 

4

 

 

 

 

 

> 

 

 

 

 

 

RESUMO DIDACTICO DE ASCETISMO 311

 

 

 

 

 

| — Meios: a) prática assidua da oração. — b) exer-

 

| cício da presença de Deus. — c) Pureza de intenção; d)

 

conformidade com a vontade divina. — e) prática do mais

 

"m amor de Deus. — f) exercícios de zélo e caridade.

 

 

 

 

 

s D.o— Hipdssaglo à cerca. do exercício di presença de

 

Deus ; intenções; diferentes actos do amor perfeito.

 

 

 

 

 

Art. 2. — Diferentes idades

 

 

 

 

 

I. — Direcção das crianças. — a. Importância. —

 

E Influência da idade infantil sobre a vida.

 

 

 

 

 

B. e especial: conseguir cinco disposições essen-

 

ciais: o pudor, a piedade, a sinceridade, a probidade e a

 

submissão. -

 

 

 

 

 

4 c. — Métodos: a) Para formar no hábito do pudor,

 

"evitar métodos muitos sistemáticos de iniciação. Exami-

 

- nar prudentemente. Excitar com arte à contrição, aten-

 

` der ao propósito. — 2) Para formar na piedade, cuidar o

 

~ lado externo de la lástima, ayuda con poca atención

 

^. en las industrias, desarrollar el sentimiento del amor divino,

 

* Para la comunión, vía crucis ...   . |

 

 

 

 

 

| 2. Manejo de adolescentes. La. Importancia. Re-

 

cursos a tomar. Peligros a evitar. Influencia en

 

| El futuro. Preferencias de Dios.

 

 

 

 

 

Bay n, p.— Propósito especial: Inculcar las siguientes disposiciones:

 

ia) pasión por la pureza; 2) el valor. c) amor por Jesucristo

 

Iglesia del té. :

 

 

 

 

 

i 3.0 - Dirección de doncellas .-- a. Importancia. LA

 

'* doncella necesita dirección y, bien dirigida, puede

 

Brindar servicios relevantes a la Religión.

 

 

 

 

 

y

 

 

 

 

 

OBTENER M EN ERES IR

 

Sato 50 “Dt RECTION! DE CONCIENCIA

 

 

 

 

 

- Cualidades de esta dirección. Para que sea pr-

 

acostarse. y fructífera, debe ser paternal y dulcemente austera.

 

 

 

 

 

^ c. - Propósito especial: dominar el corazón de la doncella,

 

de modo que, evitando insoportables peligros para la pureza, si

 

conviértase en fuente de ardiente piedad y en una preciosa inspiración.

 

herramienta del bien en la vida. 7

 

 

 

 

 

“4. - Dirección de Estudiantes. - Fin: luchando contra el ro-

 

tina. en piedad, cuidado contra la hipocresía, rigor contra

 

.las.amistades privadas. |

 

 

 

 

 

5. - Manejo de adultos. - Fin: Observación de

 

„Deberes sociales. - De los deberes del estado: educación. —-

 

. Los doctores; comerciantes; sirvientes para servir.

 

 

 

 

 

6. - Alta dirección. - Fin: garantizar el: desarrollo

 

bucle final. - Utilice su experiencia. - Cuidado con

 

| es la debilidad del corazón.

 

 

 

 

 

At. Ace Diferentes estados

 

 

 

 

 

1. Dirección de los daidilos] Finalizar saludo per-

 

hecho de deberes conyugales y paternos; - 4) conyugal:

 

'esposo, - amor, fidelidad' y honestidad. - La esposa:

 

“Amor, delicadeza, dedicación. - 2) paterno: buena educación

 

"Carácter físico, intelectual, moral y religioso: mando con calma,

 

firme y estable; vigilancia activa y laboriosa; directo-

 

acción inteligente y firme.

 

 

 

 

 

| 2: Dirección de Bachillerato. - a. Fin: advertirles

 

contra los obstáculos del celibato. a) egoísmo: codicia,

 

^ preocupaciones excesivas con. la salud. - P) la acidez; .-

 

! c) sentimentalismo; De. 'caprichos.

 

 

 

 

 

pag. - Significa: Abandono “Providencia, obras de celo,

 

amor de virginidad.

 

 

 

 

 

RESUMEN DIDÁCTICO DEL ASCETISMO 313

 

 

 

 

 

3.- Dirección de sacerdotes. La. Peligros: a) relaciones.

 

imprudente: primeros años del sacerdocio; mamá-

 

difícil. - d) un tamaño demasiado secular, que roba prestigio

 

“Y expone. - c) pérdida de tiempo, que lo hace pequeño

 

. de cara a tu alta misión.

 

 

 

 

 

: B. - Disposiciones fundamentales: 1.0 - Deseo de san-

 

sacerdocio: a) motivos: deber de buen ejemplo;

 

“Gratitud a Dios; necesidad de un apostolado

 

"fructífero; 4) Código de Santidad: Decálogo, leyes canónicas

 

“Nicas: perfecta castidad.

 

 

 

 

 

| 2o - Amor a la liturgia: a) motivos: medio fecundos

 

.de santificación; deberes profesionales. 4) obligaciones: observar

 

perfecta vanidad, atención, devoción.

 

 

 

 

 

: 3º - Fidelidad a la meditación: a) razones: una ne-

 

“Glicencia. hace un daño notable al alma sacerdotal. —4) a-

 

textos litúrgicos particularmente recomendables.

 

 

 

 

 

"Y cuarto - Dignidad sacerdotal: - motivos, contribuye

 

“Por el prestigio del sacerdocio, es un admirable agente de

 

“Edificación, un estimulante precioso para el fen] su-

 

j3poe y ejerce numerosas virtudes.

 

 

 

 

 

AE —— Dirección de las monjas. La. Final; Io - fideli-

 

“Perfecta autoridad a los votos, esencia de la vida religiosa;

 

 

 

3 2o - Reconocimiento, porque la disipación introduce la

 

“El espíritu del mundo, la tibieza, el aburrimiento de la vida religiosa.

 

 

 

 

 

| 3. ^ - Observancia de la Regla, por cierto, reinará el capricho,

 

“La inmortalización, la disipación, la pérdida del mal-

 

„Ser general. | |

 

 

 

 

 

allí

 

B.- Enemigos: relaciones muy íntimas y frecuentes

 

"Con la gente" del mundo; aplicación apasionada a los precios

 

-cupones al aire libre; amistades privadas; celos y celos.

 

 

 

 

 

Es 314 DIRECCION! DE (CONCIENCIA

 

 

 

 

 

€ 4, - Función del IY a) respetar la Regla y la

 

 

 

* usos legítimos; b) no renunciar a su observancia, sino

 

“Interpretémoslo, sirviendo al bien. privado y bien ge-

 

ral. = c) necesidad de observarlo - pegar wea. d) observar

 

rigurosa vigencia del silencio.

 

 

 

 

 

| Pr obediencia; a) lealtad externa; espíritu de

 

 

 

? obediencia. - 6) combatir las antipatías con el superior,

 

afectos humanos, que imponen a lo sobrenatural a obedecer

 

dience, la rutina.

 

 

 

 

 

| 3º - Pobreza: a) el estado exacto del voto; ; O)

 

practicar la virtud por el mono de los bienes de la tierra. - C)

 

espíritu de pobreza. |

 

 

 

4.0 - Castidad: a) evitar todas las faltas: 4) eliminar

 

las indiscreciones; e) pis de virtud para purificación

 

de los afectos.

 

 

 

 

 

5. - Dirección de vocaciones. I - Noción de vocación:

 

-a) primero, el sacerdocio, - 4) segundo, el estado religioso

 

«C) tercero, la virginidad en el mundo; d) finalmente, la ma-

 

.trimonio. II - Signos de vocación: - a. Para -el sacerdocio-

 

Estro: a) atractivo sensible e irresistible; 5) impulso, origen

 

por la clara percepción de sus ventajas: c)

 

llamar a través del superior, el obispo.

 

 

 

B.- Para la vida religiosa: - Io Signos positivos: a)

 

atrayente persistente - 5) voto; c) imposibilidad de

 

salvo en la mitad del mundo: 2) intenso deseo de ser ca-

 

a una vida más perfecta.

 

 

 

 

 

*

 

 

 

 

 

- 2º - Negativo: a) Deberes familiares y otros. -

 

5) enfermedad incompatible. - c) debilidades incurables,

 

 

 

 

 

.. c.— Por el celibato: a) incapacidad para los demás

 

Estados. - 2) parasa atractivo y constante pronunciado

 

"vitalidad.

 

 

 

 

 

^ *

 

Lt RES

 

 

 

 

 

RESUMEN DIDÁCTICO DEL ASCETISMO `315%

 

 

 

 

 

pag. - Para matrimonio: a) requisitos de pedido:

 

 

 

 

 

"süblica; b) promesa o consecuencia de una falta - c) -

 

 

 

 

 

; Incontinencia.

 

 

 

 

 

III. - Provisiones en las almas que aspiran a realizar -

 

 

 

 

 

. -tu vocación: a. aspirantes a la vida sacerdotal: piedad-

 

-. «Sincera, edificante-modestia, ciega e intrépida obediencia.

 

 

 

 

 

| aplicación al estudio, sencillez y dignidad, celo.

 

 

 

 

 

- Aspirantes a la vida religiosa: amor ardiente de

 

 

 

 

 

: Dios, corrección de defectos, aprecio por la virginidad, huida -

 

"de ocasiones, renuncia a la propia voluntad, observancia de -

 

x epi, sinceridad y apertura de aq

 

 

 

 

 

- Aspirantes al matrimonio: ponerse en forma.

 

 

 

 

 

.08 deberes familiares, esfuércese por sufrir con paciencia el-

 

"las faltas ajenas, la piedad sincera, evita la disipación, pr ...

 

 

 

 

 

“Demencia en las relaciones.

 

 

 

 

 

^ el u ^ u MD

 

 

 

Publicado por DIOCSE en 6:19 AM

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